
No dia 26 de julho de 2023, o Níger, país da África Ocidental, foi palco de um golpe orquestrado pelo general Abdourahamane Tiani.
O presidente eleito foi derrubado
O presidente democraticamente eleito do Níger, Mohamed Bazoum (foto), foi derrubado e a ordem constitucional do país suspensa.
Um país muito pobre
Com aproximadamente 22 milhões de habitantes, este grande país é muito pobre. Em 2021, ficou em 189º lugar no mundo no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com base em critérios de riqueza, expectativa de vida e nível de educação.
Uma série de golpes na região
O golpe no Níger não é o primeiro ocorrido, recentemente, na região. Mali teve dois, em 2020 e 2021, seguido pela Guiné, em setembro de 2021, e por Burkina Faso, em janeiro de 2022.
Um efeito dominó?
A comunidade internacional teme, portanto, um “efeito dominó” que possa desestabilizar os Estados da África Ocidental.
A reação da CEDEAO
Perante este risco de contágio, os membros da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram o golpe de Estado no Níger.
Membros suspensos
O Níger foi justamente suspenso como membro desta organização, assim como o Mali, a Guiné e Burkina Faso, na sequência dos golpes de Estado ocorridos.
Um ultimato e um bloqueio
Os estados da CEDEAO lançaram um ultimato ao novo governo do Níger, ameaçando-a com intervenção militar, se permanecesse no poder.
Estados vizinhos prontos para intervir
“Nós estamos prontos. Assim que recebermos a ordem para intervir, o faremos”, disse ao RFI o general Christopher Musa (na foto), chefe do exército da Nigéria, em 31 de julho.
Espaço aéreo do Níger fechado
Enquanto isso, o espaço aéreo do Níger foi fechado depois que o ultimato expirou, na noite de 6 para 7 de agosto.
Apoio de outros Estados
Mas nem todos os Estados vizinhos condenaram os recentes acontecimentos no Níger. Mali, Guiné e Burkina Faso aderiram aos golpistas de Niamey.
Uma temida conflagração
Esses três países também indicaram que uma intervenção militar no Níger seria considerada uma agressão contra seu próprio território. Agora, teme-se uma conflagração na região.
Um risco jihadista
O risco jihadista continua presente em vários países da África Ocidental. No norte da Nigéria, a população está preocupada com as repercussões de uma possível intervenção no Níger.
Sanções seriam ineficazes
O coronel Peer de Jong, um treinador militar na África, disse ao Slate: “Sabemos por experiência” que as sanções “não funcionam” neste tipo de situação e que fariam o jogo da Rússia.
Um tiro no braço para a Rússia
“A notoriedade de Moscou e do Grupo Wagner está intacta na opinião pública africana e saheliana. Se intervir, a CEDEAO pareceria ser pró-Ocidente”, acrescenta Jong.
O canal diplomático preferido
Consequentemente, o canal diplomático continua privilegiado, nesta fase, para restaurar a ordem constitucional no Níger. Mas a situação continua imprevisível.
Uma abordagem apoiada pelos Estados Unidos
Os esforços da CEDEAO neste sentido são também apoiados pelos Estados Unidos, como recordou o secretário de Estado americano Anthony Blinken ao RFI.
Que papel tem a França?
E a França nisso tudo? O recente golpe no Níger parece estar a acelerar a perda de influência da ex-potência colonial na África Ocidental.
Uma reunião em Gana
De qualquer forma, os chefes de gabinete da CEDEAO se reunirão na quinta-feira, 17 de agosto, e na sexta-feira, 18 de agosto, em Gana, para discutir a possibilidade de uma intervenção militar.
Uma saída para a crise?
Por sua vez, o novo primeiro-ministro do Níger, Ali Mahaman Lamine Zeine, recebeu no sábado, 12 de agosto, uma delegação religiosa da Nigéria. Ele reafirmou seu desejo de preservar as relações de seu país com a CEDEAO.
Caso a seguir
Mas as intenções de Niamey ainda não estão claras, o novo regime também deseja processar o presidente deposto por “alta traição”.