Categoria: Economia

  • EUA: Café sobe 40%, roubo de cargas cresce e setor ganha guia anti-ladrão

    EUA: Café sobe 40%, roubo de cargas cresce e setor ganha guia anti-ladrão

    Sean McLain é gerente de vendas de uma importadora de café no Colorado, nos Estados Unidos (EUA). Há alguns meses, o executivo ficou famoso na indústria cafeeira americana por ter ido à internet para alertar concorrentes sobre o roubo de cargas.

    “Um caminhão nosso cheio de café foi roubado e quero compartilhar minha história para que você possa aprender com ela e proteger suas operações”, escreveu no site da empresa Desert Sun Coffee, ao detalhar o passo a passo dos ladrões.

    O caso não é isolado.

    Em março, a Associação Nacional do Café (NCA, na sigla em inglês) discutiu os roubos de caminhões na conferência anual do setor em Houston, no Texas. O setor cita “dezenas” de roubos nos últimos meses – algo inédito no país.

    A empresa de gestão de risco logístico Overhaul estima que os roubos de carga de alimentos e bebidas cresceram 41% em um ano, sendo lideradas pelo café e bebidas energéticas. Um caminhão com 20 toneladas de café tem carga estimada em mais de US$ 180 mil – ou cerca de R$ 1 milhão.

    Os EUA são líderes mundiais no consumo de café, mas a produção local praticamente não existe. Por isso, precisam importar quase 100% de tudo o que enche as xícaras e canecas.

    O processo é quase sempre o mesmo: um navio vem dos grandes produtores – como Brasil, Colômbia ou Vietnã, descarrega em um porto e, então, caminhões levam os grãos a todo o país. É aí que ocorrem os roubos.

    Esse fenômeno parece ter ganhado ainda mais força com a disparada dos preços em meio ao tarifaço de Donald Trump. A guerra comercial torna a carga ainda mais valiosa – um verdadeiro ouro negro em grãos.

    Dados do Departamento de Estatísticas dos EUA mostram que o preço médio do café torrado e moído no varejo atingiu o recorde de US$ 8,872 a libra (453,6 gramas) em agosto.

    Só no mês passado, o preço médio subiu 5,4% na comparação com julho. Em 12 meses, a disparada alcança 40,6%.

    Com esse pano de fundo, a Associação Nacional do Café enviou na semana passada a cartilha “Combatendo a fraude e o roubo de café” aos quase 300 associados – que vão desde gigantes como Nestlé e Starbucks a pequenos torrefadores.

    O documento de oito páginas tem dicas de várias naturezas. Entre as recomendações, estão protocolos para escolher empresas lícitas e que ofereçam ferramentas de segurança, como frota monitorada por satélite.

    A NCA também sugere fortemente que “em nenhuma circunstância as cargas deverão ser desviadas” do caminho programado entre o vendedor e comprador. Indica ainda o uso de “lacres mais espessos, embora mais caros, são mais difíceis de violar ou romper e podem diminuir a atratividade” da carga.

    “Não espere que o desastre aconteça. Tome medidas agora, reavaliando seus contratos, revisando seu seguro e mantendo-se vigilante”, resume Sean McLain, o executivo que ficou famoso pelo roubo da carga.

    CNN

  • PF prende o ‘Careca do INSS’ em operação contra fraudes em aposentadorias

    PF prende o ‘Careca do INSS’ em operação contra fraudes em aposentadorias

    A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, suspeitos de envolvimento nas fraudes do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Na operação, foram apreendidas esculturas eróticas, quadros, arma e carros de luxo.

    Uma investigação da PF revelou um amplo esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do INSS. Antunes é o lobista apontado pela PF como “facilitador” do caso.

    A PF afirma que associações e entidades que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.

    O prejuízo, entre os anos de 2019 e 2024, pode chegar a R$ 6,3 bilhões. Em abril, quando a fraude veio à tona, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido.

    Antunes foi levado para a Superintendência do Distrito Federal. Neste momento, os agentes também fizeram buscas na casa dele. Segundo as investigações, ele transferiu R$ 9,3 milhões para pessoas relacionadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.

    Por telefone, a defesa de Antunes afirmou à TV Globo que vai buscar a liberdade do seu cliente.

    Camisotti, que foi preso em São Paulo, é apontado como sócio oculto de uma entidade e beneficiário das fraudes na Previdência. A defesa do empresário disse não haver “qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS”. (Leia a íntegra ao final desta reportagem.)

    Os agentes também foram na casa e no escritório do advogado Nelson Wilians, na cidade de São Paulo, onde encontraram diversas obras de arte.

    Em nota, a defesa dele esclareceu que ele “tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência”. (Leia a íntegra ao final desta reportagem.)

    No total, são cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo ministro do STF André Mendonça.

    Diversos carros de luxo foram apreendidos, incluindo Ferrari, Land Rover, Porsche, Mercedes e até um carro de Fórmula 1.

    Ferrari apreendida no Distrito Federal na operação contra fraude no INSS — Foto: Reprodução/TV Globo
    Ferrari apreendida no Distrito Federal na operação contra fraude no INSS — Foto: Reprodução/TV Globo
    Carro apreendido no Distrito Federal em operação contra fraude no INSS — Foto: Reprodução/TV Globo
    Carro apreendido no Distrito Federal em operação contra fraude no INSS — Foto: Reprodução/TV Globo

    Como funcionava o esquema

    De acordo com a PF, dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para facilitar a inserção dos descontos nos contracheques dos aposentados, enquanto associações de fachada viabilizavam o desvio.

    A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.

    O que dizem as defesas

    ➡️ Leia abaixo a íntegra da nota enviada pela defesa de Maurício Camisotti:

    “A defesa do empresário Maurício Camisotti afirma que não há qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS.

    Os advogados chamam a atenção para a arbitrariedade cometida durante a ação policial: Camisotti teve seu celular retirado das mãos no exato momento em que falava com seu advogado. Tal conduta afronta garantias constitucionais básicas e equivale a constranger um investigado a falar ou produzir prova contra si próprio.

  • Goiânia é destaque nacional como a 1ª capital a implantar metronização no transporte coletivo

    Goiânia é destaque nacional como a 1ª capital a implantar metronização no transporte coletivo

    A inovação no transporte coletivo coloca Goiânia em destaque nacional. O jornal O Estado de São Paulo traz na edição desta quarta-feira (10/9) matéria que mostra que a capital goiana é a primeira do país a adotar o conceito de metronização, tecnologia que garante mais fluidez às viagens de ônibus ao abrir semáforos e dar prioridade ao transporte público.

    Como mostra a publicação, a medida já reduziu em 30% o tempo das viagens nos corredores do BRT, o que significa maior conforto e qualidade para os usuários. A tecnologia, inédita no Brasil, utiliza inteligência artificial, comunicação em tempo real e um sistema integrado de semáforos, que assegura o trânsito livre dos ônibus em 90% do percurso.

    “Estamos transformando o transporte coletivo de Goiânia em um sistema com mais fluidez, conforto e eficiência. A velocidade dos ônibus aumentou em alguns trechos, e o passageiro já sente essa diferença no dia a dia”, destaca o prefeito Sandro Mabel.

    De acordo com o secretário municipal de Engenharia de Trânsito, Francisco Tarcisio Ribeiro de Abreu, entrevistado pelo jornal, o modelo aplicado transforma os corredores em um verdadeiro “metrô sobre rodas”. “O objetivo é aumentar a velocidade operacional dos ônibus, reduzir atrasos e tornar o transporte coletivo mais eficiente e atrativo para a população”, explicou.

    Nos trechos onde o conceito já foi aplicado, veículos que antes paravam cinco ou seis vezes a cada dez cruzamentos completam percursos inteiros com, no máximo, uma parada, tornando o transporte mais ágil e previsível. Com a metronização, já implantada do Terminal Novo Mundo até a Praça da Bíblia e do Terminal Isidória até a Praça Cívica, a velocidade média dos ônibus saltou de 15 km/h para 22 km/h, com meta de chegar a 25 km/h.

    O próximo trecho que receberá essa tecnologia será o de 6 km entre os terminais Praça da Bíblia e Praça A, com previsão de começar a funcionar até o final do segundo semestre. A expectativa da gestão é implantar o sistema em 200 quilômetros de corredores em até quatro anos.

     

    Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) – Prefeitura de Goiânia

  • CNJ proíbe exigência de certidões negativas de débitos para registros públicos de imóveis

    CNJ proíbe exigência de certidões negativas de débitos para registros públicos de imóveis

    O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reafirmou que cartórios e tribunais em todo o país não podem exigir certidões negativas de débito — como a CND (Certidão Negativa de Débitos) ou a CPEN (Certidão Positiva com Efeito de Negativa) — como condição para registrar ou averbar escrituras de compra e venda de imóveis.

    A decisão foi tomada pelo Plenário do CNJ no julgamento do Procedimento de Controle Administrativo nº 0001611-12.2023.2.00.0000, relatado pelo conselheiro Marcello Terto. O pedido, analisado na 10ª Sessão Virtual de 2025, buscava autorização para exigir essas certidões como parte do processo de registro.

    Segundo Terto, essa exigência configura uma forma indireta de cobrança de tributos, o que contraria precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do próprio CNJ. O Supremo já decidiu que condicionar o registro é ilegal, por representar um “impedimento político” e uma cobrança indevida.

    Apesar disso, o conselheiro esclareceu que os cartórios podem solicitar certidões fiscais com o objetivo de informar a situação do vendedor no registro — desde que isso não impeça a realização do ato.

    “É importante para a segurança do negócio que o comprador conheça a situação fiscal de quem vende. Positiva ou negativa, essa informação deve estar disponível. O que não se pode é condicionar o registro à inexistência de débitos”, explicou. Nesse sentido, qualquer norma estadual ou municipal que tente impor essa exigência é considerada inválida. Fonte: CNJ

  • Sete goianos aparecem na lista de bilionários da Forbes Brasil

    Sete goianos aparecem na lista de bilionários da Forbes Brasil

    A revista Forbes Brasil divulgou, em agosto, a lista atualizada de bilionários do país e apontou a presença de sete goianos entre os 300 nomes citados. Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, seguem como os mais ricos do estado, mas perderam uma posição no ranking nacional em relação ao ano passado.

    Goianos mais ricos segundo a Forbes Brasil 2025

    • 1º entre goianos (17º no Brasil) – Joesley e Wesley Batista (R$ 25 bilhões)
    • 2º (81º no Brasil) – João Alves de Queiroz Filho (R$ 5,7 bilhões)
    • 3º (110º no Brasil) – Ítalo Nogueira Alves de Melo (R$ 3,6 bilhões)
    • 4º (160º no Brasil) – Marcelo Henrique Limirio Gonçalves (R$ 2,3 bilhões)
    • 5º (208º no Brasil) – José Costa (R$ 1,7 bilhão)
    • 6º (272º no Brasil) – Otávio Lage de Siqueira Filho (R$ 1 bilhão)

    Irmãos Batista

    Com fortuna estimada em R$ 25 bilhões, os irmãos Joesley e Wesley Batista aparecem em 17º lugar no ranking nacional, uma posição abaixo da lista de 2024. Embora tenham ampliado o patrimônio — que era de R$ 22,95 bilhões no ano passado —, caíram uma colocação devido à reorganização do ranking.
    A Forbes lembra que eles são filhos de José Batista Sobrinho, o “Zé Mineiro”, que iniciou os negócios em um açougue em Goiás. Hoje, a JBS é a maior empresa de proteína animal do mundo.

    João Alves de Queiroz Filho

    Controlador da Hypera Pharma, João Alves de Queiroz Filho manteve o segundo lugar entre os goianos, mas caiu do 69º para o 81º lugar nacional. Sua fortuna é avaliada em R$ 5,7 bilhões. A Forbes destaca que os negócios começaram com a distribuidora Sal Cometa, fundada em 1969. Atualmente, a Hypera é dona de marcas como Merthiolate, Episol e Zero-Cal.

    Ítalo Nogueira Alves de Melo

    Na terceira posição entre os goianos, com R$ 3,6 bilhões, aparece o empresário Ítalo Nogueira Alves de Melo, dono do Laboratório Teuto, sediado em Anápolis. Ele ocupa a 110ª posição nacional, mesma colocação do ano passado, mas agora divide o posto com outros seis bilionários.

    Marcelo Henrique Limirio Gonçalves

    Ex-proprietário do laboratório Neo Química, vendido em 2009 para a Hypera Pharma, Marcelo Henrique Limirio Gonçalves figura no 160º lugar nacional, com R$ 2,3 bilhões. Atualmente, lidera o grupo MCLG, que atua no agronegócio, no mercado imobiliário e em investimentos, como a compra do Hotel Nacional, no Rio de Janeiro.

    José Costa

    Com R$ 1,7 bilhão, José Costa aparece em 208º lugar na lista. Dono do grupo JC Distribuição, fundado em 1964 em Ceres, ele começou como ajudante de depósito em 1982 e, anos depois, assumiu a administração da empresa, atualmente sediada em Goiânia.

    Otávio Lage de Siqueira Filho

    No 272º lugar nacional, com R$ 1 bilhão, está Otávio Lage de Siqueira Filho. Sua família é a principal acionista da Jalles Machado, produtora de açúcar e etanol fundada em 1980, em Goianésia, na região central de Goiás.

    Expansão do ranking

    Segundo a Forbes, a lista brasileira cresceu de 240 para 300 bilionários em 2025. A valorização das ações em diversos setores da economia permitiu o retorno de 40 nomes e a entrada de outros 28 novos empresários.

    Jornal Opção

  • Quase 500 imigrantes são presos em fábrica da Hyundai nos EUA

    Quase 500 imigrantes são presos em fábrica da Hyundai nos EUA

    Centenas de imigrantes sem documentos foram detidos durante uma ampla operação de imigração em uma instalação industrial da Hyundai na Geórgia na quinta-feira (4), marcando o que parece ser uma das maiores operações do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) em um único local nos 22 anos de história da agência.

    Quase 500 pessoas foram detidas quando várias agências policiais chegaram ao local da Hyundai Metaplant em Ellabell, cerca de 40 quilômetros a oeste de Savannah, informaram as autoridades, no mais recente exemplo da repressão à imigração em locais de trabalho em todo o país pela administração Trump.

    Segundo as autoridades, todas as 475 pessoas detidas estavam nos EUA ilegalmente, algumas tendo ultrapassado a validade de seus vistos.

    No mesmo dia, a centenas de quilômetros de distância, no norte do estado de Nova York, dezenas de trabalhadores de uma fábrica familiar que produz barras nutricionais também foram detidos durante uma operação do ICE, disseram as autoridades, provocando a ira da governadora Kathy Hochul.

    As operações ocorrem enquanto líderes de Chicago se preparam para uma possível mobilização da Guarda Nacional em conjunto com uma esperada operação de fiscalização de imigração na cidade.

    No local da Geórgia, agentes mascarados e armados davam ordens aos trabalhadores da construção que usavam capacetes e coletes de segurança enquanto eles se alinhavam durante a operação na instalação, mostrou um vídeo obtido pela CNN.

    O ICE e as Investigações de Segurança Interna foram acompanhados pela Patrulha Estadual da Geórgia, FBI, DEA, ATF e outras agências na execução de um mandado de busca como parte de uma investigação criminal em andamento sobre “alegações de práticas trabalhistas ilegais e outros crimes federais graves”, disse o Departamento de Segurança Interna em um comunicado.

    “Juntos, estamos enviando uma mensagem clara e inequívoca: aqueles que exploram nossa força de trabalho, prejudicam nossa economia e violam as leis federais serão responsabilizados”, acrescentou.

    A Hyundai está cooperando com as autoridades policiais e está “comprometida em cumprir todas as regulamentações trabalhistas e de imigração”, disse o porta-voz Michael Stewart.

    Dezenas de detidos em operação em Nova York

    Em Nova York, na manhã de quinta-feira (4), agentes federais chegaram à fábrica Nutrition Bar Confectioners em Cato e questionaram “praticamente toda a força de trabalho”, de acordo com o Rural & Migrant Ministry, cujos funcionários testemunharam a operação.

    O grupo postou um vídeo em sua página no Facebook mostrando agentes da lei conduzindo pessoas para uma van identificada como “Patrulha de Fronteira”. Durante a operação, os trabalhadores foram levados para a área da cozinha da fábrica e “interrogados um por um ao longo de muitas horas”, disse o grupo na postagem.

    O grupo estima que “mais de 70 funcionários” foram questionados e “quase todos” foram então presos e levados para o Centro de Detenção de Oswego nas proximidades. Um porta-voz do grupo disse à CNN que ainda estão aguardando informações das autoridades sobre exatamente quantos foram detidos.

    “Estou indignada com as operações do ICE desta manhã em Cato e Fulton, onde mais de 40 adultos foram apreendidos — incluindo pais de pelo menos uma dúzia de crianças que corriam o risco de voltar da escola para uma casa vazia”, disse Hochul em um comunicado.

    Hochul disse que tais operações “não tornarão Nova York mais segura” e “destruirão famílias trabalhadoras que estão simplesmente tentando construir uma vida aqui.”

    O ICE confirmou à afiliada da CNN, WSTM, que realizou uma “ação de fiscalização autorizada judicialmente” em Cato. Funcionários disseram à WSTM que cerca de 60 trabalhadores foram detidos. A CNN entrou em contato com a agência para obter mais detalhes.

    Mark Schmidt, proprietário da Nutrition Bar Confectioners, disse ao New York Times que todos os seus trabalhadores tinham documentação legal para trabalhar nos EUA. “Fizemos tudo o que podíamos para verificar as pessoas que contratamos”, disse ele.

    Schmidt descreveu a operação do ICE como “exagerada”. Seu filho Lenny Schmidt, vice-presidente da empresa, disse ao Times que a cena era “quase teatral”, descrevendo cães policiais e veículos todo-terreno envolvidos na operação.

    “Isso poderia ter sido tratado de forma muito mais humana e decente”, disse ele. “Este tipo de operação, você sente como se fosse uma apreensão de drogas ou uma situação de tráfico humano.”

    CNN

  • Teto para Pix? Saiba para quem vale novo limite anunciado pelo BC

    Teto para Pix? Saiba para quem vale novo limite anunciado pelo BC

    Banco Central anunciou novas medidas de reforço à segurança do Sistema Financeiro Nacional nesta sexta-feira (5) em relação ao PIX. As medidas valem apenas para  algumas instituições com o intuito de evitar lavagem de dinheiro pelo crime organizado.

    De acordo com a autoridade, a decisão foi tomada à luz do envolvimento do crime organizado nos recentes ataques a instituições financeiras e de pagamentos. Confira o que mudou.
    Limite para TED e Pix

    Às instituições de pagamento não autorizadas no sistema que se conectam a ele por meio dos chamados PSTI — Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação, que são empresas autorizada pelo BC a prestar serviços de processamento de dados — foi definido um limite de R$ 15 mil para transferências via TED e Pix.

    Segundo a autoridade monetária, a limitação poderá ser removida caso a instituição e o respectivo PSTI atendam aos novos processos de segurança do governo.

    O prazo de adoção são três meses: caso o interessado atestar a adoção destes controles antes disso, poderá ser dispensado da limitação.

    A medida entra em vigor a partir desta sexta.

    Falando neles, o Banco Central também aumentou os requisitos e controles para o credenciamento destes prestadores de serviço.

    Segundo o comunicado, o capital mínimo destas empresas deverá ser de R$ 15 milhões. Os requerimentos de governança e gestão de risco também foram ampliados.

    O descumprimento das regras levará à aplicação de medidas cautelares ou descredenciamento do SFN.

    Os PSTI têm quatro meses para se adequarem à regra, que também entra em vigor imediatamente.

    Além disso, nenhuma instituição de pagamento poderá operar sem prévia autorização do BC.

    Anteriormente, o prazo para que estas instituições solicitassem autorização para funcionar pelo BC era dezembro de 2029 — agora, este prazo foi antecipado para maio de 2026.

    Controles adicionais

    Somente integrantes do segmento S1, S2, S3 e S4 (que não sejam cooperativas de crédito) poderão atuar como responsáveis pelo Pix de instituições de pagamento não autorizadas.

    • S1: bancos com porte maior ou igual a 10% do PIB ou com atividade internacional relevante. Bradesco, Banco do Brasil, BTG, Caixa, Itaú e Santander entram aqui;
    • S2: instituições e conglomerados com porte de 1% a 10% do PIB. XP, Citibank, Banrisul, Safra, BNDES, Votorantim são exemplos da categoria;
    • S3: instituições e conglomerados com porte de 0,1% a 1% do PIB; Banco Master, Nubank, Inter e C6 Bank entram aqui, por exemplo;
    • S4: instituições e conglomerados com porte inferior a 0,1% do PIB. É a segmentação com a maior lista de cooperativas de crédito, que não são válidas para a regra do BC.

    Os contratos vigentes deverão ser adequados em até 180 dias.

    Certificação obrigatória

    Por fim, o Banco Central poderá pedir uma certificação técnica ou avaliação emitida por uma empresa qualificada independente que ateste o cumprimento das normas da autoridade monetária.

    A vigência da medida também é imediata.

  • Lula organiza reunião virtual do Brics para propor reforma da OMC

    Lula organiza reunião virtual do Brics para propor reforma da OMC

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta organizar um encontro virtual de líderes do Brics, ainda em setembro, como reação ao tarifaço de Donald Trump e para discutir uma reforma da OMC (Organização Mundial do Comércio).

    O governo brasileiro trabalha para que a reunião ocorra na próxima semana, mas ainda depende da agenda dos demais chefes de Estado. A intenção é ter o maior número possível de líderes do grupo, incluindo Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia), Cyril Ramaphosa (África) e Vladimir Putin (Rússia). A ideia é que os integrantes mais recentes – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia, Irã – também participem.
    Nas últimas semanas, Lula já teve uma rodada de conversas telefônicas individualmente com presidentes e primeiros-ministros como Xi, Modi e Putin, além do francês Emmanuel Macron e da mexicana Claudia Scheinbaum.

    As conversas têm girado em torno de questões como a defesa do multilateralismo, da intensificação de parcerias comerciais e da diversificação de mercados.

    O Brics tem evitado declarações de enfrentamento direto aos Estados Unidos e a Trump, inclusive para não transmitir à Casa Branca uma mensagem de antiamericanismo, embora a cúpula do Rio de Janeiro realizada em julho tenha condenado a adoção unilateral de medidas protecionistas.

    Na semana passada, em um evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o chanceler Mauro Vieira disse que o governo Lula tem buscado colocar em pauta uma reformulação da OMC.

    Segundo ele, nesses contatos, surgiram “crescentes preocupações […] com o processo de deterioração do sistema multilateral de comércio” e com “negociações bilaterais assimétricas vulneráveis a pressões dos mais fortes”.

    “O Brasil pretende desse modo dar início a discussões sobre uma reforma estrutural da OMC, uma verdadeira refundação do organismo, sobre bases mais modernas e flexíveis”.

    Desde o primeiro governo Trump, em um impasse que atravessou toda a gestão Joe Biden e continua intacta, o órgão de solução de controvérsias da OMC está paralisado diante da falta de indicações dos Estados Unidos para compor o tribunal de apelações (uma segunda instância em casos de disputas entre países).

    O governo Lula tem buscado acelerar negociações com outros parceiros. Em agosto, foi anunciada a retomada das negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e Canadá. O vice-presidente Geraldo Alckmin foi ao México, na tentativa de estreitar laços econômicos e aprofundar o acordo comercial em vigência com o Brasil, e irá para a Índia em breve com o mesmo objetivo.

    CNN

  • Após operação, Alcolumbre coloca devedor contumaz para votação no Senado

    Após operação, Alcolumbre coloca devedor contumaz para votação no Senado

    O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pautou para terça-feira (2) a votação em plenário do projeto de lei que tipifica devedores contumazes de impostos, punindo quem descumpre reiteradamente obrigações tributárias.

    A decisão de Alcolumbre vem na esteira da Operação Carbono Oculto, que revelou um esquema bilionário do crime organizado no mercado de combustíveis, envolvendo postos de gasolina e fintechs.

    Na última tentativa de aprovar o projeto, no fim do ano passado, houve desarticulação e defensores do texto reclamaram da falta de empenho do governo.

    Após a megaoperação da quinta-feira (28), que apontou envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital), o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda se mobilizaram para a votação do PL do Devedor Contumaz.

    “A megaoperação contra as redes de combustíveis e fintechs do crime organizado coloca na ordem do dia o projeto de lei contra devedor contumaz, para identificar e punir empresas criadas deliberadamente para sonegar a Receita e servir à ocultação e lavagem de dinheiro”, disse a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em publicação nas redes sociais.

    “O objetivo é combater o crime e seus esquemas financeiros. O projeto está no Senado, vamos pedir a nossa liderança que solicite a urgência para votação!”, acrescentou Gleisi.

    O projeto prevê a criação de critérios objetivos para diferenciar o devedor contumaz do inadimplente comum. A ideia é impedir que empresas que enfrentam dificuldades pontuais sejam confundidas com aquelas que estruturam sua atividade de forma permanente para nunca pagar impostos.

    O foco está em companhias reincidentes, muitas vezes em nome de laranjas ou sem patrimônio real, que acumulam dívidas bilionárias e distorcem a concorrência.

    O texto atual tem “maioria ampla e sólida” para aprovação, disse à CNN o relator do projeto, Efraim Filho (PB), líder do União Brasil no Senado.

    Estimativas da Receita Federal apontam que cerca de 1.200 CNPJs concentram R$ 200 bilhões em dívidas nessa situação.

    A intenção, segundo Efraim e técnicos do Ministério da Fazenda, não é recuperar valores já perdidos, mas quebrar o ciclo de sonegação que alimenta o crime organizado e esvazia a arrecadação formal.

    A versão final do texto de Efraim aproveitou sugestões da Fazenda, ampliando o alcance das penalidades e reforçando instrumentos de controle, como a possibilidade de restringir benefícios fiscais e barrar a reabertura de empresas de fachada.

    CNN

  • Em comunicado, mineradora Anglo American se manifesta sobre venda de plantas em Goiás para chineses

    Em comunicado, mineradora Anglo American se manifesta sobre venda de plantas em Goiás para chineses

    A Anglo American anunciou, em maio de 2024, uma reestruturação estratégica para concentrar suas atividades em cobre, minério de ferro premium e fertilizantes. Como parte do plano, a mineradora decidiu se desfazer dos ativos de níquel no Brasil, incluindo as unidades de Barro Alto e Codemin, em Goiás, além dos projetos Jacaré (PA) e Morro Sem Boné (MT). Veja nota completa ao fim da matéria.

    Segundo a empresa, o processo de venda foi competitivo, com propostas de diversas companhias globais. A escolha pela MMG ocorreu pelo valor maior oferecido em dinheiro, condições mais realistas de pagamento, estrutura corporativa sólida e histórico de investimentos sustentáveis em mineração.

    A MMG, listada em bolsa e avaliada em cerca de US$ 4,7 bilhões, foi considerada pela Anglo American como a compradora mais capaz de manter e expandir as operações no Brasil, garantindo benefícios para empregados, fornecedores, comunidades locais e para a economia brasileira.

    Com a transação, a Anglo American reforça sua estratégia global de concentrar investimentos em ativos considerados de classe mundial, deixando gradualmente os negócios de níquel, carvão metalúrgico e diamantes (De Beers).

    Barro Alto

    Barro Alto, município localizado no norte goiano, no Vale do São Patrício, entrou no centro de uma disputa internacional envolvendo grandes grupos da mineração. Com cerca de 11 mil habitantes e uma renda mensal estimada em R$ 10 milhões, a cidade é considerada estratégica devido à riqueza em níquel e bauxita, minerais que movimentam a economia local e atraem investidores de diversas partes do mundo.

    A polêmica ganhou força após a mineradora sul-africana Anglo American anunciar a venda de suas quatro plantas de extração de níquel no Brasil, entre elas a de Barro Alto. O negócio foi fechado com a chinesa MMG, gigante do setor que tem expandido sua presença em países da América Latina e da África. O acordo reforça o interesse da China em ampliar o controle sobre insumos estratégicos para a indústria global.

    Entretanto, a negociação não passou despercebida por concorrentes. A holandesa Corex Holding denunciou que teria oferecido mais que o dobro do valor pago pela MMG para adquirir as plantas de níquel da Anglo American. Mesmo com uma proposta considerada mais vantajosa, a empresa europeia afirma ter sido preterida, levantando suspeitas de favorecimento na operação.

    A denúncia trouxe à tona discussões sobre o crescente poder da China no mercado internacional de ferro-níquel, matéria-prima essencial para a produção de aço inoxidável e baterias. Para especialistas, o episódio evidencia como a disputa por minerais estratégicos vai além da economia local, inserindo cidades como Barro Alto em um tabuleiro geopolítico global.

    Enquanto isso, a população do município acompanha com expectativa os desdobramentos. Apesar da movimentação bilionária, comerciantes e moradores relatam que a riqueza da mineração pouco circula na cidade, refletindo um cenário de dependência econômica e desafios sociais que persistem. A definição do futuro das plantas de níquel em Barro Alto, portanto, terá impactos que vão muito além das fronteiras do município.

    Nota da mineradora

    Em maio de 2024, a Anglo American anunciou uma ampla transformação estratégica para concentrar seu foco em ativos de classe mundial nas áreas de cobre, minério de ferro premium e fertilizantes. Com isso, a empresa decidiu desinvestir seu portfólio de níquel[1] no Brasil, que inclui duas unidades de produção – Barro Alto e Codemin (localizados em Goiás) – e dois projetos a serem desenvolvidosJacaré e Morro Sem Boné (localizados no Pará e Mato Grosso, respectivamente).

    O processo de venda foi competitivo e recebemos propostas de diversas empresas globais. Após uma análise criteriosa de todas as ofertas recebidas, a decisão de vender para a MMG foi baseada na qualidade geral da proposta, incluindo o valor ofertado em dinheiro, as garantias apresentadas, o histórico operacional e a capacidade de gestão de longo prazo. A MMG é uma empresa de capital aberto, com valor de mercado de aproximadamente US$ 4,7 bilhões e reconhecida como uma operadora segura e responsável, com capacidade financeira e técnica para operar as unidades de produção e desenvolver os projetos.

    A proposta da MMG apresentou:

    • Pagamento inicial significativamente maior;
    • Do valor total da proposta, apenas uma pequena parcela era condicionada ao preço futuro da commodity, sendo a mesma sujeita a condições significativamente mais realistas e alcançáveis;
    • Valores independentes de volumes de produção futura de projetos a serem desenvolvidos;
    • Estrutura corporativa clara e estabelecida, capaz de sustentar o desempenho atual e futuro, oferecendo maior certeza de que os interesses de todas as partes serão preservados;
    • Histórico demonstrado de realizar transações com empresas listadas em bolsa;
    • Histórico demonstrado de manter operações por meio dos ciclos de commodities, com investimentos significativos após as aquisições.

    Todo o processo seguiu as melhores práticas de governança, que levaram a escolher um comprador que possa manter e investir nos ativos de forma sustentável, dando continuidade a um legado positivo construído ao longo dos mais de 40 anos, baseado no diálogo com todas as partes interessadas, e beneficiando empregados, comunidades, fornecedores, clientes, e a economia goiana e brasileira como um todo.


    Nossas operações no Brasil produzem ferroníquel, utilizado na indústria de aço inoxidável, diferente daquele utilizado para baterias. Nossa produção anual de 40.000 toneladas representa cerca de 15% da produção global de ferroníquel e menos de 1% da produção total de níquel no mundo. As reservas combinadas e os recursos minerais potenciais dos ativos operacionais e dos projetos a serem desenvolvidos representam menos de 1% das reservas e recursos minerais de níquel conhecidos globalmente.

    Jornal Opção