Categoria: Mundo

  • EUA: Café sobe 40%, roubo de cargas cresce e setor ganha guia anti-ladrão

    EUA: Café sobe 40%, roubo de cargas cresce e setor ganha guia anti-ladrão

    Sean McLain é gerente de vendas de uma importadora de café no Colorado, nos Estados Unidos (EUA). Há alguns meses, o executivo ficou famoso na indústria cafeeira americana por ter ido à internet para alertar concorrentes sobre o roubo de cargas.

    “Um caminhão nosso cheio de café foi roubado e quero compartilhar minha história para que você possa aprender com ela e proteger suas operações”, escreveu no site da empresa Desert Sun Coffee, ao detalhar o passo a passo dos ladrões.

    O caso não é isolado.

    Em março, a Associação Nacional do Café (NCA, na sigla em inglês) discutiu os roubos de caminhões na conferência anual do setor em Houston, no Texas. O setor cita “dezenas” de roubos nos últimos meses – algo inédito no país.

    A empresa de gestão de risco logístico Overhaul estima que os roubos de carga de alimentos e bebidas cresceram 41% em um ano, sendo lideradas pelo café e bebidas energéticas. Um caminhão com 20 toneladas de café tem carga estimada em mais de US$ 180 mil – ou cerca de R$ 1 milhão.

    Os EUA são líderes mundiais no consumo de café, mas a produção local praticamente não existe. Por isso, precisam importar quase 100% de tudo o que enche as xícaras e canecas.

    O processo é quase sempre o mesmo: um navio vem dos grandes produtores – como Brasil, Colômbia ou Vietnã, descarrega em um porto e, então, caminhões levam os grãos a todo o país. É aí que ocorrem os roubos.

    Esse fenômeno parece ter ganhado ainda mais força com a disparada dos preços em meio ao tarifaço de Donald Trump. A guerra comercial torna a carga ainda mais valiosa – um verdadeiro ouro negro em grãos.

    Dados do Departamento de Estatísticas dos EUA mostram que o preço médio do café torrado e moído no varejo atingiu o recorde de US$ 8,872 a libra (453,6 gramas) em agosto.

    Só no mês passado, o preço médio subiu 5,4% na comparação com julho. Em 12 meses, a disparada alcança 40,6%.

    Com esse pano de fundo, a Associação Nacional do Café enviou na semana passada a cartilha “Combatendo a fraude e o roubo de café” aos quase 300 associados – que vão desde gigantes como Nestlé e Starbucks a pequenos torrefadores.

    O documento de oito páginas tem dicas de várias naturezas. Entre as recomendações, estão protocolos para escolher empresas lícitas e que ofereçam ferramentas de segurança, como frota monitorada por satélite.

    A NCA também sugere fortemente que “em nenhuma circunstância as cargas deverão ser desviadas” do caminho programado entre o vendedor e comprador. Indica ainda o uso de “lacres mais espessos, embora mais caros, são mais difíceis de violar ou romper e podem diminuir a atratividade” da carga.

    “Não espere que o desastre aconteça. Tome medidas agora, reavaliando seus contratos, revisando seu seguro e mantendo-se vigilante”, resume Sean McLain, o executivo que ficou famoso pelo roubo da carga.

    CNN

  • PF prende o ‘Careca do INSS’ em operação contra fraudes em aposentadorias

    PF prende o ‘Careca do INSS’ em operação contra fraudes em aposentadorias

    A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, suspeitos de envolvimento nas fraudes do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Na operação, foram apreendidas esculturas eróticas, quadros, arma e carros de luxo.

    Uma investigação da PF revelou um amplo esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do INSS. Antunes é o lobista apontado pela PF como “facilitador” do caso.

    A PF afirma que associações e entidades que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.

    O prejuízo, entre os anos de 2019 e 2024, pode chegar a R$ 6,3 bilhões. Em abril, quando a fraude veio à tona, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido.

    Antunes foi levado para a Superintendência do Distrito Federal. Neste momento, os agentes também fizeram buscas na casa dele. Segundo as investigações, ele transferiu R$ 9,3 milhões para pessoas relacionadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.

    Por telefone, a defesa de Antunes afirmou à TV Globo que vai buscar a liberdade do seu cliente.

    Camisotti, que foi preso em São Paulo, é apontado como sócio oculto de uma entidade e beneficiário das fraudes na Previdência. A defesa do empresário disse não haver “qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS”. (Leia a íntegra ao final desta reportagem.)

    Os agentes também foram na casa e no escritório do advogado Nelson Wilians, na cidade de São Paulo, onde encontraram diversas obras de arte.

    Em nota, a defesa dele esclareceu que ele “tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência”. (Leia a íntegra ao final desta reportagem.)

    No total, são cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo ministro do STF André Mendonça.

    Diversos carros de luxo foram apreendidos, incluindo Ferrari, Land Rover, Porsche, Mercedes e até um carro de Fórmula 1.

    Ferrari apreendida no Distrito Federal na operação contra fraude no INSS — Foto: Reprodução/TV Globo
    Ferrari apreendida no Distrito Federal na operação contra fraude no INSS — Foto: Reprodução/TV Globo
    Carro apreendido no Distrito Federal em operação contra fraude no INSS — Foto: Reprodução/TV Globo
    Carro apreendido no Distrito Federal em operação contra fraude no INSS — Foto: Reprodução/TV Globo

    Como funcionava o esquema

    De acordo com a PF, dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para facilitar a inserção dos descontos nos contracheques dos aposentados, enquanto associações de fachada viabilizavam o desvio.

    A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.

    O que dizem as defesas

    ➡️ Leia abaixo a íntegra da nota enviada pela defesa de Maurício Camisotti:

    “A defesa do empresário Maurício Camisotti afirma que não há qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS.

    Os advogados chamam a atenção para a arbitrariedade cometida durante a ação policial: Camisotti teve seu celular retirado das mãos no exato momento em que falava com seu advogado. Tal conduta afronta garantias constitucionais básicas e equivale a constranger um investigado a falar ou produzir prova contra si próprio.

  • Em nova declaração, EUA dizem que condenação de Bolsonaro foi ‘acontecimento sombrio’

    Em nova declaração, EUA dizem que condenação de Bolsonaro foi ‘acontecimento sombrio’

    O subsecretário da Diplomacia Pública dos Estados Unidos (EUA) Darren Beattie, afirmou nesta sexta-feira (12/11) que a decisão pela condenação de Jair Bolsonaro “representa um novo marco fatídico no complexo de censura e perseguição do juiz Moraes, violador de direitos humanos, que tem como alvo Bolsonaro e seus apoiadores”.

    Em sua conta oficial no X, Beattie escreveu que o governo americano está levando “este acontecimento sombrio com a máxima seriedade”.

    Da mesma forma, o vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, afirmou, também no X, que seu país “condena o uso da lei como arma política”.

    “Como advogado, diplomata e amigo do Brasil, me dói ver o ministro Moraes desmantelar o Estado de direito no país e arrastar as relações entre nossas grandes nações para o ponto mais sombrio em dois séculos. Enquanto o Brasil deixar o destino dessa relação nas mãos do ministro Moraes, não vejo saída para esta crise.”

    Na noite de quinta-feira, logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar Bolsonaro e mais sete réus por golpe de Estado, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que o governo dos EUA dará “resposta à altura”.

    Em postagem também no X, Rubio repetiu o presidente americano, Donald Trump, classificando o processo contra Bolsonaro de “caça às bruxas”.

    “As perseguições políticas pelo violador de direitos humanos e alvo de sanções Alexandre de Moraes continuam, enquanto ele e outros no Supremo Tribunal do Brasil decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos darão resposta à altura a essa caça às bruxas”, afirmou Rubio.

    O Itamaraty respondeu à publicação de Rubio dizendo que ameaças “não intimidarão” a democracia brasileira.

    “O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo”, escreveu o Ministério das Relações Exteriores no X.

    “Continuaremos a defender a soberania do País de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem”, continuou a pasta.

    “Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, concluiu o Itamaraty, em sua manifestação.

    Pouco antes, Donald Trump havia comentado o resultado do julgamento no Brasil ao ser perguntado por um repórter quando embarcava no helicóptero presidencial no jardim da Casa Branca.

    O líder americano afirmou conhecer bem Bolsonaro, disse que o resultado do julgamento é “surpreendente” e comparou o caso à situação pela qual ele próprio passou após os tumultos do 6 de Janeiro de 2021 em Washington, D.C.

    “Como líder estrangeiro, acho que ele foi um bom presidente. É muito surpreendente que isso possa acontecer”, disse.

    “É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum”, seguiu.

    Trump já havia criticado duramente o Brasil e o governo Lula por causa do suposto tratamento injusto dado a seu aliado Bolsonaro.

    Em julho, ele determinou tarifas de 50% para produtos brasileiros exportados aos EUA, além sanções contra o Alexandre de Moraes, juiz relator do caso, e a revogação de vistos para a maioria dos membros do Supremo.

    “Bem, não sei… estamos falando de coisas que nos deixam muito desapontados com o Brasil. Aplicamos tarifas muito altas por causa do que eles estão fazendo, algo muito lamentável”, afirmou Trump na semana passada.

    “Temos uma ótima relação com o povo do Brasil, mas o governo mudou radicalmente. Foi para a esquerda de forma muito intensa, muito radical, e isso está prejudicando o país gravemente. As coisas lá estão indo muito mal. Muito, muito mal. Então, vamos ver”, disse, em uma entrevista coletiva.

    Na mesma esteira, o governo dos Estados Unidos também aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele é “tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados”.

    Por isso, novas medidas eram esperadas após a conclusão do julgamento.

    BBC

  • Otan lança operação em resposta à invasão de drones da Rússia na Polônia

    Otan lança operação em resposta à invasão de drones da Rússia na Polônia

    A Otan, a aliança militar ocidental, lançou uma operação para reforçar a defesa do flanco oriental da Europa após drones russos terem invadido o espaço aéreo da Polônia esta semana, anunciou o secretário-geral Mark Rutte nesta sexta-feira (12).

    “A Sentinela Oriental adicionará flexibilidade e força à nossa postura e deixará claro que, como uma aliança defensiva, estamos sempre prontos para defender”, acrescentou.

    Rutte afirmou que a incursão de drones da Rússia na quarta-feira (10) “não foi um incidente isolado” e chamou a ação de “perigosa e inaceitável”.

    “A irresponsabilidade da Rússia no ar, ao longo do nosso flanco leste, está se tornando cada vez mais frequente”, avaliou.

    O general americano Alexus Grynkewich, comandante supremo aliado da Otan na Europa, destacou que a operação será “flexível e ágil” e incluirá “capacidades aprimoradas”, defesas aéreas e terrestres integradas e maior compartilhamento de informações entre os países parceiros.

    Entre os equipamentos dedicados à operação estão dois F-16 e uma fragata antiaérea da Dinamarca, três caças Rafale da França e quatro Eurofighters da Alemanha, de acordo com um comunicado à imprensa da aliança.

    “Embora o foco imediato esteja na Polônia, esta situação transcende as fronteiras de uma nação. O que afeta um aliado afeta a todos nós”, advertiu Grynkewich.

    A iniciativa segue o modelo da operação “Sentinela do Báltico”, lançada no início deste ano em resposta à sabotagem de cabos no Mar Báltico, ainda de acordo com o comandante.

    A operação cobrirá todo o flanco leste dos Estados da Otan, “do extremo norte ao Mar Negro e ao Mediterrâneo”, disse Grynkewich.

    “No flanco leste, ajustaremos e mudaremos constantemente nossa postura de forma a manter o adversário desprevenido, mas também a responder a ameaças específicas à medida que as vemos surgir”, concluiu.

    Incursão de drones “não foi” um erro

    O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, chamou nesta sexta-feira (12) a incursão de drones russos em seu país de “ataque” e disse que a ação não foi um erro.

    “Também gostaríamos que o ataque de drones à Polônia tivesse sido um erro. Mas não foi. E sabemos disso”, comentou Tusk em uma publicação nas redes sociais.

    A Polônia tem informações indicando que a Rússia lançou até 21 drones contra o país na quarta-feira, mas nem todos foram encontrados, afirmou o chefe do Gabinete de Política Internacional da presidência polonesa, Marcin Przydacz, à mídia local.

    É possível que alguns drones tenham cruzado o espaço aéreo de um lado para o outro, disse Przydacz em entrevista à Rádio ZET nesta sexta.

    Ao todo, 16 drones foram encontrados, informou o ministro do Interior polonês na quarta-feira. Os locais onde os destroços foram achados abrangem uma área de centenas de quilômetros quadrados.

    CNN

  • Recursos possíveis e prisão: os próximos passos da condenação de Bolsonaro

    Recursos possíveis e prisão: os próximos passos da condenação de Bolsonaro

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus envolvidos em uma tentativa de golpe de Estado foram condenados pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) na quinta-feira (11).

    As penas de prisão variam de 16 a 27 anos. O ex-presidente, acusado de liderar a organização criminosa armada pelo golpe, pegou a maior pena.

    A exceção é o tenente-coronel Mauro Cid, que foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto como benefício pela delação premiada.

    Além da prisão, os réus foram condenados a dias-multa, perda de mandato parlamentar e perda dos cargos de delegado. No caso de réus militares, o Superior Tribunal Militar será oficiado para avaliar a perda de patente.

    O caso, porém, não está encerrado e Bolsonaro e demais réus não devem ser presos imediatamente. Isso porque ainda cabe recurso da decisão.

    Recursos possíveis

    O STF tem até 60 dias para publicar o acórdão do julgamento, que é um documento com o relatório do caso, os votos e seus fundamentos e o resultado do processo.

    Embora raramente mudem o resultado de um julgamento, eles permitem apontar eventuais contradições, omissões ou obscuridades nos votos dos ministros.

    Na prática, costumam ser rejeitados pelo STF e são frequentemente interpretados como manobras para protelar o fim da ação penal.

    Outra opção, considerada remota, são os embargos infringentes, para o qual a defesa tem o prazo de 15 dias a partir da publicação do acórdão.

    Esse tipo de recurso permitiria um novo julgamento no plenário da Corte, colegiado composto pelos 11 ministros.

    O STF já decidiu em outros casos que esse recurso só é aceito quando há divergência significativa entre os ministros, com pelo menos dois votos favoráveis à absolvição, o que não ocorreu no processo contra Bolsonaro.

    Mas não é uma regra expressa e regimentar, somente uma jurisprudência. Isso significa que os advogados podem tentar esse recurso, mas a chance de ser aceito é muito baixa.

    Conforme mostrou a CNN, a defesa de Jair Bolsonaro estuda ainda recorrer a instâncias internacionais. Advogados avaliam levar o caso a cortes externas, como a Interamericana de Direitos Humanos, sob alegação de violações a garantias fundamentais e ao devido processo legal.

    Quando Bolsonaro será preso?

    No Brasil, as penas só podem ser cumpridas depois que o caso transita em julgado, ou seja, depois que acabam todas as possibilidades de recurso.

    Se os recursos forem rejeitados e as condenações mantidas, Bolsonaro passará para a prisão em regime fechado. O local da prisão do ex-presidente e dos outros réus deve ser definido pelo ministro relator Alexandre de Moraes após o trânsito em julgado.

    As principais opções são a superintendência da PF (no caso de Bolsonaro) ou o Centro Penitenciário da Papuda, ambos em Brasília. Réus militares também podem ser presos no quartel do Exército.

    A defesa de Bolsonaro, porém, deve entrar com pedido de prisão domiciliar alegando a saúde frágil do ex-presidente e a idade avançada.

    CNN

  • Marco Rubio promete ‘resposta à altura’ dos EUA à condenação de Bolsonaro e governo Lula diz que ‘não se intimidará’

    Marco Rubio promete ‘resposta à altura’ dos EUA à condenação de Bolsonaro e governo Lula diz que ‘não se intimidará’

    O secretário de Estado americano, Marco Rubio, comentou a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que o governo dos EUA dará “resposta à altura”.

    Em postagem no X, Rubio repetiu o presidente americano, Donald Trump, classificando o processo contra Bolsonaro de “caça às bruxas”.

    “As perseguições políticas pelo violador de direitos humanos e alvo de sanções Alexandre de Moraes continuam, enquanto ele e outros no Supremo Tribunal do Brasil decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos darão resposta à altura a essa caça às bruxas”, afirmou Rubio.

    O Itamaraty respondeu à publicação de Rubio dizendo que ameaças “não intimidarão” a democracia brasileira.

    “O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo”, escreveu o Ministério das Relações Exteriores no X.

    “Continuaremos a defender a soberania do País de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem”, continuou a pasta.

    “Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, concluiu o Itamaraty, em sua manifestação.

    Anteriormente, Donald Trump havia comentado o resultado do julgamento no Brasil ao ser perguntado por um repórter quando embarcava no helicóptero presidencial no jardim da Casa Branca.

    O líder americano afirmou conhecer bem Bolsonaro, disse que o resultado do julgamento é “surpreendente” e comparou o caso à situação pela qual ele próprio passou após os tumultos do 6 de Janeiro de 2021 em Washington, D.C.

    “Como líder estrangeiro, acho que ele foi um bom presidente. É muito surpreendente que isso possa acontecer”, disse.

    “É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum”, seguiu.

    Trump já havia criticado duramente o Brasil e o governo Lula por causa do suposto tratamento injusto dado a seu aliado Bolsonaro.

    Em julho, ele determinou tarifas de 50% para produtos brasileiros exportados aos EUA, além sanções contra o Alexandre de Moraes, juiz relator do caso, e a revogação de vistos para a maioria dos membros do Supremo.

    “Bem, não sei… estamos falando de coisas que nos deixam muito desapontados com o Brasil. Aplicamos tarifas muito altas por causa do que eles estão fazendo, algo muito lamentável”, afirmou Trump na semana passada.

    Temos uma ótima relação com o povo do Brasil, mas o governo mudou radicalmente. Foi para a esquerda de forma muito intensa, muito radical, e isso está prejudicando o país gravemente. As coisas lá estão indo muito mal. Muito, muito mal. Então, vamos ver”, disse, em uma entrevista coletiva.

    Na mesma esteira, o governo dos Estados Unidos também aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moares, afirmando que ele é “tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados”.

    Por isso, novas medidas eram esperadas após a conclusão do julgamento.

    BCC

  • Netanyahu manda Catar expulsar Hamas: “Se não fizer, nós o faremos”

    Netanyahu manda Catar expulsar Hamas: “Se não fizer, nós o faremos”

    Na quarta-feira (10), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou o Catar para expulsar autoridades do grupo palestino Hamas — que ele descreveu como “terroristas” — ou “levá-las à justiça. Porque se não o fizerem, nós o faremos”.

    Netanyahu acusou o Catar de fornecer refúgio e financiamento ao Hamas, recebendo uma dura repreensão de Doha, que reagiu em uma declaração contundente na manhã desta quinta-feira (11), descrevendo suas declarações sobre o fato de o país do Golfo ter sediado um escritório do Hamas como “imprudentes”.

    Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Catar condenou o que descreveu como “ameaças explícitas de Netanyahu de futuras violações da soberania estatal”.

    A acalorada discussão ocorreu mais de um dia depois de Israel tentar matar líderes políticos do Hamas em um ataque aéreo ao Catar na terça-feira (9), intensificando sua campanha militar no Oriente Médio e provocando uma onda de condenações internacionais.

    O Catar, juntamente com o Egito, tem mediado as negociações de paz entre o Hamas e Israel.

    O país alertou que o ataque israelense a Doha ameaçava inviabilizar essas negociações.

    CNN

  • Bolsonaro é condenado por maioria no STF

    Bolsonaro é condenado por maioria no STF

    No STF,  ministra Cármen Lúcia afirmou que vota pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por todos os crimes imputados a ele pela PGR.

    “Tenho por comprovado pela Procuradoria Geral da República que Jair Messias Bolsonaro praticou os crimes que são imputados a ele na condição de líder da organização criminosa”, disse Cármen Lúcia.

    Com isso, a Primeira Turma do STF forma maioria para condenar Bolsonaro pelos crimes de liderar organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano contra patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado.

    Envolvidos deixaram “rastros” ao tentar “se mostrar mais do que ser”

    Após uma intervenção do ministro Flávio Dino, Cármen Lúcia afirmou que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e nos demais episódios da trama golpista deixaram “rastros” de suas ações ao tentar “se mostrar mais do que ser”.

    “Nós estamos em uma sociedade que as pessoas querem tanto se mostrar mais do que ser, que elas querem mostrar que elas participaram, que elas fazem, que elas dão o golpe… e aí elas vão deixando rastros”, disse. “Elas fotografam, como se fotografa a comida do dia a dia.”

    O comentário foi feito após Flávio Dino dizer que a tentativa de golpe após as eleições de 2022 deixou mais provas e documentação do que o golpe militar de 1964.

    A ministra Cármen Lúcia afirmou que a Procuradoria-Geral da República comprovou que houve uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado.

    “Portanto, senhores ministros, em meu voto ao tratar da organização criminosa, concluo pela sua comprovação conforme a PGR denunciou e comprovou”, disse Cármen Lúcia.

    Anteriormente, a ministra afirmou que “a Procuradoria afirmou exatamente, e acho que já antecipo que, pra mim, fez prova cabal, de que um grupo liderado por Jair Messias Bolsonaro, composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e minar o livre exercício dos demais poderes constitucionais”,

    Com o voto já declarado pela ministra, o STF tem maioria pela condenação do ex-presidente Bolsonaro pelo crime de organização criminosa.

    BBC

  • STF retoma julgamento de Bolsonaro com expectativa de voto de Cármen Lúcia

    STF retoma julgamento de Bolsonaro com expectativa de voto de Cármen Lúcia

    Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) retoma nesta quinta-feira (11) o julgamento dos acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 — processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O primeiro voto do dia será da ministra Cármen Lúcia e sua posição é aguardada com expectativa por poder definir se haverá maioria para condenação dos réus ou se o placar ficará empatado.

     

    Até agora, o relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino votaram pela condenação integral dos réus, sustentando que todos devem ser responsabilizados pelos crimes apontados pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Dino, no entanto, propôs penas menores para Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Paulo Sérgio Nogueira.

    Em sentido oposto, o ministro Luiz Fux abriu divergência ao absolver integralmente seis dos oito integrantes do núcleo considerado central para o plano de golpe pela PGR. Ele manteve a condenação apenas do tenente-coronel Mauro Cid e do ex-ministro Walter Braga Netto por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. No momento, apenas Cid e Braga Netto têm maioria formada para condenação por ao menos um crime.

    A sessão desta quinta, prevista inicialmente para a manhã, foi remarcada pelo presidente do colegiado, Cristiano Zanin, após o extenso voto de Fux, que durou quase 14 horas e terminou no fim da noite de quarta-feira (10).

    Restam agora apenas Cármen Lúcia e o próprio Zanin para concluir a análise das questões preliminares e do mérito das acusações. Se houver maioria para condenação após os votos restantes, a Primeira Turma passará à fase de dosimetria, definindo as penas dos condenados.

    Restam agora apenas Cármen Lúcia e o próprio Zanin para concluir a análise das questões preliminares e do mérito das acusações. Se houver maioria para condenação após os votos restantes, a Primeira Turma passará à fase de dosimetria, definindo as penas dos condenados.

    Quem são os réus?

    • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
    • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
    • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
    • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
    • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
    • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
    • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
    • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.

    Por quais crimes os réus foram denunciados?

    Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles:

    • Organização criminosa armada;
    • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
    • Golpe de Estado;
    • Dano qualificado pela violência e ameaça grave;
    • Deterioração de patrimônio tombado.

    Entre eles, Alexandre Ramagem é o único acusado de três crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Dois desses crimes foram suspensos após decisão da Câmara dos Deputados, posteriormente homologada parcialmente pelo STF.

    Cronograma do julgamento

    Restam dois para as sessões do julgamento. Veja:

    • 11 de setembro, quinta-feira, 14h às 19h;
    • e 12 de setembro, sexta-feira, 9h às 12h e 14h às 19h.
    • *Publicado por João Scavacin, da CNN
  • FBI divulga fotos de “pessoa de interesse” após morte de Charlie Kirk

    FBI divulga fotos de “pessoa de interesse” após morte de Charlie Kirk

    O FBI, a agência de investigações federal dos Estados Unidos, divulgou fotos nesta quinta-feira (11) de uma “pessoa de interesse” na investigação do assassinato do influenciador Charlie Kirk.

    O órgão pediu ajuda do público para identificar o indivíduo — que não foi chamado de suspeito — e forneceu um número para envio de denúncias.

    As fotos foram divulgadas no perfil do X do escritório de campo do FBI em Salt Lake City e compartilhadas por Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca.

    Mais cedo, o FBI informou que encontrou um rifle que teria sido usado no assassinato.

    Em coletiva de imprensa, um agente especial descreveu a arma como um “rifle de ferrolho de alta potência” que foi “recuperado em uma área arborizada para onde o atirador havia fugido”.

    Influenciador pró-Trump foi morto a tiros

    Charlie Kirk, de 31 anos, comentarista e influente aliado de Donald Trump, é considerado um dos responsáveis por ajudar a construir a base do presidente republicano entre os eleitores mais jovens.

    A morte, capturada em detalhes em imagens que rapidamente se espalharam pela internet, ocorreu por volta do meio-dia, enquanto ele respondia a perguntas em um evento, para uma plateia de 3 mil pessoas na Universidade Utah Valley na cidade de Orem.

    O ativista, cofundador e presidente do grupo estudantil conservador Turning Point USA, foi declarado morto em um hospital local horas depois. O assassinato provocou expressões imediatas de indignação e denúncias de violência política tanto de democratas quanto de republicanos.

    Cox afirmou que os eventos de Kirk nos campi universitários faziam parte de uma tradição de debate político aberto que é “fundamental para a formação de nosso país, para nossos direitos constitucionais mais básicos”.

    Quem é Charlie Kirk, influenciador pró-Trump morto em universidade
    Com apenas 31 anos, Kirk acumulava cerca de 7,5 milhões de seguidores nas redes sociais e passou a ter uma enorme influência na política dos Estados Unidos. Ele contribuiu para o aumento do apoio a Trump entre os eleitores mais jovens, um dos fatores. (Carta Capitall)
    CNN