Depois das polêmicas envolvendo suspeita de corrupção e falta de verba para coleta de lixo, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) deixou de ser a responsável pela limpeza da cidade. O anúncio foi realizado nesta segunda-feira, 22, pelo prefeito Rogério Cruz (Solidariedade), que justificou a mudança devido à crise financeira da companhia, que estava em operação desde 1979.
O consórcio Limpa Gyn (QC Ambiental), liderado pela Quebec Ambiental, de Goiânia, assumirá a partir da noite desta segunda, os trabalhos antes realizados pela Comurg, como a coleta seletiva e a remoção de entulhos. A novidade será a varrição mecanizada, comum na Europa, que usa máquinas capazes de limpar até 800 km de asfalto por dia.
Por dois anos, o grupo irá embolsar mais de R$ 19 milhões mensalmente. O valor do contrato com o consórcio formado também pela Clean Master Ambiental Unipessoal, de Catalão, e pela CGC Concessões, de Brasília, chega a R$ 470,3 milhões.
“Há décadas já havia esse trabalho [de mudar a companhia]. Ao todo, vão ser 128 maquinários trabalhando. A varrição mecânica será um trabalho noturno e vamos contar com a ajuda dos moradores. Os dias e horários vão ser anunciado pela Prefeitura e pelo consórcio, porque é importante que os carros não estejam estacionados próximo ao meio-fio”, explicou Rogério Cruz.
A atuação do grupo na cidade ocorrera de forma gradual. Neste primeiro momento, 50 vias como a Avenida Goiás e a Avenida Anhanguera vão receber o serviço de limpeza mecânica. Apenas a partir de 1º de junho que toda a cidade receberá o serviço.
Em relação a remoção de entulhos, o Limpa Gyn será responsável por 25% da coleta em 125 bairros das regiões norte e leste. A partir do dia 27 de maio, o serviço será ampliado para 50% de responsabilidade em 218 bairros. No mês seguinte, em 24 de junho, o consórcio assume de forma total todos os serviços prestados pela Comurg.
Durante o período de transição, a Comurg será responsável por 49% da coleta de lixo. O valor que a prefeitura vai desembolsar com a companhia não foi anunciado. Segundo o prefeito, o montante de recursos que deve ser pago pelos serviços da empresa ainda está sendo contabilizado, que continuará exercendo os cuidados com parques e praças mesmo depois do novo contrato. A mudança também não deve afetar obras em andamento.
“Os mais de 7 mil servidores da Comurg vão continuar os serviços em Goiânia. Os que trabalhavam como coletores, 51%, serão do consórcio. Os servidores da Comurg serão tratados com muita atenção e estamos em conversas para que continuem conosco. Eles não vão ser dispensados, mas realocados”, afirmou o mandatário municipal.
O Limpa Gyn, conforme o prefeito, está criando um canal para manter contato com os moradores da capital. O canal de comunicação deve ser implantado nos próximos dias.
Processos
A licitação para contratar os serviços do consórcio Limpa Gyn foi homologada no dia 4 de março, mesmo com cinco processos, sendo três apenas do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) questionando possíveis irregularidades.
O processo licitatório foi marcado por polêmicas desde que foi lançada a primeira versão, em abril do ano passado, quando foi suspenso pelo TCM. Apesar do risco de suspensão, a Prefeitura conseguiu finalizar o procedimento.
Jornal Opção