Escolhida pelo governo para impulsionar o crédito imobiliário no país, a Empresa Gestora de Ativos (Emgea) pediu aval do Ministério da Fazenda para adiar para o fim de 2026 o pagamento de uma dívida de 2,8 bilhões de reais com o FGTS que vence em junho deste ano, apontando risco de insolvência.
Se concedido, o alívio financeiro, que se somaria a um crédito de 10 bilhões de reais que a Emgea tem a receber do governo, viria após a edição de medida que autoriza a empresa pública a usar seu caixa para captar carteiras de financiamento imobiliário de bancos e repassá-las a outras instituições no mercado secundário.
O ofício com o pedido de adiamento do débito, visto pela Reuters, foi enviado na última quinta-feira pelo presidente da Emgea, Fernando Pimentel, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No documento, a companhia afirma que o adiamento da quitação da dívida de 2,8 bilhões de reais já foi autorizado pelo agente operador do FGTS, restando apenas o aval da Fazenda, já que o passivo conta com garantia da União.
De acordo com o ofício, a renegociação “evitaria a insolvência da Emgea”. O documento ressalta que o acordo ainda evitaria o pagamento de encargos e multas pelo atraso ou o acionamento de garantia pela União para honrar o débito.
O Ministério da Fazenda, pasta à qual a Emgea é vinculada, não respondeu a pedido de comentário da Reuters.
No ofício, a Emgea argumentou que a dívida com o FGTS se originou em 2001, quando a empresa foi criada para gerir créditos habitacionais da Caixa Econômica Federal, assumindo dívidas do banco como contrapartida. Entre outras funções, a companhia faz a gestão de créditos da União.
A empresa acrescentou que paralelamente à renegociação, continuarão sendo necessárias medidas que viabilizem o ingresso de recursos em seu caixa. É mencionado especificamente o crédito que tem a receber do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS).
Em entrevista nesta semana ao anunciar medidas para impulsionar o crédito, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a Emgea tem 10 bilhões a receber do fundo, mas não detalhou o cronograma de repasses.
Reuters