O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), morreu nesta quarta-feira, 26, aos 77 anos de idade. O político estava afastado do cargo desde 3 de janeiro, quando foi internado no hospital Mater Dei, na capital mineira, devido a um quadro de pneumonia. Na noite de terça-feira, 25, Noman teve o quadro agravado após sofrer uma parada cardiorrespiratória.
O que causou a morte
Reeleito no segundo turno do pleito de 2024 em uma disputa contra Bruno Engler (PL), Noman passou por várias internações depois apresentar um quadro de pneumonia e sinusite desde 10 de dezembro de 2024.
Nessa última internação, ele precisou ser reanimado, porém, evoluiu com choque cardiogênico necessitando de doses elevadas de drogas vasoativas e inotrópicas. O prefeito estava em estado grave.
Em novembro de 2024, Fuad passou por outro processo de internação em função de dores nas pernas – efeito colateral do tratamento bem-sucedido contra um câncer linfático. Poucos dias após receber alta, ele voltou ao hospital, dessa vez para tratar dos problemas respiratórios.
Desde o dia 10 de dezembro, o político teve alta, foi internado novamente em 19 de dezembro por um quadro de diarreia, desidratação e sangramento intestinal, deixou o hospital e retornou mais uma vez no dia 3 de janeiro, quando foi entubado, sendo extubado três dias depois, mas precisando voltar para respiração mecânica em 9 de janeiro.
Fuad Noman havia conquistado o título de prefeito mais velho das capitais nas eleições de 2024. Ele se elegeu enquanto terminava o tratamento do câncer – que estava em processo de remissão desde outubro. O mineiro deixa a esposa, Mônica Drummond, dois filhos e quatro netos.
Quem era Fuad Noman
Fuad Jorge Noman Filho nasceu em Belo Horizonte. Graduado em economia, ingressou no poder público como secretário-executivo da Casa Civil, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1996. Foi secretário estadual de Transporte e Obras de Minas Gerais nas gestões dos tucanos Aécio Neves e Antônio Anastasia e, em 2017, assumiu a Secretaria da Fazenda da capital mineira.
Chefe da Fazenda durante o primeiro mandato de Alexandre Kalil (PSD), até 2020, disputou a eleição como vice do incumbente, reeleito ainda em primeiro turno. Assumiu a prefeitura em março de 2022, quando o titular deixou o cargo para se candidatar ao governo do estado — foi derrotado por Romeu Zema (Novo) — e, desde então, trocou secretários e deu novo rumo à gestão.
Diagnosticado com câncer, decidiu concorrer à reeleição e enfrentou um início difícil de campanha, com Kalil apoiando Mauro Tramonte (Republicanos, derrotado no primeiro turno), e abrindo críticas ao sucessor. Se recuperou na corrida ao se associar à centro-esquerda e encampar uma forte campanha de “voto útil” ainda na primeira votação, diante da fragilidade das candidaturas de PT e PDT na cidade.
Álvaro Damião, que assume a prefeitura de BH com a morte de Fuad Noman

O vice-prefeito de Belo Horizonte (MG), Álvaro Damião (União Brasil), de 54 anos, assumiu em definitivo a Prefeitura da capital mineira nesta quarta-feira, 26.
O político já ocupava o cargo mais alto do executivo no município interinamente desde a sexta-feira, 3 de janeiro, quando Noman foi internado.
Damião foi eleito vice de Belo Horizonte nas eleições municipais de 2024 e leu o discurso do companheiro de chapa na cerimônia de posse, realizada em 1º de janeiro de 2025, já que o prefeito participou de forma virtual por recomendação médica.
Álvaro Damião nasceu em 27 de setembro de 1970 e cresceu no bairro Concórdia, na região Nordeste de Belo Horizonte. O político atuou por 25 anos como repórter e apresentador da Rádio Itatiaia, cobrindo cinco Copas do Mundo, duas Olimpíadas e outros eventos esportivos nacionais e internacionais.
Damião também foi apresentador de programas esportivos na TV Alterosa, afiliada ao SBT, além de passagem pela Record. Em 2014, o jornalista criou uma organização não governamental chamada Bacana Demais para crianças, jovens e idosos para promover atividades esportivas, culturais, educacionais, da cidadania e do meio ambiente.
O jornalista entrou para a vida política em 2017, quando foi eleito para o primeiro mandato como vereador de Belo Horizonte, sendo reeleito em 2020 com 13 mil votos e se tornando vice de Fuad na disputa pela Prefeitura da capital mineira em 2024.