Israelenses hackearam e desinformaram em 30 eleições, diz reportagem

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Investigação de um consórcio de jornalistas expõe papel de empreiteiros do “Team Jorge” ao se intrometer em eleições sem deixar vestígios

Um consórcio internacional de jornalistas denunciou empreiteros israelenses com imagens secretas e documentos vazados em uma reportagem publicada em jornais como The Guardian e Le Monde nesta quarta-feira (15). Os empresários podem estar associados à manipulação de mais de 30 eleições em todo o mundo. Para isso, a investigação mostra que usaram hacking, sabotagem e desinformação automatizada nas redes sociais.

Na investigação, estiveram presentes repórteres de 30 veículos, incluindo o Le Monde, o Der Spiegel e o El País.

A equipe de empreiteiros, dirigida por Tal Hanan, ex-agente das forças especiais israelenses, que agora trabalha atendendo ao pseudônimo “Jorge”, parece ter trabalhado com eleições de vários países já há mais de duas décadas. Hanan e sua unidade, denominada “Team Jorge”, foram questionados detalhadamente sobre suas atividades e métodos, mas o líder negou qualquer irregularidade.

De acordo com a investigação, o grupo administra uma oferta de serviço privado para se intrometer secretamente em eleições sem deixar vestígios. Aos repórteres disfarçados, Hanan disse que seus serviços, que outras pessoas descrevem como “operações negras”, estavam disponíveis para agências de inteligência, campanhas políticas e empresas privadas.

Ele também chegou a afirmar que os serviços foram usados na África, América do Sul e Central, EUA e Europa.

Um dos principais serviços da equipe de Hanan é o pacote de software Advanced Impact Media Solutions (ou Aims), que controla um exército de milhares de perfis falsos no Twitter, Linkedin, Facebook, Telegram, Gmail, Instagram e YouTube. Alguns até têm contas na Amazon com cartões de crédito, carteiras bitcoin e contas Airbnb.

Em mais de seis horas de reunião gravada secretamente, Hanan e seu grupo contaram como coletar informações sobre os rivais, com técnicas de hacking para acessar contas, além de terem se gabado por conseguir plantar materiais em veículos de notícia legítimos. A maior parte da estratégia se concentrava nisso: interromper ou sabotar campanhas rivais.

Segundo a equipe, até um brinquedo sexual foi entregue pela Amazon para a casa de um político, com o objetivo de dar a impressão, para a esposa, de que ele estava tendo um caso. Os métodos relatados levantam novos desafios para grandes plataformas de tecnologia na luta contra a desinformação.

Fonte: redação Byte/Terra

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