
O líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PR) disse nesta 4ª feira,30, que “não é justo o governo ser a favor” ao projeto de lei da desoneração da folha de pagamento com benefício que reduz a contribuição previdenciária dos municípios no Senado e depois cobrar mudanças na Câmara.
“A percepção que tenho é que o governo deveria ter feito isso [barrado a proposta] quando estava lá no Senado. Não é justo o governo deixar aprovar no Senado, ser a favor no Senado e depois quando chegar na Câmara a posição ser outra. É uma injustiça, não comigo, mas com os deputados da nossa bancada e de todos os outros partidos”, afirmou o líder.
A declaração de Zeca ocorre 1 dia depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmar que o governo Lula não pode cobrar da Casa o que “não realizou” no Senado. Lira se queixou de que a gestão petista não se posicionou “claramente” e “nem com tanta sensibilidade” na Casa Alta.
O projeto aprovado pelos senadores incluiu um gasto de mais de R$ 9 bilhões por ano com o benefício aos municípios, além da redução de impostos da folha de pagamento de empresas de 17 setores.
A urgência do projeto de desoneração foi aprovado no plenário da Câmara na noite de 3ª feira (29.ago) por 390 favoráveis e 15 contrários. O mérito da proposta deve ser votado nesta 4ª feira (30.ago). A deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), relatora do projeto, discute com as lideranças partidárias da Casa uma solução para os municípios e, por conta disso, a apreciação do projeto foi adiada.
Questionado se a crítica se referia ao líder do Governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), o congressista negou. “Não faço essa avaliação. Eu não acompanhei o processo lá. Eu não sei como ele se posicionou. Ele pode ter sido contra, inclusive”, declarou.
Esta reportagem foi produzida pela estagiária de jornalismo Maria Laura Giuliani e pelo repórter Gabriel Buss sob supervisão do editor-assistente Victor Schneider.
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