Lula destitui metade da Comissão de Ética indicada por Bolsonaro após órgão beneficiar ex-ministros

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou nesta terça-feira, 7, três dos sete membros da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, composta por seis diretores e um presidente. A decisão ocorre após o Estadão revelar que o órgão beneficiou ex-ministros de Jair Bolsonaro: dez deles foram agraciados com uma quarentena remunerada de seis meses, apesar de não terem apresentado propostas formais de emprego; outros foram liberados da quarentena para trabalharem em empresas que mantêm relação direta com as pastas que chefiavam.

Os três membros exonerados haviam sido nomeados em novembro do ano passado por Bolsonaro, então já derrotado nas eleições de outubro. Dispensados, Célio Faria Júnior é ex-ministro da Secretaria de Governo (Segov), João Henrique Nascimento de Freitas, ex-assessor especial da Presidência, e Fábio Prieto de Souza, secretário de Justiça de São Paulo. Até agora, o órgão tinha todos os membros nomeados por Bolsonaro.

Em substituição a eles, foram nomeados Bruno Espiñeira Lemos, advogado que compôs a transição do governo e defendeu o ex-ministro da Casa Civil Jacques Wagner (PT); Kenarik Boujikian, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça de São Paulo; e Manoel Caetano Ferreira Filho, jurista e ex-advogado de Lula em ações da Lava Jato. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União.

Como mostrou o Estadão nessa segunda-feira, 6, a Comissão de Ética Pública autorizou a ida dos ex-ministros das Comunicações, Fábio Faria (PP-RN), e da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, para novos cargos no BTG Pactual. O órgão também liberou o ex-ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, a trabalhar na Vale, a gigante da mineração que tem portos e terminais em três países, além do Brasil, e que atua em cerca de 2 mil quilômetros da malha ferroviária brasileira.

Estadão

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