
Após se encontrar com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil deseja alterar alguns termos do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. Ainda assim, o petista estimou que as negociações tenham um desfecho até o final do semestre. “Vamos trabalhar de forma muito dura para que a gente possa concretizar esse acordo. Mas algumas coisas têm que ser mudadas”, declarou Lula em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (30/1), após o encontro com Scholz no Palácio do Planalto. “Nós vamos fechar esse acordo UE-Mercosul, se tudo der certo, até fim do semestre”, acrescentou.
No pronunciamento, Lula falou em achar um meio termo que “melhore para quem se sente prejudicado”. “Vamos sentar à mesa da forma mais aberta possível”, afirmou o petista. De acordo com o presidente, ao Brasil é muito cara a questão das compras governamentais, do que seria difícil abrir mão. “A compra governamental é uma forma de fazer crescer pequenas indústrias”, avaliou, ao lado de Scholz. O acordo UE-Mercosul está travado na ratificação nos países-membros do bloco europeu.
OCDE
O presidente também afirmou que o Brasil tem interesse em entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas negociando os termos. “O Brasil tem interesse em participar da OCDE. O que queremos é saber qual seria o papel do Brasil na OCDE”, declarou o presidente no Palácio do Planalto após se encontrar com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. “Nós estamos dispostos a discutir outra vez e queremos saber as condições”, acrescentou.
Agilidade
Na ocasião, o chanceler da Alemanha destacou que tanto o Brasil quanto seu país desejam avanços no acordo comercial União Europeia-Mercosul, hoje travado na etapa de ratificação pelos países-membros do bloco europeu. “Lula e eu concordamos que UE-Mercosul precisa de rápido avanço”, declarou.
De acordo com o líder alemão, é preciso haver uma união das democracias globais para condenar a invasão da Ucrânia, que foi tema da bilateral com Lula. O presidente brasileiro, porém, apesar de ter chamado a guerra de um “erro” da Rússia, salientou sua posição de que “quando um não quer, dois não brigam”. (Agência Estado)