Participação do ex-ministro da Defesa nas reuniões em que se discutiu uma minuta para um golpe de Estado foi alvo dos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica
O novo depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, tem potencial para aumentar a pressão sobre o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.
A avaliação de militares é que o avançar das investigações fecha o cerco sobre a atuação do general na suposta trama de golpe de Estado no fim do governo Bolsonaro.
A participação do ex-ministro da Defesa nas reuniões em que se discutiu uma minuta para um golpe de Estado com objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manter Bolsonaro no poder foi alvo dos depoimentos do ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e do ex-comandante da Força Área Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior.
Na tarde desta segunda-feira (11), Cid deverá ser confrontado com informações dadas pelos ex-comandantes do Exército e da FAB, que prestaram depoimentos na condição de testemunhas.
A expectativa de militares é que Cid, ao ser ouvido novamente pela PF, vai apontar a responsabilidade institucional e funcional de cada pessoa.
Aliado de Bolsonaro, tem avaliado que o general Paulo Sergio até agora vinha sendo poupado pelo Comando do Exército, enquanto que o general Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e o general Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil) estavam sendo expostos.
O ex-ministro da Defesa prestou depoimento no dia 22 de fevereiro à Polícia Federal, mas optou por ficar em silêncio. Procurada para comentar o novo depoimento de Cid, a defesa de Paulo Sérgio ainda não retornou.