O prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), disse esperar receber os votos dos eleitores que optaram por Pablo Marçal (PRTB) neste primeiro turno. Segundo o prefeito, ele e Marçal têm pontos comum por serem candidatos que, segundo Nunes, “reúnem o centro e a direita” e pensam igual sobre desestatização e parcerias público-privadas, além de “prezarem pela ordem”.
Nunes deu as declarações durante entrevista à Rádio Bandeirantes, na manhã desta segunda-feira, 7. Na ocasião, disse que não avalia um encontro com Marçal neste momento e que esperará “a poeira assentar”.
O ex-coach, por sua vez, já sinalizou que pode apoiar o prefeito. Em coletiva depois da divulgação dos resultados, o ex-coach avaliou que os eleitores dele e do candidato do MDB são parecidos e que, se Nunes aceitar suas propostas sobre escolas olímpicas e educação financeira no ensino público, ele apoiará o prefeito oficialmente. Questionado se já conversaram, Marçal disse que enviou uma mensagem parabenizando o adversário.
Durante a entrevista desta manhã, O prefeito agradeceu os votos e disse esperar um segundo turno melhor. Ele se comprometeu a não fazer ataques pessoais, apenas discutir pontos de vista. Ele tentou se colocar como “diferente” de Guilherme Boulos (PSOL), seu oponente, afirmando que o psolista seria de extrema-esquerda e inexperiente em gestão.
Nunes agradeceu o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem diz falar todos os dias, e diz esperar que Jair Bolsonaro compareça à sua campanha. O prefeito disse que Bolsonaro esteve muito ocupado pelo País durante o primeiro turno, mas que agora, com mais tempo, espera a presença do ex-presidente, porém ainda não se falaram.
Como mostrado pelo Estadão, o ex-presidente deve reforçar sua presença nas campanhas do PL no segundo turno, mas sua atuação em São Paulo ainda é incerta. Aliados do prefeito atribuem seu desempenho positivo no primeiro turno ao governador Tarcísio, em meio a uma relação cheia de idas e vindas com Bolsonaro. Enquanto o prefeito foi criticado por esconder o ex-presidente na campanha, Bolsonaro foi questionado por não se envolver diretamente no processo.
O próprio Tarcísio também se manifestou neste domingo sobre uma possível aliança com Marçal na busca pela vitória de Nunes no segundo turno, e afirmou que seria “uma discussão para amanhã”.
O futuro político de Marçal, no entanto, é incerto. O ex-coach é alvo de ações nas esferas eleitoral e criminal, sendo a mais recente a acusação de divulgar um laudo falso para atacar Boulos – caso que pode torná-lo inelegível por até oito anos, além de resultar em uma possível pena de prisão por crime contra a honra e falsificação de documento.
Estadão