sexta-feira, outubro 18, 2024
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Putin descarta ida à cúpula do G20 após pedido da Ucrânia para que Brasil o prendesse: ‘Minha possível visita prejudicaria o trabalho’

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que não irá comparecer à cúpula do G20, daqui a um mês, nesta sexta-feira (18).

Quatro dias após o procurador-geral da Ucrânia pedir às autoridades brasileiras que cumprissem o mandado de prisão contra ele, expedido pelo Tribunal Penal Internacional em março de 2023, caso ele viesse ao evento, que acontecerá no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro, Putin descartou sua participação:

“Minha possível visita prejudicaria o trabalho do G20. Vamos descobrir quem apresentará a Rússia”.

Apesar da decisão, o presidente russo manteve a posição oficial do Kremlin e afirmou que não reconhece o Tribunal Penal Internacional. Ele também disse que Rússia tem “boas relações com o Brasil” e um acordo poderia ser assinado para “contornar o veredito”, já que “tais vereditos são fáceis de ignorar”.

Na coletiva, Putin também falou sobre um relatório que revela um suposto arsenal nuclear na Ucrânia e disse que a possibilidade é uma “provocação muito perigosa”.

O presidente russo garantiu que suas tropas estão preparadas para continuar lutando até garantirem a vitória no conflito, que “quer paz duradoura” na Ucrânia e acusou a Otan de estar usando tropas ucranianas em uma luta contra a Rússia.

Putin ainda falou sobre a proposta conjunta da China e do Brasil para acabar com a guerra na Ucrânia, apresentada em maio: disse que era “equilibrada” e forneceria uma boa base para encontrar uma solução.

O texto pede a redução da tensão e a retomada do diálogo direto sem exigir que a Rússia retire suas forças do território ucraniano.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou a iniciativa por servir aos interesses de Moscou.

Pedido da Ucrânia

Ucrânia pede prisão de Putin caso compareça ao G20

O Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda, emitiu um mandado de prisão contra Putin em março de 2023, cerca de um ano após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia. A Corte acusou Putin do crime de guerra de deportação de crianças.

A Rússia nega as alegações de crimes de guerra, e o Kremlin rejeitou o mandado do TPI, considerando-o “nulo e sem efeito”.

Na segunda-feira (14), ao ser questionado por repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que ainda não havia sido tomada uma decisão sobre a participação de Putin na reunião das 20 principais economias do mundo no Brasil.

O procurador-geral da Ucrânia disse à Reuters, em uma entrevista, que “é importante que a comunidade internacional permaneça unida e responsabilize Putin”.

“Devido à informação de que Putin pode participar da cúpula do G20 no Brasil, gostaria de reiterar que é uma obrigação das autoridades brasileiras, como Estado-parte do Estatuto de Roma, prendê-lo se ele ousar visitá-lo.Espero sinceramente que o Brasil o prenda, reafirmando sua condição de democracia e de Estado de Direito. Se isso não for feito, corre-se o risco de se criar um precedente no qual os líderes acusados de crimes podem viajar impunemente”, disse Andriy Kostin.

Convite do Brasil a Putin

O Brasil enviou a Putin um convite padrão para as reuniões do G20, que irão ocorrer nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. No entanto, não recebeu qualquer indicação de que o presidente russo planeje comparecer, de acordo com duas autoridades do governo brasileiro.

O escritório do promotor do Tribunal Penal Internacional não quis comentar o caso.

Um porta-voz do tribunal, Fadi El Abdallah, reiterou que a Corte internacional depende dos Estados-parte e de outros parceiros para executar suas decisões, inclusive mandados de prisão. Os estados-membros “têm a obrigação de cooperar de acordo com” o tratado de fundação do tribunal, disse o porta-voz.

G1

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