As tensões entre o Executivo e o Legislativo levaram o núcleo político do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a adotar uma estratégia de aproximação com parlamentares, acelerando a liberação de emendas e intensificando o diálogo entre ministros e congressistas. Diante das controvérsias, turma do ‘deixa disso’ entra em cena para acalmar Rodrigo Pacheco.
Uma das figuras-chave nesse processo tem sido a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, que recentemente ampliou sua agenda de reuniões com políticos e elevou o volume de recursos destinados aos redutos eleitorais dos congressistas. Na outra ponta, o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Os novos compromissos revelam que, até o momento, dos R$ 8,5 bilhões em emendas individuais empenhados pelo governo, 92% foram provenientes do Ministério da Saúde, que tem se destacado pela celeridade na resposta aos pedidos dos parlamentares, superando outros ministérios nesse aspecto.
A corrida para a liberação de verbas tem sido uma resposta à pressão dos parlamentares, que buscam abastecer o caixa de prefeituras aliadas antes das eleições municipais, previstas para outubro, após cobrança direta do presidente aos seus ministros, na semana passada.
Sistemas
Os R$ 8,5 bilhões empenhados pelo ministério, até agora, equivalem a 34% dos R$ 25 bilhões em emendas previstos para o ano.
A Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo com o Congresso, afirma que o valor liberado neste ano é ainda maior, atingindo R$ 14 bilhões. Contudo, essa cifra não é refletida nos sistemas oficiais de controle do Orçamento.
Entre os partidos mais beneficiados até o momento estão o PL, MDB e União Brasil. O PT, segunda maior bancada e partido do presidente, ocupa a quarta posição nesse ranking.
Correio do Brasil