O Brasil reconheceu como livres de febre aftosa sem vacinação os estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal. Assim, partir do dia 2 de maio, a vacinação dos rebanhos contra a doença nesses locais será suspensa, segundo determinou a Portaria nº 665, de 21 de marços de 2024, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (25/3).
A medida proíbe ainda o armazenamento e comercialização das vacinas contra febre aftosa, com exceção dos locais autorizados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) a desempenharem tais atividades, para comércio com outras unidades da Federação que ainda realizem a vacinação regular de bovinos e bubalinos.
Conforme a portaria, a compra de novos animais para aumentar o rebanho nesses estados também foi suspensa, inclusive o comércio dos animais entre esses estados, até que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheça oficialmente o status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação.
Nesse período, novos animais poderão ser adquiridos apenas de zonas livres de febre aftosa com vacinação para abate ou exportação. Nos dois casos os animais deverão ingressar por locais autorizados pelo Serviço Veterinário Oficial e cumprindo medidas específicas como transporte em veículos lacrados e encaminhamento direto para estabelecimento de abate ou de pré-embarque que tenham sido inspecionados pelos órgãos oficiais.
A meta do Brasil é se tornar totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026
Para conquistar o reconhecimento internacional, a Omsa exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos Estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses.
“O reconhecimento abre caminhos para que os produtos pecuários oriundos destes Estados possam acessar os mercados mais exigentes do mundo”, disse o Ministério da Agricultura, em nota.
Atualmente, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Em abril, será realizada a última imunização contra aftosa nos estados da Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, Sergipe e parte do estado do Amazonas.
Já para os Estados que não irão suspender a vacinação (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), as etapas de vacinação contra a febre aftosa em 2024 continuam nos meses de maio e novembro.
O que é a febre aftosa?
A Febre Aftosa é uma enfermidade causada por vírus (família Picornaviridae, gênero Aphthovirus). É uma das doenças infecciosas mais contagiosas dos animais e acomete animais biungulados (de casco fendido) como: bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Esta doença pode acometer rapidamente criações inteiras.
Quais são os prejuízos econômicos para o produtor?
O principal efeito da febre aftosa é comercial. A doença afeta enormemente o
comércio interno e externo de animais e seus produtos. Devido ao alto poder de
difusão do vírus e aos impactos econômicos provocados pela doença, os países
estabelecem fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis e seus produtos
oriundos de regiões com ocorrência da febre aftosa. Tais barreiras têm efeitos
negativos sobre a pecuária e toda a economia do país, com graves consequências
sociais.
A ocorrência da doença, além disso, tem também efeitos diretos sobre o bem estar animal, na produção e produtividade dos rebanhos e é uma ameaça à
segurança alimentar de pequenos produtores.
(Agência Brasil)