A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar suposto crime de injúria do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em novembro do ano passado, o parlamentar chamou o atual chefe do Executivo de “ladrão” durante discurso na Cúpula Transatlântica, evento da ONU realizado em Nova York, nos Estados Unidos. O Estadão procurou o deputado, mas não obteve retorno.
Nikolas participou do evento como “líder jovem” e, durante o discurso, disse que Lula é “um ladrão que deveria estar na cadeia”. A declaração ocorreu na sequência de uma citação do escritor Olavo de Carvalho, mentor do bolsonarismo, que diz que “o mundo seria melhor se não houvesse tanta gente prometendo melhorá-lo”. Segundo ele, o trecho “se encaixa perfeitamente” à ativista ambiental da Suécia, Greta Thunberg, e ao ator norte-americano Leonardo DiCaprio, que apoiaram Lula nas eleições, segundo Nikolas.
O Código Penal brasileiro prevê três tipos penais de crimes contra a honra – calúnia, difamação e injúria. Quando praticados contra o presidente da República, as penas são aumentadas em um terço. A Constituição Federal brasileira confere aos parlamentares imunidade quando o assunto transmite opiniões, palavras e votos.
O pedido de inquérito foi protocolado no STF na quarta-feira, 7. Nesta quinta, 8, foi definido que o ministro Luiz Fux será o relator da petição.
Nesta quinta, após a divulgação do pedido da PF ao Supremo, Nikolas voltou a se referir ao presidente com o termo. No X (antigo Twitter), o deputado publicou uma vídeo com uma montagem em uma imagem do Lula aparece enquanto personagens do programa de TV Chaves falam a palavra “ladrão”. O parlamentar compartilhou ainda uma notícia sobre a possível abertura do inquérito contra ele com o texto “Brasil, 2024?.
Mais cedo, também nesta quinta, Nikolas fez referência ao País em um comentário em uma publicação de Donald Trump Jr., empresário e filho do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Após a operação da PF que teve como alvos Bolsonaro e aliados dele por suspeita de tentativa de golpe de Estado, publicou no perfil do empresário: “Por favor, mostre ao mundo o que está acontecendo com o Brasil neste momento”. Ele não se pronunciou abertamente sobre a operação na rede social.