O governo dos Estados Unidos (EUA) abriu uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais. A apuração, anunciada pelo representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, inclui críticas ao sistema de pagamentos Pix e ao combate à pirataria em território brasileiro.
A medida é baseada na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite a imposição de sanções comerciais em casos de restrições consideradas abusivas. O inquérito também menciona tarifas sobre o etanol dos EUA, regras sobre a transferência internacional de dados e acusa o Brasil de favorecer economicamente parceiros como Índia e México, em prejuízo das exportações americanas.
O relatório aponta ainda que a Rua 25 de Março, em São Paulo, continua sendo “um dos maiores mercados de produtos falsificados” , apesar das operações de fiscalização.
A inclusão do Pix como ponto central da investigação causou reação no mercado financeiro e no setor de criptoativos. “A declaração de Trump revela uma contradição difícil de ignorar: ao mesmo tempo em que se posiciona como pró-cripto e defensor da liberdade econômica, ele ataca justamente o Pix, ferramenta essencial para a democratização do acesso aos criptoativos no Brasil” , disse Sarah Uska, analista do Bitybank.
Ela destacou ainda que “o Pix se tornou a principal ponte entre o real e o universo cripto, sendo responsável por mais de 90% dos depósitos em corretoras nacionais. Atacar o Pix é, na prática, fragilizar a infraestrutura que viabilizou a entrada de milhões de brasileiros no mercado de ativos digitais”.
Tarifa de 50% acirra tensão entre os países
A nova investigação acontece dias após o presidente Donald Trump impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, acirrou a tensão entre os dois países.
Na semana passada, Trump afirmou que o Brasil estaria tratando “de forma injusta” o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “honesto” e “bom negociador”. Lula, por outro lado, respondeu que “o Brasil é um país soberano” e que “não aceitará ser tutelado”.
Fonte IG