Um delegado da Polícia Civil de Goiás e a esposa dele são investigados pelo Ministério Público de Goiás por suspeita de liderar um esquema que de desvio milionário. Mais de R$ 2,2 milhões de dinheiro de escolas estaduais em Rio Verde podem ter sido desviados. Nesta quinta-feira (21/8), o grupo foi alvo de uma operação que cumpriu um mandado de prisão e mais 17 de busca e apreensão no município citado e em Goiânia.
Segundo o MP-GO, o delegado Dannilo Ribeiro Proto e a esposa esposa, Karen de Souza Santos Proto, ex-coordenadora Regional de Educação de Rio Verde, são sócios do Instituto Delta Proto (IDP), que teria sido favorecido em contratos de reforma de escolas, impressão de material didático e até na realização de concurso público da Câmara de Rio Verde. Desde 2020, pelo menos 40 contratos sem licitação teriam sido fraudados para beneficiar a empresa envolvida no caso.

A Justiça também bloqueou contas e apreendeu bens dos suspeitos para tentar recuperar parte do dinheiro. A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Sul), com apoio da Polícia Civil e da Controladoria-Geral do Estado.
No total, participaram da Operação Regra Três, 19 promotores, mais de 20 servidores e cerca de 80 policiais e agentes de segurança. Foi a primeira ação do Gaeco Sul, criado no ano passado para reforçar o combate ao crime organizado no interior do Estado.
O Mais Goiás entrou em contato com a defesa do casal e do Instituto Delta Proto (IDP). Em nota, o advogado afirmou que ainda não teve acesso completo aos autos da investigação e, por isso, não pode se manifestar sobre o mérito do caso.
“Assim que tivermos conhecimento detalhado do que se trata, será publicada uma nota oficial. É importante deixar claro que a instituição não tem qualquer relação com o caso investigado e segue funcionando normalmente, com aulas e atividades em andamento”, disse o defensor.
Delegado já foi afastado por corrupção
Esta não seria a primeira vez que o delegado é investigado pelo MP-GO. Em 2015, ele chegou a ser afastado do cargo por suspeita de corrupção depois de ter sido acusado de cobrar dinheiro de um fazendeiro que tinha recuperado gado roubado. Na época, ele e um colega teriam recebido cerca de R$ 10 mil da vítima. Em sua defesa, o delegado afirmou que usou parte do valor para melhorar as instalações da unidade policial.

Em nota, a Polícia Civil de Goiás informou que prestou apoio ao Ministério Público na Operação Regra Três e reafirmou seu compromisso com a legalidade, a transparência e o esclarecimento dos fatos. Afirmou também, que o caso já está sendo avaliado pela Corregedoria.
Leia na íntegra a nota da Polícia Civil de Goiás:
“A Polícia Civil de Goiás informa que prestou apoio operacional ao Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado da região Sul (Gaeco Sul), na deflagração da Operação Regra Três, realizada nesta quinta-feira (21/8), nos municípios de Rio Verde e Goiânia.
A instituição reitera seu compromisso com a legalidade e a transparência e destaca que eventuais dados relativos à participação de servidores da corporação nas investigações já estão sendo encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil, para apuração de possíveis transgressões disciplinares, observados o devido processo legal e a ampla defesa.
A Polícia Civil reafirma que não compactua com condutas ilícitas e segue colaborando com os órgãos de controle e fiscalização para o pleno esclarecimento dos fatos.”
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