O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PDS-MG), rechaçou o uso da dramatização na audiência pública sobre assistolia fetal como método de aborto legal, nesta segunda-feira (17), quando deveria ser feito um debate amplo e técnico.
Segundo a CNN apurou, Pacheco se irritou também com o fato de audiência, convocada pelo senador Eduardo Girão (NOVO-CE), ter ignorado especialistas contrário ao projeto de lei 1904/24, que teve a urgência aprovada na Câmara de Deputados na quarta-feira (12).
O chamado PL do Aborto, entre outros, equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio simples.
Pacheco, nos bastidores, disse que o debate sobre o tema deve levar em conta todas as correntes, critérios técnicos, científicos, a legislação vigente e, sobretudo, o parecer das senadoras.
Na quinta-feira (13), o presidente do Senado disse que uma possível discussão sobre aborto “jamais iria diretamente ao plenário” da Casa. Para o presidente, o debate deve ser realizado “com cautela”, passando pelas comissões permanentes do Senado.
“Uma matéria dessa natureza jamais iria direto ao plenário do Senado Federal. Ela deve ser submetida às comissões próprias, e é muito importante ouvir as mulheres do Senado, que são legítimas representantes das mulheres”, afirmou Pacheco, um dia a urgência ser aprovada na Câmara.
Encenação
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) convidou uma contadora de histórias para interpretar um texto contrário à assistolia fetal como método de aborto legal, nesta segunda-feira (17), durante a audiência no Senado Federal que debate o procedimento.
Nyedja Gennari, que nas redes sociais se identifica como contadora de histórias, escritora, professora e arte educadora, narrou em cerca de cinco minutos um texto fictício sobre um suposto feto no dia em que foi submetido ao procedimento de assistolia fetal.
“Essa história, embora trágica, dolorosa, é um chamado à reflexão para que todos compreendam a seriedade e as consequências do aborto”, disse, ao final da performance.
CNN