sábado, novembro 9, 2024
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Redução no número de filiados afeta partidos nas campanhas em Goiânia

Nas eleições municipais de Goiânia em 2024, os partidos políticos enfrentam um cenário desafiador marcado pela queda expressiva no número de filiados. Dados comparativos revelam um declínio contínuo nas adesões, o que pode influenciar diretamente o desempenho das campanhas e a capacidade de mobilização dos candidatos.

Atualmente, Goiânia conta com 91.528 filiados a partidos políticos. O MDB lidera com 22.167 filiados, seguido pelo PT (12.119) e PSDB (11.039). Partidos como PL, PP e União Brasil apresentam números menores, refletindo a diversificação do cenário eleitoral. O perfil dos filiados aponta uma predominância de pessoas entre 45 e 59 anos, com uma distribuição equilibrada entre homens e mulheres (51% e 49%, respectivamente).
Em comparação com 2020, quando havia 97.768 filiados, os dados de 2024 representam uma queda significativa. Em 2016, eram 97.456, e em 2012, 92.423. O aumento entre 2012 e 2016 está associado às mobilizações sociais da época, que impulsionaram o engajamento político. Contudo, desde então, os partidos têm enfrentado dificuldades para renovar suas bases.

Comparação de filiados nas últimas eleições (Goiânia):
2024: 91.528 filiados
2020: 97.768 filiados
2016: 97.456 filiados
2012: 92.423 filiados
A redução de 6.240 filiados em quatro anos acende um alerta para as siglas, que lutam para se manter competitivas no cenário político da capital. A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre crise de filiação partidária revela que, embora o número de filiados não tenha caído drasticamente, há pouca renovação nas siglas. Essa falta de renovação é um desafio, já que partidos sem novas ideias e lideranças perdem força eleitoral a longo prazo.
Além disso, a pesquisa destaca o papel crucial dos filiados nas campanhas eleitorais. Eles são responsáveis pela mobilização, divulgação das propostas e organização de eventos. Com menos filiados, os partidos têm menos recursos humanos para essas atividades, o que reduz o impacto das campanhas.
Outro aspecto importante é o financiamento das campanhas. Os filiados contribuem com doações e apoio financeiro, e a diminuição no número de filiações afeta essa fonte de receita, forçando os partidos a buscarem alternativas para arrecadação.

Comparativo de Filiados ao Longo dos Anos (Goiânia):
Comparação com eleições anteriores
Esse fenômeno não é novo. Em 2016, o número de filiados em Goiânia também estava praticamente estável em relação a 2020, com 97.456 pessoas vinculadas a partidos. Naquela época, houve um leve crescimento em relação a 2012, quando a cidade tinha 92.423 filiados. O aumento entre 2012 e 2016 pode ser atribuído ao período de manifestações populares que tomaram o Brasil, começando com os protestos contra o aumento das passagens de transporte público e ampliando-se para outras questões sociais e políticas.
Esse momento de ativismo trouxe mais pessoas para os partidos, que viam a política como uma forma de transformar a realidade social. Entretanto, após o auge dos protestos, o ritmo de filiações desacelerou, e os partidos enfrentaram dificuldades para manter esse movimento de renovação constante. Desde então, a estagnação tomou conta, e o número de filiados começou a cair, chegando ao patamar atual.
Desafios de renovação
Dados do Centro de Estudos de Opinião Pública (CESOP) – Unicamp indicam que a dificuldade de renovação partidária pode ser explicada por diversos fatores. A crise de confiança na política, exacerbada por escândalos de corrupção, pode ter afastado novos filiados. Além disso, a própria estrutura dos partidos, muitas vezes hierárquica e pouco aberta à participação ativa dos novos membros, também pode ser um obstáculo.
O CESOP realiza pesquisas de opinião para entender melhor o comportamento dos eleitores e a importância da filiação partidária nas suas decisões de voto. Eles investigam como o perfil dos filiados pode influenciar as campanhas, especialmente em termos de segmentação do eleitorado.
Segundo análise do CESOP, a falta de renovação dos quadros também afeta diretamente as candidaturas. Com um número menor de filiados, os partidos têm menos opções para escolher candidatos, o que pode prejudicar suas chances nas urnas. A presença de um “exército” de filiados engajados é importante, não apenas para as campanhas, mas também para a construção de um projeto político a longo prazo.
Impacto
Os filiados dos partidos desempenham um papel crucial durante a campanha eleitoral. Eles são a base de sustentação das candidaturas, atuando como multiplicadores das propostas e ideais dos candidatos. Com o cenário de filiação em declínio, como visto nas estatísticas de Goiânia, os partidos enfrentam o desafio de mobilizar um número reduzido de militantes para ações de campanha, o que pode impactar diretamente o alcance e a eficácia das suas estratégias eleitorais.
Além disso, os filiados são frequentemente responsáveis por atividades como distribuição de material de campanha, organização de eventos, e até mesmo participação em comícios. Eles representam uma conexão direta entre os candidatos e o eleitorado, sendo muitas vezes os responsáveis por levar as mensagens dos partidos para as ruas. A ausência de renovação nesse grupo pode limitar o impacto das campanhas, especialmente em tempos de concorrência acirrada e maior fragmentação política.
Outro ponto importante é que os filiados também desempenham um papel significativo no financiamento das campanhas. Muitos partidos contam com doações e apoio financeiro de seus membros para garantir recursos suficientes para impulsionar suas campanhas. Com a queda no número de filiados, essa fonte de financiamento pode ser afetada, obrigando os partidos a buscar outras formas de arrecadação, o que nem sempre é uma tarefa fácil.
Portanto, a diminuição na quantidade de filiados não apenas enfraquece a mobilização de base, mas também compromete o suporte financeiro e logístico das campanhas, forçando os partidos a repensarem suas estratégias para manterem a competitividade nas eleições.
A Redação
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