domingo, outubro 6, 2024
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Checamos o debate da ‘TV Globo’ com os candidatos à Prefeitura de São Paulo; confira o resultado

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram nesta quinta-feira, 3, de debate da TV Globo, o último antes do primeiro turno. Estiveram presentes Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).

Estadão Verifica, equipe de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelos candidatos e conferiu a veracidade delas. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “falta contexto” e “verdadeiro”. Este texto será atualizado depois que novas checagens ficarem prontas.

Guilherme Boulos (PSOL)

O candidato Guilherme Boulos no debate da Globo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Orçamento

O que Boulos disse: que o orçamento este ano é de R$ 112 bilhões.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. O orçamento aprovado em dezembro de 2023 pela Câmara dos Vereadores foi de R$ 111,8 bilhões. O valor é o maior da história da cidade.

Efetivo da guarda

O que Boulos disse: que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo tem efetivo menor que a do Rio de Janeiro, cidade que tem metade da população.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A Guarda Municipal do Rio (GM-Rio) tem 7.202 guardas municipais, mais do que a GCM de São Paulo, que tem 7.039 agentes, segundo dados divulgados pela prefeitura em maio deste ano. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, aponta que a população da cidade do Rio de Janeiro é de 6.211.223 pessoas, enquanto a capital paulista tem 11.451.999 habitantes.

Velórios

O que Boulos disse: que está muito mais caro enterrar um ente querido na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. O velório mais simples, disponível para quem não tem direito a benefícios sociais, teve salto de cerca de 400%. O valor era de R$ 299,85 antes da concessão e subiu para R$ 1.443,74.

Após a publicação desta checagem, a Agência Reguladora de Serviços Públicos (SP Regula) entrou em contato com o Verifica e afirmou que o funeral social, pacote mais barato comercializado hoje, custa R$ 566,04. O órgão afirma que esse valor é 25% mais barato do que o pacote “Jasmim”, o de menor preço antes da concessão (R$ 754,73).

Cunhado do Marcola

O que Boulos disse: que o chefe de gabinete da Secretaria de Obras do Ricardo Nunes é cunhado do Marcola, líder da facção criminosa do PCC.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Boulos se refere a uma reportagem do Tab UOL, publicada na quinta-feira, 3, que mostra que o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), Eduardo Olivatto, é irmão da advogada Ana Maria Olivatto, ex-mulher de Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. Mas Boulos não deixa claro que Ana Maria morreu há mais de 20 anos; ela foi assassinada em outubro de 2002, em Guarulhos, em razão de disputas de poder interno da organização criminosa. O texto afirma que não há indício de que a relação de sua irmã com o líder da organização criminosa tenha repercutido na trajetória de Olivatto.

Obras sem licitação

O que Boulos disse: que a gestão municipal gastou R$ 5 bilhões em obras sem licitação.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. Em fevereiro deste ano, a TV Globo reportou, com base em dados do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM), o volume de gastos da prefeitura com obras sem licitação, ano a ano, desde 2019. Se somados os valores gastos apenas nos dois anos completos da gestão de Ricardo Nunes, o valor é de R$ 5,2 bilhões. Mas, Nunes assumiu a prefeitura definitivamente em maio de 2021, após a morte do prefeito Bruno Covas, e naquele ano foram gastos mais R$ 335,7 milhões em obras sem licitação. Este ano, o TCM apontou em um relatório o superfaturamento de R$ 67 milhões em obras sem licitação da prefeitura.

Policiamento diferente

O que Guilherme Boulos disse: que o vice de Nunes, coronel Mello Araújo, afirmou defender um tipo de policiamento que trate diferente quem mora na periferia e quem mora nos Jardins.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A declaração é de 2017, quando Mello Araújo era comandante do Rota. Ele afirmou em entrevista ao UOL que os policiais têm abordagens diferentes dependendo da região da cidade. ”É uma outra realidade. São pessoas diferentes que transitam por lá. A forma dele abordar tem que ser diferente. Se ele (policial) for abordar uma pessoa (na periferia), da mesma forma que ele for abordar uma pessoa aqui nos Jardins (região nobre de São Paulo), ele vai ter dificuldade. Ele não vai ser respeitado”, disse. “Da mesma forma, se eu coloco um (policial) da periferia para lidar, falar com a mesma forma, com a mesma linguagem que uma pessoa da periferia fala aqui no Jardins, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa do Jardins”.

Casa no Campo Limpo

O que Guilherme Boulos disse: que participou de quatro eleições e sempre morou na mesma casa lá no Campo Limpo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A primeira eleição que Boulos participou foi em 2018, quando concorreu à Presidência pelo PSOL. Um perfil publicado na revista piauí cita que ele morava em um sobrado no Campo Limpo. Esse mesmo imóvel consta da declaração de bens à Justiça Eleitoral em 2024. Esta é a quarta eleição de Boulos: além da Presidência, ele disputou a Prefeitura em 2020 e se elegeu deputado federal em 2022.

Ex-secretários de Doria

O que Boulos disse: que Marçal indicou dois ex-secretários de João Doria e que o chefe de campanha do ex-coach era “braço direito” do ex-prefeito de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Conforme noticiou o jornal O Globo, Marçal afirmou que pretende nomear dois ex-integrantes do governo Doria caso seja eleito. Um dos nomes é Wilson Pollara, que seria indicado como secretário de Saúde. Uma segunda indicação seria Filipe Sabará, coordenador do plano de governo de Marçal. Pollara foi secretário municipal da Saúde no governo de João Doria, enquanto Sabará ocupou o cargo de secretário municipal de Assistência Social na gestão do ex-prefeito.

Em agosto deste ano, o Estadão mostrou que dois ex-secretários de Doria ocupam postos importantes na campanha do influenciador: Sabará e Wilson Pedroso, conhecido como “Wilsinho”. Pedroso era considerado um homem de confiança de João Doria, tendo trabalhado ao seu lado em diferentes oportunidades.

Ricardo Nunes (MDB)

Ricardo Nunes no debate da Globo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Redução de impostos

O que Nunes disse: que reduziu o ISS (Imposto Sobre Serviços) dos aplicativos de transporte, entrega de comida e streamings de 5% para 2%.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. Em dezembro de 2023, a prefeitura anunciou ter reduzido a alíquota de serviços de streaming de 2,9% para 2%. A alíquota do ISS foi baixada de 5% para 2% para as outras atividades desenvolvidas por plataformas digitais, como aluguéis e transportes de passageiros.

Outro lado: a assessoria da campanha afirmou que a política de redução de impostos foi uma constante na gestão. A equipe argumentou que Nunes falou da redução para os streamings de forma genérica e utilizou os dados percentuais quando falou dos aplicativos de transporte e entrega.

Abertura de empresas

O que Nunes disse: que, desde o início de sua gestão, em maio de 2021, 57 mil empresas que tinham sede em outros Estados se mudaram para São Paulo. Além disso, outras 458 mil empresas abriram na cidade.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. A prefeitura de São Paulo divulgou em abril deste ano que 51.291 empresas tinham mudado sua sede para a cidade entre 2021 e o primeiro trimestre de 2024. Quanto à abertura de novas empresas, números do Mapa das Empresas, disponibilizados pelo governo federal a partir da base de dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), apontam que, de maio de 2021 até junho de 2024, 442.003 novas empresas abriram em São Paulo. Os números de junho são os mais recentes e não contabilizam microempreendedores individuais (MEI). Esse volume – de 442.003 – não considera as empresas que fecharam no período. De maio de 2021 a junho de 2024, 190.572 empresas fecharam, ou seja, o saldo é de 251.431.

Outro lado: a assessoria da campanha alega que em nenhum momento Nunes falou em saldo de empresas abertas e fechadas. Segundo a equipe do candidato, o dado foi citado para frisar que a Capital é um pólo de atratividade de investimentos e geração de empregos.

A Prefeitura entrou em contato com o Verifica e informou que os dados da Fazenda indicam que 56.891 empresas migraram para a cidade de São Paulo entre 2021 e o primeiro semestre de 2024. A Fazenda informou ainda a abertura de 458.148 novas empresas.

Inauguração de UPAs

O que Nunes disse: que inaugurou 19 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Como prefeito, Nunes foi responsável pela inauguração de 15 Unidades de Pronto Atendimento. Outras duas foram entregues em 2021, quando o candidato era vice-prefeito.

Outro lado: a assessoria do candidato afirma que a 19ª unidade inaugurada é a Jardim Helena, recém-entregue. Acrescentou que “foram novas unidades construídas, reformadas e ampliadas”.

Entrega de tablets

O que Nunes disse: que entregou 506 mil tablets para estudantes.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. Em maio deste ano, a Prefeitura informou que uma das medidas adotadas contra a evasão escolar foi a distribuição de 506 mil tablets com conteúdo pedagógico.

Carros e motos

O que Nunes disse: que há 1,3 milhão de motos e 7 milhões de carros na cidade.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é impreciso. A frota de carros em São Paulo é de 6,3 milhões. De fato, a frota de motos em São Paulo é de 1,3 milhão. Os dados são de julho deste ano, do Ministério dos Transportes.

Boletim de ocorrência por violência doméstica

O que Nunes disse: que a esposa dele registrou um boletim de ocorrência contra ele há 14 anos; no BO, não consta agressão física, apenas uma discussão por mensagem e telefone.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: falta contexto. Como mostrou reportagem do Estadão, em 18 de fevereiro de 2011, a empresária Regina Carnovale Nunes foi à 6 ª Delegacia da Mulher, em Santo Amaro, zona sul da capital paulista, e registrou um boletim de ocorrência contra Nunes por violência doméstica, ameaça e injúria. Entre as importunações, a empresária afirmou que o companheiro efetuava “ligações proferindo ameaças”, além de enviar “mensagens ameaçadoras todos os dias”, o que a deixava “com medo”. Apesar da queixa de Regina ter sido registrada como violência doméstica, não há no B.O. dela menção de agressão física por Nunes. Não houve abertura de inquérito policial porque Regina não abriu uma representação conta o marido.

Extinção de imposto

O que Nunes disse: que eliminou a Taxa de Fiscalização de Anúncios (TFA).

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Nunes sancionou em dezembro de 2022 a lei que extingue a TFA. A medida começou a valer em 1º de janeiro de 2023. O tributo incidia sobre a exploração ou utilização de anúncios em vias públicas ou quaisquer recintos de acesso ao público.

Aumento de pena

O que Nunes disse: que Tabata não votou em um projeto na Câmara dos Deputados para aumentar a pena de criminosos.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Não há registro de voto de Tabata no projeto de lei 3780/23, aprovado em novembro de 2023 pela Câmara dos Deputados. O texto aumenta as penas para roubo, furto e receptação de produtos. A matéria aguarda apreciação pelo Senado Federal.

Pode Entrar

O que Nunes disse: eu fiz o (programa) Pode Entrar.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Em 2021, Nunes enviou à Câmara Municipal de São Paulo o projeto de lei 390/2021, que disciplina o programa Pode Entrar e se tornou lei em setembro daquele ano. Contudo, na justificativa do projeto, Nunes informa que o programa foi instituído em 2019 por meio de uma resolução do Conselho Municipal de Habitação. Naquele ano, foi publicado o Decreto Nº 59.145/2019, que instituía o programa e era assinado pelo então prefeito, Bruno Covas.

Outro lado: a campanha afirmou que Nunes tirou o Programa Pode Entrar do papel, lançou os editais, assinou os contratos e iniciou as obras.

Smart Sampa

O que Nunes disse: o Smart Sampa, que vai ter 20 mil câmeras, já tem 15 mil instaladas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Conforme a coluna Radar, da Veja, em setembro, o Smart Sampa, programa de vigilância com reconhecimento facial, contava com mais de 15 mil câmeras instaladas.

Pablo Marçal (PRTB)

Pablo Marçal no debate da Globo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Violência doméstica

O que Marçal disse: que “alguém” tem um boletim de ocorrência por agressão, por violência doméstica.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Marçal se refere a Nunes – ele já citou a acusação de violência doméstica contra o adversário reiteradas vezes. Como citado anteriormente, em 18 de fevereiro de 2011, a empresária Regina Carnovale Nunes registrou um boletim de ocorrência contra Nunes por violência doméstica, ameaça e injúria. Não há no B.O. dela menção de agressão física por Nunes. Não houve abertura de inquérito policial porque Regina não abriu uma representação conta o marido.

Recursos de campanha

O que Marçal disse: que Boulos é o candidato mais rico, e recebeu R$ 30 milhões do fundo eleitoral de Lula.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: falta contexto. De fato, a campanha de Boulos é a que mais recebeu recursos, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): R$ 65,6 milhões. Desse total, R$ 30 milhões vieram do Partido dos Trabalhadores (PT). Mas vale ressaltar que, em questão de bens pessoais, o candidato mais rico é o próprio Marçal, que declarou ter R$ 169 milhões. Entre as candidaturas principais, Boulos é o que declarou ter menos bens, um montante de R$ 199 mil.

Gastos de campanha

O que Marçal disse: que “as pessoas que estão aqui” gastaram mais de R$ 100 milhões em dinheiro público pra fazer campanha.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: falta contexto. A fala de Marçal pode dar a entender que os candidatos adversários gastaram, individualmente, mais de R$ 100 milhões em suas campanhas. Na realidade, o valor somado das receitas de Boulos, Nunes, Tabata e Datena dá R$ 130,9 milhões. A campanha mais cara é a de Boulos: R$ 65,6 milhões.

Eça de Queiroz

O que Marçal disse: que o escritor Eça de Queiroz disse que “políticos e fraldas devem ser trocados pelo mesmo motivo”.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso. Não há evidência que Eça de Queiroz seja autor da frase. A citação circula há anos nas redes sociais e já foi atribuída a outras figuras, como o escritor e humorista Mark Twain e Benjamin Franklin, um dos pais fundadores dos Estados Unidos. A atribuição da frase a Queiroz foi classificada como falsa por agências de checagem como Boatos.org, Polígrafo e Observador.

De acordo com a iniciativa de checagem Check Your Fact, etimologistas tentaram rastrear a origem da citação e identificaram que era utilizada nas décadas de 1980 e 1990. Não há comprovação de que o ditado tenha sido dito por Queiroz, Twain ou Franklin.

CNPJs

O que disse Marçal: que existem mais de 2 milhões de CNPJs na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. Há 1.999.980 empresas ativas na capital paulista, conforme os dados do painel do governo federal. Os números publicados são do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

Alfabetização

O que Marçal disse: que São Paulo possui um índice de alfabetização de 38% das crianças.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. A avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) de 2023 mostrou que o percentual de crianças alfabetizadas na rede municipal de educação em São Paulo é de 37,9%.

Ranking de educação

O que disse Marçal: que, com Nunes, São Paulo perdeu as primeiras posições na educação de crianças e agora não está entre as primeiras. A cidade perdeu 20 posições no ensino.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. As pesquisas que mediram a taxa de alfabetização em 2021 – último ano da gestão de Bruno Covas (PSDB) – e em 2023 aplicam metodologias distintas. Segundo a pesquisa Alfabetiza Brasil, na avaliação do Saeb de 2021, 39,35% das crianças do segundo ano em São Paulo eram alfabetizadas. Entre as 26 capitais do País, o município ficou em segundo lugar.

Já o indicador Criança Alfabetizada, que foi lançado neste ano pelo Inep, registrou uma taxa de alfabetização de 37,9% na cidade paulista em 2023. Neste ranking de capitais, São Paulo ficou com o 21º entre 23 municípios – não foram incluídos dados de Boa Vista, Florianópolis e Rio Branco. O índice de 2024 baseia-se em avaliações realizadas por cada um dos estados, enquanto a pesquisa anterior estabelecia critérios com base na nota de corte de 743 pontos da escala do Saeb.

Investimentos em educação

O que Marçal disse: que São Paulo investe R$ 25 bilhões na educação.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. De acordo com o Caderno do Orçamento, que traz dados da Lei Orçamentária Anual da cidade de São Paulo, o valor investido na educação em 2024 é de R$ 25,8 bilhões.

Investimentos

O que Marçal disse: que na Europa 70% das pessoas investem, 50% nos Estados Unidos e apenas 2,8% no Brasil.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso. O percentual da população brasileira que investe em algum produto financeiro foi de 37% em 2023, segundo a pesquisa Raio X do Investidor, publicada pelo Datafolha e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Nos Estados Unidos, a pesquisa Gallup aponta que 61% dos americanos possuem investimentos no mercado de ações. Em relação à Europa, há diferenças percentuais entre os países do continente. No Reino Unido, por exemplo, a pesquisa Shepherds Friendly aponta que 61% das pessoas investem seu dinheiro.

Reprovação do PSOL

O que Marçal disse: que nas 26 capitais, apenas uma pessoa do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) está à frente de uma prefeitura, com 70% de reprovação.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. De fato, o prefeito de Belém (PA), Edmilson Rodrigues, é o único candidato do PSOL a comandar uma capital no País. De acordo com uma matéria publicada pelo UOL, uma pesquisa AtlasIntel divulgada em 15 de agosto mostrou que 77% da população da cidade desaprova o mandato de Edmilson. O prefeito, que tenta reeleição, teve a maior desaprovação em um ranking de popularidade de prefeitos de capitais feito pelo mesmo instituto em dezembro de 2023. Segundo a reportagem, ele teve desaprovação de 88%.

Pesquisas eleitorais

O que Marçal disse: que começou a campanha com 5% das intenções de votos nas pesquisas e que, agora, está 15 pontos à frente do terceiro colocado, na pesquisa Veritá, e que também está em primeiro lugar na pesquisa do Instituto Futura.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. A primeira vez que Marçal apareceu entre os possíveis candidatos foi em pesquisas divulgadas no final de maio. Segundo o Datafolha, ele tinha 7% das intenções de voto no cenário (com Kim Kataguiri e Datena) e 9% no segundo cenário, sem eles dois. A margem de erro era de 3 pontos.

Na pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 3, pelo Instituto Veritá, Marçal aparece em primeiro lugar, com 35,7% dos votos, seguido de Guilherme Boulos (27,4%) e Ricardo Nunes (21,4%). A diferença entre Marçal e o terceiro colocado é de 14,3 pontos. A margem de erro é de 2 pontos. A pesquisa do Instituto Futura, divulgada também nesta quinta, mostra Marçal com 26,2% das intenções de voto, Nunes com 23,9% e Boulos com 20,6%. Como a margem de erro é de 3,1 pontos, eles estão tecnicamente empatados.

Saneamento básico

O que Marçal disse: que a universalização do saneamento básico não é cumprida em São Paulo.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. Os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), de 2022, mostram que 0,71% dos paulistanos não têm acesso à água e 2,69% a coleta de esgoto. Além disso, 1,73% não são atendidos pela coleta de lixo domiciliar. O percentual que mede o índice de esgoto tratado em relação ao total do que é gerado, é de 73,08% na capital.

Tabata Amaral (PSB)

Tabata Amaral no debate da Globo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Fila de exames

O que Tabata disse: que mais de 400 mil pessoas estão aguardando por um exame em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. A Secretaria Municipal da Saúde informou ao Verifica em 2 de outubro que a fila para exames na cidade era de 326 mil.

Psicólogos

O que Tabata disse: que a cidade tem 1.300 psicólogos para 12 milhões de habitantes.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A Secretaria Municipal da Saúde informou, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), que a capital tem 1.327 psicólogos. Esse número inclui profissionais que são servidores e contratados por organizações sociais. Os leitos de psiquiatria nos hospitais municipais são 180. Os dados são referentes ao mês de agosto de 2024.

Tempo no transporte público

O que Tabata disse: que as pessoas levam, em média, mais de 2 horas e 40 minutos no transporte público em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A Pesquisa Viver em SP: Mobilidade Urbana, divulgada em 2024 pela Rede Nossa São Paulo mostra que o tempo médio de deslocamento das pessoas que usam transporte público em São Paulo em 2023 foi de 2h47, 10 minutos a mais que em 2013. Este trecho foi corrigido porque incluía dados da pesquisa anterior, de 2023.

PCC nas campanhas eleitorais

O que Tabata disse: que o PCC destinou R$ 8 bilhões para financiar campanhas eleitorais neste ano.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdade. Reportagem do UOL mostrou no início de setembro que o PCC movimentou R$ 8 bilhões por meio de um “banco do crime” e algumas empresas para apoiar candidaturas em cidades de São Paulo. O esquema criminoso foi descoberto após investigação da Polícia Civil de Mogi das Cruzes.

Moradores de rua

O que Tabata disse: que quando Nunes assumiu a Prefeitura, São Paulo tinha 30 mil pessoas na rua. Agora são mais de 80 mil pessoas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. O Censo da População de Rua feito em 2021, quando Nunes assumiu a prefeitura, indica 31.884 pessoas em situação de rua. Em junho deste ano, um levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que a cidade tem 80.369 pessoas vivendo nessa situação. Os dados foram publicado pelo g1.

Mortes de policiais

O que Tabata disse: que mais policiais morrem por suicidio do que em confrontos.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024. A taxa de suicídio entre policiais civis e militares da ativa cresceu 26,2% em 2023 em comparação ao ano anterior. O suicídio se transformou na maior causa das mortes de policiais no Brasil, superando mortes em confrontos.

Investimentos em saúde

O que Tabata disse: que são quase R$ 20 bilhões de orçamento na área da saúde.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Segundo os dados disponíveis no Caderno do Orçamento da Prefeitura de São Paulo, o orçamento para a Saúde neste ano é de R$ 19,1 bilhões.

Cracolândias

O que Tabata disse: que no início da gestão municipal, havia apenas uma Cracolândia na cidade. Agora, são 72.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Tabata se refere a dados publicados pela Folha de S. Paulo em julho deste ano sobre 72 aglomerações de usuários de drogas na Capital. As informações foram obtidas por Lei de Acesso à Informação (LAI) e se referem ao primeiro semestre de 2023. Ao Verifica, a Prefeitura contestou os dados, que haviam sido fornecidos pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP). A gestão municipal afirmou que muitos dos pontos de uso de drogas não existem mais.

José Luiz Datena (PSDB)

José Luiz Datena no debate da Globo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Impostos

O que Datena disse: que a arrecadação em SP é absurda e que, “só neste curso”, foram R$ 56 bilhões de reais em impostos.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. De acordo com a Prefeitura, a cidade de São Paulo arrecadou R$ 58,6 bilhões de impostos municipais em 2023. No primeiro semestre deste ano, foram R$ 37,7 bilhões.

Jacú Pêssego

O que Datena disse: que a Avenida Jacú Pêssego tem quase a população do Rio de Janeiro.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é exagerado. A Avenida Jacú Pêssego fica na Zona Leste de São Paulo. Segundo dados do IBGE, toda a Zona Leste de São Paulo tem 4 milhões de habitantes. Já a cidade do Rio tem 6,2 milhões de habitantes.

Calçadas

O que Datena disse: que a Prefeitura de São Paulo prometeu entregar 1,5 milhão de metros quadrados de calçadas, mas só entregou metade.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Datena se refere à meta 40 do Programa de Metas da Prefeitura, que detalha a “manutenção de 1.500.000 metros quadrados de calçadas”. Essa meta, de fato, não foi batida. No entanto, mais da metade já foi cumprida. Em julho de 2024, quando houve a última atualização do indicador, a prefeitura havia realizado a manutenção de 828.865 metros quadrados.

Bibliotecas

O que Datena disse: que existem 57 bibliotecas em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso, mas próximo da realidade. Conforme dados disponibilizados pela Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas de São Paulo, são 54 bibliotecas na cidade.

Preço de enterros

O que Datena disse: que, antigamente, pagava-se R$ 800 para enterrar um ente querido. Hoje, esse valor é superior a R$ 4.000, fora o valor do caixão e outros serviços.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o velório mais simples, disponível para quem não tem direito a benefícios sociais, teve um aumento de cerca de 400%. O valor era de R$ 299,85 antes da concessão e subiu para R$ 1.443,74. Segundo apuração do Brasil de Fato de janeiro deste ano, no Cemitério Santana, administrado pela Consolare, o pacote mais barato custa R$ 3.766, com os seguintes serviços funerários inclusos: urna/caixão, fundo impermeável, translado para o enterro, translado para a remoção do corpo, enfeite floral, paramentos, mesa de condolência, véu, velas, taxas de sepultamento e velório. No Cemitério São Pedro, gerenciado pela Velar, o mesmo serviço sai por R$ 3.250.

Antes, de acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), era possível pagar R$ 289,35. Esse valor incluía, segundo a entidade, caixão, carro para enterro, carro para remoção, enfeite floral, paramentos, mesa de condolência, véu, velas, velório, taxa de sepultamento e fundo impermeável.

Após a publicação desta checagem, a Agência Reguladora de Serviços Públicos (SP Regula) entrou em contato com o Verifica e afirmou que o funeral social, pacote mais barato comercializado hoje, custa R$ 566,04. O órgão afirma que esse valor é 25% mais barato do que o pacote “Jasmim”, o de menor preço antes da concessão (R$ 754,73).

Mortes com Stalin e Mao

O que Datena disse: que Stalin matou 70 milhões de pessoas na União Soviética, e que Mao Tsé-Tung matou de fome mais de 120 milhões de pessoas na China.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. Há uma dificuldade histórica em especificar o número de mortos nos dois regimes. No entanto, fontes variadas indicam números menores do que os dados ditos por Datena no debate.

No regime stalinista da União Soviética, esse número varia até 60 milhões. O site Necrometrics, que reúne dados de mortes provocadas pelo homem ao longo da história, aponta uma média de 30 milhões de mortes no período conduzido por Stalin (1924 – 1953). Já em relação a Mao Tsé-Tung, a cifra também varia. As mortes estão relacionadas ao período conhecido como “a grande fome”, desencadeada pelo programa Grande Salto Adiante. Estudiosos apontam até 45 milhões de mortes entre 1958 e 1962 (veja aqui e aqui).

Jovens desempregados

O que Datena disse: que a cidade de São Paulo tem quase um milhão de jovens sem direito a trabalho por falta de qualificação.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) mostram que no primeiro trimestre deste ano, 226 mil jovens com idade entre 14 a 24 anos estavam desocupados na cidade de São Paulo. No segundo trimestre, o número de desocupados na mesma faixa etária caiu para 164 mil. A reportagem não conseguiu determinar se a desocupação entre os jovens é resultado da falta de qualificação profissional, como afirmou o candidato.

Estadão

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