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  • “Diálogos parecem remeter à extrapolação”, diz jurista à CNN sobre caso Moraes

    “Diálogos parecem remeter à extrapolação”, diz jurista à CNN sobre caso Moraes

    A advogada especialista em Direito Constitucional, Vera Chemin, analisou em entrevista à CNN Brasil os recentes diálogos divulgados entre um juiz auxiliar e um perito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que supostamente atuavam sob orientação do ministro Alexandre de Moraes.

    Chemin ressaltou a necessidade de cautela na análise, destacando que mais informações ainda serão divulgadas pela Folha de S. Paulo. No entanto, a jurista apontou que o conteúdo dos diálogos parece indicar uma possível “extrapolação da conduta do ministro”.

    A especialista comparou a situação atual com os diálogos entre o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol durante a Operação Lava Jato. Ela destacou uma diferença crucial: enquanto as conversas da Lava Jato foram obtidas ilegalmente por hackers, as atuais são de fonte legal.

    Chemin alertou para a possibilidade de acúmulo indevido de funções por parte do ministro Alexandre de Moraes, que estaria atuando simultaneamente como magistrado, autoridade policial e até mesmo como uma espécie de representante do Ministério Público ao direcionar investigações.

    Investigação e possíveis consequências

    Quanto à investigação do caso, a jurista sugeriu que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) poderia ser responsável por averiguar a conduta do juiz auxiliar e do perito. No entanto, ela reconheceu a complexidade da situação, já que o juiz auxiliar está vinculado ao Supremo Tribunal Federal.

    Chemin concluiu que, embora não haja problemas na coincidência de funções de Moraes como relator no STF e presidente do TSE, a essência do problema reside no conteúdo das mensagens trocadas e na forma como as investigações foram conduzidas.

    CNN

  • Mpox pode causar pandemia? Veja o que dizem especialistas

    Mpox pode causar pandemia? Veja o que dizem especialistas

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quarta-feira (14) o atual surto de mpox na África como uma emergência de saúde pública global. O anúncio foi feito em reunião com o comitê de emergência em meio a preocupações de uma cepa mais mortal do vírus, chamada clado 1B, se espalhar para outras regiões do mundo.

    Em julho, a OMS havia incluído o vírus da mpox na lista atualizada de micro-organismos com potencial de causar novas pandemias. O documento foi emitido na Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, que aconteceu naquele mês no Rio de Janeiro.

    O relatório tem como objetivo criar conhecimento, ferramentas e contramedidas amplamente aplicáveis que possam ser adaptadas de forma rápida às ameaças emergentes de pandemias. Além disso, a estratégia também visa acelerar a vigilância e a pesquisa para entender como os patógenos transmitem doenças e infectam humanos e como o sistema imunológico responde a eles.

    Apesar disso, a declaração do mpox como emergência de saúde pública global não significa que o surto está virando uma pandemia. Porém, o alerta serve para enfatizar o alto risco de uma doença se disseminar para outros países através da propagação internacional, além de alertar para a necessidade de uma resposta internacional coordenada para a contenção dessa doença.

    “O grande temor da OMS é que esse clado 1 saia da República Democrática do Congo e se espalhe no mundo todo, que foi o que aconteceu com o clado 2 em 2022”, explica o médico infectologista Álvaro Costa, que tem a Mpox como tema central de pesquisa de doutorado, em matéria publicada anteriormente na CNN.

    “Naquela época, todos os casos de mpox eram concentrados na África, e os casos em outras regiões eram importados de pessoas que viajavam para lá e, de repente, tivemos um surto. A tensão agora é para prevenir um surto global com essa outra variante”, acrescenta o especialista.

    Clado 1 e clado 2 são diferentes grupos de vírus que, apesar de terem semelhanças genéticas, não são idênticos. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o clado 1 leva a uma doença mais grave e é mais letal em comparação ao clado 2.

    O clado 1 é endêmico na República Democrática do Congo e é responsável pelo surto atual. Em setembro de 2023, também foram registrados casos relacionados à subvariante 1B no país e em regiões adjacentes. Já o clado 2 foi responsável pelo surto global que começou em 2022, de acordo com o CDC. No Brasil, os casos atuais estão relacionados à circulação do clado 2.

    Mpox pode virar pandemia? O que os especialistas acham

    O clado 1B, além de ser mais letal, parece possuir maior transmissibilidade, de acordo com a infectologista Raquel Stucchi, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Justamente por essa característica, a especialista acredita que é possível que a mpox cause uma nova pandemia.

    “Nós sabemos que, hoje em dia, não tem mais nenhuma doença infecciosa que se concentre em um único local com toda a movimentação das pessoas [de um país para o outro]”, explica a infectologista à CNN. “Então, é possível sim que ela atinja outros países de vários continentes, ainda mais sendo mais transmissível”, afirma.

    Para Giliane Trindade, professora de microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também há chances de a nova variante se espalhar para outras regiões do mundo além da África.

    “Nós vivemos em um mundo globalizado, e o que estamos vendo na República Democrática do Congo é que é uma variante bem transmissível. Existe a transmissão comunitária e não está controlada. Isso é sempre um risco quando associado com o fator da globalização”, afirma a professora, em matéria publicada anteriormente na CNN.

    Segundo Hélio Bacha, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, pela variante 1B do vírus mpox ter maior transmissibilidade, a preocupação da OMS em declarar a emergência de saúde pública global é pertinente e real. “A importância de se ter essa declaração é que nós temos contra essa doença medicamentos efetivos e vacinas, mas não em uma quantidade suficiente para fazer frente a uma condição pandêmica”, afirma à CNN.

    O que deve ser feito para conter uma nova pandemia

    Stucchi afirma que, entre as principais medidas para conter surtos e uma nova pandemia causada por mpox, está a vacinação da população, com maior igualdade no acesso ao imunizante. “Infelizmente, parece que não aprendemos — enquanto sociedade, gestores públicos e população — com a pandemia de Covid-19 sobre equidade. Nós já deveríamos ter vacinado a população da África, porque sempre foi uma população mais acometida pela doença [mpox] e é onde há maior mortalidade”, afirma a especialista.

    Também é preciso disponibilizar o tratamento adequado e iniciá-lo precocemente nos pacientes com maior risco de desenvolver quadros graves da infecção por mpox, segundo a infectologista.

    “Nós temos que ter uma política de responsabilidade multilateral, de vários países, para o enfrentamento dessa doença. A possibilidade de se enfrentar individualmente essa doença sem o apoio e o aporte financeiro de uma política global representa um risco muito grande de termos um gravíssimo problema de saúde pública”, acrescenta Bacha.

    Após declarar mpox uma emergência de saúde pública global, a OMS assinou o processo de Lista de Uso de Emergência para ambas as vacinas mpox e desenvolveu um plano de resposta regional que requer 15 milhões de dólares, com 1,45 milhões de dólares já liberados do Fundo de Contingência para Emergências da OMS.

    No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou que, a partir desta quinta-feira (15), irá instalar um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à mpox.

    “Desde a ESPII anterior para Mpox, declarada pela OMS em julho de 2022 e encerrada em maio de 2023, a vigilância para a doença se manteve como prioridade no Ministério da Saúde, que vinha monitorando atentamente a situação mundial e as informações compartilhadas pela OMS e outras instituições. A pasta já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil”, afirma a pasta em nota à imprensa.

    Casos de mpox no mundo

    De acordo com o CDC, o surto atual de mpox na República Democrática do Congo está mais disseminado do que qualquer outro surto anterior na região e a letalidade é maior. Só neste ano, a República Democrática do Congo registrou 15,6 mil casos de mpox e 537 mortos. O número já é maior do que o surto de 2022, provocado pelo clado 2: apesar de os 85 mil casos registrados, houve apenas 120 mortes. No mundo, a OMS já registrou 99.176 casos confirmados de mpox em 116 países de janeiro de 2022 a junho de 2024.

    No Brasil, até agora, foram registrados 709 casos de mpox. Na quarta-feira (14), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que não há motivos para “alarme”, mas sim para “alerta” em relação ao vírus mpox.

    “No momento, não há registro de uma grande preocupação, mas várias medidas podem ser tomadas, como alerta para viajantes e uma série de ações que devem ser feitas em situações como esta”, afirmou a ministra.

    CNN

  • Lira pede intervenção de Lula contra suspensão de emendas

    Lira pede intervenção de Lula contra suspensão de emendas

    Após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, mandar suspender a liberação de recursos federais por meio de emendas parlamentares impositivas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ligou para o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

    Lira não estava calmo. Indignado com o que avalia como uma interferência indevida entre os poderes, o parlamentar pediu ao ministro a participação pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para conter as iniciativas do magistrado. Flávio Dino foi ministro da Justiça e Segurança Pública de Lula. E assumiu o cargo na corte suprema por indicação do presidente da República.

    Costa é o principal interlocutor de Lira no governo federal. O presidente da Câmara não fala com o ministro de Relações Institucionais, que cuida da articulação política com o Congresso, Alexandre Padilha.

    Embora tenha tentado acalmar Lira, Rui Costa voltou a insistir que Lula não tem ascendência sobre ministros do Supremo. O que não convenceu o deputado. Parlamentares veem articulação direta do governo federal nesta ofensiva do STF.

    Lula é um crítico público do controle que o Congresso Nacional detém sobre o orçamento federal por meio de emendas. Entretanto, fontes do próprio Palácio do Planalto avaliam que a maneira como está sendo conduzida essa questão tem tensionado muito a relação com o Congresso.

    Decisões

    Dino proferiu duas decisões nos últimos dias suspendendo o repasse aos congressistas, por parte do governo, das chamadas emendas “Pix” e impositivas, até que o Parlamento encontre meios para garantir transparência e rastreabilidade sobre o dinheiro enviado por parlamentares para estados e municípios.

    A âncora Tainá Falcão, apresentadora do Bastidores, antecipou que Lira também telefonou para o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, para fazer um apelo ao magistrado sobre este tema.

    CNN

  • Iafas abre oportunidade para preenchimento de 93 vagas

    Iafas abre oportunidade para preenchimento de 93 vagas

    O Instituto de Assistencial Familiar e Amparo Social dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Iafas), que atua como intermediário entre trabalhadores e empregadores, está cadastrando currículos para vagas de emprego em diversas empresas em todo o estado de Goiás. Empresas parceiras do Instituto estão com 93 oportunidades para cargos, sendo 55 vagas para Serviços Gerais e Auxiliar de Limpeza; 11 para vigilante; 10 para técnico de Segurança do Trabalho; 07 para porteiro; 04 para enfermeira de Segurança do Trabalho; 03 para supervisor operacional; e 03 para zelador. A seleção também é aberta à Pessoas com Deficiência e jovens aprendizes.
    Para se candidatar às sete áreas, os interessados deverão enviar o currículo pelo WhatsApp para o número (62) 3988-3400, informando nome completo, endereço, telefone de contato, escolaridade e experiência profissional, se houver. O cadastro também pode ser realizado através do site iafas.org.br. Outras informações poderão ser obtidas também pelo email iafas@iafas.org.br ou pelo próprio WhatsApp. O Instituto está localizado na Rua 94 A, Setor Sul, em Goiânia, com horário de atendimento das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira.
    Sobre o Iafas
    O Instituto de Assistencial Familiar e Amparo Social dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Iafas) é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2017 com o propósito de conectar trabalhadores e empresas em busca de mão de obra qualificada. Além dos cursos de capacitação, o Iafas oferece benefícios como cestas básicas para alunos que concluírem os treinamentos, além de contar com uma farmácia própria com preços acessíveis para trabalhadores e seus familiares.
    Além de encaminhar os currículos para as empresas, o Iafas também oferece cursos gratuitos de capacitação profissional. Após a formação, se o profissional desejar, é encaminhado para vagas de emprego nos segmentos de limpeza, conservação e de segurança privada em Goiás. “O nosso principal propósito é conectar trabalhadores às empresas que buscam mão de obra qualificada. Nós preparamos essas pessoas para caso não tenham experiência, por meio de capacitações teóricas e práticas, para que elas se sintam preparadas para o mercado de trabalho”, disse a superintendente da organização Rousilene Melo.
  • CCJ aprova mudança de regra para partido que descumpriu cotas; texto vai a Plenário

    CCJ aprova mudança de regra para partido que descumpriu cotas; texto vai a Plenário

    A proposta de emenda à Constituição que anistia ou cancela os débitos dos partidos que descumpriram a aplicação mínima de recursos em candidaturas de pretos e pardos nas eleições passadas (PEC 9/2023) avançou em sua tramitação no Senado: ela foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (14) e agora segue para votação em Plenário.

    Para que sejam canceladas as dívidas e consideradas cumpridas todas as normas das eleições anteriores que estabelecem cotas raciais na aplicação de recursos eleitorais, o texto determina que os valores que deixaram de ser aplicados terão de ser investidos em candidaturas de pretos e pardos nas quatro eleições a serem realizadas a partir de 2026.

    Essa PEC foi aprovada pela Câmara dos Deputados no mês passado, quando foi então enviada ao Senado. Na CCJ, a PEC recebeu parecer favorável de seu relator, o senador Marcelo Castro (MDB-PI). Ele apresentou duas emendas de redação.

    Cota de 30%

    O texto também altera a Constituição para obrigar os partidos políticos a destinarem 30% dos recursos dos Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário às candidaturas de pessoas pretas e pardas. Essa cota de 30% não inclui os valores correspondentes aos recursos não aplicados nas eleições passadas.

    Uma das emendas apresentadas por Marcelo Castro deixa claro que a exigência de aplicação de 30% dos recursos nessas candidaturas já vale para as eleições deste ano.

    Imunidade tributária

    A PEC estende a imunidade tributária de partidos políticos (e seus respectivos institutos ou fundações) a sanções de natureza tributária, exceto as previdenciárias.

    Marcelo Castro afirmou que existem “sanções e processos em curso que desrespeitam a imunidade tributária” dos partidos, com processos administrativos instaurados há mais de 20 anos e com os débitos sendo corrigidos por taxas de juros consideradas muito altas.

    Refis para partidos

    A proposta cria um programa de refinanciamento de dívidas semelhante ao Refis, mas específico para partidos políticos, seus institutos ou suas fundações. O objetivo é que a dívida original seja submetida apenas à correção monetária — e que sejam perdoados juros e multas acumulados.

    De acordo com a PEC, os partidos poderão parcelar as dívidas previdenciárias em até 60 meses e os demais débitos em até 180 meses.

    O texto prevê que os partidos, seus institutos ou suas fundações poderão usar recursos do Fundo Partidário para pagar as multas e outras sanções por descumprimento da lei eleitoral e os débitos de natureza não eleitoral. Também prevê que os recursos desse fundo poderão ser utilizados para atender a outras determinações da Justiça Eleitoral, como a devolução ao Tesouro de recursos públicos ou privados, inclusive os de origem não identificada.

    A PEC determina que as novas regras valerão para os órgãos partidários nacionais, estaduais, municipais e zonais e para as prestações de contas de exercícios financeiros e eleitorais, independentemente de terem sido julgados ou de estarem em execução, mesmo que transitados em julgado.

    Além disso, a proposta dispensa a emissão do recibo eleitoral para as doações de recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário feitas pelos partidos aos candidatos por meio de transferência bancária. A dispensa também valeria para as doações feitas por pix pelos partidos a seus candidatos.

    Divergência

    A aprovação da matéria na CCJ não foi unânime. Os senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Alessandro Vieira (MDB-SE) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) foram contra a proposta.

    — Hoje é um dia triste, um dia em que cedemos aos partidos políticos que não foram capazes de cumprir a legislação que eles mesmos fizeram e aprovaram para os processos eleitorais — lamentou Oriovisto.

    Fonte: Agência Senado

  • Ex-governador do Rio, preso pela Lava Jato, lidera pesquisas de intenção de voto para prefeitura

    Ex-governador do Rio, preso pela Lava Jato, lidera pesquisas de intenção de voto para prefeitura

    O ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB) lidera as pesquisas de intenção de voto em Piraí, no Vale do Paraíba Fluminense, com 59% das intenções de voto, segundo o Ipec, nesta quarta-feira, 14. Atrás dele, está Arthur Tutuca (PRD) com 29%. O opositor de Pezão é filho do ex-prefeito do município, Arthur Henrique Gonçalves Ferreira, e irmão do secretário de Turismo do Rio, Gustavo do Tutuca.

    O vereador Alexsandro Sena (PSD) foi confirmado como vice na chapa nas eleições municipais de 2024. Pezão tenta retornar à política após quase seis anos afastado após ser preso por propina de R$ 39 milhões, no âmbito da operação Lava-Jato em 2018.

    À época, ele foi considerado inelegível até 2022. O então governador recorreu da decisão, mas o recurso foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    O ex-gestor fluminense começou a carreira política em 1982 como vereador de sua cidade natal, Piraí, por dois mandatos e, depois, como prefeito do mesmo município também por dois mandatos. Em 2006, foi eleito como vice-governador do Estado junto ao correligionário Sérgio Cabral. Em 2010 a chapa foi reeleita para o cargo e, quatro anos depois, Pezão assumiu o comando do Rio de Janeiro após Cabral renunciar ao posto.

    Ainda em 2014, Pezão foi eleito como governador do Estado, mas teve de se afastar do cargo no final do mandato devido aos avanços da operação Boca de Lobo, braço da Lava Jato. Ele foi condenado em primeira instância a 98 anos, 11 meses e 11 dias de prisão por corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

    No entanto, em abril de 2023 a sentença foi reformada e ele foi absolvido. Com apoio de outros nove partidos como o PT e PSD, Pezão oficializou a sua candidatura ao pleito deste ano em convenção política. Ele concorrerá para ser prefeito do mesmo local que comandou entre os anos de 1997 e 2005.

    Estadão

  • Senado aprova renegociação de dívidas dos estados com a União

    Senado aprova renegociação de dívidas dos estados com a União

    Dois senadores votaram contra o projeto de renegociação de dívidas dos estados, aprovado nesta quarta-feira (14) no Senado. Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) foram os únicos parlamentares contrários à proposta que prevê que os estados brasileiros e o Distrito Federal possam renegociar dívidas com a União e realizar os pagamentos em até 30 anos com juros menores.

    Com 70 votos a favor e 2 contrários, o Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (14) o projeto de lei complementar que cria um novo programa federal para que estados e Distrito Federal possam renegociar dívidas com a União e pagar os débitos em até 30 anos e com juros menores. Agora a proposta (PLP 121/2024) segue para análise e votação da Câmara dos Deputados. As dívidas estaduais somam atualmente mais de R$ 765 bilhões — a maior parte, cerca de 90%, diz respeito a quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

    Em contrapartida ao alívio nas contas, os estados terão que entregar à União alguns de seus bens e priorizar mais investimentos em áreas como educação, saneamento e segurança. Também será criado novo fundo federal para compensar os estados menos endividados.

    De autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, o PLP 121/2024 foi aprovado na forma do substitutivo apresentado pelo relator, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), atual presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Davi promoveu algumas mudanças no texto original e acatou, total ou parcialmente, mais da metade das 78 emendas apresentadas por senadores. Ele já havia recebido, no dia anterior, os apelos da União e dos estados para ajustes no texto.

    — A essência da proposta apresentada é dar um caminho de saída para uma dívida quase que impagável (…) A proposta é um esforço na construção de um instrumento que dê aos estados o espaço para produzir as políticas públicas de impacto diretamente para a população, criar o equilíbrio federativo, confiança entre a União e os estados e formas de manter uma saúde fiscal e atingir o objetivo de sustentabilidade ao longo prazo — afirmou Davi.

    Propag

    De acordo com o texto aprovado pelos senadores, será criado o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) para promover a revisão dos termos das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União.

    A proposta autoriza desconto nos juros, dá prazo de 30 anos para pagamento (360 parcelas), abre a possibilidade de os estados transferirem ativos para a União como parte do pagamento e cria exigências de investimento em educação, formação profissional, saneamento, habitação, enfrentamento das mudanças climáticas, transporte e segurança pública como contrapartida.

    Pacheco afirma que o objetivo do Propag é apoiar a recuperação fiscal dos estados e do DF, além de criar condições estruturais de incremento de produtividade, enfrentamento das mudanças climáticas e melhoria da infraestrutura, da segurança pública e da educação.

    Foi retirado do projeto pelo relator o prazo de adesão ao Propag até o final de 2024. O texto aprovado determina prazo de adesão de 120 dias a contar da publicação da futura lei. O ingresso no Propag será por pedido de adesão do estado que tiver dívidas com o Tesouro Nacional.

    As atuais dívidas bilionárias de estados com a União vêm de décadas de empréstimos e renegociações. Os estados mais endividados, que estão no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) criado em 2017, também poderão renegociar dívidas junto a instituições financeiras públicas e privadas e a organismos internacionais multilaterais.

    Prioridades

    Quem entrar no Propag terá que garantir que o dinheiro economizado será investido, de maneira prioritária, em educação profissional técnica de nível médio, em infraestrutura para universalização do ensino infantil e da educação em tempo integral, em ações de infraestrutura de saneamento, de habitação, de adaptação às mudanças climáticas, de transportes ou de segurança pública. Os recursos não poderão ser aplicados em despesas correntes ou para pagamento de pessoal.

    Entrada

    Como entrada da renegociação, os estados poderão quitar de imediato parte das atuais dívidas transferindo para o poder da União bens móveis ou imóveis, participações societárias em empresas, créditos com o setor privado, créditos inscritos na Dívida Ativa da Fazenda Estadual, dentre outros ativos.

    Parcelas 

    Serão 360 parcelas mensais calculadas de acordo com a Tabela Price e corrigidas mensalmente. O estado poderá fazer amortizações extraordinárias da dívida. Haverá redução dos valores das parcelas ao longo dos primeiros cinco anos.

    Durante a vigência do contrato, será proibida a contratação de novas operações de crédito pelo estado para o pagamento das parcelas da dívida refinanciada, sob pena de desligamento do Propag.

    Também poderá ser desligado do Propag o estado que atrase o pagamento das parcelas por três meses consecutivos, ou por seis meses não consecutivos no prazo de 36 meses.

    Taxa de juros

    Será mantida a taxa de juros atualmente cobrada pela União, correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acrescido de 4% ao ano. Mas haverá descontos de acordo com o montante da dívida que será quitado na entrada e outras regras fiscais e financeiras específicas. Com isso, estados poderão alcançar taxas de juros de IPCA mais 0%, 1% ou 2%.

    — O pagamento do principal com o IPCA mais 4% de juros, principalmente para os estados que estão no regime de recuperação fiscal, é uma conta em que ninguém consegue ver efetivamente o resultado desse pagamento, porque o valor principal e o juro vão para uma conta única do Tesouro da União Federal, e praticamente não se consegue constatar o retorno disso para esses próprios estados que contraíram essas dívidas com o aval da União — disse o relator.

    Fundo

    O Fundo de Equalização Federal receberá parte dos recursos economizados com o desconto de juros da renegociação para investimentos em todos os estados e no DF. Outra parte do dinheiro poderá ser integralmente aplicado em investimentos no próprio estado, ao invés de ser pago como juros da dívida à União. No mínimo, 60% deverão ser investidos na educação profissional e técnica.

    Ou seja, parte dos recursos que seriam pagos como juros à União serão aplicados diretamente no próprio estado e outra parte será revertida ao Fundo de Equalização para investimentos em todos os estados da Federação.

    Davi acatou emenda do senador Marcelo Castro (MDB-PI) para que 80% dos recursos do fundo sejam repartidos de acordo com os critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e 20% “pela relação da dívida consolidada com a receita corrente líquida” do ente.

    — Por que nós criamos esse fator? É porque tem alguns estados que têm um FPE muito baixo; por exemplo, o Distrito Federal tem 0,67%. Seria prejudicado, teoricamente, ou melhor, não seria beneficiado. Mato Grosso tem 1,8%. Quando a gente faz essa relação, você aumenta a participação de estados como Espírito Santo, que tem um FPE baixo, Distrito Federal, Mato Grosso, Tocantins — explicou Marcelo Castro.

    O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) calculou em R$ 42 bilhões anuais o montante anual de que a União abrirá mão em benefício do Fundo de Equalização, o que impactará o equilíbrio fiscal do governo federal.

    — Os estados resolvem todas as suas dívidas. Os estados que não têm dívida passam a ter um fundo que vai distribuir dinheiro para eles. Todo mundo sai ganhando. Será que ninguém perde? Não tem perdedor? Se não tiver perdedor, é um milagre. Em economia, não existem milagres — analisou Oriovisto.

    Recuperação fiscal

    O texto aprovado prevê exigências de equilíbrio fiscal aos entes que aderirem ao Propag. Eles terão 12 meses para instituir regras que limitem o crescimento de suas despesas primárias.

    Debate

    O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apoiou a aprovação por entender que os estados superendividados poderão finalmente aliviar suas contas e “ter uma porta de saída, e não um paredão para bater de frente”.

    — Esse projeto de lei é, sem dúvida alguma, uma grande “porta da esperança” para que possamos voltar a fazer o dever de casa, honrar os compromissos do Rio de Janeiro, que quer pagar a sua dívida, obviamente, com critérios que sejam minimamente razoáveis — disse Flávio.

    Na mesma linha, o senador Castellar Neto (PP-MG) apoiou a aprovação e disse que o estado de Minas Gerais é “assombrado com essa dívida ao longo dos últimos 30 anos”.

    — Nós saímos daqui hoje, após um longo trabalho, muito esperançosos de que os próximos anos para os estados, especialmente aqueles que têm dívidas maiores, possam ser anos de mais conquistas, de mais investimentos — disse Castellar.

    Também apoiaram o projeto os senadores Marcos Rogério (PL-RO), Paulo Paim (PT-RS), Zenaide Maia (PSD-RN), Otto Alencar (PSD-BA), Dr. Hiran (PP-RR), Carlos Portinho (PL-RJ) e outros.

    Pacheco agradeceu aos colegas pela aprovação do projeto e pediu atenção e celeridade da Câmara dos Deputados para votar o texto e encaminhar para sanção presidencial. Para ele, o projeto vai proporcionar que estados recuperem suas capacidades de investimentos.

    — Fico honrado de ser presidente do Senado neste momento (…) e, como senador por Minas Gerais, externar minha gratidão a todos os senadores e senadoras que compreenderam a importância do princípio da colaboração federativa para o Brasil, mas sobretudo para os estados endividados — disse.

    Fonte: Agência Senado

  • Goiás é 1º lugar no ranking nacional do Ideb

    Goiás é 1º lugar no ranking nacional do Ideb

    Na coletiva à imprensa para anúncio dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb 2023, nesta quarta-feira (14/08), o governador Ronaldo Caiado destacou as ações para reestruturação da Rede Estadual de Educação que levaram Goiás ao primeiro lugar nacional.

    O estado atingiu a maior nota do país, com média 4,8, e também ficou entre as únicas três unidades da federação que atingiram a meta do Ideb, juntamente com Pernambuco e Piauí.

    “Com engajamento em modo contínuo, a rede estadual de educação trabalhou o tempo todo, com pique de chegar ao pódio e ganhamos a medalha de ouro: Goiás tem a melhor educação do Brasil”, ressaltou o governador, que estava acompanhado da primeira-dama e coordenadora do Goiás Social, Gracinha Caiado.

    Caiado afirmou ainda que nunca duvidou da capacidade dos profissionais da Rede Estadual e, por isso, não poupou esforços em apoiar as ações necessárias para que continuasse ofertando o melhor ensino público.

    “É uma luta salutar, uma disputa que contribui, cada vez mais, para que o beneficiário seja o cidadão, o nosso aluno”, disse Caiado.

    Ideb 2023

    O Ideb 2023 foi elaborado a partir do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado durante o mês de outubro do ano passado. O resultado divulgado nesta quarta-feira (14/08) pelo Ministério da Educação também coloca Goiás em primeiro lugar no anos finais do ensino fundamental, com a média 5,5, ao lado do Ceará e do Paraná. Já a nota no ensino fundamental, anos iniciais, é 6,3.

    A secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, destacou que esse trabalho é contínuo, e que o Goiás tem os melhores profissionais de Educação do Brasil.

    “Isso é fruto de um trabalho muito forte, de muito investimento por parte do governo estadual e, principalmente, de uma dedicação tremenda dos professores, da equipe administrativa, de gestão escolar, das regionais e dessa Secretaria de Educação que trabalha tanto para poder enxergar esses resultados”, disse a secretária.

    Programas

    Para garantir a melhoria da aprendizagem dos alunos goianos em todas as modalidades e etapas da educação básica, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc/GO), desenvolve diversos programas, como o Revisa Goiás, Goiás Bem no Enem (GoBem), Ser Goiás e GoiásTec, que universalizou o acesso ao ensino médio, levando aulas de qualidade para as localidades mais distantes e remotas do estado.

    O Bolsa Estudo, voltado para os estudantes do ensino médio e 9° ano do ensino fundamental, também tem assegurado a frequência e as boas notas dos adolescentes e jovens das escolas estaduais.

    Já o AlfaMais Goiás, implantado pelo governo estadual em regime de colaboração com os municípios, garante a alfabetização das crianças na idade certa, além de melhorias já evidentes nos anos iniciais do ensino fundamental.

    @ronaldocaiado44

    Não tem segredo: é levar educação, dignidade e oportunidade para as pessoas. Sempre com respeito ao dinheiro público. Obrigado, LIDE Brazil Development Forum pelo espaço em prol do debate em Washington. #OEstadoQueDáCerto #GoiásNoMundo

    ♬ som original – Ronaldo Caiado

    Metas por estado

    As metas do resultado do Ideb foram criadas em 2015 e definidas individualmente de acordo com as condições de cada estado. Além de ter o melhor resultado nacional, com nota de 4.8 no Ideb, Goiás ultrapassou a meta estipulada, que era de 4.7.

    A nota do estado de Pernambuco é a mesma do estipulado pela meta, de 4.5. Já o Piauí também ficou acima da meta, que era de 4.1, e atingiu 4.3 no Ideb.

    Além de ter o melhor resultado nacional, com nota de 4.8 no Ideb, Goiás ultrapassou a meta estipulada, que era de 4.7 (Foto: Rômullo Carvalho e Walter Folador)

    Investimentos na Educação

    Desde 2019, o Governo de Goiás transformou a Educação em prioridade, promovendo uma série de melhorias: construção e reformas das unidades escolares; aquisição de equipamentos e amplo acesso à tecnologia; programas de incentivo para manter o estudante na escola; reajuste de 300% nos recursos da alimentação escolar; segurança e a valorização dos profissionais, com formação continuada, reajuste salarial e pagamento de bônus.

    Nos últimos cinco anos e meio, foram investidos mais de R$ 7,4 bilhões na Educação pública goiana.

    Somente em obras de infraestrutura, mais de R$ 1,5 bilhão foi aplicado na construção de 30 novos prédios, reformas de todas as instituições de ensino, além da implantação de sistema fotovoltaico e poços artesianos, gerando economia para o Estado.

    O Governo de Goiás também investiu em tecnologia com a distribuição de chips e tablets, lousa digital e a entrega de Chromebooks para os estudantes do 9° ano do ensino fundamental e 3° série do ensino médio.

    Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

  • Parlamentares bolsonaristas anunciam campanha pelo impeachment de Moraes

    Parlamentares bolsonaristas anunciam campanha pelo impeachment de Moraes

    O senador Eduardo Girão (Novo-CE) anunciou nesta quarta-feira (14/8) que os parlamentares bolsonaristas começaram uma campanha de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o parlamentar, há muitos motivos para a deposição do magistrado, entre eles o de “defender verdadeiramente a democracia do Brasil”.

    “Me reuni com senadores e deputados para apresentarmos juntos o pedido coletivo de impeachment que transcende. Quero deixar muito claro, aqui, que essa questão não é de direita, de esquerda, contra o governo e a favor do governo, é muito mais que isso. Esse momento em que a gente está vivendo não é questão de ser de oposição, é questão de defender verdadeiramente a democracia do Brasil, de respeitar a lei do Brasil”, pontuou o senador.

    Girão afirmou ainda que o grupo vai coletar assinaturas de parlamentares e de cidadãos, por meio de página na internet, até 7 de setembro. O objetivo é protocolar o pedido até dia 9 do mês que vem.

    “Vamos manter o rito combinado ontem (13) pela manhã com os deputados e senadores, no aspecto de iniciar essa campanha hoje com os brasileiros. Vamos fechar no dia 7 de setembro a coleta de assinaturas, o apoiamento dos brasileiros. Para que, no dia 9 de setembro, se Deus quiser, nós apresentemos aqui na presidência do Senado esse pedido, que pode ser talvez o maior pedido de impeachment que a gente já teve na história do Brasil nesses 200 anos do Senado Federal”, afirmou.

    O senador declarou ainda existir uma grande crise moral no país.

    “O que a gente vive no momento, não é uma crise econômica, não é uma crise política. É uma crise moral. A mãe de todas as crises que nós estamos vivendo na nossa nação. Então, a partir dessa premissa, nós tivemos um hiato de cerca de um ano e meio sem pedidos de impeachment aqui na casa revisora da República”, declarou.

    Correio Braziliense

  • Alexandre de Moraes: OAB pedirá acesso a inquéritos do ministro

    Alexandre de Moraes: OAB pedirá acesso a inquéritos do ministro

    A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que pedirá acesso aos inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A medida ocorre após reportagem publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” afirmar que o magistrado usou meios não oficiais para solicitar relatórios do TSE que foram usados nos inquéritos, que miram principalmente apoiadores e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Segundo o comunicado, os conselheiros federais, os presidentes das seccionais e o presidente nacional, Beto Simonetti consideram necessário o esclarecimento do assunto “com urgência” e apurar se houve a participação de servidores ou gabinetes do STF na criação de provas “ilícitas” para sustentar decisões judiciais que prejudicaram indivíduos específicos, ou se a atuação se limitou ao exercício regular do poder de polícia da Justiça Eleitoral.

    Na nota a OAB também frisa que determinação tem por finalidade assegurar a transparência das investigações, garantindo a confidencialidade das informações relacionadas à intimidade dos investigados. “A Justiça deve ser imparcial e respeitar os direitos e garantias estabelecidos pela Constituição. Fora do devido processo legal não há atuação legítima do Judiciário”, diz a OAB.

    O gabinete do ministro Alexandre de Moraes afirmou, em nota, que no curso das investigações do inquérito das fake news e das milícias digitais diversas determinações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral e defendeu que todos procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República.

    Entenda o caso

    Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, o escritório do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitou, ao menos 20 vezes – de maneira não oficial – a elaboração de relatórios sobre perfis de aliados de Bolsonaro. Os pedidos foram feitos ao setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os relatórios deveriam embasar decisões nos inquéritos das milícias digitais e das fake news.

    Conforme publicado pelo jornal, as mensagens teriam sido trocadas entre agosto de 2022 e maio de 2023 — ou seja, durante e depois da campanha eleitoral que levou Jair Bolsonaro à derrota. O jornal diz ter em mãos 6 gigabytes de mensagens e arquivos que detalham como o ministro agiu de forma extraoficial para obter dados e relatórios de alvos específicos.

    O que diz Alexandre de Moraes

    O gabinete do ministro Alexandre de Moraes esclarece que, no curso das investigações do Inquérito (INQ) 4781 (Fake News) e do INQ 4878 (milícias digitais), nos termos regimentais, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições. Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais. Vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviadas à Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria Geral da República. Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República.

    Confira nota da OAB na integra

    O Conselho Federal, a Diretoria Nacional e o Colégio de Presidentes das Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) consideram necessário esclarecer, com urgência, se houve ou não a atuação de servidores ou de gabinetes do STF para produzir provas ilegais para sustentar decisões judiciais desfavoráveis a pessoas específicas, como foi amplamente noticiado pela imprensa, ou se a atuação se restringiu aos limites do exercício do poder de polícia da Justiça Eleitoral.

    A Justiça deve ser imparcial e respeitar os direitos e garantias estabelecidos pela Constituição. Fora do devido processo legal não há atuação legítima do Judiciário. Para avaliar as medidas cabíveis a serem adotadas, a OAB solicitará imediato acesso aos autos dos inquéritos que tramitam no STF, inclusive com a finalidade de garantir transparência às investigações, preservando-se o sigilo dos dados referentes à intimidade dos investigados.

    Correio Braziliense