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  • Enviado à Alego projeto que institui plano de carreira a docentes da UEG

    Enviado à Alego projeto que institui plano de carreira a docentes da UEG

    O Governo de Goiás encaminhou à Assembleia Legislativa (Alego), nesta terça-feira (25/06), um projeto de lei para substituir o Plano de Carreira e Remuneração do cargo de Docente de Ensino Superior da Universidade Estadual de Goiás (UEG). A proposta foi feita a partir das reivindicações apresentadas pelo Conselho Universitário da UEG, com adequações da Secretaria de Estado da Administração (Sead).

    Segundo o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, o plano de carreira é uma demanda antiga que foi construída passo a passo.

    “Fizemos reunião com os professores para entender as reivindicações. Depois, reunimos com todos os deputados estaduais e novamente com os professores e seus representantes. Fui pessoalmente, a Anápolis, onde me reuni com os servidores para apresentar nossa proposta. O passo seguinte foi entrar nos detalhes para que a proposta tivesse todos os mecanismos necessários e o projeto de lei funcionasse na prática”, afirmou.

    Plano de Carreira e Remuneração

    O projeto trata do ingresso na carreira mediante concurso público de provas e títulos, em qualquer classe, exceto na de Docente de Ensino Superior Titular. Também tem como foco a reestruturação da carreira com a adequação das categorias (auxiliar, assistente, adjunto e titular) e a instituição de 15 níveis em cada categoria. Além disso, são apresentados os requisitos de evolução funcional com critérios objetivos:

    • o acesso à classe Docente de Ensino Superior Titular por processo seletivo;
    • a extinção do quantitativo de vagas por classe;
    • e a adequação dos regimes e da jornada de trabalho.

    O impacto financeiro do Plano de Carreira e Remuneração será de mais de R$ 3,5 milhões mensais. Para o exercício de 2024, o impacto deve ser superior a R$ 23,5 milhões a partir de junho.  Quanto à questão financeira, a Secretaria de Estado da Economia destacou que a despesa é passível de ser suportada pelo saldo de ressalvas do Plano de Recuperação Fiscal, em fase de homologação no Ministério da Fazenda.

    Secretaria-Geral de Governo – Governo de Goiás

  • Homem que matou fã de Taylor Swift no RJ é condenado a 33 anos de prisão

    Homem que matou fã de Taylor Swift no RJ é condenado a 33 anos de prisão

    Anderson Henrique Brandão, apontado como responsável pelo assassinato do estudante Gabriel Mongenot, de 25 anos, foi condenado a 33 anos de prisão pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), nesta terça-feira (25/6).  O jovem, fã da cantora Taylor Swift, morreu em novembro do ano passado após ser atingido com golpes de faca proferidas por Anderson, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele estava no estado para assistir um show de Taylor.

    De acordo com o depoimento de uma das testemunhas, Gabriel estava dormindo quando acordou assustado durante a abordagem. Ele foi atingido com um chute e caiu. Em seguida, o jovem se levantou novamente e o autor foi em sua direção e o atingiu com os golpes.

    Além de Anderson, Jonathan Batista Barbosa também foi detido, mas foi absolvido e teve a prisão revogada.

    Relembre o caso

    Um jovem de 25 anos foi morto em uma tentativa de assalto na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na madrugada de 19 de novembro. A vítima é Gabriel Mongenot Santana, um turista de Mato Grosso do Sul que estava em terras cariocas para acompanhar o show da cantora Taylor Swift.

    Os suspeitos do crime já tinham ficha criminal e haviam sido presos em flagrante. No entanto, eles foram soltos após uma audiência de custódia um dia antes do crime.

    Durante o crime, foram levados a chave de um veículo e dois telefones celulares. Os suspeitos foram detidos após o crime por policiais militares.

    Correio Braziliense

  • Falso pastor preso deu golpe de R$ 150 mil em estelionato sentimental

    Falso pastor preso deu golpe de R$ 150 mil em estelionato sentimental

    Considerado “altamente criativo e eficaz na prática de fraudes”, João Evangelista, de 47 anos, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal, na terça-feira (25/6). Agentes da 14ª Delegacia de Polícia (Gama) desarticularam um esquema criminoso de estelionato por meio da operação Falso Profeta, que revelou a extensão das atividades ilícitas de do pastor João. Apenas no último golpe, ele lucrou de forma fraudulenta R$150 mil.

    Segundo as investigações, o homem teria conseguido enganar diversas vítimas em pelo menos 16 ocorrências distintas, mas o número total de pessoas lesadas ainda pode ser superior, conforme revelou o Delegado-adjunto da 14ª DP, William Ricardo. “Acreditamos que há outras vítimas que pensam que ainda serão pagas e não fizeram ocorrência”, destacou.

    De acordo com a polícia, uma das estratégias mais insidiosas de João era se identificar como pastor, utilizando a credibilidade e confiança associadas a essa posição para reduzir o alerta das vítimas e facilitar a consumação das fraudes, sobretudo, em negociações de veículos e lotes.

    Além disso, o suspeito ainda se utilizaria do “estelionato sentimental” para obter vantagens financeiras. Esta prática envolve a manipulação emocional das vítimas, levando-as a acreditar estar em um relacionamento afetivo. Para a PCDF, a versatilidade e criatividade de João em seus crimes indicam um alto grau de planejamento e execução, aumentando a dificuldade para as vítimas perceberem o golpe a tempo de evitar prejuízos.

    Correio Braziliense

  • Lira prevê votação da reforma tributária em julho na Câmara

    Lira prevê votação da reforma tributária em julho na Câmara

    O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, espera que a votação da reforma tributária possa ocorrer no próximo mês, ainda na primeira quinzena. O deputado concedeu entrevista após participar da abertura do Fórum de Lisboa, nesta quarta-feira (26/6), na capital portuguesa.

    “Recebi ontem um relatório do grupo de trabalho e já tinham quase 140 horas cronometradas de audiências, mesas bilaterais, conversas com todas as entidades, quase 30 audiências públicas, mais de 400 entidades recebidas pela comissão. Então o trabalho está acontecendo diuturnamente a nível do grupo de trabalho”, salientou.

    Completou que provavelmente no dia de julho o relatório estará pronto para análise de até 10 dias. “Na segunda semana de julho, entre 10, 11 e 12, nós estaremos votando a Lei Complementar, se todos os deputados estiverem convencidos de que ela está madura para isso.”

    Sobre a pauta econômica, que tem ganhado os holofotes nos últimos dias, após a manutenção da taxa básica de jutos pelo Comitê de Política Econômica (Copom), ele afirmou que trata o assunto de maneira “transparente”.

    “É uma economia forte, a macroeconomia vai bem. Nós precisamos de alguns posicionamentos que indiquem que o Brasil vai cumprir o arcabouço fiscal, vai cumprir as suas metas, vai discutir alguns cortes de gastos, vai discutir segurança jurídica e previsibilidade para que os reais investidores do Brasil, internacionais, que abastecem os fundos privados, possam ter condição de saber que vão investir e vão ter retorno.”

    PL das Fake News

    Lira também comentou sobre o PL de regulação das redes sociais, e reclamou da cobertura da imprensa. “Desinformação não está só na rede sociais. Está nessa maneira sempre muito brusca de se procurar dar versões ou se traduzir entendimentos pessoais para que sejam difundido em larga escala”, disse.

    Em outras ocasiões o presidente da Câmara também criticou a cobertura sobre o tema, em abril, determinou a criação de um grupo de trabalho para debater a regulação das redes sociais. Na avaliação de Lira, o PL 2630/20, conhecido como PL das Fake News, não está pronto para ser votado na forma como foi apresentado pelo relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

    Correio Braziliense

  • Papa Francisco alerta contra legalização das drogas e chama traficantes de ‘assassinos’

    Papa Francisco alerta contra legalização das drogas e chama traficantes de ‘assassinos’

    Papa Francisco alertou contra a legalização das drogas e chamou traficantes de “assassinos” em discurso durante sua audiência semanal na praça de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira, 26. A fala do pontífice se deu no contexto do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987 e celebrado nesta quarta-feira.

    “A redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns, ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada o consumo será maior”, disse.

    O religioso comentou sobre a necessidade de prevenção, ensinando aos jovens os “valores que constroem a vida pessoal” e dando suporte as pessoas que já estão em vício.

    “Não podemos ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e traficantes de drogas. Eles são assassinos”, disse o Papa, que deu continuidade a fala sobre traficantes pouco depois, chamando-os de “traficantes da morte”.

    “Quantos traficantes de morte existem, porque os traficantes de drogas são traficantes de morte! – quantos traficantes de morte existem, movidos pela lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo! Esta praga, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a nossa sociedade”, disse.

    Francisco também destacou o impacto da produção e do tráfico das substâncias no meio ambiente. “Isto tem se tornado cada vez mais evidente na bacia amazônica”.

    Francisco não falou especificamente sobre nenhuma droga e nem fez diferenciação entre as drogas consideradas “pesadas”, como cocaína, ou drogas consideradas “leves” como a maconha, legalizada em diversos países par uso recreativo.

    Nesta terça-feira, 25, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu descriminalizar o porte da maconha para uso pessoal no Brasil. Mesmo com a maioria para extinguir a penalidade já formada, a Corte ainda vai decidir alguns critérios que terão impacto em decisões judiciais futuras.

    Nesta quarta, discussão segue para definição de uma quantidade fixa da substância para diferenciar o consumo próprio da prática de tráfico e o resultado oficial.

    Com o resultado, fumar maconha continua proibido, porém sua penalidade se dará no âmbito administrativo, ou seja, não pode render penas criminais.

  • Governos do PT interromperam modernização prevista pelo Plano Real, diz Persio Arida

    Governos do PT interromperam modernização prevista pelo Plano Real, diz Persio Arida

    Apesar de ter sido concebido para combater a hiperinflação, o Plano Real tinha uma visão mais ambiciosa, a de tonar o Brasil um país moderno e eficiente, afirma o economista Persio Arida, um dos formuladores do programa de estabilização que completa 30 anos. Mas essa proposta, avalia ele, foi interrompida nas gestões do PT.

    “O Real, diferentemente de muitos planos de estabilização, tinha uma visão de futuro compartilhada por todos nós. Eu diria que as bases de um Brasil mais moderno foram todas consolidadas naquele momento”, afirma.

    “Houve uma série de frustrações do ponto de vista do que seria ideal, um retrocesso e uma interrupção de vários aspectos desse projeto modernizante de país nos mandatos do governo Lula.”

    Na avaliação de Arida, agora é preciso um esforço para recuperar parte daquela agenda e promover uma revisão do sistema de gastos e a melhoria da máquina pública.

    “O debate não é se o Estado deve ser grande ou pequeno. O Estado tem que ser necessário e eficiente. Não temos isso”, diz o economista à reportagem.

    PERGUNTA – Olhando agora, 30 anos depois, por que o Plano Real deu certo depois de tantos planos frustrados?

    PERSIO ARIDA – O Plano Real teve uma arquitetura de transição da alta para baixa inflação que foi original, não só para a história brasileira como internacionalmente. Foi “made in Brasil” mesmo.

    Mas, tão importante quanto o desenho, faz diferença quem implementa, e nisso houve uma característica única. Fernando Henrique Cardoso, como ministro da Fazenda, era, de um lado, intelectual e, do outro, articulador político, algo raro. Normalmente, um ministro da Fazenda é intelectual ou político.

    Como intelectual, foi capaz de entender o programa e reunir uma equipe em que confiava, e escolheu a equipe da PUC do Rio —o que foi um ato de ousadia política. Ele trouxe os liberais para implementar o plano. Dada a sua trajetória como exilado, por exemplo, muitos podiam imaginar que levaria economistas mais à esquerda.

    Esse grupo também foi um aspecto singular. Normalmente, equipes de governo são pessoas de várias extrações, que não se conhecem bem e precisam desenvolver o conhecimento de como trabalhar em conjunto já no governo. O grupo do Real era formado por pessoas que já trabalhavam em conjunto na universidade, muito coeso e com laços de confiança. Não tinha jogo político ou um querendo derrubar o outro, essas coisas da vida pública e da vida privada também, diga-se de passagem.

    Por outro lado, como ministro da Fazenda, Fernando Henrique operou politicamente. Fez uma aliança do PSDB com o PFL, que era, muito mal comparando, uma espécie de centrão da época, e foi fortemente criticado pelos puristas do PSDB. Mas ele falou: “Precisa ter maioria para aprovar o plano, e maioria se faz com aliança”. Aliás, ele manteve essa aliança durante os seus dois mandatos.

    Teve outra característica única. Ele foi eleito por causa do Plano Real, e não teria sido sem ele, então deu continuidade e consolidou o plano. Ele sabia que a sua popularidade e sua possibilidade de reeleição dependiam intrinsecamente do sucesso do programa. Ou seja, o presidente da República estava comprometido, algo que não houve em outros momentos da história brasileira.

    Fernando Henrique se empenhou num processo que ele mesmo descreve em seu livro a Arte da Política como pedagogia democrática: explicar o plano. Todos nós fizemos isso, mas ele, claro, mais do que todos. Enfim, houve um conjunto muito particular de circunstâncias.

    Agora, tão desafiador quanto lançar o plano foi sustentar a moeda depois. Planos de estabilização são frequentemente bem-sucedidos no começo. O desafio é manter a estabilidade de preço ao longo do tempo.

    P – O sr. pode enumerar desafios?

    PA – Foram muitos. Primeiro, teve o risco de uma enorme crise bancária. Os bancos eram sócios da inflação. Sem ela, o ganho de float desapareceu. Houve, na prática, um processo gradual de purgação do sistema. Mais de 100 instituições, públicas e privadas, foram liquidadas ou forçadas a serem vendidas para terceiros.

    Outro desafio foi o câmbio. Depois de muito debate, o câmbio ficou praticamente fixo. Quando o Brasil não teve mais reservas, veio a flutuação cambial. Há países em que, quando você faz a flutuação cambial, a inflação sai do controle. Superamos esse desafio.

    Destaco também o desafio foi organizar o Estado e fazer uma sociedade brasileira mais eficiente. O Real, diferentemente de muitos planos de estabilização, tinha uma visão de futuro, compartilhada por todos nós. Eu diria que as bases de um Brasil mais moderno foram todas consolidadas naquele momento.

    Vieram as privatizações, a quebra dos monopólios estatais e de telecomunicações, o FGC, fundo para garantir empréstimos, as mudanças no Conselho Monetário Nacional e nas relações entre Tesouro e Banco Central. Foram criados o mercado de títulos de longo prazo, que existe até hoje, a Lei de Responsabilidade Fiscal para enquadrar os estados, as agências reguladoras, o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. A lista é enorme.

    P – Passados 30 anos, o Brasil é o que vocês projetaram?

    PA – Muita coisa mudou para melhor. Alguns aspectos, porém, são muito frustrantes. A abertura, para forçar os mercados à disciplina da competição internacional, era um elemento chave do nosso projeto. Não aconteceu até hoje.

    Outro exemplo. Foi feita uma desvinculação orçamentária com Fundo Social de Emergência, que era parte de uma desvinculação geral —desvinculando reajuste de Previdência de salário mínimo, desvinculando despesas de receita etc. Obviamente, estamos com esse discussão agora, 30 anos depois. Reajustes reais de salário mínimo quebraram a Previdência, porque há indexação. Não deveríamos ter indexado saúde e educação à arrecadação. Houve uma série de frustrações do ponto de vista do que seria o ideal, um retrocesso e uma interrupção de vários aspectos desse projeto modernizante de país nos mandatos do governo Lula.

    P – Quais ajustes são inevitáveis daqui para frente?

    PA – Fizemos duas rodadas de aumento de gastos. Uma com a PEC do Kamikaze, do Bolsonaro [que turbinou benefícios sociais a três meses das eleições de 2022], e outra com a PEC da Transição, no mesmo ano, mas articulada pelo governo eleito do presidente Lula, que já tinha sido eleito. A junção das duas criou um aumento de gastos públicos que é impossível resolver via taxação. A sociedade se recusa a pagar o montante que é necessário.

    É preciso algum esforço para fazer uma revisão do sistema de gastos. O mundo inteiro faz. Qualquer programa periodicamente tem avaliações —e avaliações independentes— que podem recomendar a continuidade, mudanças ou a interrupção dos programas. Não pode é criar um programa e expandi-lo inercialmente, perpetuando.

    Você tem que fazer gestão por metas, ter objetivos claros, pré anunciados, para que a sociedade cobre se o funcionamento da máquina pública está ou não adequado aos seus anseios. Precisa elevar a digitalização. Hoje, você avalia até compra de comida pelo iFood, mas não tem avaliação para serviço público —e uma inovação no serviço público tem impacto extraordinário. Olha o Poupatempo, para dar um exemplo pequeno aqui de São Paulo.

    Precisa mesmo de uma reforma administrativa estrutural, mas sei que o tema é tabu. A melhora da máquina pública é um processo que leva uma década ou duas, mas vai na direção de ter um Estado eficiente. O debate não é se o Estado deve ser grande ou pequeno. O Estado tem que ser necessário e eficiente. Não temos isso.

    P – Pelo que o sr. está descrevendo, o arcabouço fiscal atual, sustentado em aumento de receita, não vai ficar de pé. Correto?

    PA – Se você olhar de frente, da forma como está posto, o problema é insolúvel. Não há como arrecadar da sociedade o necessário para gerar um superávit fiscal que estabilize a dívida pública. O que tem que fazer? Revisão de gastos e melhora da máquina pública

    P – O sr. estava no que podemos chamar de frente ampla de economistas que apoiou a eleição do atual governo, e havia uma expectativa de que poderiam contribuir na gestão, o que não aconteceu. Qual a sua avaliação sobre a condução da economia?

    PA – Olha, não me interessa comentar sobre política. Não é a minha praia. Mas a eleição entre Bolsonaro e Lula, a meu ver, era, antes de mais nada, uma escolha entre alguém que claramente ameaçava o fundamento democrático do país e outro que não. Voto no Lula, para mim, sempre foi um voto pela democracia, um voto anti-Bolsonaro.

    E vou te dizer: não tenho arrependimento. Para mim, ajustes na economia podem acontecer mais cedo ou mais tarde, mas, se você perder a democracia, tem um problema muito mais grave. Claro, esperava mais do ponto de vista econômico.

    Coisas boas aconteceram. A reforma tributária foi encaminhada. Apesar de todas as excepcionalidades, exceções e lobbies, a meu ver, foi um passo muito importante. Manter indexações, porém, foi claramente um erro. Com a indexação do salário mínimo à Previdência, muitos dos ganhos com a reforma já se perderam. Vamos ter que fazer uma outra reforma da Previdência por falta de coragem política para simplesmente dizer: “Olha, ganho real, ganho de produtividade, é para quem trabalha, não para quem não trabalha”. Me preocupa também a falta de uma agenda climática.

    P – Como assim?

    PA – O Brasil tem tudo para liderar o processo de transição energética no mundo, mas precisa de um plano, uma visão. Tem o Europa 2030, que é um plano. Os Estados Unidos optaram por subsídios maciços à inovação. Você pode questionar qual dos dois é melhor, mas claramente eles têm planos. O Brasil não tem. É inacreditável.

    Acabamos de ter um desastre monumental no Rio Grande do Sul, e a mudança climática é uma ameaça enorme para um setor dinâmico da economia brasileira, a agricultura. Se o regime de chuvas mudar, ele será afetado. Então, o que eu estou chamando a atenção aqui é que precisamos de um bom plano de transição climática para enfrentar os desafios. Confesso que nisso o governo tem me dado uma grande frustração.

    *

    RAIO-X

    PERSIO ARIDA, 70

    Nascido em São Paulo, tem graduação em Economia pela USP (Universidade de São Paulo) e doutorado na área pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Foi professor da PUC-RJ e da USP, atuando como pesquisador no Instituto de Estudos Avançados de Princeton (EUA), no Centro Brasileiro de Estudos da Universidade de Oxford (Reino Unido) e no Instituto Smithsonian, em Washington (EUA). É um dos pais do Plano Real. Foi presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banco Central. Na iniciativa privada, foi um dos fundadores do Banco BTG, atual BTG Pactual, do qual deixou de ter participação em 2017. Em 2018, foi coordenador do programa de governo do então candidato a presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin.

    ESTADÃO

  • Lula diz que afastará Juscelino se ele for indiciado, mas ministro já foi indiciado há 14 dias

    Lula diz que afastará Juscelino se ele for indiciado, mas ministro já foi indiciado há 14 dias

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta quarta-feira, 26, que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deverá ser afastado caso o indiciamento da Polícia Federal por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva seja aceito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

    “Há um pedido de indiciamento da Polícia Federal. Há um pedido de indiciamento que tem que ser aceito pelo Alexandre de Moraes ou pelo procurador-geral da República. Não foi aceito por nenhum ainda. Não discutiu”, afirmou.

    A Polícia Federal já finalizou as investigações sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) – caso revelado pelo Estadão em janeiro de 2023 – e indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. A corporação imputa ao ministro supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O próximo passo deve ser a apresentação, ou não, de uma denúncia.

    Lula afirmou que teve recentemente um encontro com Juscelino no Maranhão e que disse a ele que teria de mudar de posição se “o procurador” indiciá-lo.

    “O que eu disse para o Juscelino: a verdade só você sabe. Se o procurador indiciar você, você sabe que tem que mudar de posição. Enquanto não houver indiciamento, você continua como ministro. Tem que ser afastado (se for aceito o indiciamento)”, disse Lula em entrevista ao UOL.

    Questionado se haverá o afastamento em caso de aceitação do indiciamento, Lula respondeu: “Vai ser afastado. Ele sabe disso”.

    O presidente disse ainda que não sabe se o União Brasil permanecerá com o cargo em caso de afastamento de Juscelino. Segundo ele, isso ainda seria discutido.

    “Não gosto de antecipar discussões, porque eu aprendi que a gente deve discutir sempre o principal. O resto fica para depois”, declarou. “Quando se apresentar o fato concreto, eu vou me reunir com as pessoas do União Brasil e vou saber se eles querem continuar.”

    Estadão apurou que o relatório final da investigação cita ainda supostos crimes de falsidade ideológica, frustração de caráter competitivo de licitação e violação de sigilo em licitação, previstos no Código Penal.

    Em nota, o ministro afirmou que o indiciamento é ‘uma ação política e previsível’. “Parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”, indicou. Segundo ele, a investigação ‘repete o modus operandi da Operação Lava Jato’.

    O documento aportou no gabinete do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira, 11. Agora, o ministro deve remeter os autos para a Procuradoria-Geral da República, para que ela se manifeste sobre uma eventual denúncia no caso ou peça novas diligências.

    ESTADÃO

     

     

  • MPF requer pena mais severa a condenado por crimes sexuais contra criança em Goiás

    MPF requer pena mais severa a condenado por crimes sexuais contra criança em Goiás

    O Ministério Público Federal (MPF) recorreu, nesta terça-feira (25), de sentença judicial para aumentar a pena de um homem condenado por crimes sexuais contra uma criança. Os crimes estão previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 240, §2°, inciso III, art. 241-A e art. 241-B ) e no art. 217-A do Código Penal. Para o MPF, a condenação de pouco mais de 30 anos de reclusão não condiz com a gravidade e a quantidade de vezes em que os delitos foram praticados.

    Na apelação, o MPF solicita que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) corrija a dosimetria da pena, ampliando a sentença para 44 anos de reclusão e aumentando os dias-multa. Segundo o MPF, a sentença original deixou de aplicar as causas de aumento de pena de um terço, prevista no §2º, inciso III, do art. 240 do ECA, e de metade, prevista no art. 226, inciso II, do Código Penal, o que resultou na redução indevida da pena do réu.

    Além disso, a sentença aplicou incorretamente o aumento de pena de um sexto para todos os delitos relacionados ao crime continuado, sem considerar a quantidade de crimes praticados pelo réu. Para o MPF, o criminoso foi beneficiado indevidamente pelo instituto do “crime continuado”, além do permitido pelo Código Penal e pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do TRF1. Sem o instituto do crime continuado, a pena total chegaria a 186 anos de reclusão. Assim, o MPF argumenta que a reforma da sentença para aumentar a pena para 44 anos de reclusão é necessária para adequá-la às disposições legais.

    Sequelas – Em abril de 2023, o réu foi preso com um computador contendo centenas de imagens e vídeos de exploração sexual infantil. As investigações revelaram que ele gravou, em pelo menos cinco ocasiões, vídeos praticando sexo com uma criança, sobrinho do réu.

    A vítima dos vídeos está atualmente em tratamento psicológico e desenvolveu comportamentos extremamente perturbadores e nocivos devido aos abusos sofridos. “Estes atos não apenas violaram a integridade física e emocional da vítima, mas também desestruturaram completamente o ambiente familiar, causando traumas profundos e de difícil, ou mesmo impossível, reparação”, alertou o procurador da República Everton Aguiar, responsável pelo caso para as consequências dos crimes.

    Violência sexual infantil — De acordo a Fundação Abrinq, a violência sexual no país é um problema que afeta maioritariamente as crianças e os adolescentes. Em 2022, por exemplo, das 62.091 notificações recebidas, mais de 45 mil das vítimas tinha menos de 19 anos de idade. A proporção corresponde a 73,8% – isto é: em média, a cada quatro casos de violência sexual no Brasil, em três a vítima é criança ou adolescente.

  • O que eventual vitória de Trump na eleição dos EUA pode significar para o mundo?

    O que eventual vitória de Trump na eleição dos EUA pode significar para o mundo?

    As pesquisas de intenção de voto ainda não garantem nada, mas mostram que há chances elevadas de o ex-presidente Donald Trump obter um segundo mandato nas eleições presidenciais de novembro.

    Quem quer que seja o vencedor da disputa eleitoral entre Trump e o atual presidente, Joe Biden, o resultado repercutirá no mundo todo e o resultado afetará a vida de milhões de pessoas para além das fronteiras da América.

    Trump – que deve ser confirmado como candidato republicano na convenção nacional do partido em julho – nem sempre dá detalhes completos sobre os seus planos.

    Mas está claro que em muitas áreas suas políticas se distanciam das do democrata Joe Biden. Abaixo estão algumas delas.

    Trump continuaria a apoiar a Ucrânia?

    Pesquisas de opinião sugerem que o apoio financeiro e militar dos EUA à Ucrânia é menor entre eleitores republicanos do que entre os eleitores democratas
    Pesquisas de opinião sugerem que o apoio financeiro e militar dos EUA à Ucrânia é menor entre eleitores republicanos do que entre os eleitores democratas © Getty Images

    Donald Trump crítica os bilhões de dólares enviados pelos EUA em ajuda militar à Ucrânia desde a invasão em grande escala da Rússia em 2022.

    Trump, que elogiou publicamente o presidente russo Vladimir Putin durante sua presidência, prometeu acabar com a guerra “dentro de 24 horas”, se eleito. Ele não disse como, mas o comentário levantou preocupações de que a Ucrânia poderia ser pressionada a ceder território à Rússia.

    Um projeto de lei que incluía US$ 60 bilhões de assistência militar a Kiev ficou paralisado no Congresso dos EUA durante meses por apoiadores republicanos de Trump. E o ex-presidente não disse muito quando ele finalmente foi aprovado em abril.

    Um dos seus aliados, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, disse, no entanto, após visitar o antigo presidente dos EUA na Flórida em março, que Trump “não dará um centavo” à Ucrânia se eleito.

    Questionado sobre os comentários de Orban, Trump disse à revista Time: “Eu não daria a menos que a Europa começasse a igualar”.

    Ele disse que “tentaria ajudar a Ucrânia”, mas a Europa “não estava pagando a parte que lhe cabe”.

    O corte da ajuda militar agrada os eleitores republicanos. Segundo pesquisa publicada em 8 de maio pelo Pew Research Center, 49% dos republicanos questionados disseram que Washington estava gastando muito dinheiro com a Ucrânia, em comparação com 17% dos eleitores democratas.

    Michelle Bentley, especialista em Relações Internacionais da Universidade Royal Holloway de Londres, diz que as mensagens de Trump podem já estar tendo um impacto, uma vez que Putin “pode estar se sentindo encorajado” pela possibilidade de um retorno de Trump.

    Trump retiraria os EUA da Otan?

    A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar composta por 32 países, incluindo os EUA, o Reino Unido, a Alemanha e a França, é um dos alvos preferidos de Trump.

    Como presidente, ele ameaçou frequentemente retirar os EUA, caso os outros membros não cumprissem a meta acordada de gastar 2% do produto interno bruto (PIB) em defesa.

    Segundo as regras da Otan, qualquer ataque a um país membro é considerado um ataque a todos os países do bloco.

    Mas em fevereiro deste ano Trump disse que não só não protegeria um país que “não pagasse” como ainda encorajaria Moscou a fazer “o que quisesse” com ele.

    O site da campanha de Trump afirma que o presidente pretende “reavaliar fundamentalmente” o propósito e a missão da Otan.

    As opiniões estão divididas sobre se algum dia ele retiraria os EUA da aliança.

    Ed Arnold, do think-tank de defesa Royal United Services Institute, com sede em Londres, diz que Trump “poderia ainda enfraquecer” o bloco sem, no entanto, precisar deixá-lo – diminuindo o número de tropas americanas na Europa ou impondo condições à resposta dos EUA no caso de uma invasão russa a um país membro da Otan.

    Trump promete deportações em massa

    A presidência de Trump foi marcada por políticas agressivas de imigração, e ele promete ir ainda mais longe caso retorne à Casa Branca.

    Ele tem dito que “iniciaria a maior operação de deportação doméstica da história americana”.

    O republicano também se comprometeu a acabar com a cidadania por nascimento para filhos de migrantes sem documentos e a travar guerra contra os cartéis de droga mexicanos.

    No ano passado, ele sugeriu, ainda, que expandiria as polêmicas proibições de viagens anteriormente impostas a pessoas de diversos países de maioria muçulmana.

    “Além de buscar deportar milhões de imigrantes não autorizados, muitos dos quais vivem nos EUA há décadas, Trump busca reduzir a imigração legal”, diz Doris Meissner, ex-comissária do agora extinto Serviço de Imigração e Naturalização dos EUA, hoje especialista do Migration Policy Institute, com sede em Washington.

    O site da campanha de Trump destaca que, no cargo, ele suspendeu o programa de reassentamento de refugiados dos EUA. Meissner diz que é provável que ele tente fazê-lo novamente.

    Ela acredita, no entanto, que os planos do ex-presidente encontrariam barreiras legais, como no primeiro mandato, quando os tribunais intervieram em decisões, como nas proibições de viagens.

    Além disso, seu plano de deportação “irá de encontro à realidade de que o governo federal não tem recursos para deter e remover pessoas nem perto dos números que Trump promete”, acrescenta ela.

    O presidente Biden prometeu uma política de imigração mais “humana” e suspendeu ou revogou várias políticas de fronteira da era Trump. Mas as pesquisas de opinião mostram que os eleitores tanto da esquerda quanto da direita estão preocupados com os níveis de imigração, deixando Biden com a missão de encontrar um difícil equilíbrio.

    Em junho, o atual presidente emitiu uma ordem que permite que as autoridades removam rapidamente migrantes que entrarem ilegalmente nos EUA, sem que seus pedidos de asilo sejam processados. Mas duas semanas depois, Biden anunciou, também, uma política que protegerá de deportação centenas de milhares de cônjuges de cidadãos norte-americanos sem documentos.

    Trump continuaria a apoiar Israel?

    No período em que foi presidente, Trump apoiou Israel e seu governo de direita abertamente.

    Anunciou o reconhecimento de Jerusalém pelos EUA como capital de Israel, derrubando décadas de política oficial dos EUA, e transferiu a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém.

    Ambas as mudanças– que não foram desfeitas por Biden – foram vistas pelos palestinos como uma tomada de partido na disputada questão em torno do estatuto de Jerusalém.

    O governo de Trump apoiou os assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada – que a grande maioria da comunidade internacional considera ilegais sob o direito internacional, o que é contestado por Israel.

    Sua administração também mediou acordos que normalizaram as relações entre Israel e quatro países da Liga Árabe – Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Sudão e Marrocos.

    No entanto, alguns consideram que ele guarda mágoa de Benjamin Netanyahu desde as eleições presidenciais dos EUA em 2020, quando o primeiro-ministro israelense telefonou para felicitar Biden, embora Trump ainda contestasse os resultados.

    Na sequência dos ataques de 7 de Outubro, Trump disse que Netanyahu “não estava preparado” para um ataque do Hamas e chamou o Hezbollah, grupo militante islâmico do Líbano, de “inteligente”, despertando ira entre os republicanos que apoiam Israel.

    Ele continua a ressaltar seu histórico de apoio a Israel, mas agora diz que o país deve “terminar o que começou” contra os militantes do Hamas em Gaza. Mas “acabar com isso rapidamente” porque está “perdendo a guerra de relações públicas”.

    À revista Time, Trump disse que em uma guerra Irã-Israel, ele “protegeria Israel”, sem dar maiores detalhes sobre como o faria. Como presidente, retirou os EUA do acordo nuclear com o Irã, intensificou as sanções e autorizou um ataque que matou o comandante militar iraniano mais poderoso, Qasem Soleimani.

    Trump aumentará a pressão sobre a China?

    No cargo, Trump desencadeou uma amarga guerra comercial com a China. Se reeleito, sugeriu tarifas superiores a 60% ao país.

    No ano passado, ele também falou sobre “novas restrições agressivas” a fim de “interromper todas as futuras compras chinesas” de infra-estruturas nos EUA em setores vitais como energia e telecomunicações.

    Com o aumento das tensões no Mar da China Meridional e em Taiwan, algumas pessoas próximas querem que a política de segurança dos EUA se volte mais para a China.

    Elbridge Colby, conselheiro do Departamento de Defesa durante a administração Trump, tornou-se uma voz influente na segurança entre os republicanos e é cotado para um papel na administração Trump.

    O intelectual conservador faz parte de um grupo de republicanos que quer que Washington faça de Pequim sua principal prioridade internacional.

    “Não é que devamos simplesmente virar as costas à Ucrânia, mas apoiá-la não deve ser uma prioridade num momento em que a China é uma ameaça muito maior aos interesses americanos do que a Rússia”, afirma Colby.

    Ele acrescenta que tem certeza de que Trump “está bem ciente disso”.

    Taiwan é autogovernada e considera-se distinta do continente chinês, com uma constituição própria e líderes eleitos democraticamente.

    Mas Pequim vê a ilha como uma província separatista que eventualmente acabará sob seu controle – e não descarta o uso da força para que isso aconteça.

    Historicamente, os EUA têm sido deliberadamente pouco claros sobre como reagiriam caso a China invadisse Taiwan. Biden, no entanto, foi o mais explícito de todos os líderes americanos ao dizer que os EUA defenderiam a ilha.

    Trump recusou-se a dizer o que faria. Em 2016, após vencer as eleições, ele gerou queixa da China ao aceitar um telefonema de felicitações do presidente de Taiwan, numa ruptura com a política norte-americana de décadas de ausência de relações diplomáticas.

    E o meio ambiente?

    Como presidente, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris de 2015 sobre mudanças climáticas. Biden reverteu a decisão – o site da campanha de Trump diz que ele repetiria a ação.

    Ele está prometendo “perfurar, baby, perfurar” em busca de petróleo, prometendo energia mais barata.

    Seu site também afirma que ele irá acabar com os “litígios frívolos” de ambientalistas, acabar com os subsídios à energia eólica, reduzir os impostos sobre os produtores de petróleo, gás e carvão e revogar as regulamentações introduzidas por Biden relacionadas a emissões geradas por veículos.

    Não houve, nos últimos 30 anos, dois candidatos presidenciais tão distantes em matéria de clima, afirma o professor David G. Victor, especialista em alterações climáticas da Universidade da Califórnia, em San Diego.

    Também ex-autor principal do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, o professor Victor diz que uma vitória de Trump seria “uma catástrofe” para as atuais metas climáticas do governo dos EUA.

    “Ele afastaria nossos aliados… então há muito pânico”, diz ele.

    Simon Evans, vice-editor do influente site sobre alterações climáticas Carbon Brief, diz que seria “muito improvável” que os EUA cumprissem seus compromissos climáticos internacionais se Trump retornasse à Casa Branca.

    Ele é coautor de um estudo que conclui que os EUA também provavelmente não cumprirão as metas do presidente Biden, mas por uma margem menor.

    Biden investiu históricos US$ 300 bilhões em energia limpa e iniciativas climáticas através da sua Lei de Redução da Inflação. Mas alguns ativistas climáticos opõem-se às ações que ele tomou para aumentar a produção de petróleo e gás, incluindo o projeto petrolífero Willow, no Alasca.

    “Acho que Biden está fazendo tudo o que pode”, diz o professor Victor.

    “Ele fez promessas ousadas de reduzir as emissões que quase certamente não cumpriremos. Mas não há dúvida de que sua administração fez mais em matéria de política climática do que qualquer outra na história.”

    BBC

  • Lula diz que é necessário saber se ‘precisa efetivamente’ cortar gastos

    Lula diz que é necessário saber se ‘precisa efetivamente’ cortar gastos

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em dúvidas nesta quarta-feira (26) a necessidade de efetuar um corte de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo. O mandatário afirmou que será preciso analisar se a questão pode ser resolvida com aumento da arrecadação.

    “O problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”, afirmou o presidente.

    Lula ainda acrescentou que seu governo está fazendo uma análise sobre se está havendo “gasto exagerado”, mas que isso está sendo feito “sem levar em conta nervosismos do mercado”

    Lula concede nesta manhã entrevista ao portal UOL.

    A pressão para o governo cortar gastos cresceu nas últimas semanas com o aumento da desconfiança dos investidores com o compromisso do governo Lula de garantir o equilíbrio das contas públicas.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já repetiu que os esforços do governo com relação às contas públicas era o de evitar cortes que impactem os trabalhadores e os mais pobres —um discurso de que Lula também se utiliza.

    O risco de mudança das regras do arcabouço fiscal para acomodar o crescimento das despesas obrigatórias entrou no radar após encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no dia 7 de junho, com representantes de instituições financeiras.

    A rejeição pelo Congresso da MP (medida provisória) restringindo o uso de créditos do PIS/Cofins para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores e municípios elevou a preocupação. A leitura é de que há um esgotamento da agenda de Haddad de ajuste fiscal pelo lado de aumento de arrecadação.

    LULA DIZ QUE NÃO ESTÁ PREOCUPADO AINDA COM A SUCESSÃO NO BANCO CENTRAL

    O presidente também voltou a criticar a taxa básica de juros, que está atualmente em 10,5%. Afirmou que ela não é compatível com um cenário de inflação estável.

    Lula ainda afirmou que não deveria ser o presidente da República o responsável por criticar a taxa de juros e pediu que o setor produtivo faça “passeatas” para reclamar das decisões do Copom (Comitê de Política Monetária).

    “É preciso que os empresários do setor produtivo, a CNI, a Fiesp, ao invés de reclamar do governo, eles deviam fazer passeata contra a taxa de juros porque são eles que estão tendo dificuldades, não é o governo”, afirmou o presidente.

    O presidente também foi questionado sobre a sucessão de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central, em particular sobre o favoritismo de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária da instituição. Respondeu que ainda não está preocupado com a questão.

    “O Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito o sistema financeiro, mas eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central”, afirmou.

    FolhaPress