Autor: admin

  • Haddad: Brasil não vai sair da mesa de negociação com os EUA; governo prepara ajuda a setores afetados

    Haddad: Brasil não vai sair da mesa de negociação com os EUA; governo prepara ajuda a setores afetados

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo brasileiro não vai deixar a mesa negociação com os Estados Unidos sobre o tarifaço anunciado pelo presidente do país, Donald Trump.

    Em entrevista à rádio CBN, ele também disse que a área econômica já trabalha em um plano de contingência para ajudar os setores afetados pelo eventual tarifaço — com ameaça com uma sobretaxa de 50% às importações brasileiras a partir de agosto.

    “Vamos continuar lutando para ter a melhor relação possível com o maior mercado consumidor do mundo, vamos lutar por isso. Mas não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros, vamos tomar medidas necessárias”, declarou o ministro Haddad.

    Segundo ele, um grupo de trabalho está trabalhando em opções de ajuda aos setores afetados pelo possível aumento do imposto de importação dos EUA, mas as possibilidades ainda não foram apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
    “Em uma situação como essa, a Fazenda se prepara para todos cenários. Temos plano de contingência para qualquer decisão que venha ser tomada pelo presidente da República [Lula]”, acrescentou o ministro da Fazenda.
    Ele declarou que esse plano de contingência não necessariamente vai implicar novos gastos públicos.
    Haddad lembrou que, por exemplo, na ajuda ao Rio Grande do Sul, houve outros instrumentos além do aumento de despesas, como linhas de crédito.

    De acordo com o ministro, mais da metade das exportações atuais aos EUA podem ser direcionadas para outros países, mas “isso leva um tempo” pois há contratos assinados com as empresas norte-americanas.

    “Vamos redirecionar boa parte da produção, mas isso leva tempo. E tem coisas que não tem outros destino possível, pois foi uma demanda de lá. Temos consciência de setor a setor, e estamos trabalhando a nível de empresas. Vamos atuar para minimizar ao máximo essa situação que estamos tendo”, disse o ministro Haddad.Consequências

    Segundo o ministro Haddad, a implementação do tarifaço pelo governo dos EUA resultará em consequências não somente para as empresas brasileiras, mas também para as companhias e para os cidadãos norte-americanos.

    Ele observou que o café da manhã pode ficar mais caro nos EUA, por conta da sobretaxa de 50% ao café, suco de laranja e carnes brasileiras.

    Do mesmo modo, a indústria aeronáutica americana também pode ser prejudicada.

    “A Embraer, por exemplo, compra 45% dos componentes dos aviões dos Estados Unidos. Eles [empresas norte-americanas] precisam exportar para cá também”, declarou Haddad.

    Retaliação aos Estados Unidos

    O ministro da Fazenda voltou a dizer que o país não pretende retaliar empresas e cidadãos norte-americanos por conta do tarifaço de Donald Trump.

    “Não podemos pagar na mesma moeda uma coisa que consideramos injustas”, declarou.

    Ele admitiu, entretanto, a possibilidade de governo brasileiro acionar a lei da reciprocidade, que foi aprovado recentemente pelo Congresso Nacional.

    “Todo país do mundo vai se defender de alguma maneira do que está acontecendo. É uma possibilidade, mas reitero que a orientação do presidente da República é que nos não vamos sair da mesa de negociação porque o Brasil é um país que se dá bem com todos países do mundo”, afirmou Haddad à CBN.Fonte: G1

  • Trabalho do Congresso é desaprovado por 51%; aprovação é de 42%, diz Quaest

    Trabalho do Congresso é desaprovado por 51%; aprovação é de 42%, diz Quaest

    O trabalho que vem sendo desenvolvido pelos parlamentares do Congresso Nacional é desaprovado por 51% da população, de acordo com uma pesquisa Genial Quaest, divulgada nesta segunda-feira (21).

    Em contrapartida, 42% aprovam o desempenho e outros 7% não responderam. Foram entrevistadas 2.004 pessoas entre os dias 10 e 14 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos; nível de confiança é de 95%.

    O levantamento também elencou os níveis de aprovação e desaprovação de acordo com temas que dividem a sociedade.

    • Religião

    Quando se trata de religião, a pesquisa considerou duas delas: a católica e a evangélica. Neste caso, o nível de aprovação dos trabalhos do Congresso Nacional é maior entre os católicos, que representam 45%. Confira:

    Católicos

    Evangélicos
    • colaridade

      Nos diferentes níveis de escolaridade do país, o trabalho dos parlamentares é mais aprovado entre aqueles que estudaram até o ensino fundamental. O maior índice de desaprovação é daqueles que possuem o Ensino Superior completo.

      Até o Ensino Fundamental

      Ensino Médio completo

      Aprovação do Congresso Nacional

      Escolaridade – Ensino Superior completo

      Posicionamento político

      O levantamento mapeou a aprovação e desaprovação de acordo com o posicionamento político dos entrevistados. Aqui, os que se classificam como lulistas/petistas, são maioria no índice de aprovação; enquanto os bolsonaristas são os que mais desaprovam o trabalho do Congresso. Veja:

      Lulista/Petista

    • Não é Lulista/Petista, mas mais à esquerda

      Não tem posicionamento 

    • Não é Bolsonarista, mas mais à direita
    • Bolsonarista

      Além disso, a pesquisa também dividiu as respostas entre aqueles que foram às urnas no segundo turno da eleição presidencial de 2022. Neste caso, os que votaram no atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), representam 48% em aprovação ao Congresso Nacional e 46% em desaprovação; os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), são 41% em aprovação e 54% em desaprovação.

      Entre os que votaram em branco, nulo, ou não foram votar, 35% aprovam o desempenho dos parlamentares, enquanto 55% desaprovam e outros 10% não souberam responder.

      • Região

        Pelas diversas regiões do Brasil, o Congresso tem mais aprovação entre os moradores do Nordeste e maior desaprovação na região Sudeste do país, segundo o levantamento. Veja:

        Nordeste

        Sudeste

        Sul 

        Centro-Oeste/Norte

      • Fonte CNN
  • Avião militar de Bangladesh cai em faculdade e mata ao menos 19

    Avião militar de Bangladesh cai em faculdade e mata ao menos 19

    Pelo menos 19 pessoas morreram após um avião de treinamento da Força Aérea de Bangladesh cair sobre um campus universitário e escolar na região de Uttara, no norte da capital, Dhaka, na manhã desta segunda-feira (21). As informações são da agência Reuters.

    A aeronave do modelo F-7 BGI decolou às 13h06, no horário local, e caiu cerca de 12 minutos depois, às 13h18, no telhado do refeitório da faculdade Milestone. Várias crianças e jovens estavam no local. Até o momento, foram contabilizados mais de 50 feridos, a maioria com queimaduras e fraturas.

    Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o desespero dos estudantes. A queda incendiou o local e gerou uma grande nuvem de fumaça.

    O governo interino de Bangladesh informou que vai investigar o caso e prestar apoio às vítimas.
    Fonte: IG
  • Justiça determina devolução em dobro e indenização a idosa por descontos indevidos de seguro não contratado

    Justiça determina devolução em dobro e indenização a idosa por descontos indevidos de seguro não contratado

    Descontar mensalmente valores do benefício de uma idosa sem que ela tenha contratado qualquer serviço é prática abusiva e indenizável. Com esse entendimento, a 1ª Unidade dos Juizados Especiais Cíveis de Goiânia condenou a empresa Sudavida Corretora de Seguros Ltda. a devolver, em dobro, mais de R$ 4,7 mil subtraídos indevidamente da aposentadoria da consumidora e a pagar R$ 8 mil por danos morais. O projeto de sentença do juiz leigo Isaque Sousa Lopes foi homologado pelo juiz de Direito Rinaldo Aparecido Barros, em atuação na 1ª UPJ Juizados Especiais Cíveis.

    A autora, representada pela advogada Deyliane Pimentel, afirmou nunca ter contratado o seguro de vida cujos descontos vinham sendo aplicados em sua conta bancária desde 2020. Segundo os autos, os débitos somaram R$ 4.761,05. A empresa apresentou gravação telefônica como suposta prova de anuência, mas o conteúdo foi considerado insuficiente pelo juízo, pois limitava-se à confirmação de dados, sem evidenciar consentimento claro sobre a contratação.

    A decisão destacou a violação ao direito à informação e à boa-fé objetiva, previstos no Código de Defesa do Consumidor, especialmente em razão da ausência de envio da apólice e das cláusulas contratuais. “Não há provas de que a consumidora teve ciência do que estava contratando e das consequências da adesão”, anotou o magistrado.

    Com base no artigo 42, parágrafo único, do CDC, o juízo determinou a restituição em dobro dos valores indevidamente debitados, totalizando R$ 9.522,10, corrigidos monetariamente e com juros legais.

    Além do ressarcimento, foi reconhecido o direito à reparação moral. O juiz considerou que a conduta da empresa gerou angústia e sensação de injustiça, sobretudo diante da condição da autora, pessoa idosa com renda limitada. O valor da indenização foi fixado em R$ 8 mil, em consonância com jurisprudência do TJGO.

    Processo nº 5319612-04.2025.8.09.0051.

    Fonte: Rota Jurídica

  • Mulher Mais Protegida: 56 cidades goianas aderem ao programa do MP e 16 leis municipais são aprovadas

    Mulher Mais Protegida: 56 cidades goianas aderem ao programa do MP e 16 leis municipais são aprovadas

    O Ministério Público de Goiás (MPGO) já contabiliza a adesão de 56 municípios goianos ao programa Mulher Mais Protegida, iniciativa da Área de Políticas Públicas e Direitos Humanos do Centro de Apoio Operacional da instituição, que objetiva fomentar políticas públicas municipais de enfrentamento à violência contra a mulher. Lançado com o propósito de estimular a criação de legislações específicas e consolidar redes locais de proteção, o programa já resultou na aprovação de 16 leis municipais, conforme levantamento atualizado até junho deste ano.

    Outros municípios estão com projetos em tramitação ou em fase de articulação junto aos Poderes Executivo e Legislativo. Goiânia, Itumbiara e Santa Helena de Goiás já possuíam legislações próprias anteriores ao programa.

    As cidades que aprovaram legislações próprias com base no modelo sugerido pelo programa são:
    •        Araçu (Lei nº 619/2025)
    •        Campinorte (Lei nº 780/2025)
    •        Faina (Lei nº 290/2024)
    •        Formoso (Lei nº 983/2025)
    •        Itaguaru (Lei nº 730/2024)
    •        Ipiranga de Goiás (Lei nº 420/2025)
    •        Minaçu (Lei nº 2.612/2024)
    •        Montividiu do Norte (Lei nº 544/2025)
    •        Nova Glória (Lei nº 1.032/2025)
    •        Planaltina de Goiás (Lei nº 1.508/2024)
    •        Rialma (Lei nº 1.820/2024)
    •        Rio Verde (Lei nº 7.560/2024)
    •        Rubiataba (Lei nº 1.985/2025)
    •        Taquaral de Goiás (Lei nº 259/2024)
    •        Trombas (Lei nº 720/2024)
    •        Uruana (Lei nº 1.547/2024)

    Implementação prática nos municípios

    O coordenador da Área de Políticas Públicas e Direitos Humanos do MPGO, promotor de Justiça André Lobo Alcântara Neves, destaca que o programa tem como foco não apenas a aprovação das leis, mas, principalmente, sua implementação prática nos municípios. “O primeiro desafio é a aprovação da lei. Porque toda lei tem que observar o devido processo legislativo, de matriz constitucional. O segundo desafio é, uma vez aprovada, viabilizar sua implementação. Afinal, o objetivo do projeto não é criar uma lei apenas por criar. A criação da lei é um passo para sua efetiva aplicação”, pontua.

    O promotor reforça que o modelo de legislação encaminhado aos municípios é apenas orientativo, podendo ser adaptado conforme a realidade local. “Por óbvio, cada município tem autonomia para, no âmbito do Executivo e do Legislativo, fazer as adaptações necessárias no anteprojeto de lei encaminhado. Tem município, por exemplo, que não possui demanda suficiente para ter uma Casa Abrigo própria. No entanto, isso não o exime de disponibilizar o serviço, devendo buscar alternativas para viabilizar a oferta, ainda que em caráter regionalizado”, sugere.

    Atuação em rede é pilar do programa

    Um dos pilares da legislação e, por consequência, do programa Mulher Mais Protegida é a estruturação das redes locais de apoio à mulher, promovendo a integração e articulação entre os diversos órgãos que atuam na atenção e defesa dos direitos das mulheres. A atuação em rede é fundamental para garantir agilidade, acolhimento e respostas eficientes às vítimas.

    “A atuação em rede pressupõe a união de esforços entre os órgãos interessados ou responsáveis pela proteção da mulher, o que inclui os órgãos do sistema de Justiça, segurança pública, assistência social, saúde, entre outros setores”, explica André Lobo. Desta forma, como ressalta o promotor, esses órgãos devem se reunir periodicamente, conforme a realidade de cada local, e atuar em rede, discutindo fluxos de atendimento, encaminhamento e, quando necessário, casos concretos.

    Segundo André Lobo, embora isso exija disponibilidade de tempo por parte das instituições, os resultados são bastante positivos, tanto para as beneficiárias, que são o foco principal, quanto para os próprios órgãos, já que facilita os encaminhamentos, reduz a burocracia e promove soluções integradas.

    Fonte: MPGO

  • Família de Preta Gil prepara repatriação

    Família de Preta Gil prepara repatriação

    O comunicado informa que os familiares estão cuidando dos procedimentos para a repatriação do corpo de Preta Gil ao Brasil.

    Ainda, os familiares pediram compreensão de amigos, fãs e profissionais da imprensa neste momento de luto. “ Assim que possível, divulgaremos informações sobre as despedidas ”, diz o texto divulgado por Gil e Flora.

    Artistas e fãs prestam homenagens

    Nos comentários da publicação oficial no Instagram, diversas personalidades deixaram mensagens de carinho. A apresentadora Adriane Galisteu escreveu: “Todo meu amor”. A cantora italiana Laura Pausini também prestou solidariedade: “Um abraço com muito afeto. Descanse em paz querida Preta”.

    Eliana lamentou: “ Lamento profundamente ”. Lilia Cabral enviou “ meus sentimentos e o meu carinho para vocês e toda a família ”. Thiaguinho reforçou o apoio: “ Todo amor para essa família que amo. Estamos todos juntos .” Cleo Pires escreveu: “ Muito amor. Pretinha para sempre nos nossos corações. ”

    Angélica, Chay Suede e Gaby Amarantos também expressaram apoio com mensagens de afeto. Daniela Mercury homenageou: “ Preta era maravilhosa! Recebam o amor de nossa família Mercury e nosso total apoio. Sentimos demais a ida de Pretinha. Amor, abraço, carinho e toda a força para continuar essa jornada da vida, amados, amigos! ”

    A cantora Zélia Duncan sintetizou o sentimento coletivo à família: “ todo carinho ”.

    Informações sobre o velório ainda serão divulgadas

    A nota oficial não informou a causa da morte nem a data exata do falecimento. A família informou que divulgará informações sobre as cerimônias de despedida assim que possível.

    IG

  • Diplomatas expulsos e bloqueio a GPS: bolsonaristas listam opções de Trump

    Diplomatas expulsos e bloqueio a GPS: bolsonaristas listam opções de Trump

    Aliados do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) relataram à CNN que devem ocorrer mais sanções do Governo Trump contra o Brasil na próxima semana.

    Estariam na mesa opções como aumentar as tarifas para exportações brasileiras para 100%, implementar a Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, adotar sanções em conjunto com a Otan e até sanções tecnológicas, como bloqueio do uso de satélites e GPS.

    Também estão avaliando expulsar os diplomatas brasileiros de Washington e representantes do Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

    Os interlocutores de Eduardo relatam à CNN, ainda, que todas as opções estão na mesa da Casa Branca e que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está pronto para ir até às últimas consequências.

    Afirmam também que Trump considerou a decisão do Moraes e a operação da Polícia Federal desta sexta-feira (18) uma declaração de guerra contra ele e contra os EUA.

    CNN

  • Trump não vai recuar, diz Eduardo Bolsonaro à CNN

    Trump não vai recuar, diz Eduardo Bolsonaro à CNN

    O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) expressou forte oposição à recente decisão judicial que o impede de manter contato com seu pai, classificando a medida como “repugnante”. Durante entrevista ao CNN Arena, o deputado licenciado também abordou as tensões nas relações entre Brasil e Estados Unidos, no Governo Trump.

    Sobre a decisão judicial, Bolsonaro argumentou que a situação imposta é similar a um regime semiaberto, onde uma pessoa pode sair de casa apenas para trabalhar. Ele enfatizou que a proibição de contato entre pai e filho representa uma tentativa de humilhação.

    Relações Brasil-EUA

    O deputado federal licenciado afirmou categoricamente que Donald Trump não recuará em sua posição sobre as tarifas impostas aos produtos brasileiros. Ele criticou a atual condução da política externa brasileira, apontando ausências significativas de representantes diplomáticos em momentos cruciais.

    Durante a entrevista, Eduardo Bolsonaro relatou ter participado de uma reunião no Departamento de Estado americano com oito integrantes de alto nível, onde, segundo ele, ficou evidente o desconhecimento sobre a representação diplomática brasileira nos Estados Unidos. O deputado argumentou que esta situação reflete o que considera ser a atual insignificância do Brasil no cenário internacional.

    Eduardo Bolsonaro também criticou as tentativas de negociação com o governo norte-americano, afirmando que o Brasil não estabeleceu canais adequados de comunicação. Ele argumentou que o país está vivendo um momento crucial na diplomacia brasileira, mas não tem conseguido estabelecer um diálogo efetivo com as autoridades americanas.

    CNN

  • Visto de Moraes cancelado: contato de embaixadora brasileira foi recusado pelos EUA

    Visto de Moraes cancelado: contato de embaixadora brasileira foi recusado pelos EUA

    Desdobramentos do caso “Vistos Cancelados, incluindo o de Alexandre Moraes“. Segundo apuração do analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna durante o CNN Prime Time, a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, procurou o departamento de Estado dos Estados Unidos e o contato dela foi recusado.

    Segundo fontes, a resposta do Departamento de Estado foi “too late” (tarde demais), indicando uma insatisfação com a falta de esforços anteriores do Brasil para estabelecer canais diplomáticos desde janeiro.

    Esta versão contrasta com as declarações do Itamaraty, que afirma ter realizado diversas tentativas de diálogo, incluindo uma carta enviada em 16 de maio que nunca obteve resposta.

    Residência de Eduardo Bolsonaro nos EUA

    Em paralelo a essa situação, fontes indicam que a Casa Branca determinou a aceleração do processo para concessão de residência ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Eduardo, que atualmente reside no Texas e frequenta Miami, conta com o apoio da Universidade Internacional da Flórida e do Centro Adam Smith, instituição financiada por Ron DeSantis.

    De acordo com Cristina Rosales, ex-assessora de Trump e Biden no Departamento de Estado, existe um planejamento de escalada nas medidas contra o Brasil. As próximas etapas podem incluir o congelamento de ativos de autoridades brasileiras nos Estados Unidos e possíveis sanções secundárias contra instituições financeiras que mantenham negócios com eles.

    A situação representa um momento delicado nas relações entre Brasil e Estados Unidos, que já enfrentam tensões devido à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
    CNN
  • Governo Trump anuncia sanções contra Moraes e ‘aliados’ no STF; vistos para entrar no país serão revogados

    Governo Trump anuncia sanções contra Moraes e ‘aliados’ no STF; vistos para entrar no país serão revogados

    O secretário de Estado americano do Governo Trump, Marco Rubio, anunciou na rede social X ter ordenado a revogação do visto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para entrar nos Estados Unidos.

    De acordo com postagem de Rubio nesta sexta-feira (18/07), além do visto de Moraes, ele solicitou a revogação da permissão para os familiares do ministro e seus “aliados” — sem detalhar quem são esses.

    “A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não só viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil e atinge os americanos”, argumentou Rubio.

    Questionado pela BBC News Brasil sobre que pessoas específicas além de Moraes que serão afetadas pela sanção, inclusive os “aliados” mencionados por Rubio, o Departamento de Estado americano afirmou não ter “mais nada a compartilhar sobre esse assunto”.

    Nesta sexta, por ordem de Moraes, Bolsonaro foi submetido a uma operação da Polícia Federal (PF) e a medidas restritivas — ele deverá usar tornozeleira eletrônica e está proibido de usar redes sociais, comunicar-se com “demais réus e investigados” em inquéritos no STF (incluindo seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro) e sair de casa entre 19h e 6h e durante os fins de semana.

    Moraes argumentou que Jair Bolsonaro estaria atuando de forma deliberada e ilícita, junto com Eduardo, para estimular sanções estrangeiras contra agentes públicos brasileiros.

    Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se mudou para os Estados Unidos com o intuito de pressionar o governo americano a tomar medidas contra Moraes e o STF, além de angariar apoio para a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

    Procurado, o STF ainda não se manifestou sobre as medidas anunciadas por Rubio contra Moraes. A BBC News Brasil também enviou pedido de posicionamento ao Itamaraty, ainda sem resposta.

    De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, a política de restrição de visto usada contra Moraes está de acordo com a Lei de Imigração e Nacionalidade do país — a qual autoriza o secretário de Estado a tornar inadmissível qualquer estrangeiro cuja entrada nos Estados Unidos “possa ter consequências adversas potencialmente graves para a política externa”.

    Em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro comemorou o anúncio feito por Rubio, agradecendo ao secretário e a Trump.

    “Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também – ou quem sabe até perderão seus vistos. Eis o CUSTO MORAES para quem sustenta o regime. De garantido só posso falar uma coisa: tem muito mais por vir!”, escreveu o deputado federal, para depois escrever outra postagem afirmando que “não haverá recuo” dos EUA.

    Desde 9 de julho, quando o presidente americano Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre o Brasil, o governo dos EUA tem criticado de forma mais explícita o Judiciário e o governo brasileiro.

    Na ocasião, em carta postada em sua rede social, Trump também falou em uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro na Justiça.

    Bolsonaro é réu por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano contra patrimônio da União.

    Nesta sexta, a defesa do ex-presidente afirmou ter recebido “com surpresa e indignação” a imposição de “medidas cautelares severas”, já que, segundo a nota, Bolsonaro “até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”.

    Depois da ordem de Moraes, a Primeira Turma do STF, grupo de cinco ministros que julga o caso do ex-presidente, formou maioria para ratificar as medidas contra Bolsonaro.

    Sobre as tarifas impostas pelos EUA, que podem afetar setores no Brasil como a produção de suco de laranja e a aviação, Lula tem dito que vai buscar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e eventualmente pode aplicar a Lei de Reciprocidade.

    Em pronunciamento nesta quinta-feira (17), Lula defendeu as instituições brasileiras e disse que governo americano vem fazendo uma “chantagem inaceitável”.

    Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliaram que este é o pior momento da relação entre Brasil e EUA.

    Possibilidade de sanção já havia sido apontada por Rubio

    Bolsonaro e Mills sorrindo em sala
    REPRODUÇÃO/X – Eduardo Bolsonaro e o deputado republicano Cory Mills, da Flórida

    Apesar da crise entre EUA e Brasil ter escalado nos últimos dias, a possibilidade de sanções contra Moraes se tornou mais concreta desde, pelo menos, maio.

    No dia 21 daquele mês, Marco Rubio afirmou em uma audiência no Congresso americano que a Casa Branca estava analisando a possibilidade de aplicar sanções contra o ministro do STF com base na Lei Global Magnitsky.

    Essa lei impõe penalidades a autoridades estrangeiras como o bloqueio de bens e contas no país, além da proibição de entrada em território americano.

    “Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, disse Rubio ao ser questionado pelo deputado republicano Cory Mills, da Flórida, sobre o tema.

    Mills tem contato com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que na ocasião comemorou a declaração de Rubio.

    Moraes e as big tech americanas

    Além da situação judicial de Jair Bolsonaro, outro ponto que vem sendo criticado pelo governo Trump é a atuação de Moraes em relação às big techs (empresas de tecnologia e redes sociais) americanas.

    A carta de Trump em 9 de julho justificou as tarifas mencionando decisões do STF que puniram plataformas de mídia social dos EUA com multas e com a saída do mercado de mídia social brasileiro.

    No início do ano, a plataforma de vídeos Rumble saiu do ar no Brasil por ordem de Moraes, que argumentou que a empresa descumpriu ordens para suspender contas de investigados.

    Na sexta-feira passada (11), Moraes ordenou o bloqueio de mais uma conta no Rumble, desta vez do comentarista Rodrigo Constantino.

    A Rumble e a Trump Media, empresa do presidente americano que controla a rede Truth Social, apresentaram uma petição à Justiça americana na segunda-feira questionando a exigência brasileira.

    Ambas já estão movendo uma ação contra Moraes na Justiça americana.

    Em um contexto parecido, a rede social X, do bilionário Elon Musk, também ficou fora do ar no Brasil por ordem de Moraes, durante alguns dias no ano passado.

    Musk, que apoiou fortemente Trump em sua campanha e chegou a fazer parte do governo americano, fez na ocasião comentários públicos criticando o ministro brasileiro.

    BBC