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  • Kim Jong-un promete apoio total à Rússia e discute parceria com Putin

    Kim Jong-un promete apoio total à Rússia e discute parceria com Putin

    O líder norte-coreano, Kim Jong-un, disse que seu país “apoiará totalmente” o Exército da Rússia como um “dever fraterno”, e o presidente russo Vladimir Putin chamou os laços dos dois países de “especiais”, informou a mídia estatal KCNA nesta quinta-feira (4).

    Kim e Putin tiveram uma reunião na quarta-feira (3) à margem das comemorações da China para marcar a rendição formal do Japão na Segunda Guerra Mundial em Pequim.

    A dupla acompanhou o presidente chinês, Xi Jinping, em um grande desfile militar no primeiro encontro entre os líderes dos três países desde o início da Guerra Fria.

    A viagem de Kim a Pequim ofereceu a ele a primeira chance de se encontrar com Putin e Xi juntos, além de se misturar com mais de duas dezenas de outros líderes nacionais que participaram dos eventos.

    Analistas consideram o encontro sem precedentes com Xi e Putin como uma grande vitória de propaganda para o líder do Estado recluso.

    As fotos da mídia estatal mostraram Kim de pé ou caminhando com Putin e Xi lado a lado com um sorriso, e a edição de quinta-feira do jornal estatal Rodong Sinmun destacou predominantemente a visita de Kim.

    “Kim Jong Un e o presidente Putin trocaram opiniões sinceras sobre importantes questões internacionais e regionais”, informou a KCNA.

    Putin “elogiou muito” os soldados norte-coreanos que lutam contra a Ucrânia e disse que as relações entre os dois países são “especiais de confiança, amizade e aliança”, acrescentou a estatal.

    Apoio norte-coreano à Rússia na guerra 

    A Coreia do Norte enviou soldados, munição de artilharia e mísseis para a Rússia para apoiar Moscou na guerra contra a Ucrânia.

    A agência de inteligência da Coreia do Sul estimou esta semana que cerca de 2 mil soldados norte-coreanos enviados para lutar pela Rússia foram mortos.

    Kim e Putin discutiram em detalhes os planos de longo prazo para a parceria e reafirmaram a “firme vontade” de elevar as relações bilaterais a um alto nível, conforme a KCNA.

    Depois que os dois conversaram e saíram da sala, um funcionário de Kim foi visto limpando uma cadeira e uma mesa lateral tocada pelo líder, o que, segundo analistas, faz parte de um conjunto de medidas de segurança para impedir que outros países, mesmo os amigos, tentem obter informações sobre sua saúde.

    No ano passado, os dois líderes assinaram um tratado de defesa mútua, que prevê que cada um dos lados ajude o outro em caso de ataque armado.

    CNN

     

     

  • Notas e silêncio: a postura de Moraes no início do julgamento de Bolsonaro

    Notas e silêncio: a postura de Moraes no início do julgamento de Bolsonaro

    A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) concluiu a primeira semana de julgamento do núcleo 1 no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado no país após as eleições de 2022. Diferentemente do que houve na fase de instrução do processo, o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, adotou uma postura mais contida nesses primeiros dias.

    Antes de ler o relatório, Moraes fez uma breve fala introdutória. Disse que a impunidade não deixa espaço para a pacificação; que a soberania nacional jamais será negociada; e que a imparcialidade do Supremo não será abalada por quaisquer tentativas de obstrução.

    A declaração se dá em meio a pressões diversas, seja do grupo político de Bolsonaro ou do governo de Donald Trump para que o STF recue no julgamento.

    Após a leitura do relatório, que rememorou todas as fases do processo e as provas colhidas nele, Moraes ficou em silêncio por quase todo o julgamento.

    Ele e o ministro Cristiano Zanin, que preside a Primeira Turma, foram os únicos que não fizeram questionamentos ou interrupções durante as sustentações orais dos advogados.

    Luiz Fux e Flávio Dino pediam esclarecimentos às defesas com frequência. Já Cármen Lúcia fez duas intervenções, uma delas para dar bronca em um dos advogados que utilizou como sinônimos os termos “voto impresso” e “voto auditável”. A ministra fez questão de interrompê-lo para esclarecer “para quem assiste” que o voto eletrônico é “amplamente auditável” no Brasil.

    Em praticamente todo o tempo de julgamento, porém, via-se Alexandre de Moraes alternando a atenção entre as sustentações dos advogados e as anotações que fazia em uma pilha de papel na sua mesa.

    A única intervenção do ministro durante uma sustentação de defesa foi em tom bem-humorado. O advogado de Paulo Sérgio Nogueira, Andrew Farias, afirmou lembrar de sua sogra enquanto dizia que “palavras são um punhal”. Moraes brincou: “Sua sogra diz isso ou as palavras dela que são um punhal?”.

    A postura do ministro difere da adotada na fase de instrução do processo, em que discussões com advogados e testemunhas foram frequentes.A partir da próxima terça-feira (9), o julgamento será retomado já com o voto de Moraes, que deve ser extenso e pedir a condenação de Jair Bolsonaro (PL).

    G1

  • Xi Jinping exibe poder militar e se lança como líder de nova ordem mundial

    Xi Jinping exibe poder militar e se lança como líder de nova ordem mundial

     Diante de ditadores aliados e representantes de dezenas de governos estrangeiros, Xi Jinping transformou o desfile em um ato político — complementando a ofensiva diplomática recente que aproximou Pequim de países incomodados com a política de “América em primeiro lugar” do presidente Donald Trump.

    A parada militar realizada nesta quarta-feira (3), diante da Cidade Proibida, em Pequim, foi cuidadosamente desenhada para enviar uma mensagem clara: a China quer ocupar o centro de uma nova ordem mundial.

    Blindados modernos, tanques de última geração, drones com inteligência artificial, caças e mísseis hipersônicos desfilaram diante do líder chinês. Foi um lembrete de que o poderio militar agora acompanha o peso econômico e diplomático já conquistado por Pequim.

    “Hoje, a humanidade se depara mais uma vez com escolhas cruciais: paz ou guerra? Diálogo ou confronto? Cooperação vantajosa para todos ou rivalidade de soma zero?”, declarou Xi.

    “O povo chinês está firmemente do lado certo da história e do lado da civilização e do progresso humanos.” Embora não tenha citado Washington, o contraste com a retórica isolacionista de Trump ficou evidente.

    O presidente russo Vladimir Putin e o ditador norte-coreano Kim Jong-un assistiram ao desfile ao lado de Xi, em posição de honra. A presença de Kim, que não visitava Pequim desde 2019, teve peso simbólico: foi a primeira vez que ele participou de uma cúpula multilateral desde que assumiu o poder, em 2011.

    Moscou, enfraquecida pela guerra na Ucrânia, depende cada vez mais da economia chinesa. Pyongyang continua vivendo à sombra da China, ainda que recentemente tenha intensificado a cooperação militar com a Rússia, enviando armas e soldados para o front – em troca de ajuda econômica e tecnológica.

    O elo comum não é ideológico, mas estratégico: frear a hegemonia americana. E, nesse projeto, todos são obrigados a reconhecer a China como protagonista.

    Líderes posam para foto de família em desfile militar na China • Reuters
    Líderes posam para foto de família em desfile militar na China • Reuters

    Trump reagiu com sarcasmo nas redes sociais, acusando Xi, Putin e Kim de conspirar contra os EUA. O Kremlin tentou minimizar a situação, mas as imagens dos três autocratas lado a lado, diante de mísseis capazes de cruzar oceanos, falam por si.

    O pano de fundo, que dá uma oportunidade de ouro para o avanço chinês, é a política isolacionista de Trump.

    Ao insistir em colocar a “América em primeiro lugar”, o republicano aliena não só rivais mas também potenciais aliados, abrindo espaço para Pequim se oferecer como alternativa pragmática e com menos exigências políticas – inclusive com relação a valores democráticos, visto que o Partido Comunista da China continua controlando o país com mão de ferro.

    Dias antes da parada militar, a Organização para a Cooperação de Xangai já havia reunido numa cúpula o próprio Xi Jinping, Putin e o premiê indiano Narendra Modi.

    As imagens de Xi, Putin e Modi lado a lado reforçam ainda mais a leitura de que a estratégia isolacionista de Trump pode, paradoxalmente, acelerar o avanço chinês rumo a uma nova ordem mundial.

    CNN

  • Julgamento de Bolsonaro segue pelo segundo dia. Defesa:”não há uma única prova”

    Julgamento de Bolsonaro segue pelo segundo dia. Defesa:”não há uma única prova”

    O advogado Celso Vilardi, que faz a defesa de Jair Bolsonaro (PL), disse nesta quarta-feira (3), que “não há uma única prova” contra o ex-presidente no inquérito que apura a existência de um plano de golpe de Estado a ser instituído no país após o resultado eleitoral de 2022.

    ” O presidente, que eu vou demonstrar cuidadosamente, tratando da questão da minuta, ele não atentou contra o Estado democrático de direita. (…) Não há uma única prova e como eu vou salientar aqui, com todo respeito”, afirmou Vilardi durante sustentação oral.

    Quem são os réus do núcleo 1?

    Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o núcleo crucial do plano de golpe conta com outros sete réus:

    • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
    • Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
    • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
    • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
    • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
    • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;
    • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, candidato a vice-presidente em 2022.
    • Por quais crimes os réus estão sendo acusados?

    Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles:

    • Organização criminosa armada;
    • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
    • Golpe de Estado;
    • Dano qualificado pela violência e ameaça grave;
    • Deterioração de patrimônio tombado.

    A exceção fica por conta de Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão da ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

    Cronograma do julgamento

    Foram reservadas pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, cinco datas para o julgamento do núcleo crucial do plano de golpe. Veja:

    • 2 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
    • 3 de setembro, quarta-feira: 9h às 12h (Extraordinária)
    • 9 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
    • 10 de setembro, quarta-feira, 9h às 12h (Extraordinária)
    • 12 de setembro, sexta-feira, 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Extraordinária)

    Defesa de Bolsonaro diz que “não há uma única prova” contra o ex-presidente

    CNN

  • Michel Magul assume cadeira de vereador na Câmara de Goiânia

    Michel Magul assume cadeira de vereador na Câmara de Goiânia

    Substituindo o vereador Tião Peixoto, Michel Afif Magul (PSDB) assumiu a cadeira de vereador na Câmara Municipal de Goiânia nesta terça-feira (2/9). Tião Peixoto, do mesmo partido, está em Licença de Interesse Particular pelo prazo de 121 dias.

    Michel Magul é advogado, mestre em Desenvolvimento e Planejamento Territorial, e já exerceu cargos na Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (2021), na Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa de Goiânia (2021-2022) e como secretário de Governo de Goiânia (2022-2023). Também integra a Comissão Especial de Direito Internacional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás.
    Nascido em 1992, com 33 anos, Michel Magul é o vereador mais jovem da Câmara Municipal de Goiânia.
  • Mabel tenta recompor base após crise com liderança na Câmara de Goiânia

    Mabel tenta recompor base após crise com liderança na Câmara de Goiânia

    A gestão do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União), enfrenta sua maior turbulência política ainda no primeiro ano de mandato. A instauração da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Limpa GYN, a destituição do líder do governo Igor Franco (MDB) e os embates em torno da revogação da taxa do lixo revelam um cenário de instabilidade que pode comprometer a governabilidade. O desgaste com a base governista na Câmara Municipal expõe limitações do prefeito em articular apoio legislativo em um momento crucial de consolidação de sua administração.

    O episódio mais emblemático dessa crise começou quando Igor Franco, então líder do governo na Câmara, articulou as assinaturas necessárias para a criação da CEI que investiga contratos da empresa responsável pela limpeza urbana de Goiânia. A decisão contrariou diretamente orientações do Paço Municipal e gerou um racha público entre o prefeito e seu principal aliado no Legislativo.

    Crise na Câmara
    A ruptura entre Sandro Mabel e Igor Franco representa um marco na deterioração das relações entre Executivo e Legislativo. O conflito se intensificou quando o então líder do governo optou por apoiar a criação da CEI, mesmo recebendo orientações contrárias da Prefeitura. O prefeito não escondeu sua insatisfação com a postura do aliado.

    “O Igor é uma pessoa boa e dedicada. Acho que a forma que ele agiu, principalmente neste momento, sem me falar nada, eu acho que não foi correto”, declarou Mabel durante evento no Tribunal de Contas dos Municípios.

    Para o cientista político Pedro Pietrafesa, essa dinâmica pode deixar marcas duradouras na governabilidade municipal.
    “O desentendimento da base e a liderança anterior pode sim deixar algumas marcas na relação da prefeitura com o poder legislativo, porque ela mostra como tudo aconteceu. Você teve a própria liderança do prefeito articulando para que ocorresse as assinaturas da comissão especial de inquérito da câmara para verificar um tema que não era de interesse do prefeito”, avalia Pietrafesa.

    O especialista ressalta que o caráter público dos desentendimentos agravou a situação. As críticas foram externalizadas durante entrevistas que o prefeito concedia, muitas vezes com a presença do próprio líder de governo, criando um clima de tensão que se estendeu para diferentes veículos de comunicação.

    A reação do prefeito não se limitou ao discurso. Mabel exonerou Diogo Franco, irmão de Igor, que ocupava cargo comissionado na administração municipal. A medida foi interpretada nos bastidores como uma retaliação direta, sinalizando o esgotamento da relação entre os dois políticos. Outros familiares de vereadores que assinaram a CEI também foram demitidos, ampliando o clima de confronto.

    A formalização da destituição de Igor Franco da liderança do governo ocorreu na última sexta-feira, quando Mabel enviou ofício oficial à Câmara. A decisão, já esperada nos corredores do Legislativo, marca o fim de uma aliança que foi fundamental para a aprovação de projetos do Executivo no início do mandato.

    Desafios para a governabilidade
    A necessidade de reconstruir uma base de apoio sólida se tornou prioridade absoluta para a administração Mabel. Ainda no primeiro ano de gestão, o prefeito enfrenta o desafio de articular uma nova liderança capaz de viabilizar suas propostas no Legislativo. Nomes como Henrique Alves (MDB) e Thialu Guiotti (Avante) são cotados para assumir a função.

    Pietrafesa destaca que a estratégia do prefeito deve passar pela reorganização da base e pelo estabelecimento de canais de diálogo mais efetivos com os vereadores. “A estratégia agora é o prefeito colocar uma nova liderança, uma espécie de tropa de choque que coordene os trabalhos de investigação que serão feitos, que serão convocados para prestar esclarecimentos para a comissão, as votações das tramitações, das ordens de pauta que serão votadas e deliberadas”, explica o especialista.

    A crise política pode impactar diretamente a agenda legislativa da Prefeitura para os próximos anos. Projetos que dependem da aprovação da Câmara podem enfrentar resistência ou ter sua tramitação retardada, comprometendo a capacidade de entrega da gestão municipal.

    O cenário se complica quando considerado que crises no início do mandato podem estabelecer padrões de relacionamento difíceis de reverter. Vereadores podem se sentir empoderados a resistir a propostas do Executivo, especialmente aquelas que possam gerar desgaste político.

    A aprovação da revogação da taxa do lixo em primeira votação exemplifica essa nova dinâmica. Por 20 votos a 13, os vereadores contrariaram a posição da Prefeitura, que defendia a manutenção da Taxa de Limpeza Pública (TLP). Vereadores que historicamente apoiavam o governo mudaram de posição, evidenciando a fragilidade da base governista.

    O papel da CEI
    A Comissão Especial de Inquérito da Limpa GYN se tornou o epicentro das tensões políticas que abalam a gestão municipal. A investigação sobre os contratos da empresa responsável pela limpeza urbana ganhou contornos políticos que extrapolam questões técnicas, transformando-se em instrumento de pressão sobre o Executivo.

    Para Pedro Pietrafesa, a forma como a CEI foi proposta e conduzida ampliou o desgaste entre Prefeitura e Câmara. “Da forma como a CEI foi proposta, da forma como foram colhidas as assinaturas, isso sugeriu um desgaste grande entre a Prefeitura e a Câmara de Vereadores”, analisa o especialista.

    O impacto da comissão transcende a investigação em si, influenciando diretamente a dinâmica de votações e a tramitação de projetos de interesse do Executivo. A polarização criada em torno da CEI pode comprometer votações futuras e dificultar a aprovação de matérias prioritárias para a gestão municipal.

    O prefeito tem defendido publicamente que a investigação não se justifica por tratar de contratos firmados na gestão anterior. Em entrevista, Mabel foi categórico: “Particularmente, montaram esse bloco nessa CEI, mas mesmo dentro dela nós temos vários vereadores que nos ajudam muito. Até porque o líder assinou também, foi uma coisa meio mal entendido. Eu tenho proposto para eles que não façam a CEI. Para mim não tem nada, é da administração passada”.

    O discurso do prefeito busca minimizar os possíveis impactos da investigação, destacando ajustes já realizados em sua gestão. “Vamos pegar essa limpeza, eles vão atender todo mundo. Onde tiver lixo, vocês vão me ajudar a fiscalizar a cidade e botar para limpar o máximo possível. Se tiver alguma coisa errada, vamos arrumar. Nós não temos compromisso com o erro”, afirmou Mabel.

    A tensão se ampliou durante a sessão da Câmara de terça-feira (26), quando vereadores da base e oposição fizeram discursos inflamados direcionados ao prefeito. O vereador Fabrício Rosa (PT), indicado para integrar a CEI, foi direto: “Estou honrado e quero dizer que estou comprometido com a cidade em agir da maneira mais transparente e honesta possível. Deste vereador, não esperem silêncio, nem tramoia ou maracutaia. O que haverá é honradez e investigação. Também haverá denúncia”.

    A vereadora Aava Santiago (PSDB) em recente discurso na tribuna, rebateu acusações de que haveria chantagem por parte dos parlamentares. “Não é possível que se aceite que o prefeito possa dizer que está sendo chantageado por vereadores. Quem tá chantageando o prefeito? Porque até agora o que vi não foi um prefeito chantageado, mas sim um prefeito chantagista. Se o vereador não retira assinatura, exonera o secretário que o irmão indicou. Quem tá chantageando?”, questionou Santiago.

    Em tom mais conciliador, Cabo Senna (PRD), autor do requerimento de criação da CEI, defendeu o caráter fiscalizatório da comissão. “O papel do vereador é de legislar e fiscalizar. Não estamos querendo pegar no pé do empresário que entrega emprego para a cidade. Queremos entregar uma cidade limpa porque os contribuintes estão pagando caro para isso”, afirmou o parlamentar.

    O cronograma da CEI coincide com o período em que a Prefeitura precisa aprovar projetos essenciais para o fechamento do mandato. Essa sobreposição pode criar um ambiente ainda mais conflituoso, especialmente se as investigações revelarem irregularidades ou gerarem maior desgaste para a administração municipal.

    O que está em jogo
    O contexto de instabilidade política coloca em risco a capacidade de governar de Sandro Mabel e também suas aspirações políticas futuras. No primeiro ano de mandato, crises como essa podem definir o tom de toda a gestão e comprometer a credibilidade política do prefeito.

    Segundo o cientista político Pietrafesa, o momento exige um diálogo efetivo entre Executivo e Legislativo para que a governabilidade seja restabelecida. “É importante que o prefeito se organize junto com essa recomposição da base para definir quais são as prioridades da Prefeitura para os próximos anos e para os trabalhos da base na Câmara”, afirma o especialista.

    Além das declarações públicas, Mabel tem adotado uma postura de enfrentamento ao que considera pressão indevida. O prefeito “fala em público que não se importa e não tem medo da CEI, mas também que ela é desnecessária, sinalizando que desgosta da sua instalação”, segundo fontes do meio político. Mabel tem interpretado tanto o avanço da CEI quanto a discussão sobre a taxa do lixo como “pressão por cargos” de parlamentares insatisfeitos com a distribuição de espaços na administração.

    “É de fato que o diálogo agora vai ser importante, mas o prefeito precisa colocar em prática junto com a sua base, a nova liderança na Câmara de Vereadores, e estabelecer uma participação dos vereadores na gestão, considerando que ainda tem mais de três anos à frente da prefeitura”, pondera Pietrafesa.

    A revogação da taxa do lixo se transformou em símbolo das dificuldades enfrentadas pela gestão. O projeto, aprovado por Lucas Vergílio (MDB) com apoio de vereadores da própria base governista, representa uma derrota política significativa para o prefeito. A medida ainda precisa passar por segunda votação, mas já sinaliza as dificuldades de articulação política.

    Para o especialista, superar essa crise específica demanda negociação bilateral. “Não é possível virar a página mesmo com o assunto polêmico relacionado à taxa de lixo, mas como eu mencionei, a recomposição da base vai depender muito de conversas em que os dois lados estejam dispostos a debater como esse trabalho do mandato do Mabel será feito de forma conjunta com a Câmara de Vereadores”, avalia Pietrafesa.

    Cenários para o futuro
    Os próximos meses serão decisivos para definir se Sandro Mabel consegue reverter o quadro de instabilidade política ou se enfrentará um final de mandato marcado por impasses e baixa capacidade de execução. As consequências dessa crise podem se estender para além dos oito meses restantes, impactando eventuais ambições políticas futuras.

    Pedro Pietrafesa alerta para os riscos políticos que o prefeito enfrenta caso não consiga consolidar uma base sólida na Câmara ainda no primeiro ano de gestão. “Considerando que Mabel ainda está no início do mandato, ele pode ter várias dificuldades de implementar a agenda dele durante os próximos anos se não resolver esses problemas rapidamente”, observa o especialista.

    A comparação com gestões anteriores oferece perspectiva sobre os possíveis desdobramentos da crise atual. Pietrafesa cita o exemplo de prefeitos que enfrentaram problemas similares com a Câmara e tiveram suas agendas comprometidas, resultando em baixa aprovação popular e dificuldades eleitorais posteriores.

    “O prefeito não governa sozinho, ele precisa da base do governo. Será possível virar a página também relacionada ao tema da taxa de lixo, que foi um tema polêmico que envolveu litígio entre a base e a prefeitura, mas precisa que os dois lados entrem em acordo para resolver as diferenças”, destaca o especialista.

    A gestão de expectativas em relação a possíveis candidaturas futuras também entra em jogo. Especulações sobre uma eventual participação de Mabel nas eleições estaduais de 2026 podem ser prejudicadas caso a crise atual não seja superada adequadamente.
    “Se ele não conseguir reagrupar a base, não conseguir aprovar a agenda legislativa dele, não conseguir entregar o que prometeu, o futuro político para outros cargos eletivos poderá ser prejudicado”, adverte Pietrafesa.

    O especialista ressalta que eventuais movimentações políticas prematuras podem se tornar irrelevantes caso a gestão municipal não apresente resultados concretos.

    A questão da imagem pública do prefeito surge como elemento adicional de preocupação. Mabel apostou em uma comunicação baseada na resolução de problemas cotidianos da população, utilizando intensivamente as redes sociais para mostrar ações de fiscalização e intervenções diretas na cidade.

    “Essa instabilidade política pode ter consequências nos próximos meses relacionadas à imagem do prefeito. Ele tentou, no início do mandato, se colocar como um prefeito dinâmico que resolve os problemas cotidianos da população através de posts que mostram trabalho em diferentes pontos da cidade”, analisa Pietrafesa.

    O risco é que a instabilidade política resulte em atrasos na entrega de políticas públicas essenciais, comprometendo a narrativa de eficiência que o prefeito buscou construir. Em um ambiente de redes sociais onde as informações se propagam rapidamente, uma percepção negativa pode se consolidar em pouco tempo.

    “Se a instabilidade política culminar com atrasos na entrega de políticas que já são constitucionais para a prefeitura executar, isso pode fazer que no curto prazo a imagem dele já seja corroída”, conclui o especialista.

    A Redação

  • Gonet apresenta pedido para condenar Bolsonaro e cita atos “espantosos”

    Gonet apresenta pedido para condenar Bolsonaro e cita atos “espantosos”

    Procurador da PGR, Gonet apresenta pedido para condenar Bolsonaro e cita atos “espantosos”

    Processo de votação

    Após as sustentações, inicia-se a votação. O ministro Alexandre de Moraes será o primeiro a votar, pronunciando-se sobre o mérito do processo e decidindo pela condenação ou absolvição dos acusados, além de estabelecer eventuais penas. Em seguida, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin.

    Caso a maioria dos ministros vote pela condenação, o colegiado deverá definir as penas para cada réu. Em caso de absolvição, o processo será encerrado sem necessidade de deliberação sobre penalidades.

    AO VIVO

    Veja passo a passo do julgamento de Bolsonaro e 7 réus sobre plano de golpe

    O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus tem início nesta terça-feira (2) na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). O processo, que terá cinco sessões reservadas para análise, começa às 9h da manhã sob a presidência do ministro Cristiano Zanin.

    O procedimento será iniciado com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, que apresentará uma síntese da ação penal. Na sequência, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para defender a denúncia apresentada ao Supremo.O passo a passo do julgamento de Bolsonaro e mais sete réus • CNN Brasil

    As oito defesas terão uma hora cada para apresentar suas sustentações. A ordem será alfabética, com exceção de Mauro Cid, que, por ser delator do caso, deve ser o primeiro a se manifestar.

    CNN

  • Morre Mino Carta, fundador da Carta Capital, aos 91 anos

    Morre Mino Carta, fundador da Carta Capital, aos 91 anos

    Morreu aos 91 anos nesta terça-feira, 2, o jornalista ítalo-brasileiro Demetrio Carta, mais conhecido como Mino Carta, referência na imprensa brasileira.

    A informação é da revista CartaCapital, veículo fundado por Carta em 1994. Mino Carta também foi fundador do Jornal da Tarde, do Grupo Estado.

    Mino Carta foi diretor das revistas Quatro RodasVeja e IstoÉ. Nasceu em Gênova, na Itália, no dia 6 de setembro de 1933.

    A família de Carta chegou em São Paulo em agosto de 1946.

    Mino Carta, referência do jornalismo brasileiro, morreu nesta terça-feira, 2, aos 91 anos. Em 1968, ele fez parte do lançamento de VEJA pela Editora Abril, onde também foi diretor de redação.

    Os primeiros passos no jornalismo foram dados em 1950, quando o seu pai, Giannino, recebeu encomenda de artigos sobre a Copa do Brasil para dois jornais italianos. Seu pai odiava futebol e propôs ao filho que escrevesse em seu lugar. A partir daí, Mino abraçou a carreira após deixar a faculdade de direito em 1956, quando retornou à Itália e trabalhou na Gazetta del Popolo e como correspondente para o Diário de Notícias e Mundo Ilustrado.

    Em 1960, recebeu o convite de Victor Civita para assumir a direção da Quatro Rodas, uma das primeiras revistas dedicadas ao automóveis do país e a única ainda em circulação desde então. Foi na Quatro Rodas que Carta descobriu o talento para criar e liderar publicações, iniciando uma trajetória de sucesso.

    O jornalista foi o editor da Veja no seu lançamento, em 1968 e atuou como diretor de redação até 1976. Após seu período na Editora Abril, fundou a IstoÉ em 1976, comandando a revista até 1981 e, e, depois, de 1988 até 1993. Sua última empreitada no jornalismo foi a Carta Capital, criada em 1994, a qual dirigiu até seus últimos dias.

    Fonte QuatroRodas

  • STF e Anatel viram alvo de big techs em investigação da Casa Branca

    STF e Anatel viram alvo de big techs em investigação da Casa Branca

    As big techs americanas fizeram críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) nas considerações que fizeram ao USTR (Representante Comercial da Casa Branca) dentro da investigação 301, que apura práticas comerciais ilegais pelo Brasil.

    Quanto à Anatel, o incômodo foi com a resolução 780/2025 proferida no dia 1º de agosto, que revisou o Regulamento de Avaliação da Conformidade e Homologação de Produtos para Telecomunicações (RACPT) ampliando obrigações a data centers que integram redes de telecomunicações.

    Ela foi considerada abusiva e anti-comercial pelas empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

    As críticas ocorrem antes da reunião de entidades do setor privado com o USTR, previsto para essa semana em Washignton.

    Uma das entidades que se manifestaram foi a Computer & Communications Industry Association, a Associação da Indústria de Computadores e Comunicação (CCIA, na sigla em inglês).

    “Ao remover o antigo escudo de responsabilidade que condicionava a responsabilidade das plataformas à capacidade de resposta a ordens judiciais, a decisão expõe os provedores de aplicações de internet a padrões elevados e potencialmente subjetivos de responsabilidade civil por conteúdo de terceiros, mesmo na ausência de notificação prévia”, aponta a CCIA.

    Também coloca que a decisão tem potencial para fragilizar a liberdade de expressão no Brasil.

    “Dado o volume de conteúdo que os provedores hospedam e/ou transmitem, é amplamente reconhecido que monitorar efetivamente todo o conteúdo é inviável, o que leva a uma responsabilidade extraordinária”, afirma a entidade.

    Decisão da Anatel sobre data centers entra no radar

    A decisão da Anatel sobre datacenters também entrou no alvo da entidade.

    “Considerando os investimentos substanciais dos EUA em data centers brasileiros, tais medidas correm o risco de operar como uma prática comercial onerosa que prejudica o acesso ao mercado para empresas americanas e impede serviços digitais transfronteiriços.”

    Também argumenta que as taxas propostas onerariam o comércio dos EUA, forçando as empresas americanas a pagar as taxas mais altas em comparação com as taxas pagas por empresas menores não americanas.

    A entidade conclui dizendo que o resultado efetivo seria “forçar as empresas americanas a subsidiar seus concorrentes”.

    Outra associação americana, a NetChoice, que se apresenta como uma associação comercial de empresas on-line que defende a liberdade de expressão e a livre iniciativa na internet afirmou ao USTR que “talvez o mais preocupante seja como o Supremo Tribunal Federal brasileiro se concedeu autoridade sem precedentes para emitir ordens imediatas de remoção de conteúdo sem autorização legislativa ou procedimentos judiciais tradicionais, criando um ambiente regulatório em que empresas americanas enfrentam ações de execução imprevisíveis com base nas preferências políticas de cada juiz”.

    Segundo a associação, o Brasil implementou sistemas informais de cotas de remoção de conteúdo, principalmente durante períodos eleitorais, “que forçam empresas americanas a censurar excessivamente o conteúdo para evitar penalidades, alterando fundamentalmente seus serviços e seu posicionamento competitivo”.

    A NetChoice cita como “exemplo mais extremo” a decisão de 30 de agosto de 2024 que baniu o X no Brasil, classificando-a como “extorsão”.

    “O Supremo Tribunal Federal manteve a proibição, ameaçando 22 milhões de usuários com multas diárias de R$ 50.000 por acessar o serviço por meio de VPNs, enquanto impôs multas diárias de US$ 1 milhão ao X por não impedir o acesso de todos os brasileiros — o que era tecnologicamente impossível. A empresa acabou sendo forçada a pagar US$ 5 milhões em multas como condição para retomar as operações, demonstrando como o Brasil utiliza a aplicação de extorsão para extrair receita de empresas americanas no ato de coagir o cumprimento da censura”, detalha a NetChoice.

    Além disso, as plataformas digitais seriam, segundo a ITI, presumidamente responsáveis por anúncios ilegais, a menos que possam provar que agiram “diligentemente” e dentro de um “prazo razoável” para remover o anúncio, sem aviso prévio, um regime mais rigoroso do que o aplicado a outros meios de comunicação, como TV e rádio.

    Além disso, as plataformas podem, segundo a associação, ser responsabilizadas por “falha sistêmica” em seu dever de prevenir e remover uma lista fechada de conteúdo gravemente ilegal, incluindo material relacionado a pornografia infantil, tráfico de pessoas, terrorismo e discurso de ódio.

    “Embora as plataformas não sejam responsáveis por casos isolados, elas podem ser responsabilizadas por “falha sistêmica”, que é vagamente definida como a falha em implementar medidas adequadas para prevenir e remover tal conteúdo”, conclui.

    CNN
  • Lula organiza reunião virtual do Brics para propor reforma da OMC

    Lula organiza reunião virtual do Brics para propor reforma da OMC

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta organizar um encontro virtual de líderes do Brics, ainda em setembro, como reação ao tarifaço de Donald Trump e para discutir uma reforma da OMC (Organização Mundial do Comércio).

    O governo brasileiro trabalha para que a reunião ocorra na próxima semana, mas ainda depende da agenda dos demais chefes de Estado. A intenção é ter o maior número possível de líderes do grupo, incluindo Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia), Cyril Ramaphosa (África) e Vladimir Putin (Rússia). A ideia é que os integrantes mais recentes – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia, Irã – também participem.
    Nas últimas semanas, Lula já teve uma rodada de conversas telefônicas individualmente com presidentes e primeiros-ministros como Xi, Modi e Putin, além do francês Emmanuel Macron e da mexicana Claudia Scheinbaum.

    As conversas têm girado em torno de questões como a defesa do multilateralismo, da intensificação de parcerias comerciais e da diversificação de mercados.

    O Brics tem evitado declarações de enfrentamento direto aos Estados Unidos e a Trump, inclusive para não transmitir à Casa Branca uma mensagem de antiamericanismo, embora a cúpula do Rio de Janeiro realizada em julho tenha condenado a adoção unilateral de medidas protecionistas.

    Na semana passada, em um evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o chanceler Mauro Vieira disse que o governo Lula tem buscado colocar em pauta uma reformulação da OMC.

    Segundo ele, nesses contatos, surgiram “crescentes preocupações […] com o processo de deterioração do sistema multilateral de comércio” e com “negociações bilaterais assimétricas vulneráveis a pressões dos mais fortes”.

    “O Brasil pretende desse modo dar início a discussões sobre uma reforma estrutural da OMC, uma verdadeira refundação do organismo, sobre bases mais modernas e flexíveis”.

    Desde o primeiro governo Trump, em um impasse que atravessou toda a gestão Joe Biden e continua intacta, o órgão de solução de controvérsias da OMC está paralisado diante da falta de indicações dos Estados Unidos para compor o tribunal de apelações (uma segunda instância em casos de disputas entre países).

    O governo Lula tem buscado acelerar negociações com outros parceiros. Em agosto, foi anunciada a retomada das negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e Canadá. O vice-presidente Geraldo Alckmin foi ao México, na tentativa de estreitar laços econômicos e aprofundar o acordo comercial em vigência com o Brasil, e irá para a Índia em breve com o mesmo objetivo.

    CNN