Serão três dias de shows gratuitos na Esplanada dos Ministérios; a programação terá ainda O Grande Encontro, Fagner e Elis Soares, além dos já confirmados Zé Neto e Cristiano e Mari Fernandez
O grupo de pagode local do Menos é Mais é uma das atrações dos 65 anos de Brasília | Foto: Divulgação
A celebração dos 65 anos de Brasília terá shows de atrações nacionais de renome na Esplanada dos Ministérios. Serão três dias de programação gratuita, entre 19 e 21 de abril, com artistas do axé, forró, frevo, pagode, piseiro, sertanejo e gospel. A festa na área central integra a série de ações comemorativas promovidas pelo Governo do Distrito Federal (GDF), sob o tema “O melhor tempo é agora”.
Os shows começam no sábado (19), tendo como atrações principais os cantores Wesley Safadão – que já gravou dois DVDs da carreira na cidade – e Léo Santana. No domingo (20), subirão ao palco o cantor Fagner – que, na juventude, cursou Arquitetura na Universidade de Brasília (UnB) –, o projeto musical O Grande Encontro e a cantora Mari Fernandez. Já na segunda-feira (21), os destaques são o cantor gospel Eli Soares – que se apresentará no período da manhã –, a banda brasiliense de pagode Menos É Mais e a dupla sertaneja Zé Neto & Cristiano, que fará a gravação de um novo conteúdo audiovisual da carreira.
As apresentações musicais ocorrerão em um megapalco com telões e passarela a ser montado na Esplanada dos Ministérios. A estrutura terá camarotes, área kids e pet, roda gigante, tirolesa e praça de alimentação.
Ao longo da festividade, a população poderá contar com o programa Vai de Graça, que oferece transporte público de graça ao cidadão. De forma estendida, a gratuidade estará disponível deste a Quinta-feira Santa (17) até o dia do aniversário de Brasília, segunda-feira (21). Além disso, o GDF anunciou também o programa Lazer Para Todos durante os cinco dias de feriado, permitindo o acesso livre ao Jardim Botânico e ao Zoológico de Brasília.
Diversidade
Os 65 anos de Brasília incluem ainda os eventos religiosos da Semana Santa. Este ano, a Via Sacra na sexta-feira (18), no Morro da Capelinha, terá participação efetiva dos órgãos do GDF. A missa em ação de graças a Brasília será celebrada na segunda-feira, às 10h, pelo arcebispo Dom Paulo Cezar na Catedral Metropolitana de Brasília. A expectativa é receber 3 mil fiéis.
O setor produtivo também estará mobilizado no aniversário da capital. A rede hoteleira anunciou que alguns hotéis terão 35% de descontos nas hospedagens. A área gastronômica terá dois festivais em curso: Restaurant Week, entre 14 e 27 de abril, e Comida di Buteco, entre 11 de abril e 4 de maio.
A corrida de rua também faz parte das atrações. Nos dias 20 e 21, ocorre mais uma edição da Maratona Brasília. Além da principal modalidade de 42.195 km, os atletas e amadores poderão participar de percursos de 3 km (caminhada), 5 km, 10 km e 21 km, na Esplanada dos Ministérios, com largada em frente ao Museu Nacional da República.
Os principais equipamentos públicos do Distrito Federal vinculados à Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) estarão com programações especiais gratuitas durante o aniversário. A Sala Martins Pena, do Teatro Nacional Claudio Santoro, recebe no dia 19 atrações teatrais, no dia 20 um espetáculo de mágica, e no dia 21 a Medalha do Boi de Seu Teodoro e o concerto Rock Sinfônico da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro.
A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), quitou mais de R$ 235 milhões em dívidas herdadas da administração anterior. “Fazemos gestão com responsabilidade. Renegociamos contratos, convênios e valores em atraso, efetuando o pagamento de R$ 235 milhões a diversos fornecedores da área da saúde, porque sabemos que são dívidas que afetam diretamente o atendimento aos goianienses”, afirmou o prefeito Sandro Mabel.
Segundo a SMS, a maior parte dos valores pagos, R$ 171,6 milhões, refere-se a contratos, convênios e serviços complementares ao Sistema Único de Saúde (SUS) que estavam em atraso. “São pagamentos de despesas do exercício anterior, e muitas delas sequer estavam empenhadas, relativas a contratos como o de fornecimento de refeições aos pacientes internados nas unidades de saúde e os serviços de limpeza da rede pública municipal”, detalhou o titular da SMS, Luiz Pellizzer.
Esse montante também inclui repasses para hospitais, clínicas, laboratórios e entidades filantrópicas que atuam como prestadores de serviços de saúde no município, além do pagamento a instituições conveniadas, como a Fundahc, que havia paralisado a maior parte dos serviços nas maternidades municipais. “Assumimos a rede com R$ 609 milhões em dívidas e inúmeras dificuldades operacionais”, explicou Pellizzer.
Embora a folha de servidores da pasta tenha sido paga no ano passado, a atual gestão precisou arcar com o pagamento de obrigações patronais e despesas previdenciárias, que somaram mais de R$ 63 milhões. “A gestão anterior pagou os salários líquidos, mas deixou para trás diversas outras obrigações. O pagamento aos médicos credenciados também estava em atraso”, acrescentou o médico. “Com trabalho técnico, aplicação correta de recursos públicos, transparência e compromisso com a população, estamos trabalhando para reverter o estado de calamidade na saúde”, concluiu Pellizzer.
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) – Prefeitura de Goiânia
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), apresentou em Dubai um amplo pacote de ações ambientais e energéticas para tornar Brasília em um modelo nacional e internacional de sustentabilidade. O projeto que prevê arborização em massa e um aporte de mais de R$ 2,5 bilhões em energia limpa para a saúde, educação e Caesb foi apresentado, nesta segunda-feira (14), na Brazil Emirates Conference, promovida pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), na maior cidade dos Emirados Árabes Unidos.
Um dos compromissos centrais anunciados por Ibaneis está o plantio de seis milhões de árvores, até 2026, para ampliar a captação de carbono e melhorar a qualidade de vida na capital do Brasil. Também está previsto modernizar a iluminação pública, instalando 400 mil pontos de LED, e trocando a matriz energética de escolas, creches, hospitais e demais prédios públicos por energia solar.
Serão investidos R$ 561 milhões em energia limpa na saúde e na educação, mais 300 milhões de Euros para transformar a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) totalmente abastecida por energia renovável.
“Queremos transformar a nossa capital como um exemplo para todo o Brasil. Estamos investindo R$ 441 milhões para garantir energia sustentável em todos os prédios da saúde, além de mais R$ 120 milhões para unidades da Educação. Temos mais de 95% das residências com água potável e 98% de coleta de esgoto, com tratamento total do que é captado [pela Caesb]. Agora, queremos dar um salto com energia limpa”, destacou Ibaneis, segundo assessoria do LIDE, grupo fundado pelo ex-governador de São Paulo, João Doria.
Veja a apresentação de Ibaneis:
Energia verde
O plano começou em 2020 com a isenção de IPVA para veículos híbridos e elétricos, que tornou o DF uma das unidades da federação com maior frota proporcional desses carros. Apenas em março de 2024, foram emplacados mais de 1.250 veículos elétricos ou híbridos na capital, a reboque do incentivo fiscal e da crescente rede de eletropostos.
Um dos marcos do projeto será o primeiro eletroposto de hidrogênio verde do Brasil, fruto da parceria entre o DF e a Neoenergia, com operação prevista para o próximo semestre.
Brasília inicia um projeto-piloto com 90 ônibus elétricos, que circularão inicialmente pelo Plano Piloto, com expansão prevista para todo o DF em até cinco anos.
Ibaneis ressaltou que estes investimentos são resultantes de uma reorganização fiscal que permitiu captação de recursos internacionais e crescimento sem aumento de tributos. “Tivemos um crescimento de receita de 12% no primeiro trimestre de 2024, mesmo com redução de impostos como o ITBI. Isso mostra que vale a pena investir com seriedade e visão de futuro.”, concluiu (Com LIDE)
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, pode ter que prestar esclarecimentos ao Senado. O senador Eduardo Girão (Novo–CE) pediu audiência pública para tratar de possíveis irregularidades na gestão da entidade e de um suposto conflito de interesse envolvendo o STF. A pauta ganhou força após decisão do ministro Gilmar Mendes que reconduziu Ednaldo ao cargo. Ouça no Onze Minutos os detalhes da denúncia e os comentários de Pedro Pincer sobre a gangorra do futebol, o Brasileirão e o título da seleção sub-17.
Reportagem expõe relação entre Gilmar e cúpula da CBF
O conflito de interesses e a falta de ética pública no Judiciário brasileiro foram expostas em recente reportagem da revista Piauí.
A matéria trouxe à tona uma série de questões envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Documentos e movimentações judiciais indicam que a atuação do ministro coincidiu com decisões estratégicas em favor da entidade esportiva.
A matéria detalha a parceria estabelecida entre o IDP, instituição fundada por Gilmar Mendes e dirigida por Francisco Schertel Mendes, filho do ministro, e a CBF Academy, braço educacional da CBF responsável por cursos de formação no futebol.
Em agosto de 2023, o IDP assumiu a gestão desses cursos, ficando com 84% (aproximadamente R$ 9,2 milhões) da receita gerada, enquanto a CBF manteve os 16% restantes.
Ednaldo Rodrigues assumiu interinamente a presidência da CBF em 2021, após o afastamento de Rogério Caboclo por denúncias de assédio. Rodrigues foi eleito oficialmente presidente em março de 2022.
No entanto, sua eleição foi anulada em dezembro de 2023 pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que apontou irregularidades no processo, resultando em seu afastamento.
Para articular a defesa de Ednaldo nos tribunais superiores, a CBF desembolsou R$ 6,5 milhões dos cofres da entidade ao advogado Pedro Trengrouse, que, duas semanas após receber o pagamento, atuou em Brasília para auxiliar na recondução dele.
Posteriormente, uma nova ação foi movida no STF pelo PCdoB, partido do secretário-geral da CBF, Alcino Reis Rocha.Contrariando o procedimento padrão, que deveria ter remetido o recurso ao ministro André Mendonça, o caso foi redistribuído e por sorteio caiu com o ministro Gilmar Mendes.
Em janeiro de 2024, o ministro Gilmar Mendes concedeu uma liminar permitindo o retorno de Ednaldo ao cargo.
Essas revelações suscitam debates sobre possíveis conflitos de interesse e a necessidade de transparência nas relações entre instituições públicas e privadas, especialmente quando envolvem figuras de destaque no cenário jurídico e esportivo nacional.
Em 27 de junho de 1975, a imprensa brasileira foi pega de surpresa. Em Bonn, então capital da Alemanha Ocidental, representantes do governo local e da ditadura militar brasileira anunciavam a assinatura de um ambicioso acordo entre as duas nações. Negociado em segredo, o documento oficializava a transferência de tecnologia alemã para o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro, prevendo a construção de oito usinas nucleares nos estados do Rio (Angra 2, 3, 4 e 5) e em São Paulo (Iguapé 1, 2, 3 e 4).
Cinquenta anos depois, o tratado ainda subsiste, mas como um elefante branco. Das oito usinas, só uma saiu do papel – Angra 2, no estado do Rio de Janeiro, em operação desde 2001. Outra, Angra 3, também no Rio, segue em construção desde 1986, tendo consumido mais de R$ 20 bilhões. Dadas as circunstâncias, é natural ligar o fracasso do programa nuclear brasileiro ao acordo com a Alemanha. Mas de quem é a culpa?
Essa pergunta ocupou, durante seis anos, os pesquisadores Dawisson Belém Lopes e João Paulo Nicolini, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A conclusão foi publicada recentemente na revista acadêmica Science and Public Policy, de Oxford, no artigo intitulado Who’s to blame for the Brazilian nuclear program never coming of age? (De quem é a culpa pelo programa nuclear brasileiro nunca ter amadurecido?), cuja pesquisa contou com 25 entrevistas com especialistas de todo mundo e a análise de documentos históricos. A princípio, a resposta é simples.
“Foi muito mais da gestão brasileira dos militares que de outros parceiros ou organizações internacionais”, diz Nicolini, cuja tese de doutorado, orientada por Lopes, deu origem ao artigo.
“O maior problema foi a falta de interlocução com a comunidade acadêmica, com o empresariado e com a sociedade. Demos um passo maior que a própria perna e a falta de planejamento dos militares acarretou nisso”, explica ele à DW.
Ambições
O tratado foi assinado durante a gestão do general Ernesto Geisel (1974-1979), mas Nicolini também atribui os problemas aos governos de Emilio Médici (1969-1974), envolvido na negociação, e de João Figueiredo (1979-1985), também responsável pela implementação.
Da perspectiva do contexto da época, o acordo surgia como ideal para os dois lados, o que levou a imprensa alemã a classificá-lo como o “negócio do século”, prevendo que o governo em Bonn receberia cerca de 10 bilhões de dólares com as exportações de produtos nucleares aos brasileiros. Por causa da crise do petróleo de 1973, Brasil e Alemanha Ocidental tinham visto seus respectivos “milagres econômicos” das décadas anteriores caírem por terra.
Os europeus enfrentavam o maior desemprego em 20 anos, que passara de 500 mil em 1974 para mais de um milhão em 1975 – afetando principalmente a indústria. O Brasil, por sua vez, com uma inflação perto de 30% impactada pelo custo do petróleo, buscava a diversificação da matriz energética e, claro, um lugar ao sol junto às potências atômicas mundiais.
Além disso, era uma jogada dos dois países também para fugir da tutela dos Estados Unidos. A Alemanha, pioneira nos estudos sobre fissão atômica nos anos 1930 durante o governo nazista, ficara para trás na corrida nuclear por imposições dos aliados após a Segunda Guerra. Já o Brasil adquirira dos americanos sua primeira usina nuclear, a de Angra 1, em 1973, num modelo conhecido como “turning key”, sem transferência de tecnologia nem troca de aprendizado.
Logicamente, os americanos não viram com bons olhos o “drible” de brasileiros e alemães ocidentais e tentaram de todas as formas boicotar a acordo. Não era interessante para os americanos que houvesse outra nação com poderio nuclear no território de influência na América Latina, nem a de que os alemães ocidentais estivessem abocanhando parte do mercado da tecnologia nuclear, aponta Belém Lopes.
“Naquele momento, esse movimento representava uma microrruptura. Esse canal direto entre Brasil e Alemanha Ocidental era uma forma de passar um recado para os Estados Unidos e de diminuir nossa dependência em relação a eles”, afirma o professor de política internacional da UFMG.
A Alemanha Ocidental, inclusive, estava no radar brasileiro há pelo menos duas décadas. Em 1953, a compra de ultracentrífugas alemãs pelo Brasil tinha sido embargada por quatro anos pelos Estados Unidos e só chegou aqui quando já estava obsoleta.
Foi no meio dos anos 1975, ressalta Lopes, que o jogo para a busca da tecnologia nuclear estava sendo efetivamente jogado no tabuleiro da geopolítica internacional. Naquele momento, as potências internacionais, lideradas pelos EUA, buscavam limitar o desenvolvimento da tecnologia para outros países. Uma das formas oficiais para isso era o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), cujos termos o Brasil só assinaria em 1998, sob o governo de Fernando Henrique Cardoso.
“O Brasil também queria conservar para si um programa nuclear que eventualmente possibilitasse o uso dual, ou seja, de bomba atômica”, diz o professor da UFMG. Esse objetivo, no entanto, aparece de forma esparsa nos documentos da época, acrescenta Nicolini. Afinal, as dificuldades já tinham começado na construção das usinas.
Primeiramente, a pressão dos Estados Unidos recaiu sobre a tecnologia oferecida. Como a principal fornecedora de equipamentos era a Urenco, empresa de capital dividido entre Inglaterra, Holanda e Alemanha, houve pressão americana sobre o governo holandês para impedir a venda ao Brasil, diz Nicolini. Por causa disso, a Alemanha Ocidental ofereceu outra tecnologia, ainda experimental, chamada jet-nozzle. Não funcionou, e o Brasil acabou gastando mais energia do que produzindo.
No entanto, o argumento por parte dos militares de que a tecnologia seria a principal culpada pelo fracasso do acordo é contestada por outro exemplo – a do programa nuclear da África do Sul, por volta da mesma época e que também contou com parceria alemã. “Os sul-africanos aperfeiçoaram o jet-nozzle e conseguiram enriquecer urânio e transformar em seis ogivas nucleares”, conta o cientista político.
Uma das teses que defendem o acordo afirma que o conhecimento tecnológico aprendido com os alemães foi utilizado para a criação do programa nuclear paralelo brasileiro, mantido em segredo até a transição democrática, em 1985.
“Mas, com a falta de interlocução com a sociedade e com o sistema de inovação brasileiro, aquilo nunca chegou a um nível que pudéssemos usar para a produção em escala industrial – enriquecimento de urânio, produção de reatores”, afirma Nicolini. Hoje, um dos frutos do programa paralelo é o submarino de propulsão nuclear, cujo projeto data da década de 1970 e cujo lançamento, em parceria com a França desde 2009, deve ser lançado só em 2040, com custo de cerca de R$ 1 bilhão por ano ao Orçamento.
A falta de transparência no Brasil sobre as negociações com a Alemanha também impediu um debate público sobre o tema. Como explica Helen Miranda Nunes, doutora em história pela FGV Rio, o acordo só prosperou por causa do caráter antidemocrático do regime militar. Segundo ela, a própria imprensa da época só divulgou a assinatura na última hora.
“A opção pela tecnologia do jet-nozzle foi muito criticada pelos cientistas nucleares quando veio à tona. Se estivéssemos numa democracia à época, era possível que o acordo não deslanchasse, porque foi secreto e se valeu da privação de direitos da população”, diz ela, que pesquisou o tema na tese de doutorado.
Parte das obras do complexo de Angra dos Reis (RJ) ficou a cargo da Odebrecht, que assumiu a empreitada sem licitação. De acordo com Nunes, a empreiteira desenvolveu, a partir dessa época, um know-how na construção de obras estatais. Em 2017, durante a Operação Lava Jato, a delação de executivos da construtora acabou levando à prisão do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, conhecido como um dos pais do programa nuclear brasileiro.
Mas, no geral, os maiores benefícios ficaram com as empresas alemãs – principalmente a Siemens, cuja subsidiária Kraftwerk Union (KTU) foi responsável por fornecer os reatores às usinas nucleares e tecnologia para Angra 2 e Angra 3. “Além disso, os bancos alemães emprestaram dinheiro para o Brasil e fizeram a festa aqui. Para a Alemanha, o acordo foi benéfico”, diz a historiadora. Segundo ela, o trato escoou a produção nuclear alemã justamente num momento em que os movimentos ambientalistas pressionavam o país contra o uso da energia nuclear.
Não foi por acaso que o acordo ficou conhecido como “Negócio do Século”, diz Rafael Brandão, professor de história da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). O setor nuclear alemão vinha acumulando déficits e viu no Brasil a sua salvação. Ele lembra que a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), estatal brasileira criada em 1975 com os alemães, tinha três instâncias de decisões – as duas primeiras com membros do governo brasileiro, mas a última só com integrantes alemães. “É claro que a última palavra era da KWU-Siemens”, conta.
Em 1979, uma reportagem do Jornal do Brasil apresentou denúncias de superfaturamento nos insumos vendidos pela KWU em relação aos preços de mercado internacionais, além de críticas de envolvidos no projeto nuclear brasileiro que não havia troca de informações com cientistas alemães. Entre 1978 e 1982, suspeitas de corrupção levantadas pela revista alemã Der Spiegel já tinha levado à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Acordo Brasil-Alemanha, contando inclusive com depoimentos de Norberto Odebrecht. Terminou em pizza.
Hoje, um movimento parecido ocorre a cada cinco anos no Parlamento Alemão, quando se abre a janela para a revogação do acordo unilateralmente – o último foi em 2024. Mesmo com pressão dos Verdes, o cancelamento nunca aconteceu. Do lado do Brasil, finalizá-lo também seria largar o projeto de Angra 3 pelo caminho. “O acordo está vivo também por uma dificuldade nossa de concluir o que estava previsto. A culpa é da ineficiência do planejamento nuclear brasileiro”, conclui João Paulo Nicolini.
O economista Armínio Fraga, que comandou o Banco Central entre 1999 e 2003, defendeu no último sábado (12) uma medida polêmica como forma de enfrentar o rombo nas contas da Previdência Social: o congelamento do salário mínimo por um período de seis anos.
Segundo ele, essa seria uma alternativa eficaz para conter o crescimento acelerado dos gastos públicos, especialmente os previdenciários, que, em sua visão, caminham para um cenário insustentável.
Contudo, o economista não comentou sobre as consequências do congelamento entre os mais pobres, que são os que de fato recebem um salário mínimo e, na pratica, seriam os principais afetados pela mudança proposta.
Ex-presidente do BC diz que salário mínimo deve ser congelado por 6 anos
Durante participação na Brazil Conference, realizada em Harvard e no MIT, nos Estados Unidos, Fraga argumentou que a atual estrutura de despesas públicas no Brasil precisa de mudanças profundas.
“O que estamos vendo é uma deterioração assustadora da situação fiscal, especialmente na Previdência. Isso tem que mudar. Uma forma mais direta e viável de começar seria manter o salário mínimo congelado em termos reais por seis anos”, afirmou.
O economista acredita que essa ação, embora impopular, poderia aliviar a pressão sobre os cofres públicos e abrir caminho para uma reforma mais ampla.
Para ele, o desequilíbrio nas contas previdenciárias é resultado de fatores demográficos e regras ultrapassadas. Com o envelhecimento da população, o número de aposentados cresce, enquanto a base de contribuintes não acompanha esse ritmo.
Na avaliação de Fraga, congelar o salário mínimo ajudaria a frear a escalada dos gastos, já que o valor serve de base para aposentadorias, pensões e benefícios como o BPC e o Bolsa Família.
Congelamento do salário mínimo prejudicaria principalmente os mais pobres
O salário mínimo, no entanto, vai além de um simples índice. Ele representa a única fonte de renda para milhões de brasileiros.
Basta lembrar que, atualmente, o INSS atende cerca de 40 milhões de pessoas, sendo que a maioria dos aposentados e pensionistas recebe apenas esse valor. Além disso, trabalhos marginalizados e de pouca escolaridade, exercidos geralmente pelos mais pobres, costumam pagar este valor mínimo.
E nos últimos anos, o piso salarial mal acompanha o custo de vida, tornando cada vez mais difícil arcar com despesas básicas como alimentação, saúde e moradia.
Congelar o salário mínimo, portanto, pode até ajudar a equilibrar a matemática do governo, mas significaria retirar ainda mais poder de compra de quem já vive no limite.
Na prática, a proposta penalizaria justamente os mais pobres, aprofundando desigualdades em vez de reduzi-las.
A discussão, embora técnica, esbarra em escolhas políticas sobre quem deve arcar com o ajuste fiscal. E nesse ponto, as opiniões se dividem entre os que priorizam o equilíbrio das contas públicas e os que defendem a proteção dos mais vulneráveis.
O crescimento no índice de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos EUA levou o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) do país a encomendar um estudo para determinar até setembro “o que causou a epidemia de autismo” no país, segundo afirmou o secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr. na última quinta-feira.
Secretário de saúde diz que aumento de casos no país é epidêmico e promete identificar origens do transtorno. Para cientistas, diagnósticos mais precisos e precoces explicam aumento de casos.
Robert F. Kennedy Jr., secretário de saúde dos Estados Unidos
Segundo Kennedy, após um esforço massivo de testes e pesquisa será possível identificar e eliminar “o que causou esta epidemia”.
“O Instituto Nacional de Saúde está totalmente comprometido em não deixar pedra sobre pedra no enfrentamento dessa epidemia catastrófica – empregando apenas ciência de alto nível e baseada em evidências”, disse o diretor de comunicações do departamento de saúde americano, Andrew Nixon.
O número de diagnósticos de autismo nos EUA vem aumentando há décadas. Cerca de 1 em cada 36 crianças foi identificada com transtornos do espectro autista em 2020 – um salto em relação a 2000, quando a taxa era de 1 a cada 150 crianças, de acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
Contudo, a tese de que existe uma “epidemia de autismo” nos EUA e de que seria possível identificar suas causas em poucos meses ante décadas de pesquisa médica é refutada por especialistas na área.
O termo “epidemia” é usado de forma estatística e epidemiológica quando há um aumento de casos de um transtorno ou doença, não limitado a uma patologia infecciosa.
No entanto, no caso do TEA, o aumento da quantidade de diagnósticos pode estar, na verdade, associado à melhor notificação do transtorno, dizem especialistas.
O neurocientista cognitivo e especialista em autismo da Universidade de Oxford e da University College London, Geoff Bird, ainda defende que “a ideia de que podemos descobrir as causas repentinamente até setembro não é realista.”
O que causa o autismo?
Segundo a literatura médica, o transtorno do espectro autista decorre de alterações no desenvolvimento do cérebro durante o início da vida. De acordo com Bird, é consenso que cerca de 80% dos casos de autismo podem estar ligados a mutações genéticas hereditárias, ainda que a causa exata do transtorno ainda não foi exaustivamente identificada.
Os cientistas já identificaram que mutações em determinados genes, como o MECP2, afetam a estrutura e conectividade dos neurônios, mas a evidência de que estas alterações estejam diretamente ligadas ao autismo não é clara.
Os cientistas também estão investigando se fatores como poluentes, alterações no eixo intestino-cérebro ou no sistema imunológico podem ter um efeito direto sobre o neurodesenvolvimento e o autismo.
No entanto, Bird defende que as evidências sobre essas teorias “não são convincentes”. “Sem dúvida, os poluentes fazem mal, mas eu ficaria surpreso se eles estivessem aumentando as taxas de autismo”, disse ele.
Conscientização sobre o autismo e qualidade do diagnóstico
“O diagnóstico do autismo sempre foi o maior desafio na pesquisa, porque não temos um marcador biológico do espectro do transtorno autista”, disse Bird à DW. Ou seja, não é possível diagnosticar um paciente apenas pesquisando alterações celulares e moleculares, por exemplo.
Segundo o neurologista, porém, apesar dos desafios, a evolução das definições clínicas e sociais desde que o autismo foi descrito pela primeira vez há 80 anos ajuda a explicar o aumento dos diagnósticos nos EUA.
“Agora é comum diagnosticar pessoas com sinais muito mais sutis, o que explica parte do aumento da prevalência”, disse Bird.
As mudanças nos métodos de triagem também ajudaram os especialistas a detectar sinais de autismo em meninas com mais frequência.
“O autismo era definido principalmente pela forma como se apresentava em meninos, e os diagnósticos de meninas se ajustavam a isso. Agora estamos expandindo os critérios para levar em conta as representações femininas”, disse Bird. “A consequência natural é o aumento da prevalência do autismo.”
O movimento da neurodiversidade também contribuiu para critérios diagnósticos mais amplos e precoces. Os movimentos de conscientização sobre o autismo ajudaram as pessoas a entender como suas próprias experiências podem não ser neurotípicas.
“A conscientização provavelmente aumentou o número de pessoas que procuram uma avaliação e um diagnóstico e, portanto, podem se sentir aliviadas quando encontram respostas e possíveis próximos passos”, disse Suzy Yardley, CEO da ONG Child Autism UK.
Vacinas não causam autismo
A alegação de que as vacinas estão por trás do aumento das taxas de autismo também tem sido repetidamente refutada.
Nas últimas duas décadas, cientistas realizaram estudos rigorosos e em larga escala para determinar se algum aspecto da vacinação poderia causar autismo. Nenhum deles mostrou qualquer ligação entre o desenvolvimento do espectro autista e os imunizantes administrados durante a gravidez ou após o nascimento.
“Não foi encontrada nenhuma ligação entre o autismo e as vacinas, incluindo aquelas que contêm timerosal, um composto à base de mercúrio”, afirma o Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA.
A falsa alegação de que as vacinas causam autismo se baseia em um estudo publicado em 1998 que sugeria uma ligação entre a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola, a vacina tríplice viral (MMR) e problemas no desenvolvimento do cérebro.
Posteriormente, pares identificaram que o estudo continha erros graves e ele foi retirado.
No mês passado, o CDC iniciou um estudo para identificar possíveis ligações entre as vacinas e o autismo, apesar de pesquisas anteriores da própria agência indicarem que esta ligação não existe.
Em 2022, Kennedy chegou a dizer que “nenhuma vacina é segura e efetiva”, mas passou a recusar o título de “ativista antivacina” ao ser indicado para o cargo na Saúde.
O secretário também minimizou um surto de sarampo no Texas que infectou 500 pessoas e matou duas crianças não vacinadas neste ano.
“Golpe publicitário”
Defensores da comunidade do autismo receberam o anúncio de RFK Jr. com ceticismo. A Associação Nacional do Autismo do Reino Unido chamou a afirmação de Kennedy de um “golpe publicitário de notícias falsas”.
“Estamos surpresos com a maneira insensível e anticientífica com que Trump e RFK Jr. falam sobre as pessoas autistas”, disse Tim Nicholls, diretor assistente de política, pesquisa e estratégia da Associação Nacional do Autismo do Reino Unido.
“Não seria melhor se eles pudessem empregar seus recursos financeiros para melhorar a vida das pessoas autistas e de suas famílias, e melhorar a compreensão da sociedade sobre o autismo?”
Bird acredita que “tensões” na maneira como as pessoas pensam e pesquisam o autismo são comuns, principalmente quando se trata da ideia de reduzi-lo ou eliminá-lo. Alguns grupos argumentam que o autismo não é uma doença e “portanto, não há nada para ser ‘curado’”, disse Yardley, da Child Autism UK, à DW.
Mas outros entendem que aqueles que defendem que o autismo não é um distúrbio “superam as vozes de um grande número de pessoas com autismo que sentem que suas vidas foram afetadas negativamente”, defende Bird.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou medida provisória (MP) que atualiza a faixa de isenção da tabela progressiva mensal do Imposto de Renda. A MP está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (14). Com isso, brasileiros que ganham até dois salários mínimos (R$ 3.036) por mês continuam isentos do Imposto de Renda em 2025.
A partir de maio, a faixa de isenção passará de R$ 2.259,20 para R$ 2.428,80. Nas demais faixas, houve atualização na parcela a deduzir. Vale ressaltar que este grupo já estava isento em outros anos, porém, o valor das tabelas estava defasado devido à alta do salário mínimo no começo deste ano.
Essa mudança vale para as declarações que serão feitas no ano que vem, relativas aos valores recebidos em 2025. Sendo assim, não afeta as declarações que estão sendo enviadas agora para a Receita.
O Congresso tem agora 120 dias para analisar a medida. Caso a votação não seja concluída, o texto perde a validade. De acordo com a norma, a partir do mês de maio deste ano, a tabela passa a vigorar com os seguintes valores: Até R$ 2.428,80, a alíquota é de 0%, com parcela a deduzir do IR zero.
De R$ 2.428,81 a R$ 2.826,65, alíquota de 7,5% e parcela a deduzir de R$ 182,16. De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05, alíquota de 15%, parcela a deduzir de R$ 394,16. De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68, alíquota é 22,5% e parcela a deduzir de R$ 675,49. Acima de 4.664,68, a alíquota é de 27,5%, com parcela a deduzir de R$ 908,73
Atitude de Neymar foi questionada durante a partida entre Fluminense e Santos, neste domingo (13), pela terceira rodada do Brasileirão. O jogador se desentendeu com Samuel Xavier após disputa de bola e botou o dedo na cara do jogador. Neymar acabou levando cartão amarelo.
Neymar começou no banco de Fluminense x Santos. O jogador entrou no intervalo do segundo tempo, ouvindo a torcida tricolor mandar ele ir tomar naquele lugar. O clima do jogo esquentou assim que o camisa 10 entrou em campo. O primeiro a ter confrontos mais fortes com o craque foi o volante Facundo Bernal.
Logo depois foi a vez de Samuel Xavier. O craque teve uma disputa com o lateral que acabou em falta a favor do Fluminense, mas o jogador do Santos levou amarelo por atingir Samuel no rosto. Neymar, irritado com a reação de Samuel à falta, foi até o jogador, tirar satisfação, e colou o dedo no rosto do atleta do Fluminense. A atitude de Neymar repercutiu nas redes sociais.
Galvão Bueno faz dura crítica em Fluminense x Santos: ‘Absurdo’
Galvão Bueno não poupou palavras e teceu duras críticas à arbitragem no duelo entre Fluminense e Santos, pela terceira rodada do Brasileirão. O narrador, que conduziu a transmissão do confronto realizado no Maracanã, analisou uma jogada polêmica que poderia ter terminado em pênalti para o Tricolor, e reclamou do protocolo adotado na atualidade.
– O impedimento, ele não tinha dado, porque eles esperam a sequência. Houve toda a sequência e terminou a jogada, o que eu acho um absurdo, porque o jogador pode ter uma contusão séria. Ele achou o impedimento? Levanta a bandeira, e depois vai ver – afirmou o jornalista.
A recuperação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma cirurgia no intestino será longa, e não há previsão de alta. A informação foi dada pela equipe médica do Hospital DF Star, em Brasília, na manha desta segunda-feira, 14, durante coletiva de imprensa.
“Vai ser um pós-operatório muito prolongado. Não há previsão de alta nesta semana”, afirmou o cardiologista Leandro Echenique. Em seguida, o especialista em cirurgia geral Cláudio Birolini reforçou a sensibilidade dos próximos dias: “Não temos grande expectativas de uma evolução rápida”.
Os profissionais de saúde descreveram o procedimento como “complexo, trabalhoso” apesar de esperado, e o resultado, como “excelente” e “bastante satisfatório”.
Na primeira avaliação médica na chegada a Brasília, Bolsonaro estava estável, mas a tomografia identificou um quadro de distensão abdominal (“conforto abdominal persistente), e ele apresentava uma elevação dos marcadores inflamatórios (a presença no sangue da proteína C-reativa, ou PCR, indica o nível de inflamação no organismo): enquanto o normal é 1 mg/dL, o dele chegou a 150 mg/dL.
Com isso, os médicos optaram pela cirurgia. Birolini, que conduziu a operação, descreveu a situação do abdome como “hostil, com múltiplas cirurgias prévias, aderências causando um quadro de obstrução intestinal, e uma parede abdominal bastante danificada em função da facada e das cirurgias prévias”.
Os médicos levaram duas horas de cirurgia mais quatro ou cinco horas de liberação de aderências para acessar a cavidade abdominal de Bolsonaro. Na segunda etapa, foi preciso pensar uma “estratégia para a reconstrução” do órgão. “Só para ter uma ideia, a liberação dessas aderências é feita de forma milimétrica, liberando um intestino que tem três metros e meio”, afirmou Birolini. “O intestino dele estava bastante sofrido, o que nos leva a crer que ele já vinha de um quadro de suboclusão há alguns meses.”
Médicos do DF Star concederam entrevista nesta segunda-feira, 14, sobre a cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão
Echenique relatou que a equipe médica encontrou “muitas aderências” na parede intestinal. As próximas 48 horas serão importantes para que os especialistas verifiquem eventuais intercorrências, como aumento do risco de infecções, de trombose e coagulação do sangue, e da necessidade de medicamentos para controlar a pressão arterial.
Após os primeiros dois dias, haverá uma segunda fase do pós-operatório. Os médicos disseram que será preciso “deixar o intestino descansar, desinflamar, retomar sua atividade, para só depois pensar em alimentação via oral”. O ex-presidente vai se alimentar com uma nutrição na veia por enquanto.
Questionado se Bolsonaro vai precisar usar uma bolsa de colostomia, que já foi necessária em situações operatórias anteriores, Birolini afirmou que, “a princípio, não”.
“Não existe essa perspectiva de forma programada, a menos que ele tenha uma complicação muito séria, tenha que ser reoperado. Aí isso pode eventualmente acontecer”, respondeu o médico.
Também não há previsão de nova cirurgia por enquanto, apesar de a expectativa da formação de novas aderências no futuro.
Entenda o que ocorreu com Bolsonaro
Bolsonaro passou por uma cirurgia no intestino no domingo, a sétima a que foi submetido após ter sido vítima de uma facada na campanha eleitoral de 2018. Ele deixou o centro cirúrgico do Hospital DF Star por volta das 21h20.
O ex-presidente foi submetido a uma cirurgia de “estenda lise de aderências e reconstrução da parede abdominal”. O boletim médico, divulgado às 21h42, informou que “o procedimento de grande porte teve duração de 12 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue”.
Bolsonaro entrou no centro cirúrgico por volta das 9h da manhã do domingo para os procedimentos pré-operatórios, e a cirurgia de laparotomia exploradora começou às 10h, com o objetivo de liberar aderências intestinais e reconstruir sua parede abdominal, em consequência de complicações da facada que sofreu em 2018, em atentado durante a campanha presidencial.
O ex-presidente sentia fortes dores na região do abdome desde a última sexta-feira, 11, quando interrompeu um evento do Partido Liberal no Rio Grande do Norte e precisou ser levado de helicóptero para Natal. Na noite de sábado, 12, foi transferido para Brasília em um avião com UTI aérea.
A obstrução que fez Bolsonaro passar mal no Rio Grande do Norte se deu a uma “a dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências”. Após a cirurgia, Bolsonaro foi encaminhado para a UTI, onde estava sem dores, recebendo suporte clínico, nutricional e de prevenção de infecções, segundo os médicos.