O ex-presidente do Democratas (DEM) de Anápolis, Carlos César Savastano Toledo, conhecido como Cacai Toledo, foi transferido de Brasília para o presídio em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Cacai acusado pela morte do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante.
De acordo com a Diretoria-Geral da Polícia Penal (DGPP), Cacai vai ficar na unidade de segurança máxima localizada no Complexo Prisional Policial Penal Daniella Cruvinel. À reportagem, o advogado do réu, Demóstenes Torres, explicou que a transferência ocorreu após um pedido da defesa.
Prisão
Cacai Toledo estava foragido desde o dia 16 de novembro de 2023 e foi preso pela morte do empresário em 3 de junho deste ano, em Samambaia, no Distrito Federal. Sobre a prisão, defesa de Cacai disse que estava em acordo com as autoridades para apresentar Cacai e a única exigência sempre foi de que a vida dele fosse protegida. Além disso, disse que Cacai teme “os verdadeiros mandantes do crime praticado contra Fábio Escobar” (veja a nota completa ao final da reportagem).
Antes de ser preso, o réu foi monitorado por quase 20 dias, procurado em vários estados e até fora do país, como em São Paulo, Paraná, Paraguai e na Argentina, segundo informou a Polícia Civil.
Os relatos da investigação apontam que o endereço onde o acusado foi preso foi entregue por meio de denúncia anônima. Segundo o delegado-geral da corporação, André Ganga, o dono da residência possuía um vínculo com a família de Cacai, como era conhecido.
Crime contra Fábio Escobar
A Polícia Civil (PC) concluiu que o empresário Fábio Escobar foi assassinado no dia 23 de junho de 2021 por vingança após ter denunciado desvios de dinheiro na campanha eleitoral de 2018 do ex-presidente do Democratas, Cacai Toledo.
Escobar trabalhou com Cacai durante a campanha de 2018. No ano seguinte, passou a denunciá-lo na internet por supostos desvios de dinheiro. Em um dos vídeos, Escobar mostrava o momento em que devolvia R$ 150 mil, que ele dizia ter recebido de Cacai como suborno para que ele parasse com as denúncias. Para a investigação, essas desavenças motivaram o assassinato do empresário.
O pai de Escobar disse em entrevista à TV Anhanguera que o filho tinha muitas informações sobre supostos desvios de dinheiro. José Escobar disse também que o filho chegou a ser ameaçado por uma pessoa ligada a Cacai.
Segundo a polícia, Cacai, junto com Jorge Caiado, que tem prestígios na Secretaria de Segurança Pública (SSP), usou da proximidade com policiais militares para planejar e matar Escobar. Eles teriam aliciado agentes para executarem o assassinato e prometido promoções por “ato de bravura”.
A polícia apurou que, dois dias antes do assassinato do empresário, o PM Welton da Silva habilitou uma nova linha em um celular furtado por policiais, se passou por um “Fernando” e, por mensagens, tentou fechar negócios com Escobar. A investigações concluíram que o policial matou o empresário.
Além de Cacai Toledo, três policiais militares foram denunciados pelo MP pela morte de Fábio Escobar. Eles se tornaram réus pelo crime de homicídio qualificado. O g1 não localizou a defesa dos policiais Glauko Olívio de Oliveira, Thiago Marcelino Machado e Erick Pereira da Silva para um posicionamento sobre o caso.
Nota da defesa de Cacai Toledo:
“A defesa informa que estava em tratativas com as autoridades competentes para apresentar Carlos César Savastano de Toledo, cuja única exigência sempre foi de que sua vida seja protegida. Ele teme, com razão, os verdadeiros mandantes do crime praticado contra Fábio Escobar
Agora, com o cumprimento do mandado de prisão, confia que sua integridade seja preservada pelas forças de segurança pública, Ministério Público e Poder Judiciário.”
Fonte G1GO