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Casa Branca congela US$ 2 bi em verbas para Harvard após recusa em acatar exigências de Trump

O Departamento de Educação dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira,14, o congelamento de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,8 bilhões) em verbas para Harvard após a universidade, uma das mais prestigiadas do mundo, se recusar a acatar exigências do governo Donald Trump.

O governo exigiu, em carta enviada na sexta-feira, 11, que Harvard reduzisse o poder de alunos e professores sobre assuntos da universidade; denunciasse imediatamente estudantes estrangeiros que cometessem violações de conduta; e contratasse uma equipe externa para garantir que cada departamento acadêmico tenha “diversidade de pontos de vista”, entre outras medidas.

A universidade respondeu nesta segunda-feira dizendo que “nenhum governo, independentemente do partido no poder, deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir e contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem seguir”.

FILE Ñ Harvard University campus in Cambridge, Mass, March 19, 2025. Two groups representing Harvard professors sued the Trump administration on Friday, April 12, saying that its threat to cut billions in federal funding for the university violates free speech and other First Amendment rights. (Sophie Park/The New York Times) Foto: Sophie Park/NYT
FILE Ñ Harvard University campus in Cambridge, Mass, March 19, 2025. Two groups representing Harvard professors sued the Trump administration on Friday, April 12, saying that its threat to cut billions in federal funding for the university violates free speech and other First Amendment rights. (Sophie Park/The New York Times) Foto: Sophie Park/NYT

Nessa sequência, o Departamento de Educação anunciou o congelamento de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,8 bilhões) em subsídios, além de contratos plurianuais no valor de 60 milhões de dólares (R$ 350,5 milhões). “A interrupção do aprendizado que afetou os campi nos últimos anos é inaceitável. O assédio a estudantes judeus é intolerável”, afirma a nota.

Harvard, assim como outras instituições de ensino nos Estados Unidos, foi palco de protestos estudantis contra a guerra de Israel em Gaza. Ao anunciar, no mês passado, que considerava reter US$ 9 bilhões (R$52,7 bilhões) em subsídios, o governo sugeriu que a universidade não havia feito o suficiente para conter o antissemitismo no campus, sem deixar claro o que deveria ser feito.

Enquanto o governo pressionava a universidade para atender suas demandas, alunos e professores cobravam que Harvard reagisse com mais firmeza contra interferência no ensino superior. Na carta em que se recusava a cumprir as exigências, o reitor Alan Garber declarou que a instituição “não abrirá mão de sua independência nem dos direitos que lhe são garantidos pela Constituição”.

“A declaração de Harvard de hoje reforça a mentalidade preocupante que é endêmica nas universidades e faculdades mais prestigiadas de nossa nação: de que o investimento federal não vem acompanhado da responsabilidade de defender as leis dos direitos civis”, respondeu a Casa Branca.

A universidade, que já havia se manifestado contra a exigência do governo para que “auditasse” as opiniões de estudantes e professores, argumenta que as demandas do governo Donald Trump “contradizem a Primeira Emenda”, referindo-se ao dispositivo da Constituição americana que garante a liberdade de expressão.

Por razões semelhantes, o governo já cortou US$ 400 milhões (R$ 2,33 bilhões) em contribuições para a Universidade de Columbia, em Nova York, que, ao contrário de Harvard, se comprometeu a realizar reformas drásticas para tentar recuperar os recursos.

Os subsídios federais representam 11% das receitas de Harvard, que tem um orçamento anual de US$ 6,4 bilhões de dólares (R$ 37,4 bilhões), segundo dados divulgados pela universidade./COM AFP E NY TIMES

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