Categoria: Brasil

  • CGU multa em R$ 3,8 milhões empresa responsável pela vacina Covaxin

    CGU multa em R$ 3,8 milhões empresa responsável pela vacina Covaxin

    A Controladoria-Geral da União (CGU) multou a empresa Precisa Medicamentos em R$ 3,8 milhões por fraudes no processo de venda da vacina Covaxin, contra a covid-19, ao Ministério da Saúde, em 2020. A decisão foi publicada na segunda-feira (15) no Diário Oficial da União (DOU).

    Segundo a decisão, a empresa “apresentou documentos com montagens, com tradução indevida, além de uma procuração forjada e falsa. Além disso, a empresa entregou uma carta de fiança falsa e fraudou contrato mediante a apresentação de faturas com informações de cobrança em desacordo com os termos pactuado”.

    O caso remonta à compra pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses da Covaxin, fabricada pela indiana Bharat Biotech International Limited. O contrato relativo a essa transação, no valor de R$ 1,6 bilhão, foi alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, após denúncias de um servidor sobre “pressões incomuns” para liberar a transação.

    Pela decisão da CGU, além da multa, a Precisa foi classificada como empresa inidônea, ficando inapta a firmar contratos com a administração pública. A sentença determina ainda que a empresa publique a decisão na íntegra em jornal de grande circulação por 75 dias, e também no seu site.

     ISTOÉ DINHEIRO.

  • Estudantes já podem consultar resultado do Enem 2023

    Estudantes já podem consultar resultado do Enem 2023

    O resultado do Enem 2023 já pode ser consultado pelos estudantes na manhã desta terça-feira (16), desde às 9h. No mesmo horário, Inep e Enem divulgam os dados do exame em coletiva de imprensa.

    Para conferir a nota, os estudantes devem acessar a Página do Participante até que seu boletim de desempenho apareça a nota dos treineiros estará disponível apenas em março.

    Apesar de o Inep afirmar que o resultado estaria disponível a partir desse horário, o site do programa apresenta instabilidade e diversos estudantes reclamam que não conseguem acessá-la. Desde a madrugada o site apresenta problemas de acesso.

    O acesso à página é feito com o login único da plataforma gov.br. É preciso digitar o CPF e clicar em “Avançar”. Lá, será possível encontrar o boletim de desempenho do Enem.

    Para quem perdeu a senha, é possível recuperá-la ao clicar em “Esqueci minha senha”, selecionar uma das formas de recuperação, preencher os campos solicitados e gerar uma nova senha.

    Dos 3,9 milhões de inscritos na edição de 2023, 1,2 milhões não fizeram o exame, o primeiro sob a atual gestão do presidente Lula (PT). A taxa de abstenção do exame foi de 32%.

    O exame foi aplicado em novembro. O tema da redação foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.

    Esta edição do Enem ficou marcada por queixas de políticos de direita sobre um suposto viés ideológico em algumas questões. A bancada ruralista chegou a pedir anulação de duas questões que, na visão do grupo, produziam uma imagem negativa e errada do agronegócio.

    SISU RECEBE INSCRIÇÕES A PARTIR DO DIA 22

    O Enem é a principal porta de entrada do ensino superior público, mas também serve para ter acesso a instituições privadas, universidades internacionais e os programas como Prouni (Programa Universidade para Todos) e Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).

    Neste ano, o período de inscrição para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), programa do Ministério da Educação que seleciona estudantes para universidades públicas de todo o país, vai de 22 a 25 de janeiro.

    Pela primeira vez, o processo seletivo acontecerá apenas no início do ano e não terá uma segunda edição em junho. Serão distribuídas 264.360 vagas em 127 instituições de ensino.

  • Rua em Goiânia desaba e prédio fica com estrutura comprometida

    Rua em Goiânia desaba e prédio fica com estrutura comprometida

    Um engenheiro de uma obra que fica ao lado do prédio, trabalhou junto com os bombeiros para evacuar as famílias do local em segurança

    O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) informou que moradores de um prédio precisaram ser evacuados após uma rua desabar na madrugada desta segunda-feira (15) e a estrutura do prédio ficar comprometida, no Setor Marista, em Goiânia.

    Parte da rua 1128, no Setor Marista, desabou próximo ao prédio residencial. Um engenheiro de uma obra que fica ao lado do prédio, trabalhou junto com os bombeiros para evacuar as famílias do local em segurança.

    A Defesa Civil Municipal afirma ter assumido o controle e iniciado operações para garantir a segurança e assistência da população.

    O HOJE

  • ICMS vai subir em dez estados e no DF

    ICMS vai subir em dez estados e no DF

    Segundo projeção do economista da LCA Consultores Fabio Romão o IPCA deve ser impactado em 0,10 ponto percentual

    Dez estados brasileiros e o Distrito federal elevaram ou ainda elevarão em 2024 o ICMS. Com isso, os preços devem subir e impactar diretamente o Índice de preços ao consumidor (IPCA), principal métrica da inflação no país.

    Confira os estados com elevação de ICMS:

    • Bahia: 19% para 20,5% – em Fev/24
    • Ceará: 18% para 20% – em Jan/24
    • Distrito Federal: 18% para 20% – em Jan/24
    • Goiás: 17% para 19% – em Abr/24
    • Maranhão: 20% para 22% – em Fev/24
    • Paraíba: 18% para 20% – em Jan/24
    • Paraná: 19% para 19,5% – em Mar/24
    • Pernambuco: 18% para 20,5% – em Jan/24
    • Rio de Janeiro: 20% para 22% – em Mar/24
    • Rondônia: 17,5% para 19,5% – em Jan/24
    • Tocantins: 18% para 20% – em Jan/24

    A unidade da federação com maior alta será Pernambuco, onde a alíquota passou de 18% a 20,5%. Acompanharam o estado, com aumento de imposto, o DF, Ceará, Paraíba, Tocantins e Rondônia. Ainda vão subir o ICMS no primeiro semestre Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Maranhão e Bahia.

    Segundo projeção do economista da LCA Consultores Fabio Romão, o IPCA deve ser impactado em 0,10 ponto percentual. Sem as elevações, a métrica rondaria os 4,10% ao ano; agora, deve ficar mais próxima de 4,20%. O centro da meta de inflação em 2024 é de 3%, com banda até 4,5%.

    Ainda de acordo com o cálculo, o maior impacto à inflação vem do Rio de Janeiro — estado de atividade econômica mais relevante dentre os que vão alterar o ICMS — onde a alíquota passa de 18% para 20%.

    Como noticiou a CNN, São Paulo e Rio Grande do Sul chegaram a sinalizar aumentar o ICMS para 2024, mas recuaram da decisão. Romão destaca que caso as UFs tivessem levado à frente a intenção o IPCA encostando no patamar de 4,30%.

    Estados culpam reforma e perdas arrecadatórias

    Parte dos estados brasileiros anunciaram a elevação do imposto usando como argumento um dispositivo da reforma tributária que constava no parecer do Senado. O mecanismo estabelecia que a arrecadação do ICMS entre 2024 e 2028 seria a base para a distribuição da arrecadação do IBS (imposto estadual criado pela reforma) entre 2029 e 2077.

    CNN

  • Chuvas no Rio: Ministério do Desenvolvimento vai liberar R$ 800 por pessoa desabrigada

    Chuvas no Rio: Ministério do Desenvolvimento vai liberar R$ 800 por pessoa desabrigada

    Auxílio será inicialmente liberado apenas para quem já teve a situação de emergência reconhecida pelo governo federal

    O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome vai liberar um auxílio de R$ 800 por pessoa desabrigada após as chuvas que atingiram a cidade do Rio de Janeiro.

    Conhecido como “auxílio desabrigado”, o Serviço de Proteção em Situação de Calamidades Públicas e Emergências será, inicialmente, liberado apenas para quem já teve a situação de emergência reconhecida pelo governo federal. No caso, a capital fluminense.

    A expectativa, no entanto, é que ainda nesta segunda-feira (15) outros municípios do estado do Rio de Janeiro decretem estado de emergência para ter acesso a esse e outros benefícios.

    À CNN, o ministro da Integração, Waldez Góes, falou sobre a ajuda do governo federal às cidades atingidas pelas chuvas.

    “Estou hoje de plantão para receber os decretos municipais e fazermos o procedimento de reconhecimento e iniciarmos os planos de trabalho”, afirmou.

    Até agora, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros confirmaram a morte de pelo menos 12 pessoas. Uma mulher está desaparecida.

    CNN

  • Empresa chefiada por sobrinho de Haddad movimenta bilhões sem pagar imposto

    Empresa chefiada por sobrinho de Haddad movimenta bilhões sem pagar imposto

     Enquanto o governo federal se desdobra para aumentar a arrecadação e reduzir o déficit das contas públicas, uma companhia movimenta bilhões no país sem pagar imposto por suas operações.

    É a Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, cuja operação no Brasil é chefiada por Guilherme Haddad Nazar, sobrinho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    A empresa está no centro das atenções desde o fim do ano passado no Brasil e no mundo. Lá fora, depois que o CEO Changpeng Zhao (conhecido por CZ) renunciou ao cargo no fim de novembro em meio a investigações por suspeita de infringir regras de prevenção à lavagem de dinheiro e descumprir sanções do governo americano. Ele confessou e aguarda sentença de prisão.

    No Brasil, o escrutínio se dá sobretudo desde a CPI das Pirâmides Financeiras, em que a Binance foi caracterizada como a plataforma preferida para aplicar golpes e terminou com pedido de indiciamento tanto de Nazar, sobrinho de Haddad, quanto do ex-CEO CZ.

    Corretoras estabelecidas no país pagam ISS (Imposto Sobre Serviço, municipal) sobre as taxas de corretagem (valor que a empresa cobra para intermediar negociações) e reportam à Receita as transações dos usuários, para que paguem imposto de renda sobre o ganho de capital.

    Mas a Binance escapa dessa taxação sob o argumento de que é uma operadora internacional e não tem sede no Brasil —a companhia nunca revelou onde fica de fato sua sede; em dezembro, o novo CEO, Richard Teng, chegou a indagar um repórter do Financial Times que o questionou sobre o tema: “Por que você se sente tão no direito de ter essas respostas?”.

    Mesmo sem oficialmente ter sede no Brasil, a companhia conta com operação robusta. Além do sobrinho do ministro da Fazenda no comando, o ex-ministro e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles faz parte do conselho consultivo da companhia. A empresa tem cerca de 200 funcionários no país, afirmou à CPI das Pirâmides Financeiras da Câmara e patrocina o Campeonato Brasileiro de Futebol (masculino e feminino) e o time do Santos.

    Além disso, a CPI identificou sete CNPJs pelos quais a companhia atua no Brasil —segundo a empresa, para registro de funcionários e funções administrativas, pelas quais paga impostos.

    “A atividade de compra e venda de criptoativos é feita por empresas não brasileiras”, repetiu diversas vezes Guilherme Nazar quando depôs na CPI, em setembro, justificando o não recolhimento de tributos.

    Em nota, a empresa disse à Folha de S.Paulo que “atua em total conformidade com o cenário regulatório do Brasil” (leia abaixo).

    É impossível saber exatamente quanto a companhia deveria pagar de impostos no país porque não há informações públicas de quanto fatura, mas a CPI calculou que a empresa deveria pagar entre R$ 300 e R$ 400 milhões em tributos anualmente.

    O valor foi calculado em cima de informação que veio a público em 2022 de que a Binance movimentou em 2021 R$ 40 bilhões em uma única conta no banco Acesso, instituição de pagamentos que processava os valores negociados pela corretora no Brasil.

    O montante veio à tona porque o Banco Central notificou o Acesso sobre o alto risco de lavagem de dinheiro nas operações da Binance e exigiu o envio de informações detalhadas sobre os clientes. O banco Acesso deixou de aceitar o uso de uma única conta, não individualizada, para os clientes, e a Binance decidiu romper a parceria. As duas empresas ainda estão em litígio e disputam R$ 450 milhões na Justiça.

    Além de não recolher ISS sobre a taxa de corretagem no comércio de bitcoins, a corretora não reporta à Receita a movimentação de seus clientes, que poderia assim cobrar imposto de renda dos usuários.

    “Nós salientamos a todos os nossos clientes, usuários, em diversas comunicações, que é de responsabilidade deles fazer o devido reporte à autoridade, no caso, a Receita Federal. Nós não damos aconselhamento fiscal, porém, aconselhamos e sugerimos que eles busquem um tributarista competente que os ajudem com essa responsabilidade”, disse Guilherme Nazar à CPI.

    À Folha de S.Paulo a Receita Federal afirmou que investiga “eventuais fraudes” em operadoras estrangeiras que atuam no Brasil sob intermédio de terceiras sem pagar impostos, mas não especificou se a Binance está na mira (veja abaixo).

    Na Câmara, representantes da Acesso e de outras empresas que operavam com a Binance, como a Capitual, afirmaram também haver indícios de lavagem de dinheiro.

    Em nota à reportagem, a corretora afirmou que foi uma das primeiras grandes corretoras fora dos EUA a exigir verificação de identidade dos usuários. Disse que colaborou “ativamente para os trabalhos da CPI”, mas que rechaça “veementemente, porém, quaisquer tentativas de transformar a Binance em alvo, ou ainda expor seus usuários e funcionários, com alegação de más práticas sem nenhuma comprovação, em meio a disputas concorrenciais dada a posição de liderança da empresa no Brasil e no mundo.”

    Concorrentes costumam acusá-la de obter vantagem ao não jogar as “regras do jogo”. Como não recolhe impostos, por exemplo, sua operação fica mais barata para o usuário final do que em outra plataforma que o faz.

    “A gente não quer criar barreiras para que clientes de fora venham para o Brasil. Pelo contrário, se o Estado entender que vale a pena não ter tributação e controles, que isso seja concedido para as empresas que estão estabelecidas aqui também”, diz Reinaldo Rabelo, CEO da concorrente Mercado Bitcoin.

    Bernardo Srur, diretor-presidente da ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia), à qual a Binance não é vinculada, afirma defender que “as leis e regras sejam aplicáveis a todos da mesma forma”, a fim de evitar “assimetrias no ambiente competitivo”.

    Guilherme Haddad Nazar é filho de uma irmã do ministro Fernando Haddad e foi anunciado como diretor da empresa em dezembro de 2022, após o atual governo vencer a eleição presidencial. Ele já esteve envolvido em outra polêmica pela proximidade com o tio.

    Em 2016, quando Haddad era prefeito de São Paulo e regulamentou o Uber na cidade, Guilherme Nazar ocupava cargo de gestão na companhia. Na época, o Ministério Público chegou a abrir um inquérito, que concluiu não haver ilegalidade.

    A reportagem não encontrou registros de que Nazar tenha tido reuniões com autoridades do governo federal ou Banco Central.

    As acusações que a empresa enfrenta no Brasil são similares às de outros lugares do mundo. “A Binance se tornou a maior corretora de criptomoedas do mundo em parte por causa dos crimes que cometeu”, afirmou no fim do ano o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, quando a empresa pagou US$ 4,3 bilhões em acordo que encerrou investigação do governo americano.

    A secretária do Tesouro, Janet Yellen, foi ainda mais dura: “A Binance fechou os olhos para suas obrigações legais em busca de lucro. Falhas intencionais permitiram fluxo de dinheiro para terroristas, cibercriminosos e abusadores de crianças por meio da plataforma”, afirmou. Changpeng Zhao aguarda a sentença e pode pegar até 18 meses de prisão nos Estados Unidos.

    No Brasil, o ex-CEO teve seu indiciamento pedido pela CPI sob alegação de violação da lei de crimes contra o sistema financeiro nacional e de operar instituição financeira sem autorização. Guilherme Haddad Nazar também teve indiciamento pedido sob as mesmas alegações, além de gestão fraudulenta.

    EMPRESA DIZ QUE CUMPRE REGRAS; GOVERNO AFIRMA HAVER FISCALIZAÇÃO

    Em nota, a Binance afirmou que “atua em total conformidade com o cenário regulatório do Brasil e seguirá cumprindo as determinações fiscais e legais pertinentes às suas operações no Brasil.” A empresa ressaltou ainda que está em processo de aquisição de uma corretora no país, a Sim;paul, anunciado em março de 2022, hoje em análise pelo Banco Central.

    Disse ainda que “apoia a regulação e acredita que um ambiente regulatório estável pode apoiar a inovação e é essencial para estabelecer confiança no setor e crescimento de longo prazo.” Segundo a empresa, nenhuma outra corretora tem tantas licenças e registros como a Binance, com autorização para orar em 18 países.

    Sobre o processo nos EUA, a empresa disse que “assumiu total responsabilidade pela sua conduta, realizou esforços significativos para melhorar as suas iniciativas de conformidade e construiu uma plataforma mais forte e segura.” Além disso, ressaltou que, “nas resoluções consagradas, as agências americanas não alegam que a Binance apropriou-se indevidamente de fundos de usuários e não alegam que a Binance participou de qualquer manipulação de mercado.

    “A Binance vem atuando de forma contínua para ajudar proativamente autoridades de aplicação da lei ao redor do mundo e no Brasil para detectar atividades suspeitas e combater crimes e ilícitos financeiros envolvendo o ecossistema de criptomoedas”, diz, citando workshops para investigadores de Polícia Federal, Promotoria e polícias civis de diferentes estados.

    Procurado pela Folha de S.Paulo, o Ministério da Fazenda acionou Receita Federal e Banco Central para esclarecer “as devidas informações relacionadas às ações desenvolvidas pelos órgãos competentes.”

    A Receita afirmou que “atuou intensamente ao longo de 2023, e continuará em 2024, para regular e fiscalizar novos mercados, como os de critptomoedas, criptoativos, remessas internacionais e comércio eletrônico” e que o Brasil “é referência na captação de dados de exchanges (corretoras), de pessoas físicas e jurídicas que operam no exterior.”

    “Em meados de 2023, a Receita iniciou investigação em relação a eventuais fraudes identificadas em exchanges estrangeiras que operam com consumidores brasileiros, sem instalar-se formalmente no país. A fraude se dá por meio de uma empresa intermediária que, valendo-se de instituições financeiras, atua como operadora informal da exchange estrangeira sem o devido recolhimento de tributos”, caso similar ao da Binance. O órgão não informou, no entanto, se Binance foi ua dessas empresas investigadas.

    “Houve operações de fiscalização específicas, sujeitas a sigilo, além de reuniões durante o segundo semestre de 2023 com exchanges nacionais e estrangeiras, antecipando uma ação específica de conformidade a ser lançada em breve pela Receita Federal do Brasil, para regularização desse mercado (antes de estabelecer a ação punitiva).”

    O Banco Central, por sua vez, disse ser “o órgão competente para regular, autorizar e fiscalizar o mercado de prestação de serviços de ativos virtuais (criptoativos)” e que lançou consulta pública para seguir com a regulamentação do setor no país.

    O órgão ressaltou ainda que, apesar de “não se manifestar em casos específicos de entidades porventura reguladas, é cediço que a Binance possui pedido de autorização para aquisição de corretora de valores mobiliários, em curso no âmbito do BC. Tal pedido encontra-se em estágio de análise, não tendo por enquanto desfecho.”

    Folha de São Paulo

  • Justiça ordena retirada de vídeo em que filho de ministro do STJ aparece ostentando roupas de luxo

    Justiça ordena retirada de vídeo em que filho de ministro do STJ aparece ostentando roupas de luxo

    A juíza Flávia Babu Capanema Tancredo, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou que o vídeo no qual empresário Felipe Brandão ostenta artigos de luxo seja removido da internet. Brandão é filho de Benedito Gonçalves, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, no entender da juíza, a divulgação do vídeo, além de ridicularizar o próprio Felipe, pretendia também atingir terceiros – no caso, o ministro Gonçalves.

    Benedito Gonçalves integrou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até novembro de 2023. Na Corte Eleitoral, foi relator da ação que deixou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A gravação em que Felipe Brandão figura ostentando artigos de luxo circulou nas redes sociais como forma de atacar a conduta do ministro contra o ex-presidente.

    Publicado no dia 7 de janeiro, o vídeo acumulava mais de 2,8 milhões de visualizações e 167 mil curtidas até o despacho da Justiça do Rio de Janeiro.

    Filho de ministro ostenta artigos de luxo

    A gravação foi feita pelo influenciador Anthony Kruijver em uma rua de Amsterdã, na Holanda, famosa pela presença de lojas de luxo. Kruijver costuma questionar os participantes dos vídeos quais marcas de roupa eles estão vestindo.

    Felipe Brandão, filho do ministro do STJ eTSE Benedito Gonçalves, aparece em vídeo ostentando relógio de R$ 1,07 milhão. O carioca trabalha com venda de artigos de luxo na internet. Foto: @anthonykruijverfashion via TikTok

    Felipe Brandão, filho do ministro do STJ eTSE Benedito Gonçalves, aparece em vídeo ostentando relógio de R$ 1,07 milhão. O carioca trabalha com venda de artigos de luxo na internet. Foto: @anthonykruijverfashion via TikTok© Fornecido por Estadão

    Brandão se identifica no vídeo como empresário do ramo de artigos de luxo. Ele tem sociedade em cinco empresas com CNPJ ativos, relacionadas com divulgação de atividades na internet, marketing, produções artísticas, serviços empresariais e uma franquia de açaí. O filho do ministro não possui nenhum cargo público ou político.

    Não há irregularidades em ostentar artigos de moda, mesmo que os valores sejam milionários. O Estadão tentou contato com Brandão para comentar a repercussão do vídeo, mas ele não foi localizado.

    O influenciador Anthony Kruijver pergunta, inicialmente, sobre o tênis vermelho usado por Brandão. O modelo Air Force foi produzido pela Nike em parceria com a Louis Vuitton e, em sites brasileiros de produtos importados, custa pouco mais de R$ 30 mil.

    Em seguida, o destaque é para o item mais caro do “outfit”: um relógio Richard Mille RM-011. O autor do vídeo diz que o modelo custa mais de € 200 mil (cerca de R$ 1,07 milhão atuais). Brandão veste uma calça preta com elementos brancos da Denim Tears, que no site da marca custa R$ 1.027.

    O valor da jaqueta da marca Prada não foi informada, nem o modelo. Mas no site oficial da grife, um tipo similar é vendido por cerca de R$ 14 mil. Além do relógio, Brandão exibe outro acessório: uma pulseira da marca Cartier. No site oficial, o modelo Juste un Clou, feito em ouro branco com 32 diamantes lapidados, custa R$ 96,5 mil.

    Não é possível afirmar que se trata exatamente do mesmo modelo, que se assemelha a um prego torcido. Outro espécie desse bracelete, mas com 374 diamantes lapidados, custa R$ 349 mil no site oficial da marca.

    Estadão

     

  • Toffoli abre inquérito contra Moro por suspeita de fraude em delação

    Toffoli abre inquérito contra Moro por suspeita de fraude em delação

    O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de um inquérito contra o senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR), a partir de pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), por suspeita de fraude em uma delação premiada anterior à Operação Lava Jato.

    O caso trata do empresário de Curitiba e ex-deputado estadual Antônio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia, que diz ter sido obrigado a gravar pessoas de forma ilegal a pedido de procuradores e de Moro após firmar acordo de colaboração premiada em 2004.

    A abertura da investigação foi revelada pela GloboNews e confirmada pela Folha de S.Paulo. O processo está sob sigilo e a decisão de Toffoli é de 19 de dezembro, um dia antes do recesso do Judiciário.

    Os investigadores pretendem apurar suspeitas da prática de crimes como fraude processual, organização criminosa e concussão (crime contra a administração pública).

    As supostas ilegalidades, segundo Garcia, foram informadas à juíza federal Gabriela Hardt em 2021. Em novembro de 2022, a magistrada rescindiu o antigo acordo de delação, atendendo a um pedido do MPF (Ministério Público Federal) de 2018.

    Segundo ele, seu relato foi feito durante uma audiência em 2021 e o conteúdo foi enviado ao STF somente em abril deste ano, por decisão do juiz Eduardo Appio, que atuou na vara da Lava Jato no ano passado.

    Em 2004, Garcia foi preso pela PF, acusado de gestão fraudulenta do Consórcio Nacional Garibaldi. Ele concordou em fazer uma colaboração premiada, no fim daquele ano, com procuradores da força-tarefa do caso Banestado junto à 2ª Vara Federal de Curitiba (atual 13ª Vara).

    Em nota, Moro afirma que “sua defesa não teve acesso aos autos e reafirma que não houve qualquer irregularidade no processo de quase vinte anos atrás”.

    “[O senador] Nega, ademais, os fatos afirmados no fantasioso relato do criminoso Tony Garcia, a começar por sua afirmação de que ‘não cometeu crimes no Consórcio Garibaldi’”, diz a nota.

    A Polícia Federal, que também apontou a necessidade de investigação do caso, pediu a Toffoli que sejam ouvidos no inquérito a esposa de Moro, a deputada federal Rosângela Moro, e procuradores e ex-procuradores da República que atuaram na Lava Jato, como Deltan Dallagnol.

    Em relato à PF, Tony disse que o acordo de colaboração foi “utilizado, por longo tempo, como um instrumento de constrangimento ilegal”.

    Garcia disse que Moro “o orientou a se encontrar com uma pessoa que se dizia agente da Abin (Agenda Brasileira de Inteligência), que se nominava como Wagner, porém, ostentava outros documentos com nomes diferentes”.

    Segundo ele, o objetivo era “cumprir missões” dadas pelo então juiz, “entregando números de telefones de pessoas a serem investigadas, as quais seriam objeto de interceptação telefônica”.

    “Tony Garcia alegou que, em determinadas ocasiões, a pessoa que se apresentou como Wagner reproduzia trechos de áudios de telefonemas interceptados, para que o declarante esclarecesse o contexto dos diálogos”, disse a PF.

    “De acordo com o declarante, a todo momento havia intimidações de que, caso ele não colaborasse da maneira exigida, o acordo seria rescindido, com a consequente prisão de Tony Garcia e de seus familiares, além da expropriação de seus bens”, acrescenta o documento.

    O empresário disse ainda que houve uma colaboração supostamente fraudulenta que envolveu “a perseguição de desafetos de Sergio Moro” no Judiciário e no Ministério Público Federal.

    Segundo a PGR, os relatos de Tony Garcia à PF “noticiam a hipotética prática de crimes” no âmbito da Lava Jato envolvendo medidas invasivas como a determinação de tarefas ilícitas ao empresário, como a “determinação para realização de escutas ambientais e a exigência de entrega de gravações clandestinas”.

    Também além da “existência de supostas negociações espúrias visando à homologação de acordos de colaboração premiada direcionados” e “eventual existência de chantagens, coações, ameaças e constrangimentos para manutenção do acordo de colaboração”.

    Em sua decisão, Toffoli autorizou a abertura do inquérito, determinou a juntada de documentos apresentados por Tony Garcia aos autos e expediu ofícios solicitando documentos da Justiça Federal em Curitiba e do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

    Ele também ordenou “que seja mantido o regime restritivo de publicidade dos autos para que não haja prejuízo para as diligências solicitadas”.

    Folha de São Pulo

  • Lula é investigado após filiação a partido de Bolsonaro com dados falsos

    Lula é investigado após filiação a partido de Bolsonaro com dados falsos

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve o nome tornado alvo de investigação pela Polícia Federal, sob determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a fim de constatar um possível crime no caso em que uma pessoa se passou por ele, para filiá-lo ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

    De acordo com informações do jornal O Globo, em registros do TSE, o líder do Executivo estava formalmente desvinculado de seu partido, e filiado ao partido de seu adversário político, desde julho de 2023.

    O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, então, determinou que o caso seja investigado pela PF, visto que, devido à falsa filiação feita, o nome de Lula passou a constar nos registros do partido em São Bernardo do Campo, São Paulo.

    “Considerando a existência de indícios de crime a partir da inserção de dados falsos em sistema eleitoral, encaminhem-se cópia dos presentes autos ao diretor-geral da Polícia Federal para adoção de todas as providências cabíveis que deverão, oportunamente, ser informadas a este Tribunal Superior Eleitoral”, escreveu Moraes, na decisão em questão.

    Jetss Entretenimento

  • Ministro admite ‘erro formal’ em envio de dinheiro público para custear ‘carnaval’ de servidores

    Ministro admite ‘erro formal’ em envio de dinheiro público para custear ‘carnaval’ de servidores

    O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, admitiu nesta quinta-feira, 11, que houve um “erro formal” na emissão de passagens e diárias pagas com dinheiro público para três dos seus servidores que o acompanharam em um carnal fora de época no fim do ano passado. Macêdo negou que tenha autorizado a viagem dos funcionários e disse que não sabia que eles haviam ido para Aracaju, onde aconteceu o evento, com verbas da Presidência. O Portal da Transparência, contudo, registra que os recursos foram entregues aos assessores “por ordem do ministro”.

    “Houve um erro formal do meu gabinete, erro de procedimento, que isso nunca mais se repetirá”, declarou o ministro em entrevista nesta quinta-feira, 11, no Palácio do Planalto. “Houve um erro onde três assessores foram para Aracaju e utilizaram as passagens com recursos públicos”.

    Macêdo disse também que viajou para o Pré-Caju — nome do carnaval fora de época da capital sergipana — com passagens pagas com recursos próprios. Segundo o ministro, a festa não era uma agenda constitucional e os gastos de dinheiro público por parte dos servidores foi descoberto por ele há dois dias.

    “O fato concreto do erro é que teve passagens que foram emitidas para funcionários irem a uma atividade que não teve agenda institucional. Isso não pode acontecer”, afirmou o ministro. “Eu sabia que eles estavam lá, mas não sabia que foram gastos recursos públicos sem ter agenda institucional. Descobri há dois dias.”

    O fotógrafo Bruno Fernandes da Silva, conhecido como Bruno Peres, o assessor Yuri Darlon Góis de Almeida e a gerente de projetos Tereza Raquel Gonçalves Ferreira receberam R$ 3.656 em diárias do total. O restante se refere às passagens. Bruno foi quem fotografou o ministro durante a agenda particular. As imagens publicadas nas redes sociais de Macêdo são creditadas a ele. O fotógrafo tem um salário de R$ 11.306,90. É o mesmo valor recebido por Yuri, que é assessor da Secretaria Nacional da Juventude da pasta, e por Tereza, que é gerente de projetos.

    Para justificar as viagens dos assessores, a Secretaria-Geral alegou que, por ordem de Márcio Macêdo, eles iriam participar de uma visita ao Instituto Renascer Para Vida uma ONG cuja sede, segundo dados da Receita Federal, fica em um município vizinho a capital de Sergipe. No entanto, a agenda oficial do ministro não registrou nenhuma missão no período. Além disso, ele não postou sequer uma foto do encontro em suas redes sociais – ao mesmo tempo em que publicou 28 imagens e um vídeo na folia. Aracaju é o reduto eleitoral de Macêdo.

    Registro no Portal da Transparência diz que servidores iriam para Aracaju acompanhar visita em ONG e que passagens e diárias foram solicitadas por "ordem do ministro" Foto: Reprodução/Portal da Transparência

    Registro no Portal da Transparência diz que servidores iriam para Aracaju acompanhar visita em ONG e que passagens e diárias foram solicitadas por “ordem do ministro” Foto: Reprodução/Portal da Transparência© Fornecido por Estadão

    Estadão questionou a Secretaria-Geral da Presidência desde a quarta-feira, 10, sobre se a agenda na ONG havia sido realizada, mas não obteve respostas por parte da pasta.

    De acordo com Macêdo, tal procedimento descrito como “de ordem do ministro” — presente na justificativa para o Portal da Transparência — é um “procedimento padrão” do ministério, “Essa é uma decisão do gabinete que é feita corriqueiramente”, acrescentou.

    Servidores terão que devolver dinheiro usado para passagens e diárias ao Carnaval fora de época

    O ministério de Macêdo, por meio de uma nota publicada nesta quinta-feira, 11, informou que os três servidores da Pasta terão que devolver o dinheiro público destinado às passagens e diárias e que o ato será oficiado para o Tribunal de Contas da União (TCU). A pasta afirmou também que uma sindicância foi aberta nesta para apurar a viagem dos funcionários.

    Nesta quarta, 10, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) pediu que o presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, investigue se a pasta de Macêdo usou dinheiro público para bancar as passagens dos funcionários para o evento. Segundo a coluna de Lauro Jardim, em O Globo, a festividade bancada pelo erário teria custado o cargo de Maria Fernanda Ramos Coelho, secretária-executiva de Macêdo e ex-presidente da Caixa Econômica Federal entre 2006 e 2011, que se recusou a aprovar a ida de servidores e foi exonerada nesta terça-feira, 9.

    Na representação, o subprocurador-geral do MPTCU Lucas Rocha Furtado pede que, caso seja confirmada a irregularidade, o dinheiro utilizado para as viagens seja ressarcido aos cofres públicos e que o Tribunal de Contas encaminhe para o Ministério Público Federal (MPF) uma denúncia de improbidade administrativa.

    “A compra de passagens pelo Ministro Márcio Macêdo para ‘curtir’, com seus apaniguados, as folias de carnaval fora de época no seu reduto eleitoral, atenta contra a moralidade administrativa e constitui evidente desvio de finalidade no uso de recursos públicos. No caso noticiado, não houve interesse público a ser satisfeito, mas apenas o interesse privado do ministro e de seus apadrinhados, que veio a ser custeado com o suado dinheiro do contribuinte”, escreveu o subprocurador-geral.

    Estadão procurou Maria Fernanda, mas não obteve retorno. A Secretaria-Geral da Presidência afirmou que “nunca houve tratativa sobre quaisquer passagens nem diárias de viagem entre a ex-secretária e o ministro Márcio Macêdo”. A pasta também disse que a servidora foi quem pediu a sua exoneração por “motivos pessoais”.