Categoria: Cidades

  • Banco de Sangue do Hugol necessita de doações urgentes de todos os tipos sanguíneos

    Banco de Sangue do Hugol necessita de doações urgentes de todos os tipos sanguíneos

    O Banco de Sangue do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) alerta para a situação crítica no estoque da unidade. Atualmente, há um déficit de 200 bolsas em relação ao volume considerado seguro do ponto de vista assistencial. A situação preocupa, especialmente diante do crescimento significativo de atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito, com destaque para os casos envolvendo motociclistas.

    Segundo o supervisor do Banco de Sangue, Wilson Moreira, o aumento na demanda transfusional pressiona os estoques e pode comprometer a agilidade no atendimento de casos graves.

    “Nos últimos dias, observamos um crescimento expressivo nos acidentes de trânsito, principalmente com motos. São pacientes que, em muitos casos, exigem grande volume de sangue para estabilização, o que torna ainda mais urgente a necessidade de doações”, explica.

    O Banco de Sangue do Hugol recebe doações de segunda a sexta-feira, das 7 às 18h30, e aos sábados, das 7 às 12 horas. Todos os tipos sanguíneos são necessários e bem-vindos.

    Doar sangue é um ato seguro e de solidariedade. A triagem clínica é rigorosa, garantindo que apenas pessoas em boas condições de saúde possam doar. Todo o material utilizado é descartável, sem risco de contaminação para o doador.

     Critérios para doação de sangue

    Qualquer pessoa pode doar sangue, desde que sejam respeitados os critérios para proteção tanto do doador quanto do receptor. São eles:

    • estar saudável;
    • não estar gripado, resfriado ou febril;
    • ter acima de 50 quilos;
    • ter entre 18 e 69 anos;
    • estar descansado e alimentado. Evitar alimentação gordurosa nas 3 horas que antecedem a doação;
    • não ter feito tatuagem, piercing ou maquiagem definitiva a menos de 1 ano;
    • não ter realizado procedimentos endoscópicos nos últimos 6 meses;
    • não estar em uso de antibióticos e antifúngicos. Caso tenha feito uso, aguardar 14 dias após o término para realizar a doação;
    • não ter evidência clínica ou laboratorial de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como: Sífilis, Hepatite B ou C, Hepatite A (após os 11 anos), HIV, HTLV, Doença de Chagas;
    • não ter comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis;
    • não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.

    A unidade funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 18h30, e aos sábados, das 7 às 12 horas. Para mais informações ou dúvidas, entre em contato com a Unidade de Coleta e Transfusão do Hugol, pelo número: (62) 3270-6662 ou pelo WhatsApp: (62) 3270-6661.

    Hugol

    Inaugurado em 2015, o Hugol tornou-se referência no atendimento de urgência e emergência em Goiás e no Brasil. A unidade estadual atende pacientes de média e alta complexidade, com foco em traumatologia, queimaduras, cardiologia, neurologia e medicina intensiva. Possui 512 leitos, sendo 66 UTIs adulto e 30 UTIs pediátricas. Desde sua inauguração, já realizou mais de 22 milhões de procedimentos, dentre urgência e emergência, internações, ambulatório e equipe multidisciplinar, procedimentos cirúrgicos, exames, transfusões e coletas de sangue.

    Hoje, além de ser referência em diversas áreas da saúde e no atendimento humanizado ao paciente, o Hugol é ainda um hospital de assistência, ensino, pesquisa e extensão universitária, com banco de sangue próprio. E o cuidado vai além do atendimento médico, a unidade promove ações junto à sociedade, com projetos como Hugol na Comunidade e Hugol nas Escolas.

    Em 2022, o Hugol foi reconhecido nacionalmente pela qualidade e segurança oferecida aos pacientes. A unidade foi reconhecida pela Organização Nacional de Acreditação – ONA, com o Selo de Acreditado com Excelência – ONA 3, a mais alta certificação de qualidade hospitalar atribuída pela ONA. Já em 2023, a unidade recebeu o Prêmio CriAção SUS pela implementação de checagem beira-leito eletrônica como ferramenta de segurança na prática transfusional.

     

    Secretaria de Estado da Saúde (SES) – Governo de Goiás

  • Goiás Social convoca 100 mulheres em situação de violência doméstica para receber Aluguel Social

    Goiás Social convoca 100 mulheres em situação de violência doméstica para receber Aluguel Social

    O Governo de Goiás, por meio do Goiás Social e da Agência Goiana de Habitação (Agehab), divulgou nesta quarta-feira (10/09) a convocação de 100 mulheres, residentes em 42 municípios do Estado, para aderirem ao programa Para Ter Onde Morar – Aluguel Social.

    O edital contempla exclusivamente mulheres em situação de violência doméstica e familiar, além de três responsáveis por criança ou adolescente em situação de violência doméstica. A relação das convocadas está disponível no site da Agehab.

    A coordenadora do Goiás Social, primeira-dama Gracinha Caiado, ressaltou o impacto do programa na vida das mulheres em vulnerabilidade.

    “Trabalhamos para garantir que essas mulheres tenham a oportunidade de reconstruir suas vidas com dignidade e segurança. O Aluguel Social é um instrumento importante de proteção e independência, permitindo que elas deixem para trás um ambiente de violência e encontrem um novo começo em paz”, afirmou.

    O presidente da Agehab, Alexandre Baldy, reforçou o caráter humanitário e estratégico da ação.

    “Nosso foco é oferecer um suporte real para essas mulheres, que estão em situação de extremo risco. Com o benefício de R$ 350 mensais por até 18 meses, elas têm a chance de sair do ciclo de violência e buscar estabilidade. É fundamental que todas as convocadas acessem o site ou o aplicativo Aluguel Social para enviar a declaração de aceitação dentro do prazo de 10 dias”, destacou.

     

    Agência Goiana de Habitação (Agehab) – Governo de Goiás

  • Órgão Especial suspende lei estadual que prorroga prazo para fechamento de lixões em Goiás

    Órgão Especial suspende lei estadual que prorroga prazo para fechamento de lixões em Goiás

    Acolhendo pedido feito em ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), o Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJGO) deferiu medida cautelar e suspendeu eficácia da Lei Estadual nº 23.407/2025. A lei havia prorrogado por 360 dias o prazo para encerramento dos lixões em Goiás.

    Conforme apontado pelo MPGO na ADI, proposta pelo procurador-geral de Justiça Cyro Terra Peres, o processo legislativo que resultou na aprovação da lei apresentou vício formal, considerando que o veto do governador foi derrubado pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) por meio de votação secreta. O MP alega que o procedimento afronta o artigo 66, parágrafo 4º, da Constituição Federal, que, após a Emenda Constitucional nº 76/2013, exige votação aberta.

    A decisão do Órgão Especial seguiu o voto do relator, desembargador Jeová Sardinha de Moraes. O magistrado afirmou que “a adoção do escrutínio secreto viola o princípio republicano, da publicidade e da transparência, imprescindíveis no processo legislativo”, conforme pleiteado pelo MP.

    Além disso, o desembargador apontou indícios da existência de inconstitucionalidade, já que a lei estadual extrapolou a competência ao fixar um novo prazo uniforme para o fechamento dos lixões, em desconformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010, alterada pela Lei nº 14.026/2020), que estabeleceu prazos escalonados até agosto de 2024. O relator ressaltou que “o Estado de Goiás, ao estabelecer um prazo próprio de 360 dias, cria regulamentação diversa da norma geral federal, extrapolando os limites da competência legislativa concorrente”.

    Em seu voto, o desembargador ponderou que a proteção do meio ambiente constitui valor jurídico de dimensão fundamental e citou a doutrina de Paulo Affonso Leme Machado: “O princípio da prevenção ambiental impõe a adoção de medidas protetivas antes da ocorrência de dano, mesmo que este seja apenas potencial”.

    Na avaliação do relator, estavam presentes os requisitos da tutela de urgência (medida cautelar). Ele alertou ainda para “a iminência de grave lesão à segurança jurídica, uma vez que a norma impugnada já se encontra em vigor, produzindo efeitos imediatos, e criando obrigação normativa em potencial conflito com a política nacional de resíduos sólidos”.

    Com a decisão, a eficácia da Lei Estadual nº 23.407/2025 fica suspensa até o julgamento definitivo da ação. O relator também determinou a citação da Alego, na pessoa do presidente, deputado Bruno Peixoto, para prestar informações em 30 dias. O MPGO tem 15 dias para se manifestar.

    A medida mantém em vigor o prazo definido pela legislação federal para a erradicação dos lixões, que se encerrou em agosto de 2024. Fonte: MPGO

  • CNJ proíbe exigência de certidões negativas de débitos para registros públicos de imóveis

    CNJ proíbe exigência de certidões negativas de débitos para registros públicos de imóveis

    O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reafirmou que cartórios e tribunais em todo o país não podem exigir certidões negativas de débito — como a CND (Certidão Negativa de Débitos) ou a CPEN (Certidão Positiva com Efeito de Negativa) — como condição para registrar ou averbar escrituras de compra e venda de imóveis.

    A decisão foi tomada pelo Plenário do CNJ no julgamento do Procedimento de Controle Administrativo nº 0001611-12.2023.2.00.0000, relatado pelo conselheiro Marcello Terto. O pedido, analisado na 10ª Sessão Virtual de 2025, buscava autorização para exigir essas certidões como parte do processo de registro.

    Segundo Terto, essa exigência configura uma forma indireta de cobrança de tributos, o que contraria precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do próprio CNJ. O Supremo já decidiu que condicionar o registro é ilegal, por representar um “impedimento político” e uma cobrança indevida.

    Apesar disso, o conselheiro esclareceu que os cartórios podem solicitar certidões fiscais com o objetivo de informar a situação do vendedor no registro — desde que isso não impeça a realização do ato.

    “É importante para a segurança do negócio que o comprador conheça a situação fiscal de quem vende. Positiva ou negativa, essa informação deve estar disponível. O que não se pode é condicionar o registro à inexistência de débitos”, explicou. Nesse sentido, qualquer norma estadual ou municipal que tente impor essa exigência é considerada inválida. Fonte: CNJ

  • TJGO mantém tese sobre promoção por ato de bravura de militares que atuaram na contenção dos efeitos do Césio-137

    TJGO mantém tese sobre promoção por ato de bravura de militares que atuaram na contenção dos efeitos do Césio-137

    O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), em sessão presidida pelo desembargador Amaral Wilson de Oliveira, rejeitou, por maioria de votos, pedido formulado pelo Estado de Goiás para revisão da tese jurídica fixada no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) de nº 5344224-67.2022.8.09.0000 (Tema 37), referente ao acidente radiotivo do Césio 137. O julgamento teve relatoria do desembargador Marcus da Costa Ferreira.

    O incidente trata da promoção por ato de bravura de militares que atuaram na contenção dos efeitos do acidente radiológico com o Césio-137, ocorrido em Goiânia em 1987. A tese fixada anteriormente pelo Tribunal permanece válida, reconhecendo que a atuação dos militares em ambiente insalubre ou de risco configura circunstância apta a ensejar a promoção por bravura.

    O pedido de revisão

    O Estado de Goiás alegou a existência de novos elementos fáticos e normativos que justificariam a revisão. Entre os argumentos apresentados, destacou-se uma nota técnica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), segundo a qual os locais onde os militares atuaram seriam áreas livres de risco radiológico, afastando a presunção de exposição direta e de insalubridade.

    O Estado sustentou que a aplicação da tese consolidada pelo TJGO estaria permitindo promoções baseadas em provas essencialmente testemunhais e no princípio da isonomia, sem comprovação inequívoca de risco efetivo à saúde dos militares. Defendeu ainda que a revisão deveria reforçar a discricionariedade do ato administrativo de promoção por bravura e limitar sua extensão a casos com demonstração técnica da excepcionalidade.

    A decisão

    Ao votar pela rejeição do pedido, o relator Marcus da Costa Ferreira ressaltou que a revisão de tese firmada em IRDR não pode servir como instrumento para alterar substancialmente seu conteúdo ou aplicá-la a situações fáticas distintas.

    Segundo o desembargador, a função do incidente é consolidar entendimentos jurídicos em controvérsias repetitivas, garantindo uniformidade, estabilidade e segurança jurídica. Nesse contexto, alterações que esvaziem a interpretação já firmada exigiriam a instauração de um novo IRDR, com tema próprio e ampla participação dos interessados.

    O relator reconheceu que a promoção por bravura possui natureza discricionária, mas observou que essa discricionariedade não é absoluta:

    “Uma vez verificado que a atuação do militar extrapolou o cumprimento ordinário do dever, é possível ao Judiciário reconhecer o direito à promoção, desde que comprovadas as circunstâncias excepcionais previstas na tese firmada”, afirmou.

    Ele concluiu que a tentativa de restringir a tese apenas a casos com prova técnica de exposição radiológica direta representaria uma inversão do raciocínio original, além de comprometer o papel sistematizador do IRDR no ordenamento jurídico.

    A tese vigente

    Com a decisão, permanece inalterada a tese fixada no tema 37 do TJGO: sempre que demonstrado que a atuação do militar na guarda do material radioativo do Césio-137, ou em atividade que representou exposição ou risco de contato em ambiente insalubre ou nocivo à saúde, há configuração de ato de coragem e audácia além dos limites normais do dever, ensejando a promoção por ato de bravura.

    Rota Jurídica

  • Polícia do Rio de Janeiro invade rede de tráfico de drogas e mata 8 integrantes de quadrilha

    Polícia do Rio de Janeiro invade rede de tráfico de drogas e mata 8 integrantes de quadrilha

    A polícia do Rio de Janeiro libertou dois reféns, incluindo uma criança, durante uma operação realizada na quinta-feira contra uma quadrilha de traficantes, que resultou em um intenso tiroteio em um bairro de baixa renda, deixando oito membros da gangue mortos, informou a polícia.

    A operação teve como alvo a organização criminosa conhecida como Terceiro Comando Puro, incluindo um traficante apelidado de “Coronel”, acusado de assassinar uma mulher em agosto, informou a polícia do Rio em comunicado.

    “Durante a operação, os agentes chegaram a uma propriedade onde seis criminosos mantinham um pastor e uma criança como reféns. Os agressores resistiram e foram neutralizados”, informou a polícia. “Dois outros criminosos foram neutralizados em outro local”.

    Os reféns foram libertados em segurança, informou a polícia. As autoridades também prenderam duas pessoas que tentavam tomar o controle de um ônibus, que pretendiam usar como barricada para impedir o acesso dos agentes ao bairro urbano, informou a polícia.

    Além das prisões, a polícia também apreendeu quatro rifles.

    O intenso tiroteio entre membros de gangues e a polícia interrompeu trens e ônibus, fechou escolas e causou cenas de terror no Rio, informou a mídia local. Dezenas de crianças em uma creche próxima foram forçadas a se deitar no chão do corredor enquanto tiros ecoavam do lado de fora, informou o jornal O Globo.

    O tiroteio deixou estudantes e trabalhadores “sem saber se chegarão vivos em casa”, disse a parlamentar estadual de esquerda Renata Souza no X. “Não podemos normalizar o terror e o medo como política”.

    As autoridades afirmam que a gangue intimida os moradores, expulsa rivais, ataca agentes de segurança e impõe seu domínio por meio de toques de recolher.

  • ABIN implementa Centro de Inteligência para acompanhar o 7 de Setembro

    ABIN implementa Centro de Inteligência para acompanhar o 7 de Setembro

    ABIN implantará Centro de Inteligência, no dia 7 de setembro, para acompanhar as celebrações pela Independência do Brasil. O objetivo será identificar ameaças e incidentes com potencial para impactar o livre exercício de direitos fundamentais ou colocar em risco a segurança de autoridades e demais participantes.

    O Centro-ABIN ficará instalado na sede da Agência, em Brasília/DF. Também haverá atuação de todas as superintendências estaduais do órgão. As unidades trabalharão no acompanhamento das celebrações em suas respectivas capitais e reportarão informações para o Centro de Inteligência. A atuação da Agência ocorre em parceria com outros órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin).

    Em paralelo ao Centro-ABIN, equipes da Agência integrarão a Célula Integrada de Inteligência de Segurança Pública (CIISP), da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSPDF); e atuarão em conjunto com forças de segurança e proteção na Esplanada dos Ministérios.

    Agência Brasil

  • Michel Magul assume cadeira de vereador na Câmara de Goiânia

    Michel Magul assume cadeira de vereador na Câmara de Goiânia

    Substituindo o vereador Tião Peixoto, Michel Afif Magul (PSDB) assumiu a cadeira de vereador na Câmara Municipal de Goiânia nesta terça-feira (2/9). Tião Peixoto, do mesmo partido, está em Licença de Interesse Particular pelo prazo de 121 dias.

    Michel Magul é advogado, mestre em Desenvolvimento e Planejamento Territorial, e já exerceu cargos na Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (2021), na Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa de Goiânia (2021-2022) e como secretário de Governo de Goiânia (2022-2023). Também integra a Comissão Especial de Direito Internacional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás.
    Nascido em 1992, com 33 anos, Michel Magul é o vereador mais jovem da Câmara Municipal de Goiânia.
  • Mabel tenta recompor base após crise com liderança na Câmara de Goiânia

    Mabel tenta recompor base após crise com liderança na Câmara de Goiânia

    A gestão do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União), enfrenta sua maior turbulência política ainda no primeiro ano de mandato. A instauração da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Limpa GYN, a destituição do líder do governo Igor Franco (MDB) e os embates em torno da revogação da taxa do lixo revelam um cenário de instabilidade que pode comprometer a governabilidade. O desgaste com a base governista na Câmara Municipal expõe limitações do prefeito em articular apoio legislativo em um momento crucial de consolidação de sua administração.

    O episódio mais emblemático dessa crise começou quando Igor Franco, então líder do governo na Câmara, articulou as assinaturas necessárias para a criação da CEI que investiga contratos da empresa responsável pela limpeza urbana de Goiânia. A decisão contrariou diretamente orientações do Paço Municipal e gerou um racha público entre o prefeito e seu principal aliado no Legislativo.

    Crise na Câmara
    A ruptura entre Sandro Mabel e Igor Franco representa um marco na deterioração das relações entre Executivo e Legislativo. O conflito se intensificou quando o então líder do governo optou por apoiar a criação da CEI, mesmo recebendo orientações contrárias da Prefeitura. O prefeito não escondeu sua insatisfação com a postura do aliado.

    “O Igor é uma pessoa boa e dedicada. Acho que a forma que ele agiu, principalmente neste momento, sem me falar nada, eu acho que não foi correto”, declarou Mabel durante evento no Tribunal de Contas dos Municípios.

    Para o cientista político Pedro Pietrafesa, essa dinâmica pode deixar marcas duradouras na governabilidade municipal.
    “O desentendimento da base e a liderança anterior pode sim deixar algumas marcas na relação da prefeitura com o poder legislativo, porque ela mostra como tudo aconteceu. Você teve a própria liderança do prefeito articulando para que ocorresse as assinaturas da comissão especial de inquérito da câmara para verificar um tema que não era de interesse do prefeito”, avalia Pietrafesa.

    O especialista ressalta que o caráter público dos desentendimentos agravou a situação. As críticas foram externalizadas durante entrevistas que o prefeito concedia, muitas vezes com a presença do próprio líder de governo, criando um clima de tensão que se estendeu para diferentes veículos de comunicação.

    A reação do prefeito não se limitou ao discurso. Mabel exonerou Diogo Franco, irmão de Igor, que ocupava cargo comissionado na administração municipal. A medida foi interpretada nos bastidores como uma retaliação direta, sinalizando o esgotamento da relação entre os dois políticos. Outros familiares de vereadores que assinaram a CEI também foram demitidos, ampliando o clima de confronto.

    A formalização da destituição de Igor Franco da liderança do governo ocorreu na última sexta-feira, quando Mabel enviou ofício oficial à Câmara. A decisão, já esperada nos corredores do Legislativo, marca o fim de uma aliança que foi fundamental para a aprovação de projetos do Executivo no início do mandato.

    Desafios para a governabilidade
    A necessidade de reconstruir uma base de apoio sólida se tornou prioridade absoluta para a administração Mabel. Ainda no primeiro ano de gestão, o prefeito enfrenta o desafio de articular uma nova liderança capaz de viabilizar suas propostas no Legislativo. Nomes como Henrique Alves (MDB) e Thialu Guiotti (Avante) são cotados para assumir a função.

    Pietrafesa destaca que a estratégia do prefeito deve passar pela reorganização da base e pelo estabelecimento de canais de diálogo mais efetivos com os vereadores. “A estratégia agora é o prefeito colocar uma nova liderança, uma espécie de tropa de choque que coordene os trabalhos de investigação que serão feitos, que serão convocados para prestar esclarecimentos para a comissão, as votações das tramitações, das ordens de pauta que serão votadas e deliberadas”, explica o especialista.

    A crise política pode impactar diretamente a agenda legislativa da Prefeitura para os próximos anos. Projetos que dependem da aprovação da Câmara podem enfrentar resistência ou ter sua tramitação retardada, comprometendo a capacidade de entrega da gestão municipal.

    O cenário se complica quando considerado que crises no início do mandato podem estabelecer padrões de relacionamento difíceis de reverter. Vereadores podem se sentir empoderados a resistir a propostas do Executivo, especialmente aquelas que possam gerar desgaste político.

    A aprovação da revogação da taxa do lixo em primeira votação exemplifica essa nova dinâmica. Por 20 votos a 13, os vereadores contrariaram a posição da Prefeitura, que defendia a manutenção da Taxa de Limpeza Pública (TLP). Vereadores que historicamente apoiavam o governo mudaram de posição, evidenciando a fragilidade da base governista.

    O papel da CEI
    A Comissão Especial de Inquérito da Limpa GYN se tornou o epicentro das tensões políticas que abalam a gestão municipal. A investigação sobre os contratos da empresa responsável pela limpeza urbana ganhou contornos políticos que extrapolam questões técnicas, transformando-se em instrumento de pressão sobre o Executivo.

    Para Pedro Pietrafesa, a forma como a CEI foi proposta e conduzida ampliou o desgaste entre Prefeitura e Câmara. “Da forma como a CEI foi proposta, da forma como foram colhidas as assinaturas, isso sugeriu um desgaste grande entre a Prefeitura e a Câmara de Vereadores”, analisa o especialista.

    O impacto da comissão transcende a investigação em si, influenciando diretamente a dinâmica de votações e a tramitação de projetos de interesse do Executivo. A polarização criada em torno da CEI pode comprometer votações futuras e dificultar a aprovação de matérias prioritárias para a gestão municipal.

    O prefeito tem defendido publicamente que a investigação não se justifica por tratar de contratos firmados na gestão anterior. Em entrevista, Mabel foi categórico: “Particularmente, montaram esse bloco nessa CEI, mas mesmo dentro dela nós temos vários vereadores que nos ajudam muito. Até porque o líder assinou também, foi uma coisa meio mal entendido. Eu tenho proposto para eles que não façam a CEI. Para mim não tem nada, é da administração passada”.

    O discurso do prefeito busca minimizar os possíveis impactos da investigação, destacando ajustes já realizados em sua gestão. “Vamos pegar essa limpeza, eles vão atender todo mundo. Onde tiver lixo, vocês vão me ajudar a fiscalizar a cidade e botar para limpar o máximo possível. Se tiver alguma coisa errada, vamos arrumar. Nós não temos compromisso com o erro”, afirmou Mabel.

    A tensão se ampliou durante a sessão da Câmara de terça-feira (26), quando vereadores da base e oposição fizeram discursos inflamados direcionados ao prefeito. O vereador Fabrício Rosa (PT), indicado para integrar a CEI, foi direto: “Estou honrado e quero dizer que estou comprometido com a cidade em agir da maneira mais transparente e honesta possível. Deste vereador, não esperem silêncio, nem tramoia ou maracutaia. O que haverá é honradez e investigação. Também haverá denúncia”.

    A vereadora Aava Santiago (PSDB) em recente discurso na tribuna, rebateu acusações de que haveria chantagem por parte dos parlamentares. “Não é possível que se aceite que o prefeito possa dizer que está sendo chantageado por vereadores. Quem tá chantageando o prefeito? Porque até agora o que vi não foi um prefeito chantageado, mas sim um prefeito chantagista. Se o vereador não retira assinatura, exonera o secretário que o irmão indicou. Quem tá chantageando?”, questionou Santiago.

    Em tom mais conciliador, Cabo Senna (PRD), autor do requerimento de criação da CEI, defendeu o caráter fiscalizatório da comissão. “O papel do vereador é de legislar e fiscalizar. Não estamos querendo pegar no pé do empresário que entrega emprego para a cidade. Queremos entregar uma cidade limpa porque os contribuintes estão pagando caro para isso”, afirmou o parlamentar.

    O cronograma da CEI coincide com o período em que a Prefeitura precisa aprovar projetos essenciais para o fechamento do mandato. Essa sobreposição pode criar um ambiente ainda mais conflituoso, especialmente se as investigações revelarem irregularidades ou gerarem maior desgaste para a administração municipal.

    O que está em jogo
    O contexto de instabilidade política coloca em risco a capacidade de governar de Sandro Mabel e também suas aspirações políticas futuras. No primeiro ano de mandato, crises como essa podem definir o tom de toda a gestão e comprometer a credibilidade política do prefeito.

    Segundo o cientista político Pietrafesa, o momento exige um diálogo efetivo entre Executivo e Legislativo para que a governabilidade seja restabelecida. “É importante que o prefeito se organize junto com essa recomposição da base para definir quais são as prioridades da Prefeitura para os próximos anos e para os trabalhos da base na Câmara”, afirma o especialista.

    Além das declarações públicas, Mabel tem adotado uma postura de enfrentamento ao que considera pressão indevida. O prefeito “fala em público que não se importa e não tem medo da CEI, mas também que ela é desnecessária, sinalizando que desgosta da sua instalação”, segundo fontes do meio político. Mabel tem interpretado tanto o avanço da CEI quanto a discussão sobre a taxa do lixo como “pressão por cargos” de parlamentares insatisfeitos com a distribuição de espaços na administração.

    “É de fato que o diálogo agora vai ser importante, mas o prefeito precisa colocar em prática junto com a sua base, a nova liderança na Câmara de Vereadores, e estabelecer uma participação dos vereadores na gestão, considerando que ainda tem mais de três anos à frente da prefeitura”, pondera Pietrafesa.

    A revogação da taxa do lixo se transformou em símbolo das dificuldades enfrentadas pela gestão. O projeto, aprovado por Lucas Vergílio (MDB) com apoio de vereadores da própria base governista, representa uma derrota política significativa para o prefeito. A medida ainda precisa passar por segunda votação, mas já sinaliza as dificuldades de articulação política.

    Para o especialista, superar essa crise específica demanda negociação bilateral. “Não é possível virar a página mesmo com o assunto polêmico relacionado à taxa de lixo, mas como eu mencionei, a recomposição da base vai depender muito de conversas em que os dois lados estejam dispostos a debater como esse trabalho do mandato do Mabel será feito de forma conjunta com a Câmara de Vereadores”, avalia Pietrafesa.

    Cenários para o futuro
    Os próximos meses serão decisivos para definir se Sandro Mabel consegue reverter o quadro de instabilidade política ou se enfrentará um final de mandato marcado por impasses e baixa capacidade de execução. As consequências dessa crise podem se estender para além dos oito meses restantes, impactando eventuais ambições políticas futuras.

    Pedro Pietrafesa alerta para os riscos políticos que o prefeito enfrenta caso não consiga consolidar uma base sólida na Câmara ainda no primeiro ano de gestão. “Considerando que Mabel ainda está no início do mandato, ele pode ter várias dificuldades de implementar a agenda dele durante os próximos anos se não resolver esses problemas rapidamente”, observa o especialista.

    A comparação com gestões anteriores oferece perspectiva sobre os possíveis desdobramentos da crise atual. Pietrafesa cita o exemplo de prefeitos que enfrentaram problemas similares com a Câmara e tiveram suas agendas comprometidas, resultando em baixa aprovação popular e dificuldades eleitorais posteriores.

    “O prefeito não governa sozinho, ele precisa da base do governo. Será possível virar a página também relacionada ao tema da taxa de lixo, que foi um tema polêmico que envolveu litígio entre a base e a prefeitura, mas precisa que os dois lados entrem em acordo para resolver as diferenças”, destaca o especialista.

    A gestão de expectativas em relação a possíveis candidaturas futuras também entra em jogo. Especulações sobre uma eventual participação de Mabel nas eleições estaduais de 2026 podem ser prejudicadas caso a crise atual não seja superada adequadamente.
    “Se ele não conseguir reagrupar a base, não conseguir aprovar a agenda legislativa dele, não conseguir entregar o que prometeu, o futuro político para outros cargos eletivos poderá ser prejudicado”, adverte Pietrafesa.

    O especialista ressalta que eventuais movimentações políticas prematuras podem se tornar irrelevantes caso a gestão municipal não apresente resultados concretos.

    A questão da imagem pública do prefeito surge como elemento adicional de preocupação. Mabel apostou em uma comunicação baseada na resolução de problemas cotidianos da população, utilizando intensivamente as redes sociais para mostrar ações de fiscalização e intervenções diretas na cidade.

    “Essa instabilidade política pode ter consequências nos próximos meses relacionadas à imagem do prefeito. Ele tentou, no início do mandato, se colocar como um prefeito dinâmico que resolve os problemas cotidianos da população através de posts que mostram trabalho em diferentes pontos da cidade”, analisa Pietrafesa.

    O risco é que a instabilidade política resulte em atrasos na entrega de políticas públicas essenciais, comprometendo a narrativa de eficiência que o prefeito buscou construir. Em um ambiente de redes sociais onde as informações se propagam rapidamente, uma percepção negativa pode se consolidar em pouco tempo.

    “Se a instabilidade política culminar com atrasos na entrega de políticas que já são constitucionais para a prefeitura executar, isso pode fazer que no curto prazo a imagem dele já seja corroída”, conclui o especialista.

    A Redação

  • Morre, aos 88 anos, o escritor Luis Fernando Verissimo

    Morre, aos 88 anos, o escritor Luis Fernando Verissimo

    O escritor Luis Fernando Verissimo morreu, aos 88 anos, neste sábado (30), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

    Em nota, o Hospital Moinhos de Vento, onde o autor estava internado, informou que a causa da morte foram complicações decorrentes de uma pneumonia.

    Ele havia sido internado desde o dia 11 de agosto, com um quadro grave da doença. Durante o período, Verissimo ficou na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) em estado de saúde considerado grave.

    Verissimo era casado com Lúcia Helena Massa desde 1964. Juntos, eles tiveram três filhos: Pedro, Fernanda e Mariana.

    Quem é Luís Fernando Verissimo

    Luis Fernando Verissimo, nascido em 1936 em Porto Alegre, é considerado um dos escritores mais lidos e bem-sucedidos do Brasil. Filho do também escritor Érico Verissimo, ele construiu uma carreira marcada pelo humor refinado, ironia sofisticada e pela versatilidade ao transitar entre crônicas, romances, livros infantojuvenis e quadrinhos.

    Autor de best-sellers e reconhecido pela crítica e pelo público, tornou-se capa da revista Veja em duas ocasiões, consolidando sua posição como um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea.

    Além da escrita, Verissimo era conhecido por suas paixões pessoais, que vão do jazz à gastronomia, viagens e futebol.

    A mistura entre vida e obra é marcada por um estilo que une lirismo, emoção e autoironia, atributos destacados por amigos e críticos que veem em sua escrita uma forma de traduzir o cotidiano brasileiro com leveza e profundidade.

    “[Verissimo] Pratica aquilo que Manuel Bandeira chamou ‘puxa-puxa’. Ou seja, é capaz de arrancar um bom texto de qualquer miudeza”, definiu a Veja, em reportagem de capa sobre Verissimo.

    CNN