O ministro Kassio Nunes Marques será o relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) do partido Novo que questiona a suspensão do X no Brasil e pede uma liminar para derrubar a decisão.
A ação foi apresentada nesta segunda-feira (2) ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e questiona a constitucionalidade da decisão de Moraes sob argumento de que ela fere princípios fundamentais como o direito à liberdade de expressão, o devido processo legal e a proporcionalidade.
Nunes Marques foi nomeado ministro pelo presidente Jair Bolsonaro e se posicionará pela primeira vez sobre a questão.
Isso porque o ministro Alexandre de Moraes submeteu sua decisão de suspender a rede X apenas à Primeira Turma do Corte, formada por ele e pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia.
O colegiado referendou nesta segunda-feira a decisão de Moraes.
No documento, o partido também critica a decisão de Moraes por incluir “medidas que afetam toda a sociedade brasileira”, como a aplicação de multas diárias de R$ 50 mil para quem utilizar subterfúgios tecnológicos como VPNs para continuar acessando a plataforma.
O pedido diz ainda que a suspensão das atividades da plataforma X durante um período eleitoral pode impactar a lisura das eleições municipais de 2024, afetando negativamente o debate democrático e a divulgação de informações por veículos de imprensa e cidadãos.
A ordem de prisão do candidato oposicionista Edmundo González Urrutia, na Venezuela, foi percebida como “inaceitável” e “péssimo sinal” por interlocutores próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo brasileiro avalia soltar uma nota oficial, nesta terça-feira (3), demonstrando preocupação com o aumento das tensões. Na prática, a apreensão é com a escalada autoritária do governo de Nicolás Maduro, mas assessores presidenciais apontaram um “dilema” para o Palácio do Planalto e o Itamaraty.
Ao mesmo tempo em que se pretende indicar claramente uma insatisfação com os últimos passos de Maduro, o objetivo é não levar a Venezuela para um isolamento internacional ainda maior e não romper completamente o diálogo. O Brasil continuará sem reconhecer a vitória de Maduro e exigindo a apresentação das atas eleitorais, mas endurecer a estratégia — declarando a Venezuela uma ditadura ou tratando González como presidente legítimo – está fora de cogitação.
Auxiliares de Lula listam pelo menos três fatores para justificar a necessidade de manter pontes com o governo Maduro: Brasil e Colômbia têm amplas fronteiras com a Venezuela. Podem sofrer com uma leva de emigração e o aumento de tensões geopolíticas na região; A embaixada da Argentina em Caracas, onde estão refugiados seis oposicionistas perseguidos pelo governo venezuelano, está sob custódia do Brasil neste momento.
É necessário ter máxima cautela diante da responsabilidade de proteger esses cidadãos; Enquanto houver uma chance de saída negociada, por menor que seja, preservar a capacidade de diálogo com Maduro pode ser um ativo mais adiante.
A capacidade de diálogo também pode ser necessária em caso de um agravamento ainda maior da situação política, tornando o Brasil um dos poucos países do Ocidente capazes de lutar pelo respeito a direitos mínimos de opositores do líder venezuelano.
Hoje, no Planalto e no Itamaraty, a percepção é de que Maduro não se dispõe a negociar e está convencido – com o aval de todo seu entorno – a manter-se no poder. É uma diferença em relação à expectativa, alimentada após as eleições no dia 28 de julho, de que ele poderia abrir espaço para algum tipo de saída negociada em caso de confirmação de sua derrota.
Suspenso no Brasil desde a noite desta sexta-feira, o X vem recebendo postagens de políticos, que ferem o bloqueio no intuito de criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Responsável por tirar a plataforma do ar no país, o magistrado é alvo de publicações de nomes como o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL).
Senador Cleitinho disposto a pedir a prisão de Rodrigo Pacheco por prevaricação.
https://youtu.be/NAcId33KeaU
Petição por impeachment de Moraes chega a 1 milhão de assinaturas.
Uma petição virtual que pede pelo impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes atingiu 1 milhão de assinaturas por volta de 9h48 desta 4ª feira (21.ago.2024). O abaixo-assinado foi criado na última 6ª feira (16.ago), depois de reportagem da Folha de S.Paulo divulgar mensagens que sugerem que o magistrado teria utilizado o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de maneira informal para embasar inquéritos contra apoiadores de Bolsonaro no Supremo.
A petição, disponível na plataforma Change.org, foi iniciada por um perfil identificado como “Petição Pública”. Qualquer pessoa pode assinar, basta inserir o nome, sobrenome e e-mail. A plataforma não faz nenhum tipo de verificação de dados, portanto, uma pessoa pode assinar com diversos endereços de e-mail diferentes.
Abaixo-assinados como esses funcionam para indicar a opinião popular e pressionar organizações ou o poder público. Petições criadas on-line não têm validade jurídica reconhecida, pois não oferecem meios seguros de verificação.
Na descrição, Moraes é acusado de abuso de poder, além de ordenar a produção de provas ilegais e decisões movidas por vingança, o que, segundo os signatários, viola a lei e a Constituição. Eles pedem que o Senado Federal processe e julgue o ministro por esses supostos crimes de responsabilidade.
A petição é baseada em artigos da Constituição Federal e na lei nº 1.079 de 1950, que define os crimes de responsabilidade, argumentando que as ações de Moraes são inconstitucionais e justificam seu impeachment. O documento é direcionado ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Trata-se do maior atentado à democracia já testemunhado pelo povo brasileiro, em que um Ministro do STF usa ilegalmente o aparato estatal para perseguir alvos por ele pré-determinados”, afirma a petição. No momento, o ministro do STF acumula 23 dos 59 pedidos de impeachment registrados na corte, tornando-se o integrante com mais pedidos. Eis a lista com todos.
Leia abaixo as acusações presentes na petição:
Produção de provas ilegais – o ministro teria solicitado a produção de provas e relatórios de forma extraoficial por parte de seus auxiliares, incluindo magistrados e peritos, para justificar decisões judiciais. Essas provas, segundo o abaixo-assinado, foram usadas para tomar medidas como bloqueio de redes sociais, multas e cancelamento de passaportes;
atuação fora dos limites legais – Moraes é acusado de ignorar o devido processo legal, agindo sem provocação do Ministério Público e emitindo juízos de valor antecipados sobre processos que ainda não haviam sido julgados. O documento afirma que ele teria agido como se fosse a própria vítima em alguns casos, configurando uma postura parcial e incompatível com a função de magistrado;
perseguição política – a petição alega que o ministro utilizou sua posição para perseguir politicamente pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As ações do ministro são vistas como uma tentativa de censurar e restringir a liberdade de expressão, além de implantar uma “censura seletiva”;
implicações para a democracia – o documento afirma que as ações de Moraes representam um grave atentado contra a democracia, colocando em risco a imparcialidade e a legalidade dos procedimentos judiciais e eleitorais. A falta de transparência e o uso de canais informais para conduzir investigações são apontados como perigosos precedentes para a concentração de poder nas mãos de uma única pessoa.
O abaixo-assinado foi compartilhado nas redes sociais pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
OPOSIÇÃO QUER IMPEACHMENT E CPI Senadores contrários ao governo pretendem coletar assinaturas da sociedade civil para dar apoio ao inquérito e pressionar Pacheco a ceder. Mas mesmo aliados de Bolsonaro afirmam que uma abertura dependeria de muitos fatores. “O rito de impeachment é complexo e depende de aprovação do presidente da Casa e de grande número de senadores”, disse Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro de Bolsonaro.
O senador afirmou, no entanto, ser “importante apurar todas as informações e fatos que sustentem ou não qualquer ação processual”. “É essencial para que seja estabelecido um exemplo, visto que essa prática não tem sido muito comum em processos jurídicos importantes recentes no país”, declarou.
CASO MORAES X TSE
IMPEACHMENT DE MINISTRO DO STF O rito de impeachment de um ministro do Supremo é semelhante ao realizado no caso de presidentes da República. A situação seria inédita, uma vez que nunca um magistrado da Corte foi destituído. Uma das diferenças é quem dá início ao processo. No caso de presidentes, o pedido deve ser aceito pelo líder da Câmara dos Deputados. Já para ministros do STF, por quem estiver no comando do Senado. Hoje, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A lei (íntegra – PDF – 198 kB) que regulamenta o processo de impeachment é de 1950. O texto indica 5 hipóteses para que um ministro seja destituído. São elas:
alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão do Tribunal;
proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;
exercer atividade político-partidária;
ser patentemente desidioso (agir com negligência) no cumprimento dos deveres do cargo; proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções
Caso o presidente do Senado acate o pedido, o processo de impeachment é iniciado. “Recebida a denúncia pela mesa do Senado, será lida no expediente da sessão seguinte e despachada a uma comissão especial, eleita para opinar sobre a mesma”, diz a lei.
Essa comissão deve se reunir em até 48 horas e eleger o presidente e relator. Em até 10 dias, deve ser produzido um parecer “sobre se a denúncia deve ser, ou não, julgada objeto de deliberação”.
Se a Casa considerar que a denúncia é procedente, o denunciado vai: ficar suspenso do exercício das suas funções até a sentença final; ficar sujeito a acusação criminal; perder, até a sentença final, 1/3 dos vencimentos, que lhe será pago no caso de absolvição.
Depois de todo esse trâmite, o plenário do Senado se reúne para o julgamento do impeachment. Será lido processo e, em seguida, os presentes ouvem testemunhas do caso. “O acusador e o acusado, ou os seus procuradores, poderão reinquirir as testemunhas, contestá-las sem interrompê-las e requerer a sua acareação. Qualquer senador poderá requerer sejam feitas as perguntas que julgar necessárias”, diz a lei.
Há um debate oral e, na sequência, a votação em si, que será nominal. Os senadores devem responder “sim” ou “não” à seguinte pergunta: “Cometeu o acusado o crime que lhe é imputado e deve ser condenado à perda do seu cargo?”.
Se a resposta afirmativa obtiver, pelo menos, 2/3 terços dos votos dos senadores presentes, haverá uma nova consulta ao plenário sobre o tempo durante o qual o condenado deve ficar inabilitado para o exercício de qualquer função pública. Esse tempo não pode ultrapassar 5 anos.
O bilionário Elon Musk, dono da rede social X, fez um post neste domingo (7) dizendo que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deve renunciar ao cargo ou sofrer impeachment. “Em breve, X vai publicar tudo o que foi exigido por @Alexandre e como essas exigências violam a lei brasileira. Este juiz tem aberta e repetidamente traído a Constituição e o povo do Brasil”, escreveu na postagem, que termina com: “Vergonha, Alexandre, vergonha”.
Desde sábado (6), Musk tem atacado Alexandre de Moraes no X, acusando o ministro do STF de cometer censura nas redes sociais. Tudo começou com um comentário feito em uma postagem na conta oficial de Moraes na plataforma. Musk questionou por que “tanta censura no Brasil”. O comentário teve apoio de políticos bolsonaristas.
Na sequência, Musk repostou uma série de vídeos do jornalista estadunidense Michael Shellenberger. No texto que acompanha um dos vídeos, o jornalista afirma que: “Às 18h52, horário do Sao Paulo a corporação X, anteriormente conhecida como Twitter, anunciou que um tribunal brasileiro a forçou a ‘bloquear certas contas populares no Brasil’. Menos de uma hora depois, o proprietário do X, Elon Musk, anunciou que o X desafiaria a ordem do tribunal e suspenderia todas as restrições”. Shellenberger arrematou: “A qualquer momento, o Supremo Tribunal Federal poderá bloquear todo o acesso ao X/Twitter para o povo brasileiro”.
Alexandre de Moraes é relator no STF de inquéritos que investigam a disseminação de notícias falsas em redes sociais, especialmente sobre a lisura das urnas eletrônicas. Nesse contexto, ele é autor de despachos que suspenderam perfis envolvidos em espalhar desinformação sobre o processo eleitoral brasileiro.
O ministro não se manifestou sobre os ataques de Musk. Até a tarde deste domingo, a rede social X seguia operando normalmente no Brasil.
A equipe jurídica que assessora a X Brasil deverá recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a rede no país.
A orientação para que um recurso seja apresentado partiu de conversas realizadas durante o final de semana entre advogados do X no Brasil com seus similares do X na sede da empresa nos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (2), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal começou a julgar a decisão do ministro Alexandre de Moraes.
A ideia inicial é apresentar um recurso à própria Turma com argumento jurídico de que a decisão é ilegal, por afetar o princípio da liberdade de expressão, e desproporcional, por ser tomada devido a sete perfis que não foram bloqueados pela empresa dentro de uma rede com 22 milhões de usuários no Brasil.
A equipe jurídica também avalia se pedirá que um eventual recurso seja julgado por todo o tribunal, já que Moraes poderia ter levado sua decisão para julgamento no plenário da Corte, com os onze ministros, mas optou pela turma.
Com isso, ele evitou que ministros que poderiam votar contra sua decisão ou pedir vista, como Nunes Marques e André Mendonça, votem.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) demitiu o subprefeito da Lapa, Luiz Carlos Smith Pepe. O motivo está na relação próxima entre Pepe e o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que no sábado (30) anunciou apoio à candidatura de Pablo Marçal (PRTB), desembarcando da campanha do prefeito.
A demissão de Pepe foi publicada no Diário Oficial da cidade. O subprefeito é investigado sob suspeita de apreensões ilegais fora da área de sua atuação na capital paulista.
“Apesar de gostar bastante dele, é uma questão de time. Se você tem essa contaminação de um traidor, de uma pessoa sem caráter, sem personalidade, que é o Rubinho Nunes, é preciso restabelecer as relações no que diz respeito à participação dele no governo”, afirmou Nunes à CBN, durante uma agenda de campanha no bairro do Limão, na zona norte de São Paulo (SP), nesta segunda-feira (2).
O nome escolhido para substituí-lo foi o de Ana Carolina Nunes Lafemina, atual secretária-adjunta da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSub).
O vereador afirmou reportagem que “enfrentou os mesmos inimigos [de Marçal] ao longo de quatro anos” e que não teria outro lugar para estar a não ser ao lado dele.
Em nota, o presidente do diretório municipal do União, Milton Leite, afirma que Rubinho será excluído do tempo de TV e de rádio do partido e não terá acesso aos recursos do fundo eleitoral. Além disso, outras punições serão estudadas, como a expulsão da sigla.
A campanha de Nunes afirmou que Rubinho “é um entre 520 candidatos da coligação de apoio” e que “a traição dele, ao seguir Joice Hasselmann, não afeta” a disputa.
A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a suspensão do X no Brasil em votação realizada nesta segunda-feira (2/9).
Votaram a favor da decisão os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Cármen Lúcia e Luiz Fux ainda devem votar hoje.
A decisão foi tomada por plenário virtual — em que os ministros colocam suas decisões em um sistema eletrônico da Corte. O prazo final para decisão sobre a questão do X era 23h59 desta segunda-feira.
O bloqueio do X foi determinado por Moraes na sexta-feira (30/1) e implementado pela Anatel no dia seguinte. Jornais brasileiros noticiaram que a portas fechadas os ministros do STF pediram a Moraes que a decisão fosse colocada em votação na primeira turma.
O bloqueio do X desencadeou uma briga entre o X, do bilionário Elon Musk, e a Justiça brasileira.
Alexandre de Moraes determinou o bloqueio do X no Brasil — o que foi realizado pela Anatel e por provedores de internet no país no fim de semana. A decisão de Moraes prevê multa diária de R$ 50 mil para quem usar um serviço VPN, que permite furar o bloqueio, para acessar o serviço.
O STF tomou a decisão depois que o X anunciou que não acataria uma decisão anterior, que determinava o bloqueio de terminadas contas que, segundo inquérito brasileiro, disseminavam fake news e discurso de ódio. Além disso, a empresa fechou seu escritório e deixou de nomear um representante legal no país. As leis brasileiras exigem que um representante legal seja indicado.
Elon Musk acusa Moraes de ser “um juiz falso e não eleito” e afirma que a decisão do STF fere o direito à liberdade de expressão. Ele anunciou na semana passada que a empresa não pretende acatar a ordem judicial.
No fim de semana, o X lançou uma conta chamada “Alexandre Files”, na qual passou a divulgar decisões do ministro do STF que diz serem contra a lei brasileira.
‘Tamanho da conta bancária’
Nos seus votos no plenário virtual, os ministros justificaram por que concordam com a decisão de Moraes de bloquear o X.
“A liberdade de expressão é um direito fundamental que está umbilicalmente ligado ao dever de responsabilidade. O primeiro não vive sem o segundo, e vice-versa, em recíproca limitação aos contornos de um e de outro”, disse Dino em seu voto.
“Com a imperativa moldura da soberania, não é possível a uma empresa atuar no território de um país e pretender impor a sua visão sobre quais regras devem ser válidas ou aplicadas.”
Para o ministro, “o poder econômico e o tamanho da conta bancária não fazem nascer uma esdrúxula imunidade de jurisdição.”
“Assim sendo, a ordem jurídica pátria não pode ser ignorada ou atropelada por nenhuma outra ‘fonte normativa’, por mais poderosa que ela imagine ou deseje ser. O arcabouço normativo da nossa Nação exclui qualquer imposição estrangeira, e são os Tribunais do Brasil, tendo como órgão de cúpula o Supremo Tribunal Federal, que fixam a interpretação das leis aqui vigentes.”
“A parte que descumpre dolosamente a decisão do Poder Judiciário parece considerar-se acima do império da lei. E assim pode se transformar em outlaw (fora da lei)”
Alexandre de Moraes foi o primeiro a votar, ainda nas primeiras horas do dia. Ele citou o anúncio feito por Elon Musk de que a decisão da Justiça brasileira não seria acatada.
“Não houve cumprimento; mais do que isso, anunciou-se a transgressão. Ordem judicial pode ser passível de recurso, mas não de desataviado desprezo. O acatamento de comandos do Judiciário é um requisito essencial de civilidade e condição de possibilidade de um Estado de Direito”, disse Moraes.
O ministro também acusou Musk de demonstrar “total desrespeito à Soberania brasileira e, em especial, ao Poder Judiciário, colocando-se como verdadeiro ente supranacional e imune às legislações de cada País”.
Moraes destacou em seu voto que ordens semelhantes de bloqueio de perfis emitidas ao Google e à Meta foram cumpridas.
Ele também afirma que reconhece a Starlink — empresa de internet para locais remotos, que opera no Brasil — e o X como todas pertencentes a um “grupo econômico de fato” sob o comando de Elon Musk.
Motivos do bloqueio do X, segundo Moraes
Em sua decisão da semana passada, Moraes disse que Musk e sua plataforma incentivam discursos extremistas.
O ministro afirmou que a plataforma estava sendo utilizada para “incentivar as postagens de discursos extremistas, de ódio e antidemocráticos […] com real perigo, inclusive, de influenciar negativamente o eleitorado em 2024”.
Essa prática, segundo a decisão, poderia desequilibrar o resultado eleitoral por meio de campanhas de desinformação, favorecendo grupos populistas extremistas e comprometendo a integridade do processo democrático.
Em um trecho de sua decisão, Moraes afirma que mesmo após o X ter sido intimado no curso das investigações, Elon Musk teria continuado a promover discursos antidemocráticos e de ódio contra a Corte. Segundo o magistrado, Musk confunde liberdade de expressão com liberdade de agressão.
“Novamente, Elon Musk confunde liberdade de expressão com liberdade de agressão, confunde deliberadamente censura com proibição constitucional ao discurso de ódio e de incitação a atos antidemocráticos”, disse o despacho assinado pelo magistrado.
Outro motivo que fundamentou a decisão foi a suposta prática de obstrução de justiça. Obstrução de justiça é quando alguém ou alguma empresa deliberadamente atua para atrapalhar investigações ou o cumprimento de decisões judiciais.
Segundo a decisão assinada por Moraes, as investigações teriam revelado que a rede X estaria utilizando “mecanismos ilegais” para obstruir as investigações conduzidas pela Justiça brasileira contra pessoas investigadas no inquérito que apura a existência de milícias digitais.
Musk e o X teria obstruído as investigações ao se recusarem a bloquearem perfis de pessoas sob investigação.
“A flagrante conduta de obstrução à Justiça brasileira, a incitação ao crime, a ameaça pública de desobediência às ordens judiciais e de futura ausência de cooperação da plataforma são fatos que desrespeitaram a soberania do Brasil e reforçam à conexão da dolosa instrumentalização criminosa das redes sociais”, aponta a decisão.
O terceiro motivo para a decisão foi a falta de um representante legal da empresa X no Brasil, algo obrigatório segundo o Código Civil brasileiro.
A legislação determina que qualquer empresa estrangeira que opere no Brasil precisa manter representantes legais no país.
Segundo a decisão, a falta de um representante legal adequado dificultou a aplicação das decisões do STF.
Moraes afirma ainda que a decisão de não ter representantes legais no país pode ter sido parte de uma estratégia de Musk para evitar que o “X” fosse responsabilizado ou tivesse que cumprir determinações do judiciário brasileiro.
“As condutas ilícitas foram reiteradas na presente investigação, tornando-se patente o descumprimento de diversas ordens judiciais pela X Brasil, bem como a dolosa intenção de eximir-se da responsabilidade pelo cumprimento das ordens judiciais expedidas, com o desaparecimento de seus representantes.
O X acusou o STF e Alexandre de Moraes de ferirem o direito à liberdade de expressão — e Elon Musk afirmou que as contas apontadas no inquérito da Justiça não serão excluídas.
O paranaense Ronan Cordeiro conquistou a prata no triatlo em Paris, a primeira medalha do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. O atleta de 27 anos, que compete na classe S5 (comprometimento físico motor), concluiu a prova (natação, ciclismo e atletismo) em 59min01. O norte-americano Chris Hammer (58min44) ficou com o ouro e o alemão Martin Schulz (59min19) completou o pódio com o bronze.
“Não é fácil, triatlo é um esporte injusto. Eu queria agradecer a toda a minha equipe, porque este ano eu fiquei de oito a 10 meses quase seguidos fora do Brasil. Eu tinha uma missão de quebrar esse paradigma. O cara da minha classe, que tem a bike mais barata é [custa] R$ 120 mil. Eu quero saber quem no Brasil tem capacidade de ter isso. Quero agradecer a todo o apoio. Eu tenho patrocínio que investiu mais de R$ 800 mil em mim, o CPB quase R$ 1 milhão, você sabe o que é isso? E tem gente que não se classificou ainda. Os concorrentes todos estavam em altitude. O CPB [Comitê Paralímpico Brasileiro] fez meu primeiro treinamento em altitude. Obrigada CPB. E olha o resultado que a gente fez. Eu queria muito ganhar isso aqui. Queria dedicar a toda a minha equipe. Foi um resultado injusto, a gente queria ganhar. Tenho muitos sentimentos. Eu arrisquei tudo, eu dei de tudo na natação, dei tudo no ciclismo e paguei caro na corrida. Mas é um resultado histórico e vai mudar para o triatlo”, analisou Ronan, em depoimento ao CPB.
Nascido em Curitiba, Renan compete no triatlo há seis anos. Em junho, ele foi ouro no World Series de triatlo, em Swansea (País de Gales). O atleta, qe têm má formação congênita na mão esquerda, competia na natação (de 2012 a 2018) antes de migrar para o triatlo.
O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, compareceu à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na noite de sexta-feira (30) para prestar depoimento sobre uma suposta ameaça ocorrida durante uma agenda de campanha no bairro Anália Franco, zona leste da capital.
Marçal agradeceu a ação rápida dos policiais e disse: “Tomamos um susto hoje. Já estamos registrando um boletim aqui na Polícia Civil. Tamo junto. Obrigado aos policiais que agiram rápido. Tem jeito não, vai ser no primeiro turno.”
O boletim de ocorrência foi registrado como ameaça. Segundo os seguranças do candidato, eles teriam visto um grupo, incluindo a candidata a vereadora pelo PSOL Carolina Iara, aproximando-se com uma arma escondida dentro de um boneco de isopor, mas a campanha de Marçal não apresentou provas da existência da arma.
Candidata Carolina Iara alega farsa
Carolina Iara divulgou um vídeo em seu Instagram, acusando Marçal de criar uma encenação. “Estão tentando ligar esse vídeo a um suposto atentado. Não acreditem nessa mentira, eu passei o dia fazendo campanha eleitoral”, afirmou. Ela explicou que estava no local para entregar um boneco de isopor, simbolizando um “Pinóquio”, como um presente satírico para Marçal, a quem chamou de “o candidato mais mentiroso dessa eleição.”
Após o incidente, Marçal foi aconselhado a usar um colete à prova de balas e manteve sua agenda, realizando uma carreata pela região.
Foi realizado neste último domingo (01), na TV Gazeta, o debate com os candidatos à prefeitura de São Paulo, onde durante o confronto politico entre os candidatos, Datena (PSDB), acabou deixando o seu púlpito no estúdio do canal e avançou ao púlpito do seu adversário, Pablo Marçal (PRTB).
De imediato, a atitude do ex-apresentador da Band foi repreendida pela mediadora do debate, Denise Campos, que chegou a cobrar mais de uma vez por “respeito” entre os candidatos.
“Não estamos num local informal, estamos em um debate. Respeito, por favor”, pediu a jornalista.
No momento tenso do debate, Marçal estava discutindo com o também candidato Guilherme Boulos (PSOL), quando notou Datena se movimentando e o provocou: “Vem cá, uai”, disparou ele.
Pela sua atitude de ter ido até o púlpito de Pablo Marçal, Datena foi advertido formalmente. Já Marçal teve o seu direito de resposta que havia sido lhe concedido anteriormente, suspendido.
“Datena está formalmente advertido”, disse a jornalista. “Pablo, por favor. Que isso não se repita. Por conta dessa bagunça, foi retirado o direito de resposta (disse em referência a Marçal). Você ficou provocando ele!”, orientou ela o candidato Marçal.
Ocorreu no começo de agosto, o primeiro debate entre os candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo na Band. Na oportunidade, estiveram presentes no local o prefeito Ricardo Nunes, Pablo Marçal, Tabata Amaral, José Luiz Datena e Guilherme Boulos.
Em certo momento do debate, em meio a fala do jornalista Datena, o ex-apresentador do Brasil Urgente acabou perdendo a paciência com o mediador do debate, Eduardo Oinegue que teve que interromper o jornalista.