Categoria: Destaque

  • Tarcísio vai a Brasília dar início a projeto de túnel Santos-Guarujá com governo Lula

    Tarcísio vai a Brasília dar início a projeto de túnel Santos-Guarujá com governo Lula

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve ir a Brasília nesta quarta-feira (13) “dar o pontapé inicial” junto do governo Luis Inácio Lula da Silva (PT), seu rival político, para a consulta pública do túnel que ligará Santos a Guarujá.

    Após se desentenderem sobre a paternidade de um investimento bilionário da Toyota no estado, Tarcísio falou em “relação republicana” em evento nesta segunda-feira (11) e trocou afagos com um membro do governo Lula e correligionário do governador, o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

    “A gente está trabalhando bem, a gente vai ter uma relação republicana, o interesse de São Paulo está em primeiro lugar, não tem como ser diferente. Se governo do estado e União trabalharem juntos, a gente tem condição de se ajudar mutuamente”, afirmou o governador na saída do CNN Talks, evento organizado pela emissora com representantes da infraestrutura em São Paulo.

    Segundo Tarcísio, a consulta pública dá início ao projeto do túnel, que havia sido apresentado em fevereiro, com obra estimada em cerca de R$ 6 bilhões, dividido entre estado e governo federal. A ideia é que o leilão seja feito até novembro, afirmou.

    “Eu quero agradecer publicamente ao governador Tarcísio pela construção política que foi feita com o presidente Lula em relação ao túnel de Santos”, disse Silvio Costa Filho. “Uma obra que demorou mais de 100 anos. E se Deus quiser, na próxima quarta-feira, às 15 horas, nós estaremos juntos lá em Brasília para anunciar essa obra tão importante”.

    O ministro também destacou outras parcerias bilionárias entre governo Lula e Tarcísio –o governador paulista é próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e os afagos públicos ao presidente Lula costumam gerar críticas entre expoentes da direita.

    Silvio, porém, destacou outras obras em conjunto entre São Paulo e União, como os investimentos da ordem de R$ 21,28 bilhões no Porto de Santos nos próximos cinco anos, anunciado nesta segunda.

    O ministro também ressaltou o investimento de R$ 2 bilhões feito pela Aena, concessionária do Aeroporto de Congonhas, na modernização do terminal.

    Relembrou, por fim, a ideia de construir um novo aeroporto na região metropolitana de São Paulo, entre as cidades de Cajamar e Caieiras.

    “Abrimos, sob orientação do presidente Lula, um diálogo com o governador Tarcísio de Freitas, para sonharmos com um novo aeroporto na cidade de São Paulo”, afirmou ele.

    Tarcísio, por sua vez, defendeu as privatizações que tem feito em São Paulo e afirmou que ao final desta semana deve ser publicado o edital da venda da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), concessionária de energia.

    O governador afirmou que esta deve ser “uma privatização bastante badalada, com muito sucesso, bastante concorrida”.

    Sobre o principal projeto de sua agenda privatista, a venda da empresa de saneamento Sabesp, o governador negou que haja decisão sobre a fatia que o governo deve manter das ações da companhia –a lei aprovada permite que o governo se desfaça dos 50,3% das ações que tem e as mantenha entre 15% e 35%.

    Tarcísio defendeu ainda a concessão de todas as linhas do Metrô, como já havia feito, além da CPTM. Após o leilão do trem intercidades que ligará a capital a Campinas, o governador voltou a falar em trens para São José dos Campos e a Baixada Santista.

    Folha de São Paulo

  • Pimenta terá que explicar cerca de R$23 milhões sobre pesquisas de popularidade do presidente Lula

    Pimenta terá que explicar cerca de R$23 milhões sobre pesquisas de popularidade do presidente Lula

    A empresa contratada para realizar essas pesquisas é o IPRI, que possui outros contratos com a Secretaria de Comunicação do Governo, totalizando um investimento de R$ 22,6 milhões.

    O deputado Evair de Mello (PP-ES) apresentou um requerimento tanto à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados quanto à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) para convocar o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, a prestar esclarecimentos sobre o gasto de R$ 6,8 milhões em pesquisas de popularidade relacionadas à imagem do presidente Lula.

    O contrato com essa empresa foi iniciado em março de 2022 e está previsto para encerrar neste mês. O ministro ligado a Lula será chamado para explicar a aparente disparidade nos investimentos.

    Os resultados divulgados pelo IPRI em suas pesquisas diferem da percepção de aprovação do governo Lula pela população brasileira.

    Enquanto o Instituto Atlas Intel indicou que 40% da população desaprova o governo Lula em janeiro deste ano, o instituto contratado pelo governo relatou um percentual de 29%.

    Além disso, enquanto o primeiro instituto apontou uma taxa de aprovação de 30% para Lula em janeiro, o instituto vinculado ao governo indicou uma aprovação de 62%.

    Jetss

  • Bispos alemães pedem que Vaticano esclareça observações do papa sobre “bandeira branca” da Ucrânia

    Bispos alemães pedem que Vaticano esclareça observações do papa sobre “bandeira branca” da Ucrânia

    Bispos católicos alemães pediram nesta segunda-feira ao Vaticano que esclareça observações do papa Francisco, segundo as quais a Ucrânia deveria ter “a coragem da bandeira branca” e negociar o fim do conflito com a Rússia.

    Os comentários de Francisco — proferidos em entrevista à emissora suíça RSI, que ainda não foi ao ar, mas já teve conteúdo revelado no fim de semana — foram rejeitados pela Ucrânia e bem recebidos pela Rússia.

    A Conferência Episcopal Alemã disse em publicação em seu site que, em última instância, cabe à Ucrânia decidir, “após cuidadosa consideração, quando chegou o momento das negociações de paz”.

    “O fato de o papa Francisco não ter abordado os pontos mencionados aqui em sua entrevista causou irritação entre muitos observadores, o que podemos entender. Seria bom se a Santa Sé comunicasse um esclarecimento substantivo de sua posição sobre essas questões”, afirmaram os bispos alemães.

    Na entrevista, Francisco foi questionado sobre sua posição no debate entre aqueles que dizem que a Ucrânia deveria desistir, já que não foi capaz de repelir as forças russas, e aqueles que avaliam que fazer isso legitimaria as ações da parte mais forte. O entrevistador usou o termo “bandeira branca” na pergunta.

    O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse no sábado que o papa tinha entendido o termo “bandeira branca” e o usou “para indicar o fim das hostilidades (e) uma trégua alcançada com a coragem das negociações”.

    Os bispos alemães consideraram “infeliz” que Francisco tenha repetido a expressão “bandeira branca”, mas também avaliaram que era “evidente e amplamente comprovado para nós que o papa — assim como a Conferência Episcopal Alemã — está comprometido com uma paz justa e duradoura na Ucrânia”.

     Reuters

  • Lula defende que Robinho cumpra pena por estupro: ‘Cria vergonha’

    Lula defende que Robinho cumpra pena por estupro: ‘Cria vergonha’

    O presidente Lula (PT) defendeu, nesta segunda-feira (11), que o ex-jogador de futebol Robinho cumpra pena por estupro e disse ainda que trata-se de um crime é imperdoável.

    A declaração foi feita em entrevista ao SBT, gravada na manhã desta segunda. Trechos estão sendo divulgados ao longo do dia, e a íntegra só vai ao ar à noite.

    “Um homem, um jovem que tem dinheiro, um jovem rico, famoso, praticar estupro? E coletivo? e acha que não cometeu crime, acha que estava bêbado? Ah, cria vergonha. O estupro é um crime imperdoável. Então, a pessoa tem que ser condenada, tem que ser julgada, tem que ser condenada”, disse Lula, ao ser questionado sobre o ex-jogador.

    “O Robinho já foi condenado na Itália e era para ele estar cumprindo pena, que agora vai ser julgado este mês. Espero que ele pague o preço da irresponsabilidade dele, de ser jovem que teve mais sorte do que 99% dos jovens Brasil, que ganhou muito dinheiro, ficou muito famoso. Não precisava fazer isso com a menina”, completou.

    O julgamento do pedido do governo italiano para o ex-jogador de futebol cumprir pena no Brasil deve acontecer no próximo dia 20 pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça)

    O processo será julgado pela Corte Especial do STJ, que reúne os 15 ministros mais antigos do tribunal.

    Condenado por estupro coletivo, o ex-jogador teve sentença de nove anos de prisão, mas está em liberdade no Brasil, cuja legislação impede a extradição de brasileiros natos.

    Em novembro, o Ministério Público Federal argumentou que deve ser aceito o pedido feito pelo Tribunal de Milão de homologação da sentença. Segundo o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, “todos os pressupostos legais e regimentais para o prosseguimento de execução penal foram cumpridos”.

    Robinho, hoje com 40 anos, foi inicialmente condenado em 2017, recorreu e teve suas tentativas esgotadas em 2022, com trânsito em julgado.

    Segundo a investigação na Itália, o atleta e outros cinco brasileiros praticaram violência sexual de grupo contra uma mulher de origem albanesa em uma boate de Milão, em 2013. Ele sempre negou o crime.

    FolhaPress

  • Novo depoimento de Cid aumenta pressão sobre general Paulo Sérgio Nogueira, avaliam militares

    Novo depoimento de Cid aumenta pressão sobre general Paulo Sérgio Nogueira, avaliam militares

    Participação do ex-ministro da Defesa nas reuniões em que se discutiu uma minuta para um golpe de Estado foi alvo dos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica

    O novo depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, tem potencial para aumentar a pressão sobre o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.

    A avaliação de militares é que o avançar das investigações fecha o cerco sobre a atuação do general na suposta trama de golpe de Estado no fim do governo Bolsonaro.

    A participação do ex-ministro da Defesa nas reuniões em que se discutiu uma minuta para um golpe de Estado com objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manter Bolsonaro no poder foi alvo dos depoimentos do ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e do ex-comandante da Força Área Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior.

    Na tarde desta segunda-feira (11), Cid deverá ser confrontado com informações dadas pelos ex-comandantes do Exército e da FAB, que prestaram depoimentos na condição de testemunhas.

    A expectativa de militares é que Cid, ao ser ouvido novamente pela PF, vai apontar a responsabilidade institucional e funcional de cada pessoa.

    Aliado de Bolsonaro, tem avaliado que o general Paulo Sergio até agora vinha sendo poupado pelo Comando do Exército, enquanto que o general Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e o general Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil) estavam sendo expostos.

    O ex-ministro da Defesa prestou depoimento no dia 22 de fevereiro à Polícia Federal, mas optou por ficar em silêncio. Procurada para comentar o novo depoimento de Cid, a defesa de Paulo Sérgio ainda não retornou.

  • Aldo Rebelo diz que Bolsonaro não tentou dar golpe e critica investigações

    Aldo Rebelo diz que Bolsonaro não tentou dar golpe e critica investigações

    Secretário de Relações Internacionais de Nunes, ex-ministro é contato para ser vice do emedebista

    Ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-quadro do PCdoB por mais de 30 anos, o atual secretário de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, Aldo Rebelo, disse à CNN que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta hoje o mesmo processo que inviabilizou a candidatura do petista em 2018.

    “Os métodos que estão sendo usados contra o Bolsonaro hoje são os mesmos que foram usados para inviabilizar a candidatura do Lula (em 2018), e com os mesmos protagonistas: Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal e mídia”, disse Rebelo.

    O ex-ministro disse ter uma relação “muito boa” com o ex-presidente e contou que mantém contato regular com Bolsonaro por mensagem e WhatsApp.

    “Bolsonaro não tentou dar golpe nenhum. Um golpe exige uma articulação e um protagonismo que não houve. Golpe não se dá em uma reunião pública gravada”, disse Aldo Rebelo.

    Questionado sobre a possibilidade de ser vice de Ricardo Nunes, Aldo desconversou: “Estou sabendo pela imprensa”.

    CNN

  • Resposta de senadora republicana a Biden gera críticas e memes nos EUA

    Resposta de senadora republicana a Biden gera críticas e memes nos EUA

    A senadora republicana Katie Britt defendeu neste domingo (10) sua resposta ao discurso do estado da União de Joe Biden, após sua participação receber críticas de opositores e aliados, e piadas na internet.

    Britt, de 42 anos, era uma senadora pouco conhecida do estado do sul do Alabama quando os republicanos a encarregaram da tradicional resposta do partido ao discurso anual do presidente perante o Congresso.

    No entanto, a escolha de cenário de Britt para a transmissão – a cozinha de sua casa familiar -, bem como sua atuação às vezes exagerada, e a tentativa de vincular Biden a um incidente de tráfico sexual muito anterior à sua posse, geraram reações de vários setores.

    Sua aparição até foi parodiada pela famosa atriz Scarlett Johansson no popular programa Saturday Night Live, uma imitação mordaz que obteve milhões de visualizações nas redes sociais e alimentou mais a controvérsia ao chamá-la de “uma mãe assustadora”.

    Comentando da sua cozinha, a verdadeira Britt criticou duramente as políticas de imigração de Biden como “uma vergonha”, e contou a brutal história de uma mulher mexicana que, aos 12 anos, foi vítima de tráfico sexual e estupro.

    Segundo sua denúncia, o abuso ocorreu durante o governo de Biden.

    Mas quando verificadores de conteúdo investigaram mais a fundo a história, rapidamente ficou claro que o tráfico sexual ocorreu no México e há 20 anos, durante a presidência do republicano George W. Bush (2001-2009).

    Em uma aparição no canal Fox News neste domingo, Britt afirmou que havia deixado claro que estava se referindo a um caso que havia acontecido anos antes.

    “É repugnante tentar silenciar […] a história de como é ser vítima de tráfico sexual”, retrucou.

    E disse que escolheu o cenário doméstico porque “os republicanos se importam com os assuntos discutidos à mesa da cozinha”.

    O magnata republicano e ex-presidente Donald Trump (2017-2021), o adversário praticamente certo de Biden nas eleições de novembro, elogiou o desempenho de Britt.

    No entanto, até mesmo líderes conservadores criticaram sua escolha de cenário.

    A comentarista de TV e ex-assessora de Trump Alyssa Farah Griffin escreveu na rede social X: “Não entendo a decisão de colocá-la em uma COZINHA para um dos discursos mais importantes que ela já fez”.

    Com sarcasmo, imitando a voz e as expressões às vezes exageradas da senadora republicana, a atriz Johansson afirmou em sua paródia: “Os convidei para esta cozinha porque os republicanos querem que eu atraia o voto das mulheres. E as mulheres adoram cozinhas”.

    Ao se referir à história do tráfico sexual, Johansson observou: “Tenham certeza de que cada detalhe é real, exceto o ano, o lugar e quem era o presidente quando aconteceu”.

    AFP

  • Direita vence socialistas em disputa acirrada em Portugal, e ultradireita mostra força

    Direita vence socialistas em disputa acirrada em Portugal, e ultradireita mostra força

    Com a menor abstenção em mais de uma década (34%), os portugueses foram às urnas neste domingo (10) em eleições antecipadas para escolher seu novo Parlamento. Em uma disputa apertada, a AD (Aliança Democrática), coligação dos partidos da direita tradicional, levou o maior número de cadeiras, e o Partido Socialista, que estava no poder desde 2015, admitiu a derrota.Portugal: ultradireita tem apoio de brasileiros - 09/03/2024 - Mundo - Folha

    O grande destaque, porém, foi a legenda de ultradireita Chega, que se consolidou como terceira força ao quadruplicar sua bancada e se tornou peça-chave para a definição do próximo governo.

    Com 226 das 230 cadeiras da Assembleia definidas até as 23h de Brasília, a AD tinha conquistado 79 assentos, contra 77 dos socialistas. O Chega, que tinha apenas 12 deputados na legislatura atual, pulou para 48. Dos 22 restantes, as siglas de esquerda levaram 13, a direita 8, e uma ficou com uma sigla independente.Portugal: eleição parlamentar foca imigração - 09/03/2024 - Mundo - Folha

    Os quatro assentos não apurados correspondem aos votos de eleitores que moram no exterior, como no Brasil. Em tese, o PS poderia ultrapassar a AD, mas os socialistas consideravam esse quadro improvável e, ao menos por ora, não contavam com essa hipótese.

    Em seu discurso de vitória, o líder da AD e presidente do PSD (Partido Social Democrata), Luís Montenegro, exaltou o desejo de mudança expresso pelos portugueses nas urnas. Montenegro se disse pronto a formar um governo, mas reafirmou que não pretende incluir o Chega nesse arranjo.

    “Eu assumi dois compromissos na campanha eleitoral [não incluir o Chega e só ser premiê se ganhasse as eleições] e, naturalmente, cumprirei minha palavra”, respondeu aos jornalistas.

    No sistema eleitoral luso, vota-se no partido, e não diretamente no candidato. Após a definição dos assentos parlamentares, as bancadas podem fazer acordos e coligações que sustentem outros arranjos governativos. Por isso, a composição total do Parlamento importa para a formação do Executivo.

    Tradicionalmente, o partido mais votado indica o premiê, mas isso não é obrigatório. Em 2015, o Partido Socialista chegou ao poder mesmo tendo ficado na segunda colocação, graças a uma inédita união pós-eleitoral dos partidos de esquerda, apelidada pejorativamente de geringonça devido à aparente fragilidade do entendimento.

    Por isso a importância do Chega, legenda populista com discurso antissistema e contra a imigração. Apesar do discurso de Montenegro, o resultado nas urnas leva a crer que uma composição sem essa terceira força seria improvável.

    Primeiro líder partidário a se manifestar, André Ventura, presidente do Chega, afirmou que o desempenho de sua sigla indica o fim do bipartidarismo entre PSD e PS em Portugal.

    O deputado expressou que o resultado “permite ao Chega negociar um governo” e deixou claro que irá pressionar Montenegro a incluir a sigla no futuro gabinete. “Os portugueses manifestaram-se claramente e disseram que querem um governo de dois partidos: da AD e do Chega”, disse Ventura, para quem seria irresponsável não aproveitar a maioria atribuída nas urnas às duas siglas.

    Fundado em 2019, o partido elegeu seu primeiro deputado no mesmo ano: o próprio André Ventura, um advogado e comentador esportivo que ganhou projeção nacional por falas controversas, como a associação da comunidade cigana ao recebimento irregular de benefícios e a afirmação de que havia “excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas”.

    Um dos assentos já garantidos pelo Chega nesta próxima legislatura é de um brasileiro, o professor de artes marciais Marcus Santos, pelo distrito do Porto.

    O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, reconheceu a derrota, embora tenha classificado o resultado do pleito como tangencial. “O Partido Socialista será oposição”, anunciou. “Renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa”, declarou.

    Embora tenha afirmado que não irá inviabilizar um governo da AD votando a favor de uma moção de censura, Santos deixou claro que não pretende contribuir para a sustentação de um Executivo do bloco de direita. “Não somos nós que vamos suportar um governo da AD.”

    Especulações sobre a possibilidade de formação de um bloco central, com apoio socialista à AD, ganharam força ao longo da apuração, com o que seria uma forma de já excluir o Chega das conversas para um novo governo.

    Apesar de o líder do PS ter admitido o insucesso nas urnas, o primeiro-ministro demissionário, António Costa, preferiu um discurso de espera pelos votos do exterior. “A única certeza que podemos ter é que, tendo em conta o volume de votos que chegarão nos próximos dias dos círculos da emigração, provavelmente não será hoje que teremos o resultado das eleições.”

    Ainda nesta semana, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deve convidar um dos líderes partidários, provavelmente Luís Montenegro, para iniciar as negociações de governo

    Previsto para acontecer apenas em 2026, o pleito foi convocado de forma antecipada após a renúncia de Costa, em novembro, quando uma investigação de corrupção em negócios do setor de transição energética atingiu o núcleo de seu governo.

    A inesperada crise política pegou os próprios partidos de surpresa, uma vez que a confortável maioria absoluta dos socialistas, com 120 dos 230 assentos parlamentares, poderia levar à conclusão da legislatura sem sobressaltos.

    Folha de São Paulo

  • Receita antecipa e libera nesta terça o programa do Imposto de Renda 2024

    Receita antecipa e libera nesta terça o programa do Imposto de Renda 2024

    A Receita Federal vai liberar nesta terça-feira, 12, o programa do Imposto de Renda 2024.  A transmissão, porém, só poderá acontecer a partir da próxima sexta-feira, 15.

    Os contribuintes com conta gov.br níveis outro e prata já terão a possibilidade de preencher  o documento com a declaração pré-preenchida.

    Segundo o Supervisor Nacional do programa do Imposto de Renda, José Carlos Fonseca, a antecipação do acesso ao programa confere ao contribuinte a possibilidade de verificar as informações necessárias e, se for o caso, levantar documentações que por ventura sejam necessárias.

    IstoÉ Dinheiro

  • Ex-diretor da Abin suspeito de espionagem contra Camilo Santana não pilotou drone, como aponta PF

    Ex-diretor da Abin suspeito de espionagem contra Camilo Santana não pilotou drone, como aponta PF

    O ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) investigado pela PF (Polícia Federal) pela suposta espionagem contra o então governador do Ceará e hoje ministro da Educação, Camilo Santana (PT), não pilotou o drone nem estava no estado na data do ocorrido.

    Inquérito da Polícia Federal que apura a suposta existência de uma “Abin paralela” no governo Jair Bolsonaro (PL) afirma que Paulo Magno de Melo Rodrigues Alves foi flagrado pilotando um drone nas proximidades da residência oficial do governo do Ceará, em 2021.

    Diferentemente do que aponta a PF, autoridades que acompanharam o desdobramento do episódio afirmaram à Folha que quem pilotava o drone era um oficial de inteligência que havia sido deslocado de Brasília e uma servidora da Abin lotada na superintendência local.

    Inicialmente, a dupla foi abordada pela guarda palaciana por se tratar de uma área de segurança onde a presença de drones não é permitida. Em um segundo momento, no entanto, os policiais verificaram a placa do carro e eles se identificaram como agentes da Abin.

    Os dois oficiais de inteligência afirmaram que não sabiam que estavam perto do Palácio da Abolição, e que o voo era apenas para que a servidora de Fortaleza fosse instruída a usar o equipamento.

    Em petição protocolada em 25 de janeiro, os advogados do ex-diretor da Abin afirmam que a informação da PF de que ele foi flagrado nas proximidades da residência oficial do governo do Ceará em 2021 não é verdadeira.

    “O peticionário não é piloto de drones da Abin, sequer sabe pilotar esse aparelho e também não tem habilitação. Aliás, Paulo Magno tampouco estava no Ceará no momento em que teria ocorrido tal episódio”, diz a peça, à qual a reportagem teve acesso.

    A petição apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) é assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Franciso Agosti e Marcelo Neves.

    “Paulo Magno não pilota, nem nunca pilotou drone algum, seja no Ceará ou em qualquer outro lugar. Tal equivocada informação prestada pela PF induz o Poder Judiciário –e, depois das citadas notícias, a sociedade também– em erro, acarretando graves prejuízos à imagem e à reputação do peticionário.”

    A defesa também contesta a firmação de que Magno seria “gestor do FirstMile”, o programa espião que teria sido usado pela gestão Bolsonaro para espionar adversários políticos, dizendo que ele não utilizava o sistema e não atuou como gestor do contrato ou da ferramenta.

    A Abin é o ponto central da apuração da PF iniciada em março do ano passado sobre a suspeita de que a agência, na gestão de Bolsonaro, tenha sido usada para monitorar e perseguir rivais. Camilo Santana, filiado ao PT, era adversário da antiga gestão federal.

    A informação da Polícia Federal de que Magno pilotava o drone foi usada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na decisão que autorizou operações de busca e apreensão em janeiro. Segundo o ministro, o episódio comprovaria “a total ilicitude das condutas”.

    A Folha procurou a PF, mas o órgão disse que não se manifesta sobre investigações em andamento.

    Em depoimento prestado aos investigadores em outubro, Magno afirmou que, do final de 2020 até o início de 2022, ocupou a função de coordenador-geral de Operações de Inteligência da Abin.

    Ele não foi questionado na ocasião sobre o episódio do drone porque a PF só chegou a esse dado após busca ocorrida naquela data.

    Em 2021, a Abin abriu um PAD (processo administrativo disciplinar) contra os dois oficiais de inteligência envolvidos no caso. O processo foi arquivado no ano seguinte.

    No relatório policial apresentado a Moraes, é descrito que dispositivos móveis apreendidos com Magno continham um arquivo denominado “Defesa Prévia – PM.docx”, em que haveria um esboço de justificativa a ser apresentada caso ele fosse incluído no PAD.

    No documento, é afirmado não ter havido plano de operação destinada a monitoramento e é solicitado o arquivamento do processo disciplinar. Se o entendimento fosse por sua continuidade, porém, Magno pedia a inclusão dos demais gestores da Abin à época, entre eles o então diretor-geral Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL.

    Ex-diretor da Abin suspeito de espionagem contra Camilo Santana não pilotou  drone

    “O evento, portanto, corrobora a sistemática prática de realização de ‘operações de inteligência’ sem os devidos registros, com o fito de encobrir o desvio republicano”, escreveu o delegado da PF Daniel Carvalho Brasil Nascimento em seu relatório.

    Os relatórios da PF produzidos nessa investigação também chegaram a ser contestados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), mostram documentos sigilosos da apuração aos quais a Folha teve acesso.

    Em dezembro, a vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, enviou a Moraes parecer sobre pedido da PF de medidas cautelares, afastamento dos cargos públicos e do mandato parlamentar (em relação a Ramagem), e reclamou da qualidade do relatório policial.

    Ela escreveu que a representação policial deveria expor adequadamente “a necessidade, adequação e utilidade das medidas cautelares, vir acompanhada do resultado das diligências já realizadas e, sobretudo, ser legível e inteligível”.

    E prosseguiu, afirmando que a PF pleiteava decretação de medidas graves, como o afastamento do mandato de parlamentar, em peça composta por recortes de resultados das diligências já realizadas “sem sequer se permitir a exata compreensão desses extratos da investigação, já que não se acostou aos autos a íntegra dos elementos informativos já apurados”.

    Moraes determinou à PF que refizesse o relatório e, cerca de um mês e meio depois, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou a favor da maioria das medidas solicitadas pela polícia, mas se posicionou contra algumas das principais, entre elas uma busca e apreensão em um gabinete da Câmara e o afastamento de Ramagem do mandato.

    Como a Folha revelou na última quinta-feira (7), a afirmação da PF de que o suposto esquema de arapongagem ilegal do governo Bolsonaro tentou vincular Moraes e Gilmar Mendes à facção criminosa PCC está amparada na interpretação de dois parágrafos especulativos de um documento que teria sido produzido no gabinete de um deputado federal.

    Nesse mesmo dia, reportagem também mostrou que a PF pediu busca e apreensão no gabinete de um deputado federal, Gilberto Nascimento, mesmo afirmando não ver indícios de sua participação no episódio.

    O argumento usado foi o de que a operação seria em benefício do próprio parlamentar, para comprovar cabalmente sua inocência. Moraes negou a busca.

    Folha de São Paulo