Categoria: Destaque

  • Cafés do Brasil têm receita bruta estimada em R$ 127,88 bilhões para o ano-cafeeiro 2025

    Cafés do Brasil têm receita bruta estimada em R$ 127,88 bilhões para o ano-cafeeiro 2025

    Faturamento da espécie de Coffea arabica deverá atingir R$ 93,05 bilhões (72,7%) e de Coffea canephora R$ 34,83 bilhões (27,3%)

    O faturamento bruto dos Cafés do Brasil estimado para o corrente ano-cafeeiro de 2025 deverá atingir a cifra total de R$ 127,88 bilhões. Para tanto, o total previsto para este ano considera R$ 93,05 bilhões calculados para a espécie de Coffea arabica (café arábica), que equivalem a 72,7% da cifra total estimada, e, adicionalmente, R$ 34,82 bilhões, que foram estimados para a espécie de Coffea canephora (robusta+conilon), receita que corresponderá a 27,3% do total geral em nível nacional.

    Caso seja feito um comparativo do faturamento bruto do setor em 2024, que foi de R$ 80,31 bilhões, com o previsto para 2025, verifica-se um significativo acréscimo de 59,2% na receita. E, ainda, se for feito o mesmo comparativo com o faturamento dos Cafés do Brasil de 2023 o aumento é ainda mais expressivo, ao superar 140%, saltando de R$ 53,24 bilhões para R$ 127,88 bilhões em apenas dois anos.

    Vale esclarecer que o Valor Bruto da Produção – VBP dos Cafés do Brasil é calculado e divulgado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA. Tal estudo do setor cafeeiro também está disponível na íntegra, assim como todas as demais edições anteriores, no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, rede integrada de pesquisa coordenada pela Embrapa Café.

    Prosseguindo tal análise do Valor Bruto de Produção – VBP dos Cafés do Brasil estimado para o ano-cafeeiro de 2025, e observando apenas o desempenho da espécie de C. arabica, a qual tem uma receita bruta estimada de R$ 93,05 bilhões, verifica-se que na comparação com o valor efetivamente arrecadado em 2024, que foi de R$ 58,15 bilhões, que essa estimativa, caso se confirme, corresponderá a um aumento em torno de 60% em relação ao período anterior.

    E, mais que isso, caso também seja estabelecido um ranking, em ordem decrescente, do VBP dos principais estados brasileiros produtores dos cafés da espécie C. arabica, constata-se que o estado de Minas Gerais, principal estado produtor, ocupa o primeiro lugar, com faturamento estimado em R$ 65,55 bilhões, o que equivale a 70,4% do faturamento nacional dessa espécie, seguido pelo estado de São Paulo, com R$ 12,31 bilhões (13,2%). Em terceiro lugar vem o Espírito Santo, cujo faturamento estimado somou R$ 7,23 bilhões (7,7%), seguido da Bahia, em quarto, com R$ 4,61 bilhões (4,9%).

    E, no quinto lugar deste ranking, figura o estado do Paraná, que teve o faturamento bruto da lavoura de C. arabica estimado em R$ 1,78 bilhão, montante que corresponde a de 1,9% do VBP em análise. Mais sete estados brasileiros produtores completam o total da arrecadação nacional, a qual foi estimada em R$ 93,05 bilhões para o cultivo do café arábica no ano-cafeeiro em curso.

    Em complemento, se aplicada a mesma lógica desta análise, especificamente para os dados do faturamento bruto das lavouras de café da espécie C. canephora, verifica-se o seguinte ranking dos cinco principais estados produtores: na primeira colocação, desponta o estado do Espírito Santo, com R$ 22,80 bilhões (65,46%), o qual vem seguido por Rondônia com R$ 5,72 bilhões (16,42%). E, em terceiro lugar, figura o estado da Bahia com R$ 5,02 bilhões (14,41%).

    Na quarta posição, Minas Gerais, que também produz essa espécie, com R$ 760,98 milhões, montante que corresponde a 2,18% do C. canephora. Por fim, fechando o ranking dos cinco principais estados brasileiros produtores dessa espécievem o estado do Mato Grosso com previsão de arrecadar R$ 330,69 milhões com a essa espécie no ano-cafeeiro de 2025, valor que representa menos de 1% do total nacional.

  • Morre Kiraz, uma das gêmeas siamesas de São Paulo separada em Goiânia

    Morre Kiraz, uma das gêmeas siamesas de São Paulo separada em Goiânia

    A pequena Kiraz, de apenas um ano e seis meses, lutou pela vida o quanto pôde, mas não resistiu. Ligada à irmã pelo tórax, abdômen e bacia, Kiraz passou por uma longa e complexa cirurgia de separação da irmã siamesa, Aruna. Ela morreu nesta segunda-feira, 19.

    Kiraz estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o término do procedimento, recebendo cuidados intensivos de uma equipe médica e multiprofissional.

    A morte confirmada pelo Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) na tarde desta terça-feira, 20, após realizar uma série de exames e procedimentos utilizados para diagnosticar e confirmar a morte encefálica — isto é, a perda total e irreversível das funções cerebrais— conhecido como protocolo encefálico.

    Unidas desse o nascimento, Kiraz e Aruna passaram pelo procedimento que iniciou-se no dia 10 de maio e perdurou por mais de 19 horas. Mais de 50 profissionais, entre equipe multidisciplinar e 16 especialistas, coordenados pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, participaram da cirurgia.

    Segundo Calil, as meninas compartilhavam diversos órgãos e estruturas ósseas, entre eles o osso ísquio, a bacia, o abdômen e o tórax. Além disso, possuíam uma terceira perna. Classificadas como esquiópagas triplas, uma condição extremamente rara e complexa, o caso exigiu meses de preparação. Por exemplo, apenas a retirada da terceira perna, por exemplo, levou cerca de três horas.

    As crianças são naturais de Igaraçu do Tietê, interior de São Paulo, e o procedimento cirúrgico contou com mais de um ano de preparo.

    Aruna segue em estado grave

    De acordo com o boletim médico do hospital, a paciente Aruna, irmã de Kiraz, segue em estado grave, com evolução esperada para a fase atual do pós-operatório. Ela permanece em sedação contínua, em uso de ventilação mecânica e sob dieta zero. Apresenta diurese espontânea e faz uso de drogas vasoativas para manutenção da estabilidade hemodinâmica.

    O Hecad reforça que a equipe multiprofissional segue acompanhando de forma contínua a evolução clínica da paciente (Aruna) e se solidariza com os pais e familiares neste momento difícil, prestando todo o acolhimento e suporte necessários.

    Jornal Opção

  • Zambelli revela valor arrecadado com seguidores para pagar multas do STF

    Zambelli revela valor arrecadado com seguidores para pagar multas do STF

    A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou ter arrecadado mais de R$ 166 mil em um dia, por meio de doações via Pix feitas por apoiadores e seguidores nas redes sociais. A campanha de arrecadação foi iniciada pela deputada na manhã de ontem (19/5), para pagar multas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

    “Se você acredita na minha luta, se entende que o que está em jogo é muito maior do que uma condenação injusta, me ajude”, pediu Zambelli em publicação no Instagram.

    A “campanha Pix” foi iniciada pela manhã, e, ao final do dia, a deputada publicou uma foto de sua conta bancária, mostrando o saldo. Zambelli disse, no entanto, que o montante ainda não é suficiente para o pagamento da dívida.

    “Esse valor não cobre nem de longe as multas milionárias que o STF está tentando me impor: mais de R$ 4 milhões, além da perda do meu mandato”, escreveu, que alega ser vítima de perseguição política.

    Carla Zambelli foi condenada pelo STF, no último dia 14, a dez anos de prisão, além da perda do cargo de deputada federal por coordenar invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o hacker Walter Delgatti em 2023.

    Os dois terão que pagar R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos. A decisão também estabeleceu multas individuais de cerca de R$ 2,1 milhão para a deputada e de aproximadamente R$ 520 mil para o hacker. Os valores exatos ainda serão calculados no processo.

    Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli “comandou” e ajudou no “planejamento” do ataque cibernético. O hacker confessou os crimes.

    O advogado Daniel Bialsky, responsável pela defesa da deputada, afirmou que apresentará com um embargo de declaração e criticou o julgamento do STF em formato virtual. Segundo ele, o vídeo rebatendo pontos da acusação teria sido assistido somente pelo ministro relator, Alexandre de Moraes.

    Agência Estado

  • Lula condecora Janja com título da Ordem do Mérito Cultural

    Lula condecora Janja com título da Ordem do Mérito Cultural

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai condecorar, nesta terça-feira (20/5), a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, com o grau máximo da Ordem do Mérito Cultural (OMC). Esse título, segundo o Ministério da Cultura, representa reconhecimento público no campo cultural brasileiro.

    A solenidade de entrega da homenagem à primeira-dama contará com a presença do presidente e da ministra da Cultura, Margareth Menezes. Janja está entre as 41 figuras públicas, incluindo artistas e produtores, que receberão a medalha da OMC.

    A lista de homenageados laureados neste ano inclui nomes consagrados da arte brasileira, como Fernanda Torres, Walter Salles, Marcelo Rubens Paiva, Alceu Valença, Alcione, Chitãozinho e Xororó, Ney Matogrosso, Chico César, Milton Nascimento e Martinho da Vila. Haverá também tributos póstumos a importantes figuras como Beth Carvalho, Aldir Blanc, Marília Mendonça e Paulo Gustavo.

    Justificativa

    O Ministério da Cultura justificou a escolha dos homenageados afirmando que lista “representa a variedade e o valor da produção cultural do Brasil, valorizando manifestações artísticas de diferentes áreas, trajetórias e linguagens”.

    Especificamente sobre a primeira-dama, a pasta a descreve como uma “socióloga com trabalho notório em questões sociais, direitos das mulheres e combate à insegurança alimentar”. O Ministério também destacou seu “empenho na promoção da cultura e na mobilização da sociedade”.

    A Ordem do Mérito Cultural havia sido interrompida desde 2019, sendo agora reativada. Seu propósito é distinguir personalidades, instituições e organizações que tenham prestado contribuições significativas para a cultura do país.

    Correio Braziliense

  • PF apreende carros de luxo do “Careca do INSS” em Brasília

    PF apreende carros de luxo do “Careca do INSS” em Brasília

    A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (20/5), mandados de busca e apreensão contra Antonio Carlos Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. A ação é mais uma fase da Operação sem Desconto, deflagrada no fim de abril, para investigar fraudes em repasse de recursos de aposentados a associações.

    O “Careca do INSS” é apontado pela polícia como um dos principais suspeitos por operar um esquema de desvio de aposentadorias e pensões do INSS. O esquema investigado envolve descontos considerados indevidos. A Operação Sem Desconto foca na apreensão de carros de luxo pertencentes a Antunes na capital federal.

  • Lula anuncia crédito para reforma de casas em Marcha dos Prefeitos

    Lula anuncia crédito para reforma de casas em Marcha dos Prefeitos

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (20) que vai lançar um programa de crédito para reformas de casas. A declaração foi dada na abertura da Marcha dos Prefeitos, em Brasília (DF), ao comentar o déficit de moradias no Brasil.

    “Vamos anunciar um outro programa, diferente do Minha Casa, Minha Vida, que é uma política de crédito para reforma de casas. O cidadão que quiser reformar a sua casa, fazer uma garagem, um quarto, um banheiro, terá direito a um crédito com juros mais barato possível. A gente vai dar chance da pessoa ter uma casinha”, explicou.

    Segundo Lula, a medida será uma alternativa para quem não tem interesse em adquirir algum imóvel do Minha Casa, Minha Vida. “Estava vendo que o Brasil tem um déficit de sete milhões de casas. Eu sou o presidente da República que mais fiz casas nesse país, mas alguma coisa está errada [porque o déficit continua alto]”, disse.

    Marcha dos Prefeitos

    Esta é a 26ª edição do evento, organizado pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) e que reúne, tradicionalmente, prefeitos, vereadores, secretários e demais gestores municipais. Com estimativa de rombo de R$ 540 bilhões nas contas públicas das cidades, as autoridades vêm à capital federal defender a renegociação de dívidas dos municípios e buscar novos investimentos.

    Os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), respectivamente, também estiveram na abertura do encontro, que pretende debater, ainda, temas como segurança pública, saúde e educação. Além deles, ministros de Lula e parlamentares federais também participaram do evento.

    A principal demanda política da edição deste ano é a renegociação de dívidas de municípios com a União. Prefeitos defendem a proposta para ampliar o prazo de quitação de débitos com a previdência para 25 anos, indicado na PEC (proposta de emenda à Constituição) 66, que está em análise no Congresso Nacional.

    “Dá um impacto de quase R$ 700 bilhões, porque envolve precatórios, dívidas do regime geral, fundos agora flexibilizados”, afirma o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

    Segundo ele, o grupo busca negociações para a proposta nos próximos dias, em conversas com parlamentares e integrantes do governo Lula. A demanda é prioritária para o ano e poderá trazer prefeitos novamente a Brasília, caso seja necessário.

    Outro destaque da edição deste ano é a formação do Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), criado na reforma tributária. Municípios defendem que haja uma eleição para composição do grupo que vai definir regras para o novo imposto.

    Em outras frentes, prefeitos defendem a criação de um fundo com recursos que vão além de emendas parlamentares, além de uma garantia de valores para cidades que não sejam beneficiadas com o envio de recursos por deputados e senadores.

    Impacto financeiro

    O prejuízo de R$ 540 bilhões nos cofres dos municípios calculado pela CNM considera valores retroativos ainda não compensados a cidades e a estimativa de perdas em 2025.

    Os valores consideram gastos de municípios que não foram atualizados pelo governo, como a compensação de pisos salariais e atendimentos sociais relacionados ao Bolsa Família.

    “O resultado desse cenário se vê no déficit primário dos municípios, que aumentou de R$ 17 bilhões em 2023 para R$ 33 bilhões em 2024. A CNM analisa que a crescente rigidez orçamentária, impulsionada por vinculações legais e constitucionais, contribui significativamente para essa deterioração fiscal”, diz trecho de nota divulgada pela confederação.

    R7

  • Corrigir toda a tabela do Imposto de Renda custaria mais de R$ 100 bilhões, diz Fazenda

    Corrigir toda a tabela do Imposto de Renda custaria mais de R$ 100 bilhões, diz Fazenda

    O Ministério da Fazenda estima que uma correção completa da tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) teria um custo maior a R$ 100 bilhões por ano no país.

    A projeção foi citada pelo secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, a deputados nesta terça-feira (20), e justifica a previsão do governo de isentar quem ganha até R$ 5.000.

    “Corrigir a tabela toda [do Imposto de Renda] ia custar mais de R$ 100 bilhões, não temos condições de fazer isso. Ao fazer dessa forma, a gente reduziu a conta para algo significativamente em torno de R$ 25 bilhões, que a gente consegue pensar com imposto mínimo”, declarou Pinto em audiência na comissão especial que discute a proposta.

    O secretário também destacou um benefício tributário para salários que sejam maiores que o isento e cheguem a R$ 7.000. A projeção do ministério é de um custo de R$ 27 bilhões por ano para a faixa escolhida.

    “A nossa proposta é fazer uma reforma do IR neutra, cujo primeiro passo é isentar quem ganha até R$ 5.000, dar um benefício para quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.000”, diz.

    Segundo o representante da Fazenda, a mudança é apontada como uma forma de diminuir desigualdades no pagamento de impostos no país.

    “5% das pessoas ganham a mesma coisa que o resto todo da população junta. É uma distribuição de renda muito desigual, quase sem paralelo no mundo. E o que acontece: na medida em que as pessoas vão tendo renda mais alta no Brasil, a maior parte da renda é isenta”, afirma.

    A posição inaugurou as audiências da comissão para analisar a ampliação da isenção do IR. Segundo confirmou o presidente do grupo, Arthur Lira (PP-AL), há apoio para que o projeto seja aprovado, mas a principal discussão será ligada às formas de compensação para arcar com custos do IR.

    “O debate dessa matéria vai ser em cima da compensação, não é, da renúncia fiscal do Governo Federal. Então, não há praticamente discussão em relação à isenção de R$ 5.000. A gradação desse dessa isenção também não.

     

    R7

  • Juíza envolvida em caso de adolescente que recorreu ao STJ para fazer aborto legal em Goiás é afastada, determina CNJ

    Juíza envolvida em caso de adolescente que recorreu ao STJ para fazer aborto legal em Goiás é afastada, determina CNJ

    De forma unânime, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou processo administrativo disciplinar (PAD) em desfavor da juíza Maria Socorro de Sousa Afonso da Silva e da desembargadora Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade, magistradas do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), por decisões proferidas em julho de 2023 que impossibilitaram o acesso de uma adolescente de 13 anos ao aborto legal. A menina havia sido vítima de estupro.

    A decisão determinou também que Maria Socorro seja afastada cautelarmente do Juizado de Infância e Juventude de Goiânia até o término do PAD. A juíza deve ser designada para atuação em outra vara. O julgamento foi presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso, em sessão plenária virtual na sexta-feira (16).

    Em nota, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) esclareceu que o processo mencionado tramita sob sigilo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), motivo pelo qual não é possível a emissão de comentários sobre o caso. Porém, enfatizou que “as magistradas envolvidas possuem trajetória reconhecida no âmbito do Poder Judiciário goiano, com atuação pautada pela responsabilidade e compromisso com a prestação jurisdicional”.

    O g1 não obteve o contato da defesa das magistrada até o momento da publicação da reportagem.

    Representação

    A abertura do procedimento disciplinar atendeu a representação feita pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABDJ), em julho de 2024, que denunciou violação de direitos de meninas vítimas de violência sexual. O advogado Vítor Albuquerque, que é secretário executivo da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, afirmou que o afastamento da juíza Maria do Socorro do juizado da infância e juventude, enquanto responde ao processo disciplinar, se mostra medida importante.

    “Principalmente por já ter demonstrado parcialidade em situações que envolva aborto legal em crianças e adolescentes”, ressaltou.

    Albuquerque afirmou que o CNJ vem ouvindo a sociedade e respondendo às violações de direitos praticadas com o pretexto religioso, apesar de o problema ser mais profundo. O advogado destacou que em todos os casos de violência perpetrada com uso de decisão ilegal de negativa de autorização para aborto legal, as vítimas são crianças em situação de violência e vulnerabilidade. “Então são violentadas novamente pelo Estado, de forma perene e impiedosa”, pontuou.

    A legislação brasileira autoriza o aborto em três situações: quando a vida da gestante está em risco, quando a gravidez é resultado de estupro, e quando o feto é anencéfalo, ou seja, quando ele possui uma grave malformação congênita com ausência total ou parcial do cérebro, incompatível com a vida.

    Luta por aborto

     

    Em junho de 2023, a juíza Maria do Socorro de Sousa Afonso da Silva chegou a autorizar uma interrupção da gravidez da adolescente de 13 anos, desde que a vida do feto fosse preservada. Assim, a magistrada proibiu a utilização de qualquer método que induzisse a morte do feto, o que levaria a adolescente a prolongar a gestação.

    No da 27 de junho, a desembargadora Doraci Lamar concedeu liminar que suspendia integralmente o acesso ao aborto pela garota, ao justificar que não havia no processo qualquer documento assinado por um profissional de saúde que comprovasse o risco de morte da gestante.

    Em julho a presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Moura, autorizou a interrupção da gravidez. A decisão afirmava que a intervenção do STJ foi necessária para “fazer cessar o constrangimento ilegal a que se encontra submetida a paciente [vítima]”.

    “Defiro o pedido de liminar para autorizar a interrupção da gestação da adolescente, seja pela via do aborto humanitário, caso assim escolher, seja pela antecipação do parto, preponderando-se sempre a vontade da paciente, com o devido acompanhamento e esclarecimentos médicos necessários”, diz a decisão da presidente do STJ.

    A decisão também apontou que o caso demonstra “extrema vulnerabilidade por parte da adolescente vitimizada não apenas pela violência sexual perpetrada pelo seu agressor, mas também pela violência psicológica exercida pelo pai e por seus representantes e pela violência institucional decorrente da demora na realização de procedimento de interrupção de gestação que vem sendo buscado há 2 (dois) meses”.
    G1GO
  • Esquema de corrupção com fraude de 350 milhões é alvo de operação, em Goiás

    Esquema de corrupção com fraude de 350 milhões é alvo de operação, em Goiás

    Uma operação policial, em Goiás, cumpre 15 mandados de busca e apreensão e 5 prisões temporárias contra esquema de corrupção envolvendo falsificação de documentos e fraude tributária.

    Procurador da Assembleia de Goiás está entre os alvos de operação contra fraude de impostos e tem quase R$ 200 mil apreendidos em casa, diz polícia. O grupo movimentou mais de 350 milhões de reais, com alvos que incluem ex-funcionários de cartório, advogados e servidores públicos.

    Um procurador da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) está entre os alvos de uma operação contra fraude de impostos e teve aproximadamente R$ 190 mil apreendidos em casa, segundo a Polícia Civil. Nesta terça-feira (20), ele e mais quatro pessoas foram presas. No total, mais de R$ 5,3 milhões foram sequestrados.

    Ao g1, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), disse que não tem conhecimento da operação. “A Alego não se responsabiliza por qualquer ato ilícito cometido por qualquer um dos servidores que não tenha relação com a administração legislativa”, pontuou (leia a nota na íntegra ao final do texto).

    O delegado Bruno Barros Ferreira, responsável pela investigação, pontuou que além do procurador, um auditor fiscal da Secretaria da Economia, uma tabeliã e seu marido, e um advogado de Goiânia estão entre os presos.

    Em nota, a Secretaria ressaltou que “aguarda informações sobre a apuração e seus desdobramentos, e poderá adotar as providências cabíveis também na esfera administrativa” (leia o pronunciamento completo abaixo).

    A Ordem dos Advogados Seção Goiás (OAB-Goiás) se pronunciou sobre e disse que está acompanhando o caso. “A Seccional reitera que acompanha todas as situações que chegam ao seu conhecimento, adotando as providências cabíveis para resguardar a dignidade da advocacia”, destacou o texto (leia na íntegra ao final do texto).

    O Sindicato do Funcionários do Fisco do Estado de Goiás (Sindifisco-GO) informou em nota que aguarda atualização das investigações e que confia na condução do processo legal, assim como na presunção na inocência do auditor (veja texto completo abaixo).

    Segundo o investigador, o grupo usava dados da Receita Estadual para captar as vítimas. Eles prestavam assessoria tributária ilegal e usavam os dados dos contribuintes para fraudar impostos, informou a polícia.

    Como os nomes dos outros envolvidos não foram divulgados, o g1 não conseguiu localizar a defesa deles para que pudessem se posicionar até a última atualização desta reportagem.

    Esta é a segunda fase da Operação Prince John, deflagrada em setembro de 2024. Conforme informado pelo delegado, mesmo diante das investigações, os suspeitos continuaram com a fraude.

    “Naquela época, foram presas quatro pessoas temporariamente. Hoje nós sabemos que é um esquema de corrupção muito mais sofisticado do que parecia a primeira vista. Isso acabou lesando inúmeras vítimas”, disse.

    A investigação identificou, até o momento, 15 vítimas. Uma delas relatou ter tido um prejuízo de R$ 17 milhões. “O grupo que foi inicialmente investigado, eles transacionaram em cinco anos, aproximadamente 350 milhões através de suas contas fiscas e pessoas jurídicas, e apenas entre eles, 54 milhões de reais”, destacou o delegado.

    De acordo com a polícia, estão sendo apuradas as práticas dos seguintes crimes:

    • Associação criminosa
    • Estelionato
    • Falsificação de documento público
    • Falsidade ideológica
    • Uso de documento falso
    • Corrupção passiva
    • Corrupção ativa
    • Extorsão

    Como o esquema funcionava?

    Conforme divulgado pela PC, o esquema de corrupção era realizado sob o pretexto de prestar um serviço de assessoria tributária, mas enganava as vítimas, “falsificando documentos públicos – o demonstrativo de cálculo do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) – com a finalidade de simular o recolhimento do imposto”.

    Segundo a polícia, a associação criminosa tinha contatos com servidores da Secretaria de Economia, que compartilhavam informações a respeito de questões fiscais com integrantes do cartório.

    “Essa associação interceptava esse potencial contribuinte, para que ele se convencesse a contratar as assessorias tributárias, com a promessa de que ele pagaria muito menos imposto”, explicou o delegado.

    De acordo com o investigador, algumas pessoas nem sequer sabem que foram vítimas do esquema. “Elas acreditavam porque essa associação criminosa contava com elementos concretos de convencimento, como, por exemplo, a participação de um procurador da Secretaria Legislativa. Ele usava do prestígio atribuído ao cargo para que essas pessoas fossem convencidas”, ressalou.

    Nota da Assembleia Legislativa de Goiás

    A Assembleia Legislativa de Goiás não tem conhecimento da operação da Polícia Civil que investiga um dos servidores da Casa. A Alego não se responsabiliza por qualquer ato ilícito cometido por qualquer um dos servidores que não tenha relação com a administração legislativa. A Assembleia Legislativa de Goiás reprova veementemente este tipo de conduta e está à disposição da Polícia Civil e dos órgãos competentes para colaborar com as investigações.

    Secretaria de Comunicação da Assembleia Legislativa de Goiás

    Nota da Secretaria da Economia

    – A Secretaria da Economia acompanha as investigações conduzidas pela Polícia Civil, que resultaram na prisão de um servidor da pasta.

    – A Secretaria aguarda informações sobre a apuração e seus desdobramentos, e poderá adotar as providências cabíveis também na esfera administrativa.

    Nota da OAB-Goiás

    A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), por meio do Sistema de Defesa das Prerrogativas (SDP) e da subseção de Goianésia, informa que está acompanhando a segunda fase da operação Prince Jonh, que apura supostas fraudes no recolhimento do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD), envolvendo três advogados.

    A Seccional reitera que acompanha todas as situações que chegam ao seu conhecimento, adotando as providências cabíveis para resguardar a dignidade da advocacia. Esse acompanhamento é pautado na defesa das prerrogativas profissionais, com atenção rigorosa aos preceitos éticos que regem o exercício da advocacia.

    Nota do Sindifisco-GO

    O Sindicato do Funcionários do Fisco do Estado de Goiás (Sindifisco-GO) tomou conhecimento da operação conduzida pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO), que resultou na detenção de um de seus filiados.

    A entidade acompanha os desdobramentos do caso por meio de seu Departamento Jurídico e aguarda atualizações sobre as investigações, reafirmando sua confiança no respeito ao devido processo legal e na presunção de inocência do servidor envolvido.

  • “Não há protocolo que me faça calar”, diz Janja após reunião na China

    “Não há protocolo que me faça calar”, diz Janja após reunião na China

    primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, se defendeu, nesta segunda-feira (19), das acusações de que teria “quebrado o protocolo” ao falar sobre os efeitos do TikTok, rede social chinesa, em um jantar na China com o presidente Xi Jinping na semana passada. Ela afirmou que não admite que “alguém me dirija dizendo que eu tenho que ficar calada”.

    “Não há protocolo que me faça calar se eu tiver uma oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa que seja, do maior grau ao menor grau, do mais alto nível à qualquer cidadão comum”, disse Janja em discurso na Abertura da Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, nesta manhã.

    “Eu quero dizer que a minha voz vocês podem ter certeza que vai ser usada para isso. E foi para isso que ele foi usada na semana passada quando eu me dirigi ao presidente Xi Jinping após a fala do meu marido sobre uma rede social. Então, eu quero dizer que eu, como mulher, não admito que alguém me dirija dizendo que eu tenho que ficar calada. Eu não me calarei quando for para proteger a vida das nossas crianças e dos nossos adolescentes”, prosseguiu a primeira-dama.

    Descontente com o vazamento das declarações de Janja ao presidente chinês, Lula saiu em defesa da esposa.

    “Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para discutirmos a questão digital, sobretudo do Tik Tok. Aí a Janja pediu a palavra para explicar o que é que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e contra as crianças. […] Ele vai mandar uma pessoa especialmente para conversar conosco sobre o que a gente pode fazer nesse mundo digital”, afirmou o presidente.

    À CNN, a primeira-dama afirmou ter sido vítima de machismo após ter a reunião com Jinping vazada.

    “Vejo machismo e misoginia da parte de quem presenciou a reunião e repassou de maneira distorcida o que aconteceu. E vejo a amplificação da misoginia por parte da imprensa, e me entristece que essa amplificação tenha o engajamento de mulheres”, disse.