Os preços médios do etanol hidratado caíram em 18 Estados e no Distrito Federal, subiram em 5 e ficaram estáveis em 3 Estados na semana de 23 a 29 de março. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pelo AE-Taxas. Nos postos pesquisados pela Agência em todo o País, o preço médio do etanol caiu 0,92% na comparação com a semana anterior, para R$ 4,32 o litro. Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média recuou 0,48% no período, para R$ 4,17 o litro. A maior alta porcentual na semana, de 1,70%, foi registrada em Rondônia, onde o litro passou a R$ 5,39. A maior queda no período, na Bahia, foi de 4,71%, para R$ 4,65 o litro.
O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,46 o litro, em São Paulo. O maior preço, de R$ 6,49, foi observado em Pernambuco. Já o menor preço médio estadual, de R$ 4,04, foi registrado em Mato Grosso, enquanto o maior preço médio foi verificado no Amazonas, de R$ 5,48 o litro.
Em ato esvaziado na Avenida Paulista neste domingo, 30, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) e aliados protestaram contra o projeto de lei que anistia os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Durante o discurso, Boulos afirmou que a base governista vai barrar a proposta na Câmara dos Deputados e provocou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado.
“O mundo gira e nós ainda vamos ter oportunidade de pegar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e levar a marmita da Cozinha Solidária para ele lá na Papuda”, disse Boulos, em referência ao ex-presidente.
Também presente no ato, o líder do governo na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), classificou esta semana como decisiva para o futuro do projeto e reforçou que a base do governo está unida para “enterrar de vez” o “PL da Anistia”.
“Estou ligando para os líderes. Esta vai ser a semana em que nós vamos enterrar esse PL da Anistia. Não vão conseguir, eu digo aqui para vocês. Só de votar estão cometendo um crime. Você sabe que prisão preventiva é para qualquer pessoa que quer atrapalhar uma investigação”, afirmou Lindbergh.
Também discursaram na manifestação os deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP), Orlando Silva (PCdoB-SP), Ivan Valente (PSOL-SP) e Erika Hilton (PSOL-SP), além dos deputados estaduais de São Paulo Antônio Donato (PT) e Ediane Maria (PSOL).
A mobilização foi uma resposta à manifestação organizada por Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia no Rio de Janeiro, no dia 16 de março, que teve entre suas principais bandeiras justamente a defesa da anistia aos envolvidos no ataque às sedes dos Três Poderes.
Manifestantes exibem a frase ‘sem anistia’ em ato da esquerda na Paulista neste domingo, 30 Foto: Werther Santana/Estadão
O ato foi promovido por entidades ligadas ao PT e ao PSOL. Além de São Paulo, outras sete capitais do País registraram manifestações da esquerda neste domingo: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Belém (PA), São Luís (MA), Brasília (DF) e Fortaleza (CE).
Na capital paulista, o protesto ocorreu na Praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista, na intersecção da via com a Avenida Bernardino de Campos e a Rua Treze de Maio.
Os manifestantes seguiram até a sede do antigo Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), principal órgão de repressão política na ditadura miliar.
Os participantes seguravam cartazes com os dizeres “sem anistia” e em referência a uma eventual prisão de Jair Bolsonaro. Também exibiam bandeiras do Brasil.
Ato da esquerda na Avenida Paulista contra o PL da Anistia Foto: Werther Santana/Estadão
O protesto ocorreu também em memória ao golpe militar de 1964, que tomou curso entre os dias 31 de março e 2 de abril. O governo federal decidiu não emitir manifestações oficiais sobre a data.
De acordo com o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), e a ONG More in Common, 6,6 mil pessoas estiveram presentes no ato na capital paulista. A contagem foi feita no momento de pico da manifestação, às 15h15, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial.
No método, um drone captou imagens aéreas da multidão e o software analisou automaticamente essas imagens para identificar e marcar as cabeças das pessoas. Utilizando inteligência artificial, o sistema localizou cada indivíduo e calculou quantos pontos correspondiam a pessoas na imagem. Esse processo garantiu uma contagem precisa, mesmo em áreas densas, segundo os responsáveis pelo levantamento.
O Monitor da USP também realizou a estimativa de público do ato convocado por Bolsonaro na orla de Copacabana no dia 16. A manifestação reuniu 18,3 mil pessoas.
Antes do ato, na sexta-feira, 28, Boulos minimizou uma possível diferença de público entre as manifestações em Copacabana e na Praça Oswaldo Cruz. Para o deputado federal, importa mais que a esquerda marque presença em atos de rua. “A questão não é o tamanho do público. Nós não podemos deixar as ruas para o bolsonarismo e ficar na defensiva nesta pauta da anistia”, disse o ex-candidato a prefeito de São Paulo.
Na cidade, a capacidade da esquerda em mobilizar atos de rua foi posta em xeque no ato das centrais sindicais de 1º de maio de 2024. Um evento organizado no estacionamento da Neo Química Arena, em Itaquera, contou com público reduzido, frustrando a expectativa de que o ato pudesse impulsionar a pré-candidatura de Boulos.
Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou um pedido de voto em Boulos antecipado, pelo qual foi condenado ao pagamento de uma multa eleitoral. Após o evento, o petista admitiu o público reduzido e o atribuiu a um “ato mal convocado”.
PL da Anistia
Um projeto de lei de autoria do deputado federal Major Vitor Hugo (PL-GO) pretende anistiar “todos os que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional” desde o dia 30 de outubro de 2022. Se aprovado, o texto abre brechas para que Bolsonaro seja beneficiado, uma vez que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente esteve à frente de uma tentativa de golpe de Estado que teve os atos de vandalismo à sede dos Três Poderes como ato derradeiro.
Como mostrou o Placar da Anistia do Estadão, mais de um terço da Câmara é favorável a conceder anistia aos presos do 8 de Janeiro. Dos 513 membros da Casa, 424 deram retorno até este sábado, 29: são 192 votos a favor do projeto, 126 contrários e 106 preferiram não responder. O apoio ao projeto é reduzido quando Bolsonaro é incluído no rol de anistiados.
Os 192 deputados federais favoráveis ao projeto podem levar o texto à votação no plenário da Casa, mas o número não é suficiente para aprovar a medida. Enquanto PL e PT são unânimes em votar a favor e contra o projeto, o Centrão é o fiel da balança e está indefinido. O PSD é o partido mais dividido entre adeptos e opositores do projeto.
Oposição critica ato na Paulista
Nas redes sociais, a oposição fez críticas ao ato na Paulista contra o projeto. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), em publicação no X (antigo Twitter), afirmou que “o vazio de Boulos encheu a Paulista de…vazio”.
“Vazio total. A manifestação de Boulos comprova que o vazio de dentro pode ser visto pelo vazio de fora. Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz, diz o ditado. Nesse caso, é menos. O vazio de Boulos encheu a Paulista de…vazio”, escreveu.
Na mesma rede social, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou uma foto e comentou sobre o número de pessoas no local. “A esquerda conseguiu fazer uma manifestação tão grande, mas tão grande, que dá pra contar quantas pessoas foram na foto kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Eu contei 44 e vocês?”, ironizou.
Embora esse não seja exatamente o problema que tira o sono das nossas políticas públicas no momento, a questão do envelhecimento populacional promete nos impactar mais cedo ou mais tarde. Em países onde isso já acontece de forma mais intensa, como a Coreia do Sul, a situação dos número de idosos se tornou tão crítica que já se fala em “superenvelhecimento” da população – uma forma sutil como o tema é tratado, mas que não para por aí.
Atualmente, 20% da população sul-coreana tem mais de 65 anos, e a taxa de natalidade caiu para 0,75 filho por mulher após oito anos consecutivos de declínio. Estimativas apontam que, até 2050, mais de 40% dos habitantes do país serão idosos. A menos, é claro, que o debate que os sul-coreanos iniciaram sobre esse conceito continue evoluindo.
A Coreia do Sul enfrenta o problema do superenvelhecimento
O envelhecimento da população sul-coreana apresenta três grandes desafios. O primeiro, e mais óbvio, é a sustentabilidade do país com um número crescente de idosos e uma força de trabalho insuficiente para atender às demandas do mercado. Sem jovens para substituir os trabalhadores que se aproximam da aposentadoria, a economia pode entrar em colapso.
O segundo desafio envolve o sistema de previdência. Atualmente, a Câmara de Comércio e Indústria da Coreia estima que haja 10 milhões de idosos no país, mas esse número pode dobrar até 2050. “Excluindo os 10 milhões de menores, os 2 milhões restantes terão que sustentar os idosos”, destaca a projeção. Não é preciso ser um gênio da matemática para perceber o quão preocupante é essa situação.
O terceiro e mais alarmante problema é a pobreza na terceira idade. A Coreia do Sul tem a maior taxa de pobreza entre idosos da OCDE. Em 2018, 43,4% das pessoas com mais de 66 anos viviam abaixo da linha da pobreza – um número expressivo quando comparado a países como França (4,1%) e Alemanha (10,2%). Até mesmo o Japão, que enfrenta um problema semelhante de baixa natalidade, apresenta uma taxa menor, de 19,6%.
Diante desse cenário, a Coreia do Sul adotou uma solução tão surreal quanto estratégica: redefinir o conceito de “idoso”. Agora, os cidadãos não serão mais considerados idosos aos 60 anos, mas apenas aos 74. A mudança, aparentemente simples, consiste em classificar como adultos aqueles que antes eram vistos como idosos. E, por mais absurda que pareça à primeira vista, essa solução já tem impacto nos dados oficiais.
A tecnologia como aliada na crise do envelhecimento
Independentemente da opinião sobre essa medida, a realidade é clara: a Coreia do Sul não pode sustentar toda a sua população idosa com um número cada vez menor de jovens. Aumentar impostos ou contribuições trabalhistas para manter o sistema como está não parece viável, tanto por questões de justiça intergeracional quanto pela iminência de um colapso financeiro.
Mas, felizmente, o avanço da tecnologia também trouxe novas soluções. O progresso na medicina, impulsionado por ferramentas como a inteligência artificial, não só promete ampliar ainda mais a expectativa de vida, mas também melhorar as condições de saúde na terceira idade.
Além disso, países como Suécia e Holanda já implementaram modelos de aposentadoria parcial, permitindo que idosos continuem trabalhando em empregos menos exigentes e em meio período. Essa abordagem reduz os custos da previdência e mantém os mais velhos economicamente ativos por mais tempo.
Ainda há muito a ser feito. Se a inteligência artificial já consegue resolver problemas médicos em 48 horas – algo que antes exigia anos de estudo –, talvez estejamos subestimando seu potencial para aprimorar a gestão da previdência e criar soluções mais eficazes para o envelhecimento populacional.
Talvez esse seja um dos preços do progresso. Mas, ainda que a tecnologia nos ajude a viver mais e melhor, parece cada vez mais certo que a ideia de aposentadoria como um período de descanso prolongado será repensada. A grande questão agora é: até que ponto a tecnologia poderá ajudar a tornar esses últimos anos mais dignos – tanto na Coreia do Sul quanto no resto do mundo?
Equipes de resgate estrangeiras começaram a voar para Mianmar neste sábado (29) para ajudar na busca por sobreviventes de um terremoto que matou 1.600 pessoas na nação do Sudeste Asiático, em meio a uma guerra civil.
O número de mortos em Mianmar foi de 1.644, disse o governo militar neste sábado (29), muito acima dos relatos iniciais da mídia estatal de 144 mortos na sexta-feira (28).
Pelo menos nove pessoas morreram na vizinha Tailândia, onde o terremoto de magnitude 7,7 abalou edifícios e derrubou um arranha-céu em construção na capital Bangkok, prendendo 30 pessoas sob os escombros, com 49 desaparecidos.
A modelagem preditiva do Serviço Geológico dos Estados Unidos estimou que o número de mortos poderia exceder 10.000 em Mianmar e que as perdas poderiam exceder a produção econômica anual do país.
O terremoto danificou estradas, pontes e edifícios em Mianmar, conforme a junta militar, cujo principal general, fez um raro apelo para assistência internacional na sexta-feira (28).
“As operações de busca e resgate estão sendo realizadas nas áreas afetadas”, disse a junta em um comunicado publicado na mídia estadual neste sábado (29).
Uma equipe de resgate chinesa chegou à capital comercial de Mianmar, Yangon, a centenas de quilômetros das cidades mais atingidas em Mandalay e Naipitau, a capital construída para o propósito do país, onde partes de um hospital com 1.000 leitos foram danificadas.
Ajuda exterior
A Rússia, a Índia, a Malásia e Singapura estão enviando cargas de suprimentos e equipes de resgate para Mianmar, devastado por uma guerra civil após um golpe militar em 2021 que derrubou um governo civil eleito.
“Vamos continuar acompanhando os acontecimentos e mais ajuda seguirá,” disse o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar.
A Coreia do Sul disse que iria fornecer uma ajuda humanitária inicial de US$ 2 milhões para Mianmar por meio de organizações internacionais.
Os Estados Unidos, que tem uma relação tensa com as forças militares de Mianmar e aplicou sanções contra seus funcionários, incluindo o chefe da junta, Min Aung Hlaing, disse que fornecerá alguma assistência.
Pior terremoto em mais de 100 anos
Segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o terremoto de março de 2025 é o mais poderoso a atingir Mianmar em mais de um século.
O último tremor de magnitude semelhante aconteceu em 1912 em Taunggyi, uma cidade no centro-leste de Mianmar.
O terremoto, de sexta-feira (28), afetou amplas faixas do país, desde as planícies centrais em torno de Mandalay até as colinas de Shan, partes das quais não estão completamente sob controle da junta.
Em Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar, moradores e trabalhadores de resgate se esforçaram para tirar as pessoas de edifícios desabados, usando máquinas pesadas limitadas disponíveis para remover escombros.
Em Bangkok, capital da Tailândia, a 1.000 km do epicentro, uma missão de resgate intensificou seus esforços neste sábado (29) para encontrar trabalhadores da construção presos sob os escombros da torre de 33 andares desabada.
As autoridades usaram escavadeiras, drones e cães de busca e resgate para tentar tirar as 30 pessoas presas, incluindo pelo menos 15 que ainda mostram sinais de vida.
“Faremos tudo, não desistiremos de salvar vidas, usaremos todos os recursos”, disse o governador de Bangkok, Chadchart Sittipunt, no local.
Depois que a cidade parou na sexta-feira (28), centenas passaram a noite nos parques, mas a situação estava melhorando neste sábado (29), disse ele.
Waanpetch Panta sentou-se no local do prédio desmoronado com seu marido, observando as operações de resgate e esperando por notícias de sua filha de 18 anos, que está entre os desaparecidos.
“Eu orei para que minha filha estivesse entre aqueles levados ao hospital,” ela disse, “tudo o que posso fazer é sentar e esperar assim.”
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta sexta-feira (28) que a quantidade de crimes cometidos pelos envolvidos no ataque aos Três Poderes em oito de janeiro de 2023 justifica o tempo das punições aplicadas. Ele destacou que, na medida em que o tempo passa, os brasileiros vão da indignação à pena.
“Eu acho que as penas ficaram elevadas pelo número de crimes praticados. O Brasil tem uma característica que, na hora que os episódios acontecem, as pessoas tem uma indignação profunda e, depois, na medida em que o tempo passa, elas vão ficando com pena. Vamos da indignação à pena”, afirmou Barroso.
Ao comentar o caso da cabeleireira Débora Rodrigues, que pichou a estátua da Justiça no 8/1 com batom, escrevendo a frase “perdeu, mané”, Barroso ressaltou que a “punição é inevitável” e, “se mais adiante, vai reduzir pena, é outra discussão”. O ministro reforçou que punir, nesse caso, faz bem para a democracia.
“A não punição desse episódio pode fazer parecer que, na próxima eleição, quem não estiver satisfeito, pode pregar a derrubada de governo ainda eleito, possa invadir prédios públicos. Não é bom para a democracia, nem para o futuro do país, que prevaleça esse tipo de visão”, completou.
Nesta semana, a suspensão do julgamento da cabeleireira gerou críticas as dosimetrias dos condenados do 8 de Janeiro.
As declarações do presidente do STF ocorreram depois de uma aula ministrada por ele, na manhã desta sexta-feira (28), a todos os alunos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Professor da instituição desde 1982, o ministro foi convidado para dar a aula inaugural no Campus Maracanã. Barroso abordou as “Plataformas digitais, Inteligência Artificial e os desafios para a sociedade”.
O Tribunal Superior da Catalunha, na Espanha, anulou nesta sexta-feira (28/3) a condenação por agressão sexual imposta ao jogador de futebol brasileiro Daniel Alves, citando inconsistências e contradições no caso contra ele.
Ainda cabe recurso da decisão perante a Suprema Corte da Espanha.
Em fevereiro do ano passado, o ex-jogador da seleção brasileira havia sido sentenciado a 4 anos e 6 meses de prisão pelo Tribunal de Barcelona.
A acusação envolvia uma mulher de 23 anos que, segundo a corte, teria sido abusada por Alves no banheiro de uma discoteca em Barcelona na madrugada de 31 de dezembro de 2022.
Ele chegou a ficar preso preventivamente durante 14 meses, mas foi solto em março de 2024 após pagar uma fiança milionária.
A decisão dessa sexta-feira fala em “falta de confiabilidade no depoimento da denunciante” e em “insuficiência probatória”, determinando absolvição e anulação das medidas cautelares adotadas.
A anulação da sentença foi comemorada pela defesa do jogador, mas duramente criticada por políticas mulheres, tanto brasileiras, quanto espanholas.
Pouco depois de a absolvição se tornar pública, a advogada do ex-atleta deu uma entrevista à rádio catalã Rac1, celebrando a decisão.
“Estou com Dani Alves. Estamos muito felizes. É inocente, como foi demonstrado, a Justiça falou. Ainda não pude ler profundamente a sentença, mas estamos muito, muito felizes, ele ficou muito emocionado. Enfim, fez-se a justiça”, disse a advogada Inés Guardiola.
Guardiola foi questionada se tentará conseguir uma indenização após a absolvição, já que Daniel Alves passou um tempo na prisão, mas ela disse que ainda é cedo para decidir.
A advogada da denunciante, Ester García, ainda não havia respondido a pedidos de comentário.
Reações na Espanha
Ana Redondo, ministra da Igualdade na Espanha, reagiu à decisão do tribunal, dizendo não questioná-la, mas não compartilhar do posicionamento.
“Não conseguimos ler a decisão com calma; acho que [isso] precisa ser feito lentamente. Nunca vamos questionar o judiciário; o que estamos fazendo é não compartilhar da decisão do Supremo Tribunal”, disse Redondo, após uma homenagem em Granada ao papel das associações de mulheres na construção da democracia, segundo reportagem do jornal espanhol El País.
A ministra espanhola enfatizou que as mulheres precisam saber que suas vozes e palavras são confiáveis.
“A lei respeita, protege e sustenta o que uma mulher diz como verdadeiro e, portanto, acho que devemos ter em mente que a lei mudou, que o consentimento deve ser levado em conta e que [com a decisão desta sexta-feira], infelizmente, podemos estar enviando a mensagem errada aos cidadãos e mulheres deste país.”
A ex-ministra da Igualdade da Espanha e eurodeputada pelo Podemos, Irene Montero, adotou um tom mais duro.
Segundo ela, em uma mensagem na rede social X (antigo Twitter), a sentença “é um claro exemplo de violência institucional e justiça patriarcal, que deixa as mulheres desprotegidas e, como diz a ONU, mantém a cultura de impunidade dos agressores. Mil vezes: só sim é sim”.
Reprodução/X – ‘Um claro exemplo de violência institucional e justiça patriarcal’, disse a ex-ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero
A segunda vice-presidente do governo espanhol e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, expressou seu “total apoio” à denunciante e manifestou sua “preocupação” com a revitimização dela, que “está sofrendo muito”.
Ela também destacou a necessidade de “a justiça andar de mãos dadas com as mulheres e proporcionar certeza e segurança”.
Por outro lado, a porta-voz adjunta da associação Juízes pela Democracia da Espanha, Concha Roig, afirmou que a decisão é “corajosa”.
“O principal motivo da absolvição é porque a hipótese da acusação não foi suficientemente corroborada”, disse Roig, ainda segundo o jornal El País.
O ministro da Presidência e Justiça da Espanha, Félix Bolaños, expressou seu respeito pela decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
“É um pronunciamento judicial e, portanto, devo respeitá-lo e não posso fazer qualquer avaliação sobre fatos que já foram analisados pelos juízes e tribunais do nosso país”, disse Bolaños.
Reações no Brasil
No Brasil, diversas políticas mulheres, principalmente ligadas ao Psol, se posicionaram sobre o caso.
“Mais uma vez, a justiça, a mesma que reduziu a pena do jogador depois de um belo pagamento, opta pela impunidade do agressor e silenciamento da vítima. Lamentável”, escreveu a deputada federal Fernanda Melchionna (Psol-RS) no X.
O ex-lateral deixou a prisão em Barcelona em março de 2024, após pagar fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões à época).
“Mesmo após mudar sua versão várias vezes, Daniel Alves foi absolvido pelo Tribunal Superior da Catalunha, em decisão unânime. Os juízes consideraram insuficiente a versão da vítima, que foi consistente durante todo o processo”, escreveu Monica Benicio, vereadora no Rio de Janeiro pelo Psol e viúva da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
“É fácil entender o motivo de tantas mulheres não denunciarem seus agressores, já que a ‘justiça’ é não apenas falha, mas misógina”, completou Benicio.
Reprodução/Instagram ‘Malditos todos’, escreveu a atriz Luana Piovani, ao comentar a decisão
A atriz Luana Piovani expressou indignação ao compartilhar a notícia: “Malditos todos”, escreveu ela, vítima de violência doméstica em seu casamento com o também ator Dado Dolabella.
A mãe do jogador, Maria Lucia Alves, comemorou a decisão da Justiça no Instagram: “Obrigada meu Deus por tudo. Toda honra e glória a ti, meu Senhor.”
Caiu! Dorival Júnior não é mais treinador da Seleção Brasileira. De acordo com informações do portal UOL, a cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tomou essa decisão que será dita na reunião que acontece nesta sexta-feira (28).
A conversa vai acontecer entre o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e o treinador. O mandatário da entidade vai discutir o desempenho da equipe até o momento e entender os problemas no trabalho.
O jornalista André Rizek, no programa do Sportv, na ultima quinta-feira (27) havia informado que esta reunião selaria a saída do treinador, que vinha sendo muito pressionado com o trabalho à frente da Seleção. A situação ficou insustentável após a derrota para a Argentina, por 4 a 1, em Buenos Aires.
Quem pode substituir Dorival?
Nos últimos dias, muito vem se falando sobre quem pode assumir o comando da Seleção Brasileira. Nomes como Guardiola, Abel Ferreira, Jorge Jesus e Ancelotti estão sendo cotados.
De acordo com informações do portal ESPN, a diretoria teria como o principal alvo Ancelotti, mas Jorge Jesus tomou mais força nas últimas horas. Com seu vínculo se encerrando no Al-Hilal, Ednaldo Rodrigues entende que ele seria a opção mais viável.
Pressionado no Al-Hilal, Jorge Jesus, é cotado para substituir Dorival Junior na Seleção Brasileira. O treinador estaria disposto a assumir o comando técnico, segundo o GE (Photo by Abdullah Ahmed/Getty Images)
Neymar não gostaria de ter Jorge Jesus na Seleção
Com muitos nomes surgindo, o portal R7 informou que Neymar, que não tem uma relação tão boa com o treinador português, teria comunicado a CBF que não é a favor que Jorge Jesus comande a Seleção. Ele teria expressado a sua opinião sobre a possível mudança.
Após isso, o jornalista Venê Casagrande revelou, na última quinta-feira (27), que recebeu de Jorge Jesus o pedido para que ele comunicasse que não existe problema algum entre ele e o atacante Neymar.
Agora, resta saber qual será a decisão que a CBF vai tomar sobre quem vai assumir o comando da Seleção Brasileira. Os nomes estão na mesa e Ednaldo vai analisar qual será a opção melhor nos próximos meses.
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (27) dois projetos de decreto legislativo que tratam de acordos internacionais. Todas as propostas seguirão agora para análise do Senado.
Foram aprovados:
PDL 478/23, relatado pela deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), com o texto atualizado em 2010 da Convenção Internacional sobre Padrões de Instrução, Certificação e Serviço de Quarto para Marítimos, adotada pelo Brasil; e
PDL 311/24, relatado pelo deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), com acordos entre Brasil e Colômbia para eliminar nos dois países a dupla tributação e para prevenção de evasão ou elisão fiscal, assinados em 2022.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou, ao Palácio do Planalto, um projeto de lei que aumenta, em até 50%, a pena para o crime de receptação de celulares roubados ou furtados.
A receptação ocorre quando alguém adquire, transporta, vende ou oculta bens de origem ilícita, como produtos de roubo ou furto. Atualmente, a pena para esse crime varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.
De acordo com fontes do Ministério, o projeto foi encaminhado na quinta-feira (27) e propõe o aumento da pena, em no mínimo um terço e no máximo 50%, nos casos de receptação de dispositivos eletrônicos — como celulares, cabos e computadores —, especialmente quando houver armazenamento de dados pessoais.
A ideia do governo, com o projeto, é que o endurecimento da legislação possa ajudar a reduzir os roubos e furtos de celulares, que vêm aumentando nos últimos anos.
Além do aumento da pena por receptação, o projeto também prevê a criação de um novo tipo penal: o de furto qualificado por encomenda, que ocorreria quando o crime for praticado mediante solicitação prévia de terceiros interessados nos objetos subtraídos.
O texto ainda trata de crimes relacionados à pirataria digital. O governo identificou a atuação crescente de empresas ilegais, que comercializam aparelhos do tipo TV Box pirata, usados para acessar canais por assinatura e plataformas de streaming sem pagamento — prática conhecida como “gatonet”.
Para coibir esse tipo de atividade, o Ministério da Justiça e Segurança Pública propõe o endurecimento das penas para furto de cabos e roubo de sinal, usados nesse tipo de operação ilegal.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante os atos de 8 de janeiro de 2023, cumpra prisão domiciliar.
A manifestação foi enviada após a defesa de Débora pedir por liberdade provisória. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, solicitou o posicionamento da PGR, que se manifestou contra a soltura, mas favorável à substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar.
“A manifestação é pelo indeferimento do pedido de liberdade provisória e pela substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, ao menos até a conclusão do julgamento do feito, com o estabelecimento das medidas cautelares”, afirmou a PGR.
No documento, a Procuradoria ressaltou que a situação jurídica que levou à prisão preventiva permanece inalterada, “não havendo nos autos a apresentação de fato novo capaz de modificar o entendimento já estabelecido pelo Ministro relator”, complementa a PGR.
“Este é um importante passo para a justiça. A manifestação da PGR confirma o que sempre defendemos: a prisão preventiva de Débora se tornou ilegal e desproporcional. Esperamos que o STF acolha este entendimento e determine sua imediata liberdade, após tanto tempo de espera”, relatou a defesa à analista da CNN, Julliana Lopes.
A defesa argumenta que Débora é mãe de crianças menores de 12 anos e que a Polícia Federal já concluiu as investigações, o que, na visão dos advogados, justificaria a concessão da liberdade. A PGR concluiu, então, que a substituição da prisão por medidas cautelares em regime domiciliar não comprometeria o andamento do processo.
“Na linha jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a substituição da prisão preventiva pela domiciliar ocorre sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas”, destacou a PGR.
Julgamento
Na semana passada, a primeira turma do STF iniciou o julgamento contra Débora, mas ele foi paralisado após um pedido de vista — mais tempo para análise — do ministro Luiz Fux.
Moraes votou pela condenação de Débora a 14 anos de prisão, além do pagamento de multa de aproximadamente R$ 50 mil e indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos (em conjunto com os demais condenados pelo caso). O ministro Flávio Dino acompanhou integralmente o voto do relator.
O ministro condenou Débora pelos seguintes crimes:
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, pena de quatro anos e seis meses de reclusão;
Golpe de Estado, pena de cinco anos;
Dano qualificado, pena de um ano e seis meses, além do pagamento de multa;
Deterioração de patrimônio tombado, pena de um ano e seis meses, além do pagamento de multa;
Associação criminosa armada, pena de um ano e seis meses.
Ainda não há data para a retomada do julgamento. Faltam votar, além de Fux, os ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.