Categoria: Destaque

  • Exportações chinesas devem atingir recorde este ano

    Exportações chinesas devem atingir recorde este ano

     Economistas esperam que as exportações chinesas atinjam um nível histórico este ano, com a antecipação de pedidos de clientes diante da ameaça do presidente eleito Donald Trump de aumentar tarifas quando assumir o cargo em janeiro.

    O crescimento das exportações deve acelerar para 7% nos últimos três meses em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a mediana das projeções de analistas consultados pela Bloomberg entre 15 e 21 de novembro. Isso representa uma alta na revisão em relação ao aumento de 5% previsto em outubro, antes das eleições nos EUA, o que poderia elevar as exportações totais deste ano para US$ 3,548 trilhões — acima do recorde anterior de 2022.

    “Nos próximos meses, as exportações chinesas podem se beneficiar do acúmulo de estoques de pânico por empresas estrangeiras”, disse Erica Tay, economista do Maybank Investment Banking Group. “O espectro de uma guerra comercial provavelmente levará os formuladores de políticas da China a se inclinarem mais fortemente para medidas de estímulo pró-consumo no próximo ano.”

    As exportações já começaram este trimestre com o crescimento mais rápido desde julho de 2022, o que coloca a China no caminho de um superávit comercial recorde que pode alcançar quase US$ 1 trilhão este ano. Pequim continua a contar com as vendas externas para compensar a fraqueza da demanda interna, mesmo com as autoridades mudando o foco nas últimas semanas ao injetar estímulos na economia.

    Durante a campanha, Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre produtos chineses para até 60%, um nível que a Bloomberg Economics prevê que dizimaria o comércio entre as duas maiores economias do mundo. Durante seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de até 25% sobre mais de US$ 300 bilhões em remessas chinesas — desencadeando retaliações de Pequim — e o presidente Joe Biden manteve grande parte dessas tarifas.

    O que diz a Bloomberg Economics

    “A recente mudança pró-crescimento da China tem o potencial de colocar a economia em uma trajetória mais rápida. Uma guerra comercial com os EUA em 2025 ameaça essa perspectiva. O desafio para Pequim é transformar seus planos de estímulo em tração de crescimento e proteger a economia de outra onda de tarifas de Trump”, de acordo com os economistas Chang Shu, Eric Zhu e David Qu.

    A perspectiva de uma guerra comercial ampliada com o retorno de Trump à Casa Branca aumenta as expectativas de estímulos maiores no próximo ano, já que a China se prepara para uma nova era de protecionismo. Em contraste com as exportações em alta, o crescimento das importações estagnou à medida que a economia doméstica luta para se recuperar, provocando uma reação global de países que temem uma enxurrada de produtos chineses mais baratos.

    O produto interno bruto da China deve crescer 4,9% no quarto trimestre, acima dos 4,8% projetados no mês passado, segundo pesquisa da Bloomberg.

    Economistas consultados pela Bloomberg anteciparam que a China vai liberar recursos para os bancos concederem empréstimos ao reduzir a taxa de reservas obrigatórias (RRR) em 25 pontos-base no quarto trimestre, enquanto manteve as principais taxas de política monetária, como a recompra reversa de sete dias, inalteradas até o próximo ano. As expectativas permanecem inalteradas desde a pesquisa de outubro.

    O banco central fez o último corte no RRR em setembro, pouco depois de o presidente do BC, Pan Gongsheng, anunciar uma série de medidas agressivas para colocar um piso sobre a desaceleração do crescimento da China. No mês passado, Pan reiterou que o Banco Popular da China poderia reduzir o índice em mais 25 a 50 pontos-base até o final do ano, dependendo das condições de liquidez no mercado.

    “Presumimos um choque tarifário maior em comparação a 2018-2019, mas a China agora é menos dependente dos EUA, desenvolveu um plano de resposta — incluindo a desvalorização do yuan — e adicionará estímulos”, disse Arjen van Dijkhuizen, economista sênior do ABN Amro Bank.

    Chinese Exports on Track For Another Bumper Year | Shipments might hit a record this year if growth continues at current pace

    Bloomberg
  • Temer compara 8/1 com manifestações em seu governo e minimiza revelação sobre militares golpistas

    Temer compara 8/1 com manifestações em seu governo e minimiza revelação sobre militares golpistas

    O ex-presidente Michel Temer (MDB) comparou nesta segunda-feira, 25, os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 com as manifestações contra a reforma da Previdência que aconteceram em 2017, durante seu governo.

    “Invadiram prédios agora em 8 de janeiro. Mas vocês se lembram que no meu governo, quando nós cuidávamos da reforma da Previdência, as centrais sindicais mandaram 1.600 ônibus lá, que incendiaram ministérios, tentaram invadir o Congresso, viraram carros, queimaram carros”, disse Temer.

    O emedebista relembrou que um de seus ministros sugeriu que as Forças Armadas fossem acionadas para atuar em uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e que no dia seguinte optou por “falar do futuro” ao invés dos atos que ocorriam naquele momento.

    “Seis horas (da tarde) terminou tudo. Houve noticiário à noite e no dia seguinte de manhã. Mas, quando deu meio-dia, a imprensa me entrevistou, e eu disse: se o episódio é de ontem, ontem é passado. Eu não falo do passado, vou falar do futuro”.

    Temer comentou sobre os fatos durante um evento organizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), em São Paulo. O ex-presidente comentava sobre o processo de “radicalização” do País e comparou o cenário político do Brasil com o do Reino Unido – local considerado por ele como referência no exercício da democracia.

    “Aqui é o seguinte, se eu perder a eleição, o meu dever é destruir aqueles que ganharam. Isso prejudica a governabilidade e prejudica, portanto, o povo”, afirmou.

    Ao fim do evento, o ex-vice-presidente de Dilma Rousseff (PT) foi questionado sobre o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sobre as investigações da Polícia Federal (PF) que identificaram um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Temer afirmou que “embora haja tentativas, o fato é que não vão adiante. Não vão adiante porque não há clima no país. E, convenhamos, golpe para valer, você só tem quando as Forças Armadas estão dispostas a fazer”.

    O ex-palaciano também minimizou a participação de militares na intentona golpista, dizendo que era obra de “alguns militares”, e não das instituições como um todo.

    “Não foi a instituição como um todo. Seja Exército, Marinha, Aeronáutica, não participaram disso como instituição. Participaram figuras”, afirmou.

    Estadão

  • Plano de golpe: denúncia da PGR contra Bolsonaro deve ficar para 2025

    Plano de golpe: denúncia da PGR contra Bolsonaro deve ficar para 2025

    O procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse a interlocutores que ‘dificilmente’ concluirá ainda neste ano a análise do material apresentado pela Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que investiga um (golpe) plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.

    Bolsonaro foi indiciado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa. A expectativa é pelo oferecimento de denúncia contra o ex-presidente e demais envolvidos no caso. Gonet, no entanto, ainda quer tempo para estudar as 884 páginas do relatório final da PF.

    A análise do material também levará em conta outras investigações, a exemplo do extravio de joias sauditas e fraude no cartão de vacina. Como mostrou a CNN, o documento deve ser enviado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana.

    A Procuradoria-Geral da República pode, além de denunciar os envolvidos, optar pelo arquivamento ou pedir novas diligências. A decisão sobre cada um dos 37 indiciados é individualizada.

    Esta é a terceira vez que a PF diz haver indícios de crimes nas condutas do ex-presidente. Em julho, a corporação concluiu que Bolsonaro cometeu os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa ao atuar para desviar joias dadas de presente pela Arábia Saudita enquanto era presidente.

    A PF também indiciou Bolsonaro em março pelos crimes de inserção de dados falsos e associação criminosa por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal contra a Covid-19.

    Até agora, a PGR não apresentou denúncia contra o ex-presidente em nenhum dos casos.

    CNN

  • Câmara confirma substitutivo do Senado para mercado de carbono

    Câmara confirma substitutivo do Senado para mercado de carbono

    A Câmara dos Deputados aprovou terça-feira (19) o substitutivo do Senado ao projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil (PL 182/2024). Com a validação desse marco regulatório pelo Parlamento, empresas e países poderão compensar suas emissões de poluentes, o que deve contribuir para a redução dos gases de efeito estufa (GEE), e consequentemente, ajudar a enfrentar e reduzir os problemas causados pelas mudanças climáticas. O texto segue agora para sanção presidencial.

    No Senado, o substitutivo apresentado pela senadora Leila Barros (PDT-DF) foi amplamente debatido e deliberado em Plenário no dia 13 de novembro. Para a relatora da matéria, a aprovação da regulamentação do mercado de carbono na Casa e no retorno à Câmara “é um marco histórico para o Brasil”.

    — Um país tão dependente do equilíbrio climático para sua economia precisava dessa política que incentiva a redução de emissões de gases do efeito estufa. Este é um projeto que protege nossos produtos de taxas sobre exportações, financia a transição energética, atrai investimentos e coloca o Brasil de volta ao protagonismo ambiental mundial — disse a senadora Leila Barros.

    A senadora enfatizou na defesa do projeto que, além de auxiliar o país no cumprimento de suas metas de emissões perante o Acordo de Paris, essa lei protegerá os produtos nacionais da incidência de eventuais taxas sobre as exportações, como no caso do mecanismo de ajuste de fronteira de carbono (CBAM, na sigla em inglês) da União Europeia.

    Dados do Observatório do Clima apontam queda de 12% nas emissões de gás carbônico equivalente (CO2e — medida de comparação dos gases de efeito estufa) no Brasil, em 2023, em relação ao ano anterior. Foram emitidos 2,3 bilhões de toneladas desses gases no ano passado, contra 2,6 bilhões de toneladas em 2022. A queda, a maior desde 2009, foi atrelada principalmente à redução do desmatamento na Amazônia.

    Sistema

    A partir do marco regulatório institui-se o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Agora, além, do mercado de crédito de carbono no setor voluntário, que envolve iniciativas privadas e que já ocorre na prática no Brasil desde meados dos anos 2000, o país passará a ter o setor regulado, que envolve iniciativas do poder público.

    Pelo menos 15% dos recursos serão direcionados à manutenção do SBCE, 75% ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (75%) e no mínimo 5% à compensação pela contribuição dos povos indígenas e das comunidades tradicionais para a conservação da vegetação nativa e dos serviços ecossistêmicos.

    Setores

    O setor regulado contará com um órgão gestor, que ficará responsável por definir as normas e aplicar sanções. Estarão sujeitos a sua regulação os que emitirem acima de 10 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) por ano.

    Todos que estiverem sujeitos à regulação precisarão apresentar ao órgão gestor seus respectivos planos de monitoramento e relatório de atividades. O PL 182/2024 não contempla o setor agropecuário, segundo maior emissor de gases de efeito estufa no Brasil, atrás apenas das mudanças no uso da terra e florestas.

    Pelo projeto, os créditos de carbono gerados a partir de projetos ou programas que impliquem redução de emissão ou remoção de GEE poderão ser ofertados, originariamente, no mercado voluntário. Isso poderá ser feito por qualquer gerador ou desenvolvedor de projeto de crédito de carbono ou por ente público responsável por programas jurisdicionais e projetos públicos na área.

    Alteração

    Ao retornar à Câmara, o texto sofreu apenas uma alteração com a exclusão de um artigo do substitutivo e a retomada da obrigação de que importantes investidores institucionais, entre eles seguradoras, entidades de previdência complementar e sociedades de capitalização, apliquem no mínimo 1% de seus recursos em ativos do mercado de carbono.

    Fonte: Agência Senado

  • Kim acusa EUA de alimentarem tensões e alerta para guerra nuclear

    Kim acusa EUA de alimentarem tensões e alerta para guerra nuclear

    O líder norte-coreano, Kim Jong Un, acusou os Estados Unidos de aumentarem as tensões e as provocações, dizendo que a península coreana nunca passou por um risco maior de guerra nuclear, afirmou a mídia estatal KCNA nesta sexta-feira.

    Os comentários foram feitos em meio a críticas internacionais sobre a cooperação militar cada vez mais estreita entre Pyongyang e Moscou, e afirmações de que a Coreia do Norte enviou mais de 10 mil soldados à Rússia para apoiar a invasão da Ucrânia.

    Negociações anteriores com os EUA apenas destacaram a política “agressiva e hostil” de Washington em relação à Coreia do Norte, disse Kim em um discurso em uma exposição militar na capital Pyongyang, segundo a agência KCNA.

    – Nunca antes as partes em conflito na península coreana enfrentaram um confronto tão perigoso e agudo que poderia se transformar na mais destrutiva guerra termonuclear – disse ele na quinta-feira.

    – Já fomos o mais longe possível nas negociações com os Estados Unidos – disse, acrescentando que as conversas apenas mostraram que sua política agressiva e hostil em relação à Coreia do Norte nunca mudaria.

    A imprensa estatal norte-coreana ainda não mencionou publicamente a reeleição de Donald Trump, que realizou três reuniões sem precedentes com Kim durante seu primeiro mandato, em Cingapura, Hanói e na fronteira coreana, em 2018 e 2019.

    Mas sua diplomacia não produziu nenhum resultado concreto devido à lacuna entre os apelos dos EUA para que a Coreia do Norte abandone suas armas nucleares e as exigências de Kim para o alívio das sanções.

    Trump há muito tempo destaca seus laços com Kim, dizendo no mês passado que os dois países teriam tido “uma guerra nuclear com milhões de pessoas mortas” se ele não a tivesse impedido graças a seus laços com o líder norte-coreano.

    Hong Min, pesquisador do Instituto Coreano para a Unificação Nacional em Seul, disse que Kim poderia estar tentando enfatizar as capacidades nucleares de Pyongyang antes do segundo mandato de Trump, deixando a porta aberta para a diplomacia.

    – Ele pode estar sugerindo que Trump deve mostrar sua ‘disposição para coexistir’ antes de reabrir qualquer conversa e pedir uma mudança na atitude hostil dos EUA – disse Hong.

    Armamentos

    Kim também pediu o desenvolvimento e a atualização de versões “ultramodernas” de armamentos e prometeu continuar avançando nas capacidades de defesa para reforçar a posição estratégica do Norte, segundo a KCNA.

    Armas estratégicas e táticas foram exibidas no evento, chamado de Exposição de Desenvolvimento de Defesa.

    A Coreia do Norte enviou mais armas para a Rússia, disseram os parlamentares do Sul na última quinta-feira, após serem informados pela agência nacional de inteligência.

    Reuters

  • Alexandre de Moraes vota, e STF forma maioria para manter Robinho preso

    Alexandre de Moraes vota, e STF forma maioria para manter Robinho preso

    Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira, 22, para manter Robinho preso. Em sessão virtual, Alexandre de Moraes foi o responsável pelo voto que deixou o placar em 6 a 1 para negar o habeas corpus ao ex-jogador. Outros quatro ministros seguiram Luiz Fux, relator do caso, e também votaram contra a soltura do atleta: Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin Cármen Lúcia.

    Apenas Gilmar Mendes se manifestou a favor da liberdade a Robinho. Apenas os ministros Dias Toffoli, Nunes Marques, André Mendonça e Flávio Dino ainda não votaram.

    Os advogados do ex-jogador questionam a legalidade da prisão, realizada em março deste ano após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandar executar, em território brasileiro, a condenação pelo crime de estupro que o ex-atleta cometeu na Itália. Os representantes do atleta também pedem que ele cumpra a pena em liberdade até se encerrarem todos os recursos para recorrer ao caso.

    Robinho foi condenado por estupro de uma jovem albanesa, na Itália, em 2013, quando atuava pelo Milan. O caso aconteceu em uma boate italiana, e outros cinco amigos do ex-jogador também estavam envolvidos. Um deles, Roberto Falco, também está preso. Outros quatro não foram julgados.

    Na Itália, Robinho tentou recorrer da decisão da Justiça, mas foi condenado nas três instâncias. A última – e definitiva – foi em 2022. Nesta época, ele já tinha retornado ao Brasil. Por conta disso, a o Ministério de Justiça da Itália fez um pedido de extradição ao Brasil, ou seja, que o Governo enviasse o jogador de volta para a Itália.

    Como o País não extradita cidadãos brasileiros, a Justiça italiana pediu que a sentença de nove anos de prisão fosse cumprida no Brasil. Em março deste ano o ex-jogador foi preso e cumpre a pena desde então.

    Robinho está no pavilhão 1 da a Penitenciária II de Tremembé, desde março deste ano. Na prisão, ele tem o hábito de jogar futebol com os outros detentos e de ler. Além disso, ele tem aula de dois projetos, com dez módulos cada, “De olho no futuro” e “Reescrevendo a minha história”. Ele já cumpriu nove de cada.

    Estadão

  • Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos

    Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos

    A arrecadação federal total cresceu 9,77% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta quinta-feira (21) a Receita Federal. No mês, a arrecadação foi de R$ 247,92 bilhões, enquanto em outubro do ano passado somou R$ 225,9 bilhões, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É o maior resultado já registrado para meses de outubro desde o início da série histórica, em 1995, ou seja, em 30 anos.No período acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,217 trilhões, representando um acréscimo de 9,69%, descontado o IPCA. Em relação às Receitas Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, no mês de outubro, foi de R$ 225,23 bilhões, representando um acréscimo real de 9,93%. No período acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,1 trilhões, registrando acréscimo real de 9,70%.

    De acordo com a Receita, o resultado da arrecadação pode ser explicado, principalmente, “pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior”.

    Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 7,40% na arrecadação do período acumulado e de 8,87% na arrecadação do mês de outubro.

    Em relação ao PIS/Pasep e a Cofins houve uma arrecadação conjunta de R$ 47,19 bilhões, representando crescimento real de 20,25%.

    Segundo o órgão, esse desempenho é explicado pela combinação dos aumentos reais de 3,89% no volume de vendas e de 4,02% no volume de serviços de setembro de 2023 a setembro deste ano, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), e pelo acréscimo da arrecadação relativa ao setor de combustíveis, pelo aumento no volume de importações e pelo desempenho positivo das atividades financeiras.

    No período de janeiro a outubro, o PIS/Pasep e a Cofins apresentaram um crescimento real de 19,39%, totalizando uma arrecadação de R$ 444,7 bilhões. Esse resultado decorre, principalmente, do aumento real de 3,95% no volume de vendas e de 2,5% no volume de serviços entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, em relação ao período compreendido entre dezembro de 2022 e setembro de 2023.

    Também influenciou no resultado, o aumento no volume de importações e de alterações na legislação, com destaque para a retomada da tributação sobre os combustíveis, cuja base se encontrava desonerada no ano anterior, e para a exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos dessas contribuições.

    Os dados mostram que o Imposto sobre Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados Vinculado à Importação apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 11,12 bilhões, representando crescimento real de 58,12%.

    O aumento expressivo é resultado dos aumentos reais de 22,21% no valor em dólar sobre o volume das importações, de 11,04% na taxa média de câmbio, de 30,35% na alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,23% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado.

    De janeiro a outubro, a arrecadação conjunta dos tributos foi de R$ 87,5 bilhões, representando crescimento real de 28,97%. Esse resultado também decorreu dos aumentos reais de 9,40% no valor em dólar sobre o volume das importações, de 5,41% na taxa média de câmbio, de 20,06% na alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,84% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado.

    Já no que diz respeito à Receita Previdenciária, outubro apresentou uma arrecadação de R$ 54.2 bilhões, o que representa um crescimento real de 6,25%.

    “Esse resultado se deve ao crescimento real de 6,86% da massa salarial, de 9,79% na arrecadação do Simples Nacional Previdenciário e de 10,86% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no comparativo de outubro deste ano em relação ao mesmo mês do ano anterior”, disse a Receita.

    No período de janeiro a outubro, a Receita Previdenciária totalizou uma arrecadação de R$ 539.6 bilhões, com crescimento real de 5,77%. O resultado se deve ao crescimento real de 7,20% da massa salarial e de 12,77% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no período de janeiro a outubro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior.

    A arrecadação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) apresentou, no período de janeiro a outubro, um aumento real de 16,85%, em função da atualização de bens e direitos no exterior, que somou R$ 7,7 bilhões. No período, a Receita arrecadou R$ 62,16 bilhões.

    Em outubro, a Receita informou que a arrecadação do IRPF foi de R$ 4,9 bilhões, crescimento de 6,71%, resultante, principalmente, do aumento real de 6,93% na arrecadação relativa às quotas-declaração e de 17,46% na arrecadação proveniente do carnê-leão.

    O Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) apresentaram, em outubro, um crescimento de 4,29%, somando uma arrecadação conjunta de R$ 57,349 bilhões.

    O desempenho pode ser explicado pelos acréscimos reais de 9,15% na arrecadação do balanço trimestral, de 8,8% no lucro presumido e de 22,06% na arrecadação do item Lançamento de ofício, depósitos e acréscimos legais.

    No período de janeiro a outubro, a arrecadação do IRPJ foi de R$ 284,3 bilhões e da CSLL foi de R$ 151,5 bilhões, o que representa aumentos de 0,49% e de 3,42%, respectivamente.

    Agência Brasil

  • Inquérito dos ataques de 8 de janeiro deve ser entregue até sexta

    Inquérito dos ataques de 8 de janeiro deve ser entregue até sexta

    Polícia Federal está na reta final para concluir o relatório sobre a ofensiva extremista de 8 de janeiro. Nesta quinta-feira, Moraes conduzirá novo depoimento de Mauro Cid, após contradições e omissões do militar a respeito do plano para matar Lula, Alckmin e o próprio ministro

    Um ano e 10 meses após os atos golpistas de 8 de janeiro, a Polícia Federal está na reta final para concluir o inquérito aberto para investigar os atentados que pararam Brasília e o país. A corporação deve enviar, ainda nesta semana, ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório final do caso.

    O foco são organizadores, incentivadores e autoridades públicas, inclusive, políticos e militares. No documento, serão indiciados os principais envolvidos com os ataques que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes.

    O parecer tem mais de 700 páginas e será enviado ao gabinete do relator, ministro Alexandre de Moraes. A operação deflagrada na terça-feira, que revelou um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e Moraes, estará incluída no documento, mas eventuais novos desdobramentos não impedem que informações extras sejam encaminhadas posteriormente.

    Nas diligências de terça-feira, agentes prenderam um general da reserva, três militares das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, e um agente da própria PF, implicados na trama para os assassinatos.

    Os indiciamentos incluídos no relatório serão de crimes, como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Após receber o documento, Moraes deve enviar as informações para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

    Durante as apurações, os agentes quebraram sigilo telefônico, telemático e bancário de dezenas de pessoas. Também investigaram suspeitas do envolvimento de vários atores em diferentes núcleos de uma organização criminosa montada para atacar as instituições.

    Caso a PGR ofereça denúncia contra os indiciados pela PF, o Supremo pode iniciar, de forma imediata, as ações penais para que os acusados respondam pelos crimes de que são suspeitos. Porém, a Corte encerra as atividades na segunda quinzena de dezembro, retornando ao expediente normal em fevereiro. Os julgamentos, portanto, só devem ocorrer no próximo ano.

    Delação em xeque

    Nesta quinta-feira, Moraes vai conduzir uma audiência com o tenente-coronel Mauro Cid, a partir das 14h, na sede do STF. O ministro vai avaliar se mantém o acordo de delação firmado pelo militar.

    As informações prestadas por Cid são peça-central para entender o esquema, os envolvidos e a participação dos integrantes dos núcleos político, financeiro, operacional, entre outros. Porém, existem contradições entre o que foi dito por Cid em depoimento e os fatos revelados pela Operação Contragolpe, deflagrada pela PF na terça-feira.

    Na audiência, Moraes vai tratar das contradições e das omissões de Cid nas oitivas à PF. Ao recuperar arquivos que foram apagados do celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a equipe policial encontrou informações que foram ocultadas pelo militar e que revelam um plano para matar Lula, Alckmin e Moraes.

    O magistrado vai questionar Cid se ele ainda deseja colaborar com o caso e os motivos pelos quais omitiu informações. Caso o acordo de delação seja cancelado, o militar perderá benefícios que obteve, como abatimento de pena e a possibilidade de cumprir a sentença em regime aberto.

    A defesa de Cid foi procurada para comentar o caso, mas não se manifestou. Investigadores ouvidos pela reportagem apontam que a suspensão da delação não prejudica o inquérito, pois foram encontrados documentos, provas materiais e testemunhas que evidenciam a articulação golpista.

    A investigação identificou elementos que o ligam Bolsonaro a minutas golpistas encontradas na casa do ex-ministro Anderson Torres e na sede do PL, em Brasília. O texto antidemocrático, de acordo com a PF, foi editado pelo ex-chefe do Executivo e é visto como um elo com os casos investigados de atentados contra a democracia.

    Bolsonaro sustentou, diversas vezes, não ter envolvimento com o 8 de janeiro nem com nenhuma tentativa de golpe de Estado.

    Correio Braziliense

  • Penúltimo saidão de 2024 libera 1.855 presos no DF

    Penúltimo saidão de 2024 libera 1.855 presos no DF

    O penúltimo saidão de 2024 liberou, na manhã desta quinta-feira (21/11), 1.855 presos do Complexo Penitenciário da Papuda, do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) e da Penitenciária Feminina do DF (PFDF). Devido à saída temporária, o trânsito na capital foi alterado entre 6h e 7h.

    Do total dos detentos liberados, 57 são mulheres. Os custodiados devem se apresentar à respectiva unidade prisional até às 10h de segunda-feira (25/11). Em caso de descumprimento, o preso será dado como foragido e poderá ter o regime regredido.

    Trânsito

    A partir das 6h, houve interrupções momentâneas e controladas na rodovia DF 001, Estrada Parque Contorno, entre o balão do Complexo Penitenciário da Papuda e o novo viaduto do Jardim Botânico, o comboio seguirá no sentido Plano Piloto–Papuda, na contramão da via.

    A Polícia Penal do DF reforça que qualquer pessoa com informações que possam levar à prisão de foragidos ou custodiados que descumpram as regras de saídas temporárias do sistema penal pode entrar em contato pelo disque-denúncia da PPDF, por meio do telefone ou WhatsApp no número (61) 99666-6000. O anonimato é garantido.

    Correio Braziliense

  • No poder há 40 anos, síndica do Edifício JK exige caução de R$ 4 milhões de concorrentes

    No poder há 40 anos, síndica do Edifício JK exige caução de R$ 4 milhões de concorrentes

    Quatro milhões de reais. Este é o valor da caução a ser paga por quem quiser se candidatar a síndico do edifício JK, no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O valor foi imposto em 2020 pela síndica do condomínio, Maria Lima das Graças, que, neste ano, completou quatro décadas à frente dos dois prédios de 23 e 36 andares onde, segundo o Censo de 2022, vivem 999 pessoas. Segundo alguns desses moradores, a medida veio como forma de afastar qualquer concorrência e seria somente mais uma das “arbitrariedades” da mulher, chamada de “Dama de Ferro do JK”.

    No início de outubro, o prédio desenhado por Oscar Niemeyer foi centro de uma polêmica após os moradores serem surpreendidos com a exigência de o condomínio ser pago com dinheiro em espécie. O problema com o pagamento já teria sido solucionado, com a volta da emissão de boletos para os moradores.

    O TEMPO conversou com diversos moradores, que, temendo a abertura de processos na Justiça pela síndica, preferiram não se identificar. Eles contam que o receio vem do fato de que quem questiona a síndica acaba virando alvo de advogados do próprio condomínio. A situação é denunciada há pelo menos 20 anos, sendo assunto de diversas reportagens e até mesmo de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Porém, segundo as denúncias dos moradores, a exigência do cheque milionário para se candidatar a síndico aconteceu em 2020, quando um pequeno grupo de moradores se juntou para tentar colocar fim à hegemonia da síndica.

    “Esses moradores debateram por um ano para ter uma proposta consistente, buscando informações sobre o prédio, mas tudo de maneira autônoma, pois o condomínio não dá nenhuma informação para ninguém. Como que você tem uma chapa, mas não pode saber quantos moradores tem no prédio; não pode, por exemplo, mandar uma carta para as pessoas, pois aqui é proibido? Foi aí que ela colocou essa cláusula com a questão do cheque caução de R$ 4 milhões. Mas, apesar de ela ter ganhado, entre aspas, mais uma vez, ela mesma não pagou esse valor”, denuncia um dos moradores ouvidos. As aspas, segundo ele, se justificam porque a eleição não tem contagem de votos, já que é feita com base na “intensidade dos gritos” dos moradores presentes na assembleia.

    O TEMPO tentou contato com a síndica diversas vezes ao longo de outubro deste ano, não sendo possível localizá-la no edifício em nenhuma das situações. Nessa terça-feira, foi feita mais uma tentativa de contato, mas sem sucesso. Questionamentos também foram enviados para um e-mail indicado por funcionários, mas, até a publicação da reportagem, o condomínio não tinha se manifestado sobre as denúncias dos moradores.

    Condomínio arrecada R$ 700 mil por mês

    Com 30% de seus 1.103 apartamentos vagos e um condomínio que pode variar de R$ 260 a cerca de R$ 1.400, a administração do edifício arrecada cerca de R$ 700 mil todos os meses. Segundo outro condômino ouvido por O TEMPO, uma questão muito questionada por eles é a falta de transparência. “Não há reuniões, não temos acesso à prestação detalhada das contas, então não sabemos em que o dinheiro é gasto. A prestação que existe é uma folha afixada na entrada dos dois prédios que diz a arrecadação total e o valor das despesas com funcionários. Mas não sabemos quantos funcionários são, quanto eles ganham, nada”, pondera outra moradora, que chegou há poucos anos ao condomínio.

    “É muito dinheiro, e a gente não vê sendo aplicado. Tem um elevador que não funciona há quase dez anos; os outros toda hora estragam. Vivo aqui com medo, pela falta de manutenção”, pontua um morador.

    Especialista diz que exigência pode ser considerada abusiva

    O advogado especialista em direito imobiliário Marcelo Mantuano afirma que a exigência de caução de R$ 4 milhões para concorrer ao cargo de síndico pode ser considerada “abusiva”. “Isso só poderia ser exigido se estivesse expressamente previsto na convenção do condomínio, o que é pouco provável que esteja. Se não estiver, é uma exigência ilegal, que não pode acontecer, pois se torna uma barreira de entrada para todos os condôminos”, defende.

    Segundo ele, o máximo que pode ocorrer é o afastamento da candidatura de um morador inadimplente. “Fora isso, me parece uma exigência ilegal. Não é normal um síndico ficar 40 anos à frente de um prédio. É importante ter alternância até para não ficar aquela sensação de um síndico ser dono do empreendimento”, completa.

    Ele explica ainda que a exigência do pagamento do condomínio em dinheiro não é ilegal, mas não é razoável, já que a movimentação de grandes volumes de dinheiro em espécie é até mesmo restrita pela legislação do Banco Central. “Manejar grandes recursos dificulta justamente a prestação de contas, que é um dever do síndico”.

    O promotor Fabrício Costa Lopo, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), explica que o órgão só pode agir em questões que tratem da preservação do projeto arquitetônico original de Oscar Niemeyer e a segurança dos moradores. “Mas não há nada que impeça os moradores de formar um grupo de inconformados para procurar o Poder Judiciário sobre a situação”, diz. A Polícia Civil informou que, com base nas informações repassadas, não foi possível localizar registro de ocorrência policial relacionado ao nome da síndica.

    O Tempo