Categoria: Mundo

  • Netanyahu diz que Irã tem agido contra Israel há anos

    Netanyahu diz que Irã tem agido contra Israel há anos

    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira que o Irã vem agindo contra Israel há anos e, portanto, Israel está operando contra o Irã, tanto defensiva quanto ofensivamente.

    “Durante anos, o Irã tem trabalhado contra nós diretamente e por meio de seus representantes e, portanto, Israel está trabalhando contra o Irã e seus representantes, tanto defensiva quanto ofensivamente”, disse Netanyahu no início de uma reunião do gabinete.

    “Saberemos como nos defender e agiremos de acordo com o princípio simples de que quem quer que nos atinja ou planeje nos ferir, nós vamos feri-lo”, disse ele.

    Como Irã pode tentar ‘se vingar’ de Israel após morte de general

    Ambulâncias em frente a prédio
    Ataque aéreo destruiu um edifício consular (à direita) próximo à embaixada do Irã em Damasco, na Síria

    O Irã prometeu responder ao ataque aéreo de segunda-feira (1/4) ao seu consulado em Damasco, na Síria – mas que capacidade o país tem para atacar Israel e como poderia ser essa retaliação?

    Treze pessoas foram mortas, incluindo o brigadeiro-general Mohammad Reza Zahedi, uma figura importante da força Quds, o ramo estrangeiro da elite da Guarda Republicana do Irã. Israel não reivindicou o ataque.

    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “perdeu completamente o equilíbrio mental”, disse o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, citado no site de seu ministério.

    Para Fawaz Gerges, professor de Relações Internacionais na London School of Economics, a escalada de violência foi concebida para mostrar ao mundo que o Irã é um “tigre de papel”.

    O ataque também provocou uma perda significativa para a força Quds, “que na verdade se destina à coordenação e à transferência de armas e tecnologia para o Hezbollah no Líbano e na Síria”.

    O braço militar do Hamas, as brigadas Qassam, disse que Zahedi teve um “papel proeminente” nos ataques do Hamas de 7 de outubro ao sul de Israel, que desencadearam a atual guerra em Gaza que ameaça se alastrar. O Irã negou ter participado no ataque, mas apoia o Hamas com financiamento, armas e treino.

    No entanto, as opções de retaliação do Irã pelo ataque a Damasco podem ser limitadas, disseram Gerges e outros especialistas ouvidos pela BBC.

    “O Irã não é capaz de um grande confronto com Israel, dadas as suas capacidades militares e a sua situação econômica e política”, disse Ali Sadrzadeh, autor e analista de assuntos do Oriente Médio. “Mas terá de encontrar uma resposta para o seu público interno e proteger a sua reputação entre os seus aliados regionais.”

    Gerges também disse que é pouco provável que o Irã faça uma retaliação direta contra Israel, “apesar de Israel ter realmente humilhado o Irã”.

    Em vez disso, o Irã provavelmente terá de exercer “paciência estratégica” para dar prioridade a um objetivo mais importante: fabricar uma bomba nuclear.

    “O Irã está acumulando poder, enriquecendo urânio e fazendo progressos. E o grande prêmio para o Irã não é enviar 50 mísseis balísticos e matar 100 israelenses, mas estabelecer uma dissuasão estratégica, não só contra os israelenses, mas contra os EUA.”

    Quais outros caminhos estão abertos aos iranianos?

    “Não podemos excluir que talvez o Irã possa usar o ciberespaço como outra dimensão para se vingar de Israel, seja para realizar ataques cibernéticos à tecnologia da informação, para paralisar, para roubar, para vazar informações, ou para tentar distrair”, diz Tal Pavel, do Instituto Israelense de Estudos de Política Cibernética, à BBC.

    “Sabemos que durante a última década e meia, há uma guerra cibernética clandestina em curso entre o Irã e Israel. Portanto, neste caso, pode ser apenas mais uma etapa disso”, disse ele.

    Caberá ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, decidir quais as medidas que Teerã irá tomar.

    Reuters

  • Por que Estado nos EUA decidiu recriminalizar porte de drogas

    Por que Estado nos EUA decidiu recriminalizar porte de drogas

    O Estado do Oregon, nos Estados Unidos, aprovou uma lei que recriminaliza o porte de drogas.

    A nova regra reverte uma política experimental — a medida antidrogas mais liberal adotada nos EUA — que tornava a posse para uso pessoal um crime punível apenas com multa de até 100 dólares (R$ 506).

    A nova legislação passará a penalizar aqueles que possuem pequenas quantidades de drogas com até 180 dias de prisão.

    Tina Kotek, governadora de Oregon, afirma que o Estado ainda pretende fornecer um caminho para o tratamento de drogas, em vez de punir os usuários.

    Ela promulgou a nova lei na segunda-feira (1/4). As regras atualizadas passam a valer a partir do dia 1º de setembro.

    A reabilitação e a desestigmatização dos usuários eram os principais objetivos da lei original, conhecida como Medida 110, que foi aprovada em 2020.

    Porém, houve um aumento no número de overdoses, o que fez os legisladores e os apoiadores da medida recuarem.

    A Medida 110 foi vista por muitos como o esforço mais liberal dos EUA para descriminalizar drogas como a cocaína, a heroína e a metanfetamina.

    Os líderes estaduais admitiram, no entanto, que houve vários problemas durante a implementação. Eles destacam alguns obstáculos nos serviços de reabilitação e o aumento das overdoses de fentanil, fatos que causaram alvoroço no Estado.

    Dois policiais revistam um suspeito de tráfico de drogas em Portland, Oregon, ao lado de um lixo específico para o descarte de seringas
    Dois policiais revistam um suspeito de tráfico de drogas em Portland, Oregon, ao lado de um lixo específico para o descarte de seringas

    Em cidades como Portland, o número de pessoas consumindo drogas abertamente nas ruas, nas calçadas e em frente às lojas aumentaram consideravelmente.

    O prefeito de Portland, Ted Wheeler, disse ao jornal The New York Times que “as taxas de dependência e de overdose dispararam”.

    Wheeler, que continua a apoiar a Medida 110, acusou o Estado de não implementar a lei de forma eficaz. Ele disse que a descriminalização do uso de drogas aconteceu antes que os serviços de reabilitação fossem implementados.

    Além de penas reforçadas para posse de drogas para uso pessoal, a nova lei ainda estabelece formas de oferta de tratamento como alternativa às penas criminais.

    A governadora Kotek acredita que o sucesso da lei dependerá da coordenação entre vários níveis de governo, bem como entre os prestadores de cuidados de saúde, que ela descreve como “parceiros necessários”.

    Alguns dos que originalmente apoiaram a Medida 110 votaram a favor da nova lei durante a sessão legislativa, pois parecia haver sinais de um movimento dos eleitores para derrubar a lei de 2020. Os democratas mais progressistas do Estado, no entanto, se opuseram à mudança.

    Eles seguem preocupados com o fato de que o aumento das penas criminais apenas levaria a mais detenções e não conseguiria resolver a raiz do problema do tráfico de drogas no Oregon.

    “A pesquisa mostra consistentemente que, (para) as pessoas que estão encarceradas em cadeias e prisões, a taxa de overdose aumentou substancialmente”, aponta Kassandra Frederique, diretora executiva da ONG Drug Policy Alliance, ao jornal USA Today.

    “E quando as pessoas saem das cadeias e prisões, a probabilidade de mortes por overdose também aumenta substancialmente em comparação com a população em geral”, conclui ela.

    BBC

  • Equipes de resgate correm para socorrer vítimas de terremoto que matou pelo menos 9 em Taiwan

    Equipes de resgate correm para socorrer vítimas de terremoto que matou pelo menos 9 em Taiwan

    Equipes de resgate correm contra o tempo para socorrer as vítimas de um terremoto que atingiu a costa leste de Taiwan nesta quarta-feira (3/4), deixando pelo menos nove mortos.

    O tremor, de magnitude 7,4, provocou o desabamento de vários prédios em Hualien, a cidade mais próxima do epicentro.

    Mais de 800 pessoas ficaram feridas — e as equipes de resgate tentam socorrer cerca de 120 que estão “presas” em edifícios e túneis que desmoronaram ao redor da cidade.

    É o abalo sísmico mais forte que o país asiático sofreu em 25 anos.

    “O terremoto ocorreu próximo da superfície, a pouca profundidade. Foi sentido em todo Taiwan, e nas ilhas costeiras… É o mais forte em 25 anos”, disse Wu Chien Fu, diretor do Centro de Sismologia de Taipei.

    Em setembro de 1999, um terremoto de magnitude 7,6 atingiu Taiwan, matando 2,4 mil pessoas e destruindo 5 mil edifícios.

    Criança sendo resgatada pelo telhado de casa
    TVBS – As operações de resgate estão em andamento em diferentes áreas da costa leste de Taiwan

    Hualien, a 18 quilômetros do epicentro do terremoto, está localizada na costa leste de Taiwan, em uma vasta região montanhosa.

    Como as principais estradas e linhas ferroviárias que ligam Hualien ao resto de Taiwan estão agora inoperantes, as equipes de resgate provavelmente vão ter que entrar na região por via aérea.

    A cidade tem uma população de cerca de 300 mil habitantes — e fica perto do Parque Nacional Taroko, um destino turístico popular.

    Em uma das trilhas ao redor do parque, foram registradas cinco vítimas (três andarilhos e dois motoristas), que morreram em decorrência de um deslizamento de pedras.

    Uma pessoa morreu em uma pedreira da empresa nacional de cimento de Taiwan, enquanto um trabalhador da construção civil foi morto em uma estrada próxima.

    Túnel desabado
    TAIWAN CURRENT NEWS – O túnel mais importante da região, que atravessa o penhasco Qingshui, na costa de Hualien, desabou após o terremoto

    O terremoto desta quarta-feira ocorreu às 07h58 (horário local), a uma profundidade de 15,5 quilômetros — e desencadeou pelo menos nove tremores secundários de magnitude 4 ou superior.

    As imagens que chegam de Taiwan mostram edifícios residenciais destruídos, deslizamentos de terra — e pessoas sendo retiradas de moradias e escolas. O impacto do terremoto também destruiu veículos e derrubou artigos no interior de lojas, de acordo com vídeos transmitidos pela emissora local TVBS.

    Foram registrados casos de falta de luz e queda na conexão de internet em toda a ilha, de acordo com o grupo de monitoramento NetBlocks.

    Deslizamento de terra
    REUTERS – O terremoto provocou deslizamentos de terra na região montanhosa de Taiwan

    Interior de apartamento destruído após terremoto
    REUTERS-Um apartamento em Nova Taipei ficou assim após o tremor

    A TSMC, companhia taiwanesa de fabricação de chips, informou que retirou os funcionários de suas fábricas em Hsinchu e no sul de Taiwan para segurança da equipe, mas acrescentou que seus sistemas de segurança estão operando normalmente.

    A TSMC é uma grande produtora de semicondutores para empresas de tecnologia, incluindo Apple e Nvidia.

    A Foxconn, fornecedora da Apple, não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da BBC.

    Ameaça de tsunami

    As autoridades de Taiwan haviam emitido um alerta de tsunami para as regiões costeiras da ilha — assim como o Japão, país vizinho, onde as autoridades anunciaram que eram esperadas ondas de até 3 metros na costa sudoeste do país.

    A agência meteorológica do Japão rebaixou posteriormente o alerta, mas pediu aos moradores que permanecessem “vigilantes para tremores secundários com intensidade semelhante” por cerca de uma semana.

    A agência sismológica das Filipinas também emitiu um alerta de tsunami logo após o terremoto, fazendo um apelo aos residentes para se dirigirem a locais mais elevados — o que acabou sendo cancelado.

    O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico informou em uma atualização, cerca de duas horas depois, que a ameaça “havia passado”.

    A imprensa estatal chinesa afirmou, por sua vez, que tremores foram sentidos em partes da província de Fujian, no sudeste do país.

    BBC

  • Consulado iraniano em Damasco é arrasado por suposto ataque aéreo israelense

    Consulado iraniano em Damasco é arrasado por suposto ataque aéreo israelense

    O consulado do Irã em Damasco, capital da Síria, foi arrasado nesta segunda-feira, no que mídias síria e iraniana descreveram como um ataque aéreo israelense, uma aparente escalada surpreendente do conflito no Oriente Médio que colocaria Israel contra o Irã e seus aliados.

    Uma fonte de segurança libanesa, falando à Reuters, disse que um dos mortos era Mohammad Reza Zahedi, um comandante sênior do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã. A televisão estatal iraniana disse que vários diplomatas iranianos haviam sido mortos.

    Os repórteres da Reuters que estavam no local, no distrito de Mezzeh, na capital síria, viram fumaça saindo dos escombros de um prédio que havia sido arrasado e veículos de emergência estacionados do lado de fora. Uma bandeira do Irã estava pendurada em um mastro em frente aos escombros. Os ministros das Relações Exteriores da Síria e do Irã foram vistos no local.

    Israel, que atingiu repetidamente alvos iranianos durante a guerra de seis meses em Gaza, recusou-se a comentar o incidente, seguindo sua prática habitual. Um porta-voz militar israelense disse: “Não comentamos as reportagens da mídia estrangeira”.

    A agência de notícias Tasnim do Irã disse que cinco pessoas foram mortas no ataque israelense. A agência de notícias estatal Sana, da Síria, informou um número não especificado de mortos e feridos.

    Desde o ataque a Israel da facção palestina Hamas, apoiada pelo Irã, em 7 de outubro, Israel intensificou os ataques aéreos na Síria contra a milícia libanesa Hezbollah, apoiada pelo Irã, e a Guarda Revolucionária do Irã, ambos apoiando o governo do presidente Bashar al-Assad.

     Reuters

  • CEO “levou empresa à falência” e agora quer comprá-la por 1% do valor

    CEO “levou empresa à falência” e agora quer comprá-la por 1% do valor

    A WeWork é uma empresa americana focada no aluguel de espaço de trabalhos para empresas e empreendedores, incluindo locais para eventos. No entanto, ela passou por momentos difíceis durante a pandemia e trabalho online, o que levou a perder 99% do valor. Além disso, Adam Neumann, um de seus fundadores, a geriu de maneira injusta ao ponto de ser expulso. Agora ele quer comprá-la por 1% do que valia antes.

    WeWork perde seu valor de mercado

    Em seu auge, a WeWork chegou a valer US$ 47 bilhões, mas em 2023 a empresa declarou falência e entrou com pedido de proteção. De modo geral, ela perdeu 99% do valor de mercado.

    Além do alto número de funcionários em casa, o que resultou em uma queda drástica de clientela, a WeWork teve uma péssima gestão por parte de Adam Neumann, ao ponto de ele ser removido do seu cargo à força.

    Na época, ele comprava edifícios em seu nome e alugava para a empresa, lucrando duas vezes, segundo o The Wall Street Journal. Diante da evidente queda ele foi “convidado a se retirar”, mas saiu com cerca de US$ 2,3 bilhões.

    Adam Neumann quer a empresa

    No entanto, parece que ele voltou e quer comprar a WeWork por US$ 500 milhões. Pouco mais de 1% do valor que ela teve em seu auge (para ser preciso, 1,06% do valor que ela um dia teve).

    No entanto, considerando seu valor atual, a proposta é bastante razoável e até favorável a não ser que WeWork cresça e conquiste parte do mesmo espaço de mercado que antigamente.

    A empresa se pronunciou em um comunicado ao Reuters e disse: “somos uma empresa extraordinária e não é de estranhar que recebamos regularmente manifestações de interesse de terceiros”. No entanto, será que ela voltará para as mãos de Neumann?

    IGN Brasil 

  • Casos de dengue aumentam nas Américas em possível pior surto da história, diz Opas

    Casos de dengue aumentam nas Américas em possível pior surto da história, diz Opas

    Os casos de dengue nas Américas aumentaram de forma acentuada nos primeiros três meses deste ano, chegando a um número três vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, informou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quinta-feira.

    Brasil, Argentina e Paraguai são os países mais afetados pela dengue, no que as autoridades da Opas descreveram em uma coletiva de imprensa como provavelmente a pior temporada até agora observada nas Américas para a doença transmitida por mosquitos.

    Reuters

    A ‘tempestade perfeita’ que explica explosão de casos de dengue no Brasil

    De janeiro de 2024 até agora, o Brasil registrou mais de 2,3 milhões de casos prováveis de dengue.

    Esse número supera — em mais de 500 mil — todos os diagnósticos da doença no ano passado inteiro.

    Também simboliza a pior crise sanitária relacionada ao vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti desde o início da série histórica do Ministério da Saúde, a partir do ano 2000.

    A pior temporada de dengue havia sido em 2015, quando o país teve 1,68 milhão de casos prováveis. Na sequência, vinha 2023, com 1,65 milhão.

    Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, uma “tempestade perfeita” — que engloba mudanças climáticas, fenômenos meteorológicos, subtipos de vírus e falhas de políticas públicas — ajuda a entender a epidemia atual.

    De acordo com sua avaliação, é necessário lançar um conjunto de estratégias para mitigar os riscos e evitar que os números continuem elevados — ou sejam ainda piores de 2025 em diante.

    Casos prováveis de dengue no Brasil. Série histórica mostra que os primeiros meses de 2024 já superam todos os registros de anos anteriores.  Os dados de 2024 foram consultados no dia 27 de março.
    BBC
  • Defesa de Bolsonaro diz que ex-presidente não temia ser preso e dormiu em embaixada por agenda política

    Defesa de Bolsonaro diz que ex-presidente não temia ser preso e dormiu em embaixada por agenda política

    Em resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que não havia razões para o ex-presidente buscar asilo na embaixada da Hungria e que não temia ser preso, e manteve a explicação de que ele passou duas noites no local devido a sua agenda política.

    O documento entregue nesta quarta-feira por meio eletrônico responde a uma exigência do ministro Alexandre de Moraes, que havia dado prazo de 48 horas, na segunda-feira, para Bolsonaro se explicar ao Supremo sobre a estadia na embaixada da Hungria, após o jornal New York Times revelar, com base em imagens de câmeras de segurança e de satélite, que o ex-presidente ficou de 12 a 14 de fevereiro na representação diplomática do país europeu.

    No documento, os advogados alegam que o presidente havia sido alvo dias antes de medidas cautelares, incluindo a retenção de passaporte e a proibição de se ausentar do país, o que indicaria que a decretação de prisão não era iminente.

    “Portanto, diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, diz o texto assinado pelos advogados.

    A defesa alega ainda que Bolsonaro respondeu a todas as convocações da Justiça, tem endereço fixo, agenda pública e não se ausentou do Brasil sem comunicar ou pedir autorização. Como exemplo, cita a viagem para a posse do presidente argentino Javier Milei, e o pedido de autorização — ainda não respondido — para que aceite o convite para do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para que visite o país.

    “O respeito e a crença pelo Estado Democrático e de Direito é pujante no peito do peticionário que, em que pesem as perseguições, segue acreditando na Justiça e consequentemente, ao menos por ora, não tem qualquer razão para fazer qualquer movimento no sentido de dar a indevida sensação de desconfiança ou falta de respeito a ela”, completa o texto.

    De acordo com o STF, a resposta da defesa de Bolsonaro foi enviada à Procuradoria-Geral da República para que seja dado um parecer, em um prazo de cinco dias. Só então Moraes deve se manifestar ou não sobre a possibilidade de prisão preventiva por tentativa de evitar o cumprimento de medida judicial.

    O episódio vem sendo tratado como uma tentativa de Bolsonaro de pedido de asilo ao país europeu, que tem à frente Viktor Orbán, primeiro-ministro de extrema-direita aliado do ex-presidente, com quem já trocou elogios públicos.

    Caso Bolsonaro estivesse na embaixada húngara e a Justiça determinasse sua prisão, agentes da PF não poderiam entrar na representação diplomática da Hungria para prendê-lo, pois o local é protegido pela legislação e está fora da jurisdição das autoridades brasileiras.

    Segundo uma fonte com conhecimento da investigação, a Polícia Federal está produzindo um relatório sobre o caso para enviar ao STF.

    Após a revelação da estadia de Bolsonaro na embaixada húngara, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos sobre o episódio.

    A embaixada da Hungria em Brasília não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.

    Gilmar opina sobre Bolsonaro antes de STF julgar casos e abre debate sobre imparcialidade

    O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tem feito uma série de críticas relacionadas a casos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    As falas antecedem a chegada dos processos contra Bolsonaro e sobre golpismo à pauta de julgamentos da corte e levantam questionamentos já feitos anteriormente sobre possível prejulgamento e quebra da imparcialidade.

    A Lei Orgânica da Magistratura Nacional veda aos magistrados “manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem”.

    Apesar disso, é improvável que Gilmar seja afastado do caso ou mesmo sofra qualquer sanção, avaliam especialistas, seja porque o STF jamais aceitou um pedido de impedimento ou suspeição de ministros, seja porque os casos mencionados pelo ministros estão ainda na fase de inquérito –o das milícias digitais.

    O próprio Gilmar já teve a imparcialidade questionada no debate público ou em juízo por emitir opiniões antes do julgamento em outros casos, como o da nomeação do atual presidente Lula (PT) para ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff (PT) e na Lava Jato. Nunca chegou a ser afastado de um julgamento em razão disso.

    Em relação a Bolsonaro, o ministro afirmou em evento no dia 19 que houve um salto “de especulações para provas” ao comentar investigações que levaram a Polícia Federal a indiciar o ex-presidente no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de Covid-19.

    “Em se tratando das investigações gerais, e eu como um observador da cena já há muito tempo, raramente a gente teve avanços tão significativos”, afirmou.

    No mesmo evento, o ministro declarou que o Brasil superou “armadilhas ditatoriais”.

    Ele já havia dito, no fim de fevereiro, que Bolsonaro teria feito uma confissão ao tentar explicar a origem da minuta golpista, elaborada contra as eleições de 2022, durante discurso feito em ato na avenida Paulista.

    “Parece [que foi uma confissão], que todos sabiam”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo.

    “Entendo que o [ex-]presidente saiu de uma situação de possível autor intelectual para uma situação de potencial autor material de todo esse quadro, é isso que a investigação da Polícia Federal trouxe”, afirmou ainda o ministro na mesma entrevista, em que também criticou a ideia de anistiar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

    No sábado (23), ele afirmou à CNN Brasil que a Polícia Federal ainda vai finalizar a investigação e que a Procuradoria-Geral da República irá avaliar o oferecimento de denúncia.

    Mas chamou de “brilhante” o trabalho policial no caso. “Temos que reconhecer, quando chega a esses filmetes das reuniões e revela, portanto, não é nada de suposição, é algo bastante documentado”, disse.

    Declarações anteriores de Gilmar já se tornaram artilharia para os bolsonaristas. Apoiadores do ex-presidente retiraram de contexto uma frase do ministro para afirmar que ele tinha reconhecido que não houve tentativa de golpe na invasão das sedes dos Três Poderes.

    Na declaração, em entrevista em 18 de janeiro de 2023 para o Jornal 2 e reexibida pelo Jornal da Tarde, ambos da emissora portuguesa RTP, Gilmar disse que “não houve, de forma muito clara, não se pode dizer, uma tentativa de golpe, não houve quem quisesse assumir o poder”.

    “Ocuparam o Supremo Tribunal Federal, ocuparam o Palácio do Planalto e ocuparam parte do Legislativo (…) Mas, de qualquer forma, causaram um imenso tumulto, como nós estamos a ver e estamos a discutir inclusive no exterior, aqui em Portugal e em outros sítios.”

    A fala, porém, ocorreu dez dias após a invasão, quando as investigações ainda não haviam apresentado evidências contundentes sobre os ataques.

    Procurado, o STF não se manifestou sobre as declarações de Gilmar.

    Em janeiro de 2024, em declaração à agência de notícias AFP, ele atribuiu a Bolsonaro responsabilidade política sobre os atos de 8 de janeiro, e disse que a jurídica ainda estava em discussão.

    “O que estava em jogo não era a dúvida que tivessem em relação à urna eletrônica. Era a busca de um pretexto para um caso de resultado desfavorável. Isso ficou muito evidente quando o Bolsonaro, depois do segundo turno, impugna o resultado das eleições só em relação as eleições presidenciais, e só onde ele havia perdido”, disse ele na mesma entrevista.

    Cássio Casagrande, professor de direito constitucional da UFF (Universidade Federal Fluminense), avalia como graves falas públicas de Gilmar e outros ministros do STF sobre casos a serem julgados ou com opiniões que resvalam em questões políticas.

    Especialista em direito comparado, ele ressalta que a postura contrasta com a de ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos. “E lá não tem Loman [Lei Orgânica da Magistratura Nacional], é algo da própria tradição cultural”, afirma.

    Casagrande lembra que a aclamada juíza da Suprema Corte americana Ruth Ginsburg divulgou nota dizendo-se arrependida após ter feito comentários negativos sobre Donald Trump, entre os quais um em tom jocoso de que, caso o marido dela estivesse vivo, iria querer se mudar para a Nova Zelândia se o republicano fosse eleito presidente.

    “Nós ainda não encontramos um mecanismo institucional para inibir essas extravagâncias”, diz Casagrande.

    Advogado e doutor pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Eugênio Pacelli de Oliveira explica que não há previsão específica no Código de Processo Penal para declarar suspeito ou impedido um magistrado em decorrência de manifestações públicas sobre casos em andamento.

    Por outro lado, afirma, condutas assim poderiam em tese ser classificadas como “incompatibilidade”, termo presente no Código de Processo Penal e mais aberto a interpretação.

    Por outro lado, ele avalia que o fato de os casos de Bolsonaro comentados por Gilmar ainda estarem na fase de inquérito pode ser um argumento a favor do ministro, uma vez que a Lei Orgânica da Magistratura usa o termo “processo”, o que se referiria a uma ação penal, e não “investigação”.

    Ele ressalta ainda que só o próprio Supremo poderia decidir por eventual afastamento de ministro em casos similares, já que a corte não está submetida ao controle do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

    Folha de São Paulo /Reuters

  • Lula e Macron defendem cooperação militar em “mundo polarizado”

    Lula e Macron defendem cooperação militar em “mundo polarizado”

    O presidente do Brasil disse que preocupação com defesa é por desejo de paz em momento em que há “animosidade” contra a democracia; líder francês disse que países não querem ser “lacaios” de grandes potências.

    Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da França, Emmanuel Macron, defenderam nesta 4ª feira (27.mar.2024) as iniciativas de cooperação entre os 2 países no desenvolvimento de tecnologias militares em um momento em que mundo passa por “múltiplas crises” com grandes potências em conflito. Os 2 chefes de Estado participaram pela manhã da inauguração do submarino Tonelero, parte do Prosub, programa de desenvolvimento de submarino desenvolvido por brasileiros e franceses. Em seu discurso, Lula disse que se preocupa com a defesa do território brasileiro não porque deseja a a guerra, mas porque quer paz.

    Poder360

  • Presidente francês Macron será recebido no Senado nesta quinta

    Presidente francês Macron será recebido no Senado nesta quinta

    O presidente da França, Emmanuel Macron, fará visita ao Senado, nesta quinta-feira (28), onde será recebido pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, no Salão Nobre, a partir das 15h.

    Um dos temas esperados na pauta entre França e Brasil é o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. O acordo entre os dois blocos teve os termos finalizados em 2019, após 20 anos de negociações, mas não foi ratificado pela União Europeia. Em mais de uma ocasião, a França já se posicionou contra o acordo.

    Grupo parlamentar

    Na ocasião da visita de Macron também será instalado no Senado o Grupo Parlamentar Brasil-França (GPFRANCA), instituído pela Resolução 33 de 2019, como serviço de cooperação interparlamentar. O grupo tem a finalidade de incentivar e desenvolver as relações bilaterais entre os Poderes Legislativos dos dois países, bem como contribuir para a análise, a compreensão, o encaminhamento e a solução de problemas.

    Agenda

    A visita ao Senado é um dos eventos da programação oficial do presidente francês no Brasil, durante os três dias em que permanecerá no país. O roteiro de Macron prevê visitas a quatro cidades: Belém (PA), Itaguaí (RJ), Brasília e São Paulo. Foi organizado como parte de uma agenda internacional acertada em conjunto com o presidente Lula, com foco principal na preparação para a COP30 do clima que vai acontecer em Belém, em 2025.

    Nesta semana, os dois presidentes lançaram um plano de economia sustentável para a Região Amazônica, que busca arrecadar mais de RS 5 bilhões de investimento público e privado nos próximos quatro anos, para aplicar em projetos na Amazônia Legal e na Guiana Francesa.

    Fonte: Agência Senado

  • Mesmo o Brasil ser criticado por Macron. Lula ainda estende tapete para o presidente francês

    Mesmo o Brasil ser criticado por Macron. Lula ainda estende tapete para o presidente francês

    Conforme o jornalista Claudio Humberto do Diário do Poder, em suas redes sociais, Macron compartilhou informações falsas para prejudicar o Brasil, como no caso de uma foto de um incêndio na floresta ocorrido em território peruano há 20 anos, tirada por um autor já falecido, apresentando-a como “evidência” de que o Brasil estaria destruindo a Amazônia por meio de incêndios criminosos, entre outras alegações infundadas.

    Além de mentir, Macron agiu para inviabilizar o que pudesse beneficiar o Brasil, como o acordo Mercosul-União Europeia, prestes a ser celebrado. (Foto: Divulgação)

    O presidente Lula (PT) recomendou um protocolo especial, com todas as honras, para receber o presidente francês Emmanuel Macron, que tem se destacado por iniciativas hostis em relação ao Brasil.

    Conforme o jornalista Claudio Huberto do Diário do Poder, em suas redes sociais, Macron compartilhou informações falsas para prejudicar o Brasil, como no caso de uma foto de um incêndio na floresta ocorrido em território peruano há 20 anos, tirada por um autor já falecido, apresentando-a como “evidência” de que o Brasil estaria destruindo a Amazônia por meio de incêndios criminosos, entre outras alegações infundadas.

    Além de disseminar desinformação, Macron atuou para dificultar qualquer iniciativa que pudesse beneficiar o Brasil, como o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que estava prestes a ser concluído.

    Lula concordou com a demanda de Macron para recebê-lo em Belém, sede da COP 30, na terça-feira (26), em vez da capital, como previsto pelo protocolo tradicional.

    Macron impôs exigências irrealistas ao agronegócio brasileiro, baseando-se em falsidades, com o claro objetivo de proteger o agronegócio ineficiente da Europa.

    As tensões entre Macron e o Brasil aumentaram após o então presidente Bolsonaro fazer comentários considerados ofensivos sobre a esposa de Macron, Brigitte Macron, que é 25 anos mais velha que ele.

    Jetss

    Macron chega ao Brasil para visita de 3 dias

    Líder francês irá a quatro cidades, batizará submarino e terá reuniões com Lula

    Nesta terça-feira, 26, o presidente da França chega para uma visita de três dias ao Brasil. A viagem  tem por objetivo reforçar as relações bilaterais, que foram paralisadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Macron visitará quatro cidades, acompanhado de ministros e 140 empresários, grande parte de firmas de pequeno e médio portes.

    Emmanuel Macron e Lula estarão juntos em Belém, na terça-feira, primeiro dia de viagem do presidente da França. Essa primeira fase da agenda tratará de meio ambiente, com ênfase para clima e proteção das florestas.

    Macron dirá que a França quer ser um parceiro de referência para o Brasil. Conversará com Lula sobre ações para mitigar os efeitos do aquecimento global e para que os habitantes da Amazônia vivam com dignidade, sem precisarem desmatar. A reforça das instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Conselho de Segurança da ONU também farão parte da agenda, segundo apuração do jornal O Globo.

    Na terça, Macron vai condecorar o cacique Raoni com a Legião de Honra, a mais alta distinção francesa. Raoni Metuktire receberá em Belém, no Pará, essa ordem no grau de oficial, como “figura internacional da luta pela preservação da floresta amazônica e a cultura dos povos originários”, segundo a presidência francesa.

    Exame