Categoria: Política

  • Maduro comparece à Suprema Corte para validar reeleição em meio à pressão internacional

    Maduro comparece à Suprema Corte para validar reeleição em meio à pressão internacional

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comparecerá nesta sexta-feira (9) à Suprema Corte, a qual pediu para validar sua questionada reeleição, em meio a uma crescente pressão internacional para que sejam divulgadas as atas da votação de 28 de julho, acusada de fraude pela oposição.

    Brasil, Colômbia e México reiteram apelo por divulgação de atas eleitorais na Venezuela
    Brasil, Colômbia e México reiteram apelo por divulgação de atas eleitorais na Venezuela © Alfred DAVIES

    A audiência responde à uma solicitação que Maduro fez na semana passada ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de servir ao chavismo, para que certifique a eleição através de um processo que acadêmicos e líderes políticos consideram inadequado.

    “Queremos paz, tranquilidade, por isso entrei com aquele recurso contencioso no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Foram dois dias de audiência, todos os candidatos e todos os partidos foram convocados. (…) Chegou a minha vez”, disse Maduro na quinta-feira diante de centenas de apoiadores em uma manifestação em Caracas.

    O presidente venezuelano foi reeleito com 52% dos votos frente aos 43% de seu adversário, Edmundo González Urrutia, mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não publicou os detalhes da votação, alegando que o sistema de votação foi hackeado.

    A oposição denunciou fraudes e afirmou ter 80% das atas, que comprovam a vitória de González Urrutia, um embaixador discreto que representou a líder opositora María Corina Machado após ela ter sido inabilitada de exercer cargos públicos.

    O anúncio dos resultados gerou protestos no país, no quais 24 pessoas morreram, segundo organizações de direitos humanos, e mais de 2.200 foram presas, segundo Maduro.

    O chavismo rejeita as provas apresentadas pela oposição e as classifica como falsas.

    Estados Unidos, que reconheceram a vitória de González Urrutia, União Europeia — que solicitou uma “verificação independente” do processo eleitoral —, e países da América Latina, incluindo aliados de Maduro como Brasil, México e Colômbia, exigem a publicação das atas.

    Já o mandatário venezuelano defende sua vitória e afirma ter 100% destes registros.

    O presidente da CNE, Elvis Amoroso, compareceu à Suprema Corte na segunda-feira e disse ter entregue todo o material solicitado: registros de votação das mesas eleitorais, o registro final da apuração e uma cópia da proclamação de Maduro.

    Segundo anunciou a presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, o material será analisado em um prazo de 15 dias que pode ser “prorrogado”.

    – “Opaco” –

    González Urrutia foi convocado pela instância judicial na quarta-feira, mas não compareceu ao chamado, alegando “vulnerabilidade absoluta” e “violação do devido processo” em um comunicado.

    Para o diretor da consultoria política Logconultancy, Giulio Cellini, o processo judicial é possivelmente “uma espécie de emboscada contra Edmundo González”.

    “Partimos do fato de que o Poder Judiciário é controlado por Maduro, assim como o poder eleitoral (…) Então algo que deveria ser resolvido a nível administrativo, ou seja, no CNE, é levado aos tribunais para tentar ratificar esta vitória”, destacando uma preocupação de que o processo seja “opaco”.

    Brasil, Colômbia e México estão realizando esforços diplomáticos para buscar soluções para a crise desencadeada após as eleições e na quinta-feira declararam que tomaram conhecimento do processo no TSJ, mas insistiram na necessidade de que as atas eleitorais sejam publicadas.

    Os Estados Unidos, que alertaram Maduro sobre mais pressão internacional caso Machado e González Urrutia fossem presos, também procuram dar espaço ao Brasil, à Colômbia e ao México para que possam “trabalhar e encontrar um caminho para avançar”, disse quinta-feira o embaixador dos EUA perante a Organização dos Estados Americanos (OEA), Francisco Mora.

    Maduro continua, por sua vez, denunciando um “ataque” e tem como alvo as redes sociais. O presidente, que afirma ter parado de usar o WhatsApp, determinou na quinta-feira a suspensão do X por 10 dias.

    AFP

  • Moraes revoga prisão preventiva de Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro

    Moraes revoga prisão preventiva de Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a prisão preventiva de Filipe Martins, investigado por suposta participação numa tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

    A informação é da defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    A soltura teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República, que apontar não ter provas de que ele teria deixado o país – uma das suspeitas que justificou a decretação da prisão.

    Segundo a PGR, os dados apresentados “parecem indicar, com razoável segurança, a permanência do investigado no território nacional no período questionado”.

  • Moraes manda soltar ex-diretor da PRF Silvinei Vasques

    Moraes manda soltar ex-diretor da PRF Silvinei Vasques

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta quinta-feira (8) a soltura do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

    Moraes revogou a prisão preventiva por entender que os elementos que levaram à prisão, há um ano, não se aplicam mais ao caso.

    Quando solto, Silvinei Vasques terá que cumprir medidas cautelares, incluindo:

    • o uso de tornozeleira eletrônica;
    • obrigação de se apresentar à Justiça periodicamente;
    • cancelamento do passaporte e proibição de deixar o país;
    • suspensão do porte de arma de fogo;
    • proibição de uso das redes sociais.

    Silvinei está preso desde 9 de agosto de 2023 por ordem do STF, acusado de tentar interferir no segundo turno das eleições de 2022 para beneficiar o então presidente Bolsonaro.

    Atualmente, ele cumpre a prisão preventiva no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Até as 9h20, ele ainda não tinha deixado o presídio.

    Moraes também proibiu comunicação de Silvinei com outros investigados.

    G1

  • Rússia reage a ataque e mata 660 militares ucranianos

    Rússia reage a ataque e mata 660 militares ucranianos

    O combate entre Ucrânia e Rússia na fronteira entre os países prossegue nesta quinta-feira (8).

    Após o ataque ucraniano à região de Kursk no último dia 6, a Rússia respondeu com força, matando ao menos 660 militares adversários desde o início da semana. Já as baixas russas nos combates na zona chegam a nove.

    Um porta-voz da Comissão Europeia afirmou nesta manhã que “a Ucrânia está agindo em legítima defesa contra as agressões ilegais da Rússia”. A opinião é compartilhada pelo ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani. “Espero que possa haver a retirada das tropas, se possa chegar à paz, a uma paz justa, que garanta a integridade territorial da Ucrânia”, disse o também vice-premiê.

    A guerra entre os dois países se estende desde fevereiro de 2022 , quando tropas de Moscou invadiram o país vizinho. Segundo dados do Departamento de Crimes de Guerra de Kiev, mais de 10 mil civis ucranianos morreram desde o início do conflito.

    (ANSA).

  • Governo estuda taxação e mudança em correção de precatórios

    Governo estuda taxação e mudança em correção de precatórios

    O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda rever uma série de regras ligadas ao pagamento de precatórios (sentenças judiciais) para ajudar no ajuste das contas públicas.

    As ações em discussão buscam elevar as receitas recolhidas sobre essas dívidas ou mudar os mecanismos de correção dos valores para conter as despesas do governo. Não passam pelo adiamento dos repasses de valores, como fez o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em medida declarada inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

    O governo ainda não bateu o martelo sobre as propostas, que integram um cardápio mais amplo de possíveis medidas para reequilibrar as finanças da União no médio e longo prazo. Procurado, o Ministério do Planejamento e Orçamento não quis comentar. A Fazenda não respondeu até a publicação deste texto.

    Segundo técnicos do governo ouvidos pela reportagem, uma das ideias é rediscutir o índice de correção do valor do precatório até o seu pagamento, alterado para Selic após a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios.

    A mudança ocorreu num momento em que a Selic estava mais baixa. Com a elevação da taxa de juros, a troca acabou se mostrando desfavorável ao governo ao impor um custo maior na atualização das dívidas judiciais. Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano. Há um ano, estava em 13,75%.

    Antes, a correção dos precatórios não tributários (como aqueles referentes a salários e aposentadorias) eram corrigidos pelo IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Série Especial) acrescido de juros correspondentes à remuneração da caderneta de poupança (cerca de 0,5% ao mês).

    A alteração do indexador, porém, precisaria ser feita por PEC, o que se torna um desafio para o governo, que precisaria do apoio de 308 deputados e 49 senadores em dois turnos de votação.

    Há ainda discussões para tentar ampliar a eficácia dos instrumentos de resgate de valores abandonados em contas judiciais ou até mesmo reduzir o prazo a partir do qual a União pode reclamar esses valores. Hoje, a lei diz que o período é de 25 anos.

    Segundo técnicos da área econômica, valores significativos ficam empoçados no Judiciário, sem que o credor efetue o saque. A lei prevê a incorporação dos valores pelo Tesouro Nacional, não só em relação a precatórios, mas também depósitos de outra natureza (como garantias). A avaliação, porém, é que o texto não dá instrumentos efetivos para isso.

    Além do prazo de 25 anos, as instituições que guardam esses valores precisam dar conhecimento a possíveis interessados por meio de publicação no Diário Oficial e na imprensa local por pelo menos três vezes. O processo é tido como burocrático.

    Um dos exemplos citados é o da Justiça do Trabalho, que procura os donos de R$ 21 bilhões esquecidos em contas judiciais, como mostrou reportagem da Folha de S. Paulo. Há ações tão antigas –algumas até da década de 1960– que estão em versão de papel. Só agora há ações para tentar rastrear os credores ou direcionar o dinheiro ao Tesouro.

    Procurado, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) informou que R$ 3,9 bilhões já podem ser declarados como abandonados.

    “Em cima desses valores, estão sendo implementados esforços para o repasse ao Tesouro Nacional. Este é um trabalho de longa duração. Os responsáveis pelo projeto Garimpo acreditam que até o final de setembro haverá uma posição”, disse o órgão.

    O TST afirmou ainda não ter um posicionamento sobre possíveis alterações na legislação sobre resgate dos recursos abandonados.

    Outra possibilidade em estudo pelo governo é taxar o ganho que o credor tem em decorrência da atualização monetária do precatório no período entre a sua expedição pela Justiça e o pagamento efetivo pelo banco.

    Pela legislação, os precatórios devem ser inscritos até o dia 2 de abril para que o crédito seja pago, com seu valor corrigido monetariamente, até o final do ano seguinte. O governo pode pagar de janeiro a dezembro, o que acaba estendendo o tempo que o dinheiro fica na conta recebendo a atualização monetária.

    Hoje, o governo já cobra uma alíquota de 3% do IR (Imposto de Renda) sobre o valor pago, sem deduções, no momento do pagamento dos precatórios e das RPVs (Requisição de Pequeno Valor).

    As RPVs também são, na prática, precatórios. Enquanto o precatório é emitido nos casos de condenações acima de 60 salários mínimos (o equivalente a R$ 84,2 mil), as RPVs são emitidas para sentenças abaixo desse limite. As RPVs têm prioridade de pagamento.

    Neste ano, as despesas com o pagamento dessas dívidas judiciais do governo chegaram a R$ 86 bilhões -dos quais R$ 29 bilhões em RPVs. Para 2025, a fatura vai superar R$ 100 bilhões.

    O precatório e a RPV são uma despesa obrigatória a ser paga a um beneficiário que ganhou uma ação judicial contra o governo, mas sua tendência acaba sendo imprevisível porque depende de decisão definitiva da Justiça.

    Como são gastos crescentes, as dívidas judiciais são hoje uma das principais fontes de pressão sobre o Orçamento.

    A preocupação da área econômica é que essa trajetória possa comprometer, no futuro, o sucesso do arcabouço fiscal, a nova regra das contas públicas aprovada no ano passado pelo Congresso.

    As medidas em estudo envolvendo os precatórios atuam pelo lado das receitas e das despesas porque o governo precisa entregar ao Congresso até o final de agosto o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2025 com a previsão de déficit zero, a meta fiscal estabelecida pelo governo Lula.

    Inicialmente, a meta era de um resultado primário (receitas menos despesas, exceto gastos com juros da dívida) de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), mas o alvo foi alterado em abril sob críticas dos especialistas.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, mas o valor é considerado insuficiente para o cumprimento do limite de gastos. Pelo lado das receitas, o governo também precisará adotar medidas de aumento de arrecadação para garantir o atingimento da meta.

    Em 2024, a meta também é de déficit zero, e o governo tem enfrentado dificuldades para cumpri-la porque receitas importantes têm frustrado as expectativas. Por outro lado, despesas obrigatórias aceleraram além do previsto, como os benefícios da Previdência Social e de assistência social.

    Folha de São Paulo

  • Médico que defendeu cloroquina é eleito representante do CFM em SP

    Médico que defendeu cloroquina é eleito representante do CFM em SP

    O médico Francisco Cardoso, que ficou conhecido por defender o tratamento com cloroquina para Covid-19 durante a pandemia, foi eleito como novo representante do Conselho Federal de Medicina (CFM) em São Paulo para os próximos cinco anos. As eleições foram realizadas em todo Brasil na terça (6) e quarta-feira (7).

    Pouco mais de 424 mil médicos votaram remotamente para um conselheiro federal efetivo e outro suplente. Em São Paulo, mais de 126 mil profissionais votaram. O suplente de Francisco Cardoso é Krikor Boyaciyan Veja como ficou a votação no estado: Força Médica (chapa 2) – 37,98% Consciência CFM (Chapa 3) – 34,13% Juntos por uma Categoria Médica Mais Forte (Chapa 1) – 15,25% Experiência e Inovação (Chapa 4) – 12,64% Defesa da cloroquina Em depoimento à CPI da Pandemia em junho de 2021, Cardoso afirmou que, quando surgiram os primeiros estudos sobre fármacos para o tratamento da Covid-19, a cloroquina e a hidroxicloroquina apresentaram melhor desempenho. “Em medicina, a prática de utilizar fármacos homologados em tratamento para outras doenças se chama uso ‘off-label’, ou seja, fora da bula oficial.

    Em alguns casos, o uso ‘off-label’ se torna tão benéfico que acaba sendo incorporado depois pelas agências”, disse. Em março do mesmo ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a hidroxicloroquina não funciona no tratamento contra a Covid-19 e alertou ainda que seu uso pode causar efeitos adversos. Depois da vitória no CFM, Cardoso escreveu, em suas redes sociais, que foi uma eleição disputada e que sofreu “ataques vis de pessoas sem caráter ou honra”. “São Paulo elegeu um médico a favor da vida, da ciência, da autonomia, da ética e do respeito”, completou.

    A chapa eleita vai representar o órgão até setembro de 2029. Nesta quinta-feira (8), Cardoso compartilhou em uma rede social um print de uma crítica feita por um opositor à sua vitória na eleição e escreveu: “Se esquerdopata não gostou, é porque estamos no caminho certo.” Polêmica na eleição Durante a campanha, médicos relataram ter recebido uma mensagem, via SMS, instigando o voto na Chapa 2 por ser a “única chapa anti-(L 13)”, conforme escrito no texto. O SMS teria sido enviado no último dia 22 de julho, cerca de duas semanas antes do início das votações.

    A infectologista Luana Araújo denunciou o recebimento nas redes sociais. “Em SP, aparentemente, tem gente que quer que você, médico(a) paulista, fique preso(a) para sempre nessa cretinice criminosa de polarização partidária. Para esse pessoal, vale tudo – inclusive agir contra a ética e a lei geral de proteção de dados”, relatou. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por LUANA (@drluanaaraujo) A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) do CFM informou que esteve à frente de todo o processo eleitoral e que o pleito foi marcado por tranquilidade, eficiência e segurança.

    CNN

  • Hospitais libaneses se preparam para guerra entre Israel e Hezbollah

    Hospitais libaneses se preparam para guerra entre Israel e Hezbollah

    Em meio ao crescente receio de um conflito em grande escala com Israel, o sistema de saúde do Líbano se preparar para atender possíveis vítimas, equipando hospitais em Beirute e na parte sul do país com fornecimentos médicos de emergência e treinando intensamente pessoal para potenciais emergências.

    Na segunda-feira (5), a Organização Mundial da Saúde entregou 32 toneladas de suprimentos médicos ao ministério da saúde do Líbano, incluindo pelo menos 1.000 kits de trauma para tratar possíveis feridos de guerra.

    “Não sabemos quão grande será a situação. Se o que vai acontecer for muito grande, como Gaza, então neste momento, por mais que nos preparemos, não será suficiente”, disse Jihad Saadeh, diretor-geral do hospital Rafik Hariri, em Beirute.

    Os hospitais no sul do Líbano, que estão na linha de frente das hostilidades transfronteiriças entre o Hezbollah e os militares israelenses, estão desgastados por um colapso econômico que dura anos e têm lutado para lidar com pacientes feridos nos últimos 10 meses.

    O Ministério da Saúde do Líbano equipou mais de 15 hospitais governamentais com fontes alternativas de energia para reforçar o seu fornecimento de eletricidade em tempos de escalada da crise.

    “Esta energia alternativa não é suficiente para que os hospitais dispensem combustível para o funcionamento dos seus geradores, mas pelo menos pode ajudar na prestação de serviços básicos nestes hospitais”, explicou o ministro interino da saúde libanês, Firass Abiad.

    CNN

  • Lula se irrita com decisão do TCU e diz que ala bolsonarista da Corte tenta salvar ex-presidente

    Lula se irrita com decisão do TCU e diz que ala bolsonarista da Corte tenta salvar ex-presidente

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a interlocutores que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o relógio Cartier recebido de presente por ele, em 2005, foi produzida sob medida para salvar o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito das joias sauditas. Para Lula, a posição de ministros da Corte ligados a Bolsonaro se alinhou à tese da defesa do ex-presidente com o claro objetivo de criar condições para absolvê-lo.

    Irritado, Lula chegou a afirmar que vai devolver o relógio porque a decisão do TCU só teve o propósito de igualar sua situação à de Bolsonaro, quando os casos são diferentes.

    Com valor estimado à época em R$ 60 mil, e confeccionado em ouro branco, o Cartier Santos Dumont foi presente da própria fabricante durante visita que Lula fez a Paris, em seu primeiro mandato.

    Nesta quarta-feira, 7, o TCU decidiu que o presidente pode ficar com o relógio. Embora a Corte de Contas estivesse dividida, pesou para a decisão o voto do ministro do TCU Jorge Oliveira, que foi titular da Secretaria-Geral da Presidência sob Bolsonaro e indicado por ele para o tribunal.

    Oliveira argumentou que não se pode classificar os presentes recebidos no exercício da Presidência como sendo da União até que haja uma regulamentação sobre o que é “bem de natureza personalíssima”.

    O voto do ministro, acompanhado por Jhonatan de Jesus, Aroldo Cedraz, Augusto Nardes e Vital do Rego, não só abre precedente para que Bolsonaro seja desobrigado a devolver as joias recebidas do governo da Arábia Saudita como dá munição para seu discurso de perseguido político. O escândalo das joias foi revelado pelo Estadão em março do ano passado.

    Tribunal mudou interpretação sobre presentes de autoridades

    A Advocacia-Geral da União (AGU) analisa o caso para orientar Lula. De qualquer forma, há no Palácio do Planalto o entendimento de que, à época em que ele ganhou o Cartier, não havia uma norma do TCU que obrigasse os chefes do Executivo a devolver presentes, mesmo sendo de alto valor.

    Nos últimos anos, porém, as interpretações sobre o destino dos bens recebidos por presidentes da República, e quais deles seriam passíveis de incorporação ao patrimônio privado, mudaram várias vezes.

    No mês passado, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e mais 11 pessoas no caso das joias. Segundo a PF, o ex-presidente cometeu os crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

    A conclusão das investigações foi enviada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.

    Agentes da PF descobriram que as joias sauditas – incluindo um relógio de ouro branco da marca Rolex – começaram a ser negociadas nos Estados Unidos em 2022, último ano de mandato de Bolsonaro.

    Em 2023, o TCU determinou ao ex-presidente que devolvesse as joias. O advogado Frederick Wasseff viajou então para os Estados Unidos, onde recomprou o relógio. Bolsonaro sempre negou que tivesse cometido qualquer crime.

    Estadão

  • Nicarágua determina expulsão de embaixador brasileiro

    Nicarágua determina expulsão de embaixador brasileiro

    O governo brasileiro ainda não havia confirmado a expulsão até a última atualização desta reportagem, mas, segundo disse ao g1 uma fonte do Itamaraty, a Embaixada do Brasil na Nicarágua recebeu uma queixa formal na semana passada do governo local, que também ameaçou expulsar o embaixador.

    A comunicação formal sobre a expulsão deve ocorrer nesta quinta-feira (8), quando o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, vai conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tema.

    decisão pela expulsão, segundo a imprensa nicaraguense, ocorreu em retaliação à ausência brasileira no evento — o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, é um ex-guerrilheiro do movimento sandinista (leia mais abaixo).

    expulsão de um embaixador é um gesto grave nas relações diplomáticas entre dois países e indica a piora nas relações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o governo do nicaraguense Daniel Ortega, de quem Lula já foi aliado.

    Segundo o Itamaraty, o embaixador não foi ao evento por conta do congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua. O governo Lula decidiu congelar as relações por um período de um ano em retaliação à prisão de padres e bispos no país.

    Em 2022, o governo de Daniel Ortega iniciou uma ofensiva contra a Igreja Católica do país, confiscando imóveis, dissolvendo ordens jesuítas e prendendo padres e bispos que denunciavam a guinada autoritária do líder esquerdista.

    Brasil tentava atuar como mediador entre o Vaticano e Manágua e pedia que o governo nicaraguense que soltasse bispos presos no país desde 2022.

    O governo da Nicarágua ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

    Já o ex-embaixador da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos (OEA), Arturo McFields, confirmou a expulsão, com base também em informações do Ministério de Relações Exteriores nicaraguense.

    Segundo o índice V-DEM, que mede o status das democracias pelo mundo, a Nicarágua é uma autocracia. O presidente é Daniel Ortega, reeleito para o quarto mandato em 2021, em eleições apontadas pelos Estados Unidos como nem justas nem livres.

    Ortega é um ex-guerrilheiro de um movimento de esquerda dos anos 1970 conhecido como sandinista. Ele também governou o país nos anos 1980, depois que seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), derrubou em 1979 o ditador Anastasio Somoza. A derrubada de Somoza é conhecida como a Revolução Sandinista.

    Os sandinistas governaram Nicarágua até 1990, quando foram derrotados na eleição presidencial realizada no país.

    https://g1.globo.com/politica/video/a-unica-coisa-que-a-igreja-quer-e-que-a-nicaragua-libere-os-bispos-diz-lula-sobre-ortega-11720401.ghtml

    Lula e chanceler avaliam hoje situação na Nicarágua

    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista ao UOL
    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista ao UOL Ricardo Stuckert/PR

    O Brasil alertou a Nicarágua de que haverá consequências políticas e diplomáticas com a expulsão do embaixador brasileiro, Breno de Souza, no país governado pelo presidente de extrema-esquerda Daniel Ortega.

    A informação de que o governo Ortega decidiu expulsar o diplomata brasileiro chegou nesta quarta-feira (7) à noite ao Itamaraty.

    O chanceler Mauro Vieira irá conversar nesta quinta-feira (8) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, antes de qualquer manifestação formal do Brasil.

    A diplomacia brasileira ponderou aos nicaraguenses que pensassem melhor sobre a expulsão. A atuação tem se dado nos bastidores, em movimentos discretos, ainda sem posicionamentos oficiais.

    G1

     

  • Boric não reconhece a vitória de Maduro na Venezuela

    Boric não reconhece a vitória de Maduro na Venezuela

    O presidente do Chile, Gabriel Boric, informou nesta quarta-feira (7) que o seu governo não reconhece Nicolás Maduro como o presidente eleito da Venezuela.

    Boric disse em coletiva de imprensa que não tem dúvidas de que o governo Maduro tentou cometer fraude e afirmou: “Se tivessem vencido claramente, teriam mostrado as famosas atas”.

    O presidente acrescentou que o Chile não reconhece “o triunfo autoproclamado de Maduro” e disse que não confia na independência e imparcialidade das instituições governamentais venezuelanas.

    Boric destacou que não validarão resultados que não tenham sido verificados por organizações internacionais independentes.

    Depois da afirmação do presidente chileno, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, publicou no X, antigo Twitter: “O senhor Gabriel Boric se coloca à direita de (Javier) Milei e do Departamento de Estado dos Estados Unidos, sua máscara caiu definitivamente, seu governo pinochetista e golpista está exposto”, escreveu Gil.

    CNN