Categoria: Política

  • Entenda o que mudará se a PEC do fim da reeleição for aprovada

    Entenda o que mudará se a PEC do fim da reeleição for aprovada

    Em discussão no Senado Federal, com previsão de ser votada esta semana, a PEC que tem o objetivo de extinguir a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República foi aceita por governadores, prefeitos e vereadores. O Correio ouviu personalidades como os governadores do estado de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que declararam apoio público à medida que prevê uma mudança geral no processo eleitoral atual.

    De acordo com o texto que foi aprovado de forma simbólica na última quarta-feira (21/5), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a regra valerá para prefeitos a partir de 2028 e para governadores e presidente da República a partir de 2030.

    Ronaldo Caiado, que atualmente tem se apresentado presidenciável às eleições de 2026, afirmou que a reeleição sempre foi um entrave à boa governança no país e ele explica que o fato de ser contra um segundo mandato “não é de agora”.

    “Há muito tempo defendo, de forma pública e coerente, o fim desse mecanismo no Brasil. Vivi a política de perto, por mais de duas décadas, no Congresso Nacional, e posso afirmar com convicção: o sistema de reeleição compromete a boa governança”, afirmou.

    Para ele, o modelo atual leva muitos gestores a adotar decisões imediatistas, focadas em retorno eleitoral, e não em soluções estruturantes para o país. “O Brasil precisa de líderes com coragem para resolver o que é urgente, sem se preocupar com a própria continuidade no poder.”

    Caiado acrescentou que, caso venha a disputar e conquistar a Presidência da República, cumprirá apenas um mandato.

    “Minha missão será governar com responsabilidade, colocando cada coisa no seu devido lugar e entregando resultados. O país precisa de um presidente que, ao assumir, tenha a grandeza de dizer: ‘Estou aqui para governar, não para me reeleger.”

    Já o governador do DF, Ibaneis Rocha, por sua vez, foi mais direto, mas igualmente firme: “Eu sou a favor da proposta”, afirmou o político que exerce seu segundo mandato após ter sido reeleito em 2022.

    A PEC aprovada pela CCJ do Senado altera também a duração dos mandatos, que passam de quatro para cinco anos em todos os cargos do Executivo e do Legislativo. Para os senadores, após um período de transição, o mandato também será quinquenal. A transição prevê que os senadores eleitos em 2026 cumprirão mandatos de oito anos; os eleitos em 2030, de nove; e os de 2034, de dez. A partir de então, as três cadeiras por estado serão disputadas nas mesmas eleições.

    O texto também unifica todas as eleições brasileiras a partir de 2034, concentrando-as num único ano a cada cinco anos. A medida busca reduzir os custos do processo eleitoral e aumentar a sincronização entre as políticas públicas das diferentes esferas de governo. Atualmente, o Brasil realiza eleições a cada dois anos, o que gera, segundo especialistas, instabilidade administrativa e sobreposição orçamentária.

    Municípios

    O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, também disse ser a favor da PEC. Para ele, a coincidência de mandatos entre os entes federativos é essencial para melhorar a eficiência da administração pública.

    “Estamos lutando pela coincidência de mandato. É fundamental porque os orçamentos hoje são separados. A eleição municipal ocorre num ano, com um plano de investimentos, e dois anos depois entra um novo governo com outro orçamento. Esses orçamentos não se comunicam. Há uma grande perda de recursos e de sinergia”, disse o titular da CNM, que representa os prefeitos dos 5.565 municípios do país.

    Ziulkoski reconhece que a reeleição tem seus méritos, mas acredita que a proposta traz um novo caminho para gestões mais eficazes. “Se o mandato for maior e não houver reeleição, o gestor poderá se dedicar com mais profissionalismo, sabendo que não terá uma nova disputa à frente. A gestão tende a ser melhor.”

    Correio Braziliense

  • Governo não tem problema em corrigir rota, diz Haddad após recuo em parte das medidas do IOF

    Governo não tem problema em corrigir rota, diz Haddad após recuo em parte das medidas do IOF

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (23), que o governo não tem problema em corrigir rota, “desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido”, após a pasta recuar de parte das medidas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) anunciadas na véspera.
    “Vamos continuar o diálogo”, disse ele a jornalistas em São Paulo. De acordo com Haddad, a alteração na regra da tributação dos fundos brasileiros que fazem investimentos em ativos no exterior foi motivada por alertas de operadores do mercado.
    “Entendemos que, pelas informações recebidas, valia a pena fazer uma revisão desse item para evitar especulações que não são próprios do governo ou da Fazenda, de inibir investimentos. Não tem nada a ver com isso”, afirmou.
    O novo decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União na madrugada desta sexta, antes da abertura dos mercados. Havia a avaliação de que aplicação do IOF de 3,5% configuraria, na prática, um controle na entrada e saída de capitais desses fundos. Daí a necessidade de revogar a medida. A taxa, assim, continua zerada.
    Uma segunda mudança feita, segundo a Fazenda, busca esclarecer que remessas de contribuintes brasileiros ao exterior que sejam destinadas a investimentos continuarão sujeitas à alíquota atual de 1,1%, sem alterações. Pela versão anterior, essa cobrança também subiria a 3,5%.
    Segundo relatos, o governo identificou que essa alteração estava sendo alvo de desinformação em grupos de mensagem. Integrantes do Executivo afirmam que não havia intenção de elevar o imposto para quem envia dinheiro ao exterior para comprar uma casa, por exemplo, por isso optaram pelo ajuste na redação.
    Haddad frisou, no entanto, que o restante das medidas de elevação do IOF estão mantidas. É o caso, por exemplo, de operações com cartões de crédito e débito internacionais, cartão pré-pago internacional, cheques de viagem para gastos pessoais, cuja alíquota passou de 3,38% para 3,5%.
    Assim, foi revertida a tendência de queda do imposto nos próximos anos. A medida estava prevista em decreto editado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, quando a alíquota estava em 6,38%, e buscava alinhamento com as práticas da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), grupo do qual o Brasil almeja fazer parte.
    O ministro da Fazenda falou em “equalização”. “O governo anterior não reduziu a alíquota. Baixou um decreto para que nós reduzíssemos, mas ele cobrou o tempo todo a alíquota superior”, disse.
    Haddad disse que as medidas anunciadas nesta quinta-feira, de congelamento de R$ 31,3 bilhões em despesas, além do aumento do IOF, são “duras, mas na direção correta”. A Receita Federal previa arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 com a alta do imposto, montante que agora deve ser reduzido em cerca de R$ 2 bilhões.
    OPERAÇÕES INTERNACIONAIS
    O governo também elevou o IOF incidente sobre crédito destinado às empresas e sobre outras operações, como seguros e outras transações de câmbio. As mudanças buscam aumentar a arrecadação e ajudar no cumprimento das metas fiscais. Não haverá alteração no IOF na contratação de crédito por pessoas físicas.
    O alcance das medidas foi alvo de críticas de empresários ouvidos pela Folha de S.Paulo. “É uma explosão de arrecadação insuficiente para uma expansão assustadora do gasto público e não tem como dar certo”, disse Flávio Rocha, da Riachuelo.
    Dados da plataforma BuzzMonitor, que acompanha tendências nas redes sociais, apontam para um pico histórico de menções ao IOF. Cerca de 74% das 1.500 publicações coletadas pelo site nas últimas 24 horas, principalmente do X, tinham conotação negativa.

  • Prefeitura de Goiânia aposta em IA para acelerar transformação digital da cidade

    Prefeitura de Goiânia aposta em IA para acelerar transformação digital da cidade

    A capital goiana investe em tecnologia e inteligência artificial (IA) como parte de um plano estruturado para se consolidar como uma cidade inteligente. Entre as iniciativas da Prefeitura de Goiânia já em curso, destacam-se o projeto Brilha Goiânia e câmeras de segurança com reconhecimento facial e leitura de placas veiculares, que estão sendo testadas em parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Goiânia.

    “A construção dessa agenda digital passa por diversos eixos, e a inteligência artificial é uma ferramenta estratégica nesse processo. Começamos com o programa Brilha Goiânia, que vai muito além da troca de iluminação pública. Ele é a porta de entrada para uma nova infraestrutura urbana conectada e inteligente”, afirma o titular da Secretaria Municipal de Inovação e Transformação Digital (SIT), Fábio Christino.

    Na mobilidade urbana, sensores inteligentes com IA monitoram o tráfego em tempo real, ajustando semáforos automaticamente para reduzir congestionamentos. “Como o prefeito tem reforçado, estamos implementando a metronização no transporte público. Isso significa que os ônibus terão rotas e horários alinhados, o que impacta diretamente na velocidade e qualidade do serviço”, explica Christino. Além disso, câmeras que identificam o uso de celulares ao volante ajudam a coibir comportamentos de risco no trânsito.

    A transformação também alcança o atendimento ao cidadão. Chatbots e assistentes virtuais estão sendo implantados para um início de jornada mais automática e digital, agilizando as respostas às demandas da população. “A experiência do cidadão está no centro da nossa estratégia. Faremos um modelo mais conversacional, fluido, humanizando o atendimento público, gerando eficiência e que funcione na palma da mão de quem precisa dos serviços públicos”, destaca o secretário.

    Nos bastidores da máquina pública, a IA começa a automatizar rotinas administrativas. Processos como análise de documentos e despacho de demandas estão sendo pensados, liberando os servidores para tarefas mais estratégicas. “Todo o ecossistema de serviços tecnológicos da prefeitura está sendo revisto. Goiânia deve passar por uma profunda mudança digital nos próximos anos”.

    Referência

    Apesar de os projetos ainda estarem em fase inicial, os primeiros resultados já são perceptíveis. “Estamos vendo maior fluidez no trânsito, aumento da velocidade média dos ônibus, queda no número de distrações ao volante e melhor atendimento via canais digitais. A cidade começa a se tornar mais inteligente e o cidadão, mais satisfeito”, resume Christino.

    “Nos próximos anos, Goiânia será referência nacional em serviços digitais e no uso de inteligência artificial. E o maior beneficiado será o cidadão, com mais segurança, mobilidade, eficiência e oportunidades”, assinalou o titular da SIT. O financiamento para essas iniciativas vem de um modelo híbrido, parte dos recursos é do orçamento municipal, complementado por parcerias público-privadas, linhas de fomento à inovação e apoio de organismos internacionais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

    A secretaria também tem se preocupado com os possíveis efeitos colaterais da transformação digital. “Sabemos que a automação pode gerar receios em relação à exclusão digital ou perda de empregos. Por isso, já iniciamos nossos esforços em capacitação. Já realizamos três treinamentos só neste início de gestão, mais do que toda a gestão anterior. Queremos que a IA complemente e melhore a atuação de nosso servidor, e não substitua o trabalho humano”, enfatiza o secretário.

    Fotos: Divulgação

    Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) – Prefeitura de Goiânia

  • Ministros do STF esperam reação de Lula à fala de Rubio

    Ministros do STF esperam reação de Lula à fala de Rubio

    A cúpula do Supremo Tribunal Federal (STF) aguarda uma reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às ameaças do governo norte-americano em aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes.

    Na quarta-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Marco Rubio, disse que “há uma grande possibilidade” de aplicar a Moraes uma lei que permite a punição de estrangeiros por violação de direitos humanos.

    O deputado republicano Cory Mills alegou a Rubio que Moraes age politicamente para perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considerado um aliado de primeira hora de Donald Trump.

    Nos bastidores do STF, ministros avaliam que qualquer sanção a Moraes seria descabida, pois representaria uma intervenção indevida de outro país na Justiça brasileira. Embora vejam gravidade na ameaça, eles minimizam a chance de isso resultar em efeitos práticos.

    A leitura é de que a fala de Rubio tem um aspecto mais simbólico, diante da insatisfação de Trump com as decisões de Moraes – não só em relação a Bolsonaro, mas também sobre o bloqueio de perfis nas redes sociais, muitas com sede nos Estados Unidos.

    Ainda assim, magistrados entendem que seria salutar se o Brasil desse uma resposta, para marcar posição na defesa da soberania nacional e das instituições. Por ora, diplomatas têm observado o cenário e estudado qual seria a reação mais adequada.

    Para os ministros, mesmo que a possível sanção seja direcionada especificamente a Moraes, é como se o tribunal inteiro estivesse na mira. Seria uma das ocasiões em que o STF mostraria, com grande força, o chamado “espírito de corpo”, avalia um interlocutor.

    Isso porque, no Brasil, uma ordem judicial expedida por um ministro do STF, ainda que monocrática (individual), é considerada uma decisão institucional, e não um ponto de vista pessoal de quem a assina.

    Além disso, as decisões de Moraes têm sido referendadas colegiadamente – ou seja, mesmo que coubesse uma sanção ao relator, não haveria porque deixar de fora os demais ministros que votaram no mesmo sentido.

    A auxiliares, Moraes tem dito, em tom de brincadeira, que a eventual sanção – que inclui, por exemplo, restrição de entrada nos EUA – não mudaria em nada na sua vida prática, já que ele não gosta e nem tem o hábito de viajar ao país.

    CNN

  • Galípolo diz ser contra aumento no IOF como medida arrecadatória

    Galípolo diz ser contra aumento no IOF como medida arrecadatória

    presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (23) ser contrário ao uso do aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como instrumento de arrecadação

    A declaração foi dada após o governo federal anunciar alterações nas normas do IOF, por meio de decreto, com o objetivo justamente de ampliar a arrecadação.

    O Ministério da Fazenda estima que irá arrecadar mais de R$ 60 bilhões em dois anos com as alterações: R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.

    Galípolo ressaltou que sua oposição ao aumento do imposto não é nova. Ele disse já ter demonstrado desconforto com a medida em discussões anteriores, ainda na época em que era secretário-executivo da Fazenda.

    “Em debates passados, quando se discutia o uso do IOF como alternativa para atingir a meta fiscal, eu, pessoalmente, nunca tive muita simpatia pela proposta. Não gostava da ideia”, afirmou.

    O presidente do BC demonstrou preocupação com os efeitos da medida sobre o mercado, especialmente pelo risco de ser interpretada como uma forma indireta de controle cambial.

    “Minha antipatia e resistência ao uso da alíquota do IOF como expediente para perseguir a meta fiscal decorre justamente desse receio que você colocou ( possível controle cambial)”, explicou.

    Na coletiva de imprensa para explicar a medida, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, negou que o objetivo da medida seja conter a valorização do dólar, e afirmou que não há intenção de promover qualquer forma de intervenção cambial.

    Infomoney

  • Moraes ameaça prender Aldo Rebelo por desacato em depoimento

    Moraes ameaça prender Aldo Rebelo por desacato em depoimento

    O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ameaçou prender Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, durante um depoimento no âmbito da denúncia do suposto plano de golpe de Estado nesta sexta-feira (23).

    Na ocasião, Rebelo, que foi ministro de Estado durante o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, foi questionado sobre uma reunião em que Almir Garnier teria colocado suas tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após a derrota na eleição de 2022.

    “É preciso levar em conta que, na língua portuguesa, conhecemos aquilo que é força da expressão. Ela nunca pode ser tomada literalmente. Quando alguém diz: estou à disposição, isso não pode ser lido literalmente”, respondeu o ex-ministro.

    Incomodado com a resposta, Moraes indagou se ele estava presente na reunião em que a declaração de Garnier teria ocorrido. A resposta de Aldo foi negativa.

    “Então o senhor não tem condições de avaliar o teor da língua portuguesa naquele caso. Atenha-se aos fatos”, disse o ministro do STF, que é também o relator do caso na Primeira Turma.

    “A minha apreciação da língua portuguesa é minha. Não vou admitir censura”, rebateu Aldo Rebelo.

    Foi então que Moraes ameaçou prendê-lo por desacato.

    “Se o senhor não se comportar, vou lhe prender por desacato. Responda minha pergunta. Sim, ou não?”, frisou.

    O ex-ministro, no entanto, disse que não poderia responder com “sim” ou “não”.Aldo Rebelo depõe como testemunha de defesa de Garnier. Em janeiro do ano passado, disse em entrevista que a tentativa de golpe era uma “fantasia” entoada por petistas para manter viva a polarização política.

    CNN

  • Por que a decisão sobre anistia de Dilma Rousseff é diferente da que buscam aliados de Bolsonaro?

    Por que a decisão sobre anistia de Dilma Rousseff é diferente da que buscam aliados de Bolsonaro?

    A anistia concedida à ex-presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira (22) é diferente da que buscam os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro — que, no fim de março, virou réu acusado de planejar uma tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023 para se manter no poder.

    O reconhecimento de Dilma como anistiada política pela Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos tem a ver com violações de direitos humanos que ela sofreu durante a ditadura militar (1964-1985), o que não se enquadra no caso de Bolsonaro (entenda mais abaixo).

    A Comissão de Anistia do ministério exerce o papel de representante oficial do Estado para investigar perseguições durante o período da ditadura no Brasil. Por isso, foi ela a responsável pela aprovação da anistia de Dilma.

    A decisão desta quinta também prevê que Dilma receberá uma indenização, em parcela única, de R$ 100 mil — o teto para essa modalidade.

    O Brasil, inclusive, aprovou uma Lei de Anistia em 1979 com a intenção de superar os crimes cometidos nesse período – tanto pelo regime militar, quanto pelos grupos de guerrilha que lutavam contra o regime.

    Montagem com fotos da posse de Dilma Rousseff (ao lado de Lula) e Jair Bolsonaro (ao lado de Michel Temer) — Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Célio Messias/Estadão Conteúdo
    Montagem com fotos da posse de Dilma Rousseff (ao lado de Lula) e Jair Bolsonaro (ao lado de Michel Temer) — Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Célio Messias/Estadão Conteúdo

    Contexto diferente

    No caso de Bolsonaro, as tentativas para reconhecimento de anistia ocorrem no Congresso, no contexto de um perdão concedido pelo Estado a pessoas que cometeram determinados crimes.

    🔎No Brasil, esse perdão pode ser concedido justamente por meio de lei aprovada pelo Congresso, ou, em casos específicos, por meio de medidas do Poder Executivo.

    O “PL da Anistia”, que busca esse perdão aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, está na Câmara dos Deputados, e enfrenta resistências não só da cúpula do Legislativo, mas também do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo.

    Um requerimento de urgência para o projeto foi apresentado pela oposição, mas ainda não foi pautado por Hugo Motta. Outros projetos alternativos ao PL da Anistia, com propósito parecido, vêm sendo discutidos por parlamentares.

    Inclusive, nesta quinta, o partido do ex-presidente Bolsonaro, o PL, fez uma nova tentativa de avançar com um desses projetos, que concederia anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.

    O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse, nesta manhã, que entregou uma nova versão do projeto ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

    Conforme a redação apresentada por Sóstenes, a anistia por crimes ligados a uma tentativa de golpe de Estado seria restrita aos atos de 8 de janeiro.

    Entretanto, o próprio Sóstenes já admitiu à GloboNews que os advogados de Bolsonaro podem se valer da eventual aprovação da proposta para pedir anistia a ele.

    Sóstenes também disse que Bolsonaro o tem “ajudado” a construir a redação da proposta.

    G1

  • Ataque em Washington mata funcionários da embaixada de Israel

    Ataque em Washington mata funcionários da embaixada de Israel

    Dois funcionários da embaixada de Israel foram mortos a tiros na quarta-feira (21/5) do lado de fora de um museu judaico no centro de Washington, a capital dos Estados Unidos, segundo autoridades.

    O homem e a mulher eram um casal e foram mortos ao saírem de um evento voltado para ajudar os moradores de Gaza no Museu Judaico da Capital, informou o organizador do evento à BBC no local.

    O embaixador de Israel nos EUA, Yechiel Leiter, disse que o casal estava prestes a noivar e que o homem havia comprado uma aliança esta semana.

    A embaixada de Israel nos EUA identificou o casal morto a tiros em Washington como Yaron e Sarah. A imprensa israelense noticiou que seus nomes completos são Yaron Lischinsky e Sarah Milgram.

    As vítimas “estavam no auge de suas vidas”, publicou a embaixada no X. A embaixada afirma que sua equipe está “de coração partido e arrasado” pelo assassinato.

    “Não há palavras que expressem a profundidade de nossa dor e horror diante desta perda arrasadora. Nossos corações estão com suas famílias e a embaixada estará ao seu lado neste momento terrível.”

    Um suspeito foi detido e identificado pela polícia como Elias Rodriguez, de 30 anos, natural de Chicago. Ele não estava em nenhuma lista de monitoramento das autoridades. Segundo a polícia, ele teria indicado que foi responsável pelo crime. A arma do crime foi encontrada.

    A polícia conta que o suspeito estava caminhando de um lado para outro na rua fora do prédio do museu, e que ele abordou quatro pessoas. Neste momento, ele disparou contra duas delas.

    Sarah Milgram e Yaron Lischinsky
    Embaixada de Israel nos EUA -A imprensa israelense noticiou que as vítimas eram Sarah Milgram e Yaron Lischinsky

    Ainda não foram divulgados o perfil e a motivação exata do agressor.

    A polícia afirma que ele gritou “libertem a Palestina” após ser detido, e os agentes “investigarão ligações com possível terrorismo”.

    A embaixada israelense afirma que os dois funcionários foram baleados “à queima-roupa”. O ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, de Israel afirma que se trata de um “ataque terrorista chocante”.

    O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o ataque é “muito triste” e “baseado obviamente em antissemitismo”.

    “Esses horríveis assassinatos em Washington, D.C., obviamente baseados em antissemitismo, precisam acabar, AGORA! Ódio e radicalismo não têm lugar nos EUA”, escreveu Trump no Truth Social, sua plataforma de rede social.

    “Condolências às famílias das vítimas. É muito triste que coisas assim possam acontecer! Deus abençoe a TODOS!”

    Jojo Kalin, que organizou o evento do Comitê Judaico Americano no museu judaico de Washington, disse à BBC que o agressor foi admitido por engano dentro do prédio depois do tiroteio.

    “A segurança deixou essa pessoa entrar pensando que se tratava de um espectador ou testemunha”, diz ela.

    Kalin disse que o atirador estava com um semblante “muito perturbado” e que ela lhe ofereceu um pouco de água. Mas ela diz não ter visto nenhuma arma.

    Assista

    O momento da prisão de suspeito de matar 2 funcionários da Embaixada de Israel nos EUA

    Nesse momento, “ele sacou seu keffiyeh (lenço) jordaniano vermelho e gritou ‘Libertem a Palestina’”.

    Ela contou à BBC que o evento no museu tinha como tema a construção de coalizões no Oriente Médio e que é “profundamente irônico que o que estávamos discutindo fosse a construção de pontes e depois fomos todos atingidos na cabeça por tanto ódio”.

    “Eu não conhecia o casal que foi baleado, mas tenho um sentimento de culpa, e é algo tipicamente judaico se sentir culpada pelo fato de eles estarem lá por causa de um evento que eu organizei”, diz Kalin. “Não vou perder minha humanidade por causa disso nem ser dissuadida.”

    O evento do museu judaico era um coquetel para jovens profissionais judeus, com o objetivo de promover a unidade e celebrar a herança judaica.

    O organizador, o Comitê Judaico Americano, afirmou que o evento foi aberto à comunidade diplomática de Washington. O tema do evento era “como transformar dor em propósito”.

    A descrição do evento informava que haveria como convidados especiais organizadores de ajuda humanitária que respondem a crises humanitárias no Oriente Médio, incluindo Gaza.

    Embora o horário do evento tenha sido divulgado publicamente, o local foi compartilhado apenas com aqueles que se inscreveram para participar.

    Jojo Kalin
    Jojo Kalin, uma das organizadoras do evento no museu judaico, conversou com a BBC depois do tiroteio

    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a segurança dos representantes israelenses e das missões diplomáticas em todo o mundo será reforçada.

    “Meu coração dói pelas famílias do amado jovem, homem e mulher, cujas vidas foram ceifadas por um hediondo assassino antissemita”, afirma. “Estamos testemunhando o terrível preço do antissemitismo e da incitação desenfreada contra o Estado de Israel.”

    Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro afirma que ele conversou com a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, e com o embaixador de Israel no país.

    O presidente de Israel, Isaac Herzog, disse estar “arrasado” com o tiroteio.

    “Este é um ato desprezível de ódio, de antissemitismo”, escreveu ele no X. “Nossos corações estão com os entes queridos dos assassinados e nossas orações imediatas estão com os feridos.”

    Ele acrescenta que envia seu “total apoio” à equipe da embaixada e se solidariza com a comunidade judaica nos EUA.

    “Os EUA e Israel permanecerão unidos em defesa de nosso povo e de nossos valores compartilhados. Terror e ódio não nos destruirão”, escreveu.

    BBC

  • Cassado pelo TRE, senador Beto Faro permanece no cargo e recorrerá ao TSE

    Cassado pelo TRE, senador Beto Faro permanece no cargo e recorrerá ao TSE

    Por cinco votos a dois, a Corte Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) decidiu, nesta terça-feira (20), cassar o mandato do senador Beto Faro (PT) e de seus suplentes, Josenir Gonçalves Nascimento e Leny May da Silva Campêlo.

    A decisão apontou os três por corrupção eleitoral, compra de votos (captação ilícita de sufrágio), assédio eleitoral e abuso de poder econômico nas eleições de 2022, quando Beto Faro foi eleito senador para um mandato de oito anos.

    A medida, no entanto, não tem efeito imediato. A defesa poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no prazo de três dias após a publicação da sentença. O TSE decidirá se o recurso terá efeito suspensivo, o que pode manter os parlamentares nos cargos enquanto o processo tramita.

    Durante a sessão plenária, a maioria dos magistrados acompanhou o voto do relator do processo, o juiz Marcus Alan de Melo Gomes.

    Diário do Pará

  • Ministro da Educação rebate críticas à proibição de EaD em cursos de saúde e detalha políticas de alfabetização

    Ministro da Educação rebate críticas à proibição de EaD em cursos de saúde e detalha políticas de alfabetização

    O ministro da Educação, Camilo Santana, rebateu na Câmara dos Deputados críticas ao decreto do governo proibindo o ensino a distância (EaD) para os cursos de direito, medicina, enfermagem, odontologia e psicologia, publicado nesta semana. Em audiência pública na Comissão de Educação, nesta quarta-feira (21), ele também detalhou as políticas de alfabetização do governo.

    A deputada Adriana Ventura (Novo-SP), que pediu a audiência, criticou a proibição do EaD nos cursos da área da saúde, disse que a qualidade do ensino presencial e a distância é semelhante e que o decreto fere a autonomia universitária. “Há um preconceito em relação ao EaD. E a pergunta que todo mundo faz é: desde quando presencialidade garante qualidade?”, questionou a parlamentar.

    “O decreto é elitista, prejudica 5 milhões de estudantes de ensino a distância, pobres, das classes C e D, uma vez que eles trabalham, na cidade deles não tem campus, não tem faculdade, e eles agora estão prejudicados por conta desse decreto”, argumentou.

    Prazo de adaptação
    De acordo com Camilo Santana, as novas regras para o ensino a distância foram discutidas com o setor durante meses, inclusive na Comissão de Educação da Câmara. Com as mudanças, mesmo nos cursos em que a EAD for aceita, nenhum curso poderá ser 100% remoto. Ele lembrou que as faculdades terão dois anos para se adaptar e que todos os alunos matriculados no formato antigo terão o direito de se formar com as mesmas regras.

    Camilo Santana  garantiu que não há preconceito e que o governo é a favor do ensino a distância, que facilita a vida de milhões de estudantes. Porém, destacou o crescimento do ensino a distância no País, que já ultrapassou o ensino presencial, sem que houvesse regras claras para essa modalidade de ensino.

    “Quando eu entrei no ministério, suspendi todas as autorizações de enfermagem a distância em novos cursos do Brasil, porque eu não acredito que o povo brasileiro quer ser atendido por um enfermeiro formado 100% num curso a distância”, frisou o ministro. “O que nós estamos colocando são regras claras para garantir a qualidade, nós estamos protegendo a população”, acrescentou.

    Audiência Pública - Esclarecimentos acerca da não divulgação dos dados de alfabetização do SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica. Dep. Adriana Ventura (NOVO - SP)
    Adriana Ventura reclamou de preconceito contra o EaD

    Para o deputado Rafael Brito (MDB-AL), o decreto poderia ser mais duro. Na visão dele, o direito do cidadão de se formar com as regras atuais não pode ser maior do que o direito da população brasileira de ser atendida por um profissional de saúde que não foi formado 100% em EaD.

    Alfabetização
    Presidente da Comissão, o deputado Maurício Carvalho (União-RO) destacou que cerca de 30% dos brasileiros são analfabetos funcionais, com dificuldades para ler textos simples e fazer contas básicas – dado que não muda há 15 anos, o que, segundo ele, significa que há poucos avanços na prática.

    Ele citou ainda outros dados críticos da educação brasileira, como os resultados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) coletados em 2023, divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) em abril deste ano. “Segundo o Inep, apenas 49% das crianças do 2º ano do ensino fundamental estavam alfabetizadas em 2023 – ou seja, mais da metade das crianças brasileiras não aprenderam a ler na idade certa – e mais de 1 milhão de jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola”, afirmou.

    Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
    Audiência Pública - Esclarecimentos acerca da não divulgação dos dados de alfabetização do SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica. Dep. Maurício Carvalho (UNIÃO-RO)
    Maurício Carvalho alertou para poucos avanços na alfabetização

    Também autor do requerimento para a realização do debate, o deputado Dr. Jaziel (PL-CE) questionou diferenças nos resultados do Saeb em relação aos apresentados na nova política adotada pelo governo, em 2023, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Enquanto o Saeb mostra 49% das crianças do 2º ano do ensino fundamental  alfabetizadas, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada aponta 56%.

    “Por que o governo federal optou por divulgar, primeiramente, o novo indicador de alfabetização e, só depois, sob certa pressão, os dados oficiais do Saeb? Como o ministério explica o fato de os dados do Saeb apontarem piora em relação ao período de pré-pandemia, contrariando o discurso otimista do governo, com base em outro indicador que foi criado aqui sob medida?”.

    O ministro lembrou que, ao fim do governo anterior, apenas 36% do ensino fundamental no Brasil sabiam ler e escrever ao final do 2º ano do ensino fundamental – logo, houve avanços. Ele defendeu o novo indicador Criança Alfabetizada, que seria censitário, e não por amostragem, como no caso do Saeb. Segundo ele, é mais fidedigna a avaliação censitária, que abrange todos os alunos. Por isso, há diferença entre os dados.

    Camilo Santana garantiu que o foco do ministério em sua gestão é a educação básica, considerada por ele como o maior desafio da educação brasileira. Ele lembrou que a educação básica é executada por estados e municípios, e o papel do MEC é de coordenador e indutor da política, com apoio técnico e financeiro aos outros entes federativos.

    Segundo o ministro, todos os estados brasileiros aderiram ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, para garantir que todas as crianças sejam alfabetizadas até o final do 2º ano do ensino fundamental, e R$ 1,3 bilhão já foi repassado a estados e municípios com esse fim.

     

    Fonte: Agência Câmara de Notícias