As autoridades declararam estado de emergência na quarta-feira em uma região ocidental da Rússia onde a Ucrânia afirmou ter atacado um arsenal de armas durante a noite.
A filial local do Ministério de Emergências disse que uma emergência havia sido declarada em um distrito da região de Bryansk após “detonações de objetos explosivos”.
Os militares ucranianos disseram que atingiram um arsenal que armazenava munição para mísseis e armas de artilharia, incluindo aquelas fornecidas pela Coreia do Norte, bem como bombas aéreas guiadas. A Rússia e a Coreia do Norte negam a transferência de armas entre os dois países, mas prometeram aumentar os laços militares.
O ministério de emergências de Bryansk disse que a situação estava sob controle e não fez menção a um arsenal de armas. O governador da região, Alexander Bogomaz, afirmou no Telegram que as forças de defesa aérea russas haviam interceptado e destruído 24 drones sobre Bryansk durante a noite.
A região de Bryansk faz fronteira com Belarus, Ucrânia e a região russa de Kursk, onde Moscou tem lutado para expulsar as tropas ucranianas desde agosto.
No mês passado, um ataque de drones ucranianos na região russa de Tver, a oeste de Moscou, provocou uma explosão do tamanho de um terremoto em um grande arsenal de armas e forçou as pessoas a fugirem de uma cidade próxima.
Oito suplentes de senadores conquistaram mandatos nas eleições municipais deste domingo (6). Dois se elegeram prefeitos e seis serão vereadores. No total, 16 suplentes da atual legislatura foram candidatos nas eleições: seis disputaram prefeituras e outros dez tentaram assentos em câmaras municipais.
Uma vez eleitos para outros cargos, os suplentes de senadores não precisam deixar a suplência, pois a situação não configura acúmulo de mandatos eletivos. Porém, se forem convocados para assumir o mandato no Senado — no caso de afastamento temporário ou definitivo do titular — eles precisarão escolher entre abrir mão da suplência ou renunciar ao cargo conquistado nas urnas.
Janaína Farias (PT), eleita prefeita de Crateús (CE), é a única dos suplentes vitoriosos que chegou a exercer mandato no Senado. Segunda suplente de Camilo Santana (PT), atual ministro da Educação, ela ocupou o mandato neste ano, do início de abril ao final de julho. Também foi eleito prefeito Pedro Fernandes (União), primeiro suplente da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Deputado federal por cinco mandatos, ele comandará a prefeitura de Arame (MA) a partir do ano que vem.
Os suplentes que se elegeram vereadores foram:
– Aline Rezende (PP) em Boa Vista (RR): segunda suplente do senador Dr. Hiran (PP-RR);
– Danilo Martins de Oliveira (União) em Guaxupé (MG): segundo suplente do senador Carlos Viana (Podemos-MG);
– Hildinha Menezes (PT) em Campo Formoso (BA): segunda suplente do senador Otto Alencar (PSD-BA);
– Igor Targino (PL) em Macaíba (RN): segundo suplente do senador Rogério Marinho (PL-RN);
– Silvania Barbosa (Solidariedade) em Maceió (AL): segunda suplente do senador Renan Calheiros (MDB-AL);
– Terciliano Gomes (União) em Araguaína (TO): segundo suplente do senador Irajá (PSD-TO).
O prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), disse esperar receber os votos dos eleitores que optaram por Pablo Marçal (PRTB) neste primeiro turno. Segundo o prefeito, ele e Marçal têm pontos comum por serem candidatos que, segundo Nunes, “reúnem o centro e a direita” e pensam igual sobre desestatização e parcerias público-privadas, além de “prezarem pela ordem”.
Nunes deu as declarações durante entrevista à Rádio Bandeirantes, na manhã desta segunda-feira, 7. Na ocasião, disse que não avalia um encontro com Marçal neste momento e que esperará “a poeira assentar”.
O ex-coach, por sua vez, já sinalizou que pode apoiar o prefeito. Em coletiva depois da divulgação dos resultados, o ex-coach avaliou que os eleitores dele e do candidato do MDB são parecidos e que, se Nunes aceitar suas propostas sobre escolas olímpicas e educação financeira no ensino público, ele apoiará o prefeito oficialmente. Questionado se já conversaram, Marçal disse que enviou uma mensagem parabenizando o adversário.
Durante a entrevista desta manhã, O prefeito agradeceu os votos e disse esperar um segundo turno melhor. Ele se comprometeu a não fazer ataques pessoais, apenas discutir pontos de vista. Ele tentou se colocar como “diferente” de Guilherme Boulos (PSOL), seu oponente, afirmando que o psolista seria de extrema-esquerda e inexperiente em gestão.
Nunes agradeceu o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem diz falar todos os dias, e diz esperar que Jair Bolsonaro compareça à sua campanha. O prefeito disse que Bolsonaro esteve muito ocupado pelo País durante o primeiro turno, mas que agora, com mais tempo, espera a presença do ex-presidente, porém ainda não se falaram.
Como mostrado pelo Estadão, o ex-presidente deve reforçar sua presença nas campanhas do PL no segundo turno, mas sua atuação em São Paulo ainda é incerta. Aliados do prefeito atribuem seu desempenho positivo no primeiro turno ao governador Tarcísio, em meio a uma relação cheia de idas e vindas com Bolsonaro. Enquanto o prefeito foi criticado por esconder o ex-presidente na campanha, Bolsonaro foi questionado por não se envolver diretamente no processo.
O próprio Tarcísio também se manifestou neste domingo sobre uma possível aliança com Marçal na busca pela vitória de Nunes no segundo turno, e afirmou que seria “uma discussão para amanhã”.
O futuro político de Marçal, no entanto, é incerto. O ex-coach é alvo de ações nas esferas eleitoral e criminal, sendo a mais recente a acusação de divulgar um laudo falso para atacar Boulos – caso que pode torná-lo inelegível por até oito anos, além de resultar em uma possível pena de prisão por crime contra a honra e falsificação de documento.
O cardeal dom Odilo Scherer renunciou ao comando da Arquidiocese de São Paulo, e o papa Francisco aceitou o pedido.
O arcebispo divulgou nesta terça (8) uma carta em que anuncia que apresentou o pedido para abdicar do “governo pastoral” no dia 21 de setembro, dia em que completou 75 anos.
O procedimento é praxe na norma canônica. Segundo ela, ao atingir essa idade, “o bispo diocesano é solicitado a apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice, que, ponderando todas as circunstâncias, tomará providências”.
Scherer diz na carta que o papa pediu que ficasse mais dois anos no cargo no qual estava desde 2007.
Francisco acolheu a solicitação de uma forma considerada célere nos bastidores da Igreja Católica, em menos de um mês. Ele ainda não disse quem deverá suceder dom Odilo.
“Sigamos em frente, preparando-nos mediante a oração para viver intensamente o Ano Jubilar de 2025, como ‘peregrinos da esperança’”, diz o arcebispo metropolitano de São Paulo. Ele termina o texto pedindo que “Deus abençoe a todos e os conserve em seu amor”.
O primeiro turno das eleições municipais deste ano chegou ao final e trouxe um resultado ambíguo para o PT, partido do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O partido aumentou o número de prefeituras vencidas — 251 no primeiro turno de 2024 contra 182 no total de 2020, segundo números do Nexo Jornal.
Em São Paulo, apesar de não ter um candidato, o partido é visto como o principal avalista da candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que vai disputar o segundo turno com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
Por um lado, analistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que esta recuperação numérica revela uma estratégia acertada de aumento no número geral de candidaturas e de escolha sobre onde o partido tinha mais chances de ganhar.
Por outro lado, segundo eles, o cenário ainda deverá inspirar preocupação entre líderes petistas.
Os principais motivos de preocupação, segundo eles, seriam: a ampliação e consolidação da direita e do Centrão no comando da maioria das cidades brasileiras; a pequena presença do partido em cidades com mais de 200 mil eleitores; o não surgimento de uma nova geração de líderes em meio ao que classificam como o esgotamento do ciclo político de Lula.
Para além disso, o PT ainda viu o PL, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, aumentar em 179 o número de prefeituras por enquanto — 523 no primeiro turno de 2024 contra 344 no total de 2020.
Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que o PT teria acertado em sua estratégia de ampliar o número de candidaturas neste ano e que o partido parece ter iniciado sua recuperação nos pleitos municipais após o seu pior resultado em 2020.
Mesmo assim, eles avaliam, o partido vem enfrentando dificuldades em se conectar com demandas de um eleitorado que não estaria mais tão vinculado ao discurso de reivindicações trabalhistas que marcou o início da trajetória da sigla.
Para o pesquisador do Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eduardo Grin, a situação é paradoxal.
“O PT perdeu ganhando. Ele ganhou mais do que tinha, mas perdeu porque ficou menos relevante politicamente do que imaginava, especialmente nos grandes centros urbanos”, disse à BBC News Brasil.
Ascenção e queda
Para entender o conceito de “perder ganhando” elaborado por Grin, é preciso resgatar um pouco da trajetória do PT em eleições municipais.
Nos últimos 24 anos, o PT viveu uma história de ascensão e queda no número de prefeituras comandadas pelo partido.
Em 2000, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PT venceu em 189 prefeituras (contando os dois turnos e eleições suplementares). Em 2004, na esteira do primeiro mandato de Lula, o partido viu sua participação aumentar 117% e conquistou 412 prefeituras. Quatro anos depois, o PT voltou a dar um novo salto e obteve 561 prefeituras.
No ano de 2008, com Lula já em seu segundo mandato e com popularidade em alta, o PT cresceu novamente e venceu em 561 cidades. Em 2012, com Lula já fora do governo, mas ainda popular, o PT obteve maior número de vitórias municipais em sua história: 651.
A trajetória descendente do PT nas eleições municipais do PT começou em 2016. Naquele ano, o auge da crise política causada pela Operação Lava Jato havia sido responsável pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Além disso, o país vivia uma crise econômica atribuída à gestão da ex-presidente petista.
Em meio a esse cenário, o PT teve uma queda de 60% no número de prefeituras conquistadas na comparação com 2012. Das 651 prefeituras vencidas naquele ano, o partido passou para 257.
Quatro anos depois, porém, o cenário ficou ainda pior. Em 2020, o PT elegeu apenas 185 prefeitos em todo o país, uma queda de 28% em relação ao número de 2016.
Outro indicador preocupante para o comando petista foi o fato de que em 2020, pela primeira vez desde a redemocratização do país, em 1985, o partido não elegeu nenhum prefeito em capitais.
Em 2004, um ano após Lula assumir seu primeiro mandato como presidente, o PT elegeu nove prefeitos em capitais.
Outro fenômeno que marcou as eleições municipais para o PT em 2020 foi a consolidação da importância do Nordeste como reduto eleitoral.
Em 2012, por exemplo, ano do maior triunfo petista neste tipo de disputa, as prefeituras em cidades do Nordeste representavam 28% das cidades onde o PT havia vencido. Em 2020, as prefeituras nordestinas representaram 50% de todas as vitórias do partido.
Para tentar reverter este cenário, o PT apostou em uma estratégia de ampliar a sua quantidade de candidaturas.
Em relação a 2020, o PT aumentou em 11% o número de candidatos e candidatas às prefeituras. O número saiu de 1.263 para 1.412 cabeças de chapa.
“Parece óbvio, mas para ganhar, em primeiro lugar, é importante competir”, resumiu o professor de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leonardo Avritzer.
Outra estratégia adotada pelo partido foi atrair políticos que estavam em outras legendas para compor o seu plantel nestas eleições.
É o caso, por exemplo, do candidato do partido à Prefeitura de Manaus, o ex-deputado federal Marcelo Ramos, que já foi filiado ao PCdoB, PSB e mais recentemente estava no PSD antes de se filiar ao PT. Em Fortaleza, o PT atraiu Evandro Leitão, que estava no PDT.
Ao mesmo tempo, o partido adotou uma postura estratégica em algumas cidades ao não lançar candidaturas e apoia aliados com maiores chances de vitória como em São Paulo.
Para o professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antônio Teixeira, o resultado das urnas neste primeiro turno mostra que, em parte, a estratégia do PT neste ano foi acertada.
“O que vimos foi uma recuperação significativa, ainda que esteja bastante calcada na participação do PT no Nordeste. A gente vê que o PT continua muito frágil no eixo Sul-Sudeste”, afirmou o professor.
Na avaliação de Teixeira, dois fatores principais ajudam a explicar o relativo sucesso do PT nas urnas.
“O primeiro é que a prisão do presidente Lula pela Operação Lava Jato já está precificada pelo eleitor. A Lava Jato, aliás, não é mais vista como algo que afetou apenas o PT. E isso foi um fator que prejudicou muito o partido entre 2016 e 2020”, disse.
“O outro motivo é o fato de que o PT está na Presidência da República. Ter o comando da máquina ajuda a alavancar candidaturas, especialmente em grandes centros urbanos”, afirmou Teixeira.
Avritzer aponta outra estratégia que teria sido, segundo ele, responsável por este aumento.
“O PT adotou a estratégia de apostar onde tinha mais chances. Não é à toa que o candidato a prefeito de Fortaleza (Evandro Leitão) cresceu, uma vez que o PT tem o comando do governo do Estado. Em Natal, foi a mesma coisa. O PT tem o comando do governo do Rio Grande do Norte”, disse.
Alerta ligado
Mas se numericamente, o PT apresentou crescimento, do ponto de vista político, essa “vitória” deverá ter, na avaliação de Eduardo Grin, um sabor de derrota.
“O PT aumentou (o número de prefeituras) porque, em comparação a 2020, o partido estava no fundo do poço. Mesmo assim, o partido vai sair menor politicamente, especialmente se considerarmos o fato de que o partido tem o governo federal nas mãos”, avalia o professor.
Para Grin, o cenário entregue pelas urnas neste domingo antecipa um cenário difícil para o partido em 2026, quando serão escolhidos governadores, deputados estaduais, membros do Congresso Nacional e presidente da República.
“Ainda que o partido tenha crescido, o Brasil viu o crescimento e consolidação desse condomínio de partidos de direita e do Centrão. O crescimento do Centrão e do PL aconteceu em todo o Brasil, mas especialmente nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Partidos como o União Brasil, o PP e o PL saíram muito fortes. O PT não se saiu bem dessas eleições e isso projeta uma disputa muito complexa em 2026”, explicou.
Centrão é como ficou conhecido um conjunto de partidos, normalmente apontados como de direita ou de centro-direita que, historicamente, se aliam ao governo federal em troca de participação na gestão de verbas ou ministérios.
O professor Leonardo Avritzer explica que apesar de as eleições municipais não servirem como um indicador imediato sobre a escolha para presidente da República, a disputa municipal tem relação direta com a composição do Congresso.
“As eleições para a Câmara (dos Deputados) são muito locais e, por isso, o apoio de um prefeito para um determinado candidato é extremamente importante […] isso significa que, com base no resultado de hoje, as forças de direita entram bem-posicionadas na disputa para a Câmara em 2026 porque haverá mais prefeitos de direita capazes de indicar seus candidatos ao Congresso”, afirmou o professor.
Uma das estratégias do PT, segundo sua presidente, Gleisi Hoffmann, foi, justamente “preparar o terreno” para as eleições de 2026. Por isso, segundo ela, o partido teria aberto mão de disputar a prefeitura de algumas cidades.
“Para nós, é muito importante que o campo democrático saia fortalecido das eleições. Não precisa ser só o PT a ter candidato e ganhar […] Por isso a estratégia é muito diferente da de 2020, quando estimulamos muito as candidaturas próprias e não tínhamos uma frente mais constituída […] Agora temos que defender a democracia, o presidente Lula, preparar o terreno de 2026”, disse Hoffmann em entrevista ao SBT em abril deste ano.
Dificuldades antigas
Para o professor Eduardo Grin, o resultado das eleições deste ano reforça evidencia que o PT vem enfrentando há alguns anos no cenário nacional.
“Há uma incapacidade do partido em dialogar com uma sociedade que se vê menos como trabalhadora e mais como empreendora. Neste ponto, nomes como o de Pablo Marçal (candidato à Prefeitura de São Paulo) avançam. Um exemplo foi o projeto para regulamentar a o trabalho de motoristas por aplicativo que eles próprios rejeitaram”, disse.
Grin também avalia que o PT ainda enfrenta dificuldades em se conectar com o público evangélico, considerado essencial para a vitória eleitoral na maior parte das cidades do país.
Um ponto levantado tanto por Grin quanto por Marco Antonio Teixeira é o fato de que, novamente, as eleições municipais não revelaram novas lideranças dentro do PT.
“Isso (não ter novas lideranças) é preocupante para qualquer partido, mas especialmente para o PT, uma vez que Lula pode estar se aproximando do fim de sua trajetória política. Lula é um exemplo de liderança que nasceu no partido, mas talvez seja a última. O (ministro da Fazenda Fernando) Haddad é uma liderança, mas forjada por Lula e contestado dentro do partido”, disse Teixeira.
O professor Eduardo Grin disse ter uma avaliação semelhante.
“O ciclo político de Lula está acabando e não há liderança nova dentro do partido capaz de obter consenso. Não há um líder natural. O que há é uma intensa disputa entre o grupo da presidente e deputada Gleisi Hoffmann e o grupo de Fernando Haddad”, afirmou o professor.
Grin avalia ainda que o resultado das eleições municipais deve obrigar Lula a realizar uma reforma ministerial.
A ideia é de que essa troca no comando de pastas seja feito para refletir o peso político das legendas do chamado Centrão, que ganharam novo impulso após o primeiro turno.
Grin disse que se Lula não calibrar essa reforma corretamente, sua governabilidade pode ser afetada.
“Se o PT resolver fazer uma reforma ministerial que não fique a contento do Centrão, esses partidos vão começar a precificar o governo e fazer uma bolsa de apostas sobre quem apoiarão em 2026 e isso fragilizaria o governo”, disse Grin.
O valor das multas impostas ao X (antigo Twitter) já foi transferido para a conta bancárias correta. A transferência foi feita pela Caixa Econômica Federal depois de a empresa ter depositado o valor de R$ 28,6 milhões no banco.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na sexta (4) que a Caixa transferisse a quantia para a conta no Banco do Brasil vinculada ao processo na Corte. A Secretaria da Corte deverá ainda confirmar a efetivação da transferência e a consequente quitação de todas as multas determinadas à empresa. Cumpridas as exigências, o ministro determinou que o caso seja encaminhado para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Só depois desse parecer é que Moraes deverá avaliar o desbloqueio da plataforma. Não há prazo definido para ele decidir.
Os eleitores goianienses já definiram quem serão os próximos 37 vereadores da 20ª Legislatura da Câmara Municipal de Goiânia. Com 99,9% de apuração das urnas, o Legislativo teve mais de 738 mil votos válidos e contou com o registro de 690 candidaturas. No entanto, inúmeros nomes ainda estão sub judice e precisam ser julgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Major Vitor Hugo (PL)
O líder de votação em Goiânia foi o ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL) com mais de 15,6 mil votos; seguindo pelo ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira (PT), com cerca de 13,5 mil votos; o atual presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), com cerca de 11,5 mil eleitores.
Dessa forma, a composição da Câmara Municipal de Goiânia deve contar com MDB tendo 6 vereadores, seguido pelo PL com 5, além PRD e Solidariedade com 4 parlamentares. Em seguida, estão o PT e o UB, ambos com 3 cadeiras, depois Republicanos, PSDB, PP e PRTB com 2 nomes. Por fim, o PDT, o DC, o Podemos, o Agir e o Avante possuem 1 vaga cada.
Lista completa com todos os vereadores eleitos em Goiânia:
O Brasil realizou o primeiro turno das eleições municipais no domingo (6). Ao todo, 11 capitais elegeram prefeitos nesta etapa, enquanto as outras 15 terão segundo turno.
Das capitais que já tiveram definição, dez reelegeram seu prefeito. A única que escolheu um novo nome para o cargo foi Teresina.
Dez prefeitos em capitais ganham reeleição no 1º turno e quatro são derrotados
Dos prefeitos eleitos já no primeiro turno, apenas Silvio Mendes (União Brasil), eleito em Teresina (PI), que não estava disputando a reeleição.
A segunda fase das eleições será realizada em 27 de outubro. Ainda tentam a reeleição seis atuais governantes de capitais: Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo; David Almeida (Avante), em Manaus; Sebastião Melo (MDB), em Porto Alegre; Adriane Lopes (PP), em Campo Grande; Fuad Noman (PSD), em Belo Horizonte; e Cícero Lucena (PP), em João Pessoa.
A partir de 17h deste domingo, as urnas foram fechadas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou a apuração dos votos. No total, 15 capitais terão votações no segundo turno.
Prefeitos derrotados:
Belém: Edmilson Rodrigues (PSOL);
Fortaleza: José Sarto (PDT);
Teresina: Dr. Pessoa (PRD);
Goiânia: Rogério (Solidariedade).
Prefeitos reeleitos:
Boa Vista (RR): Arthur Henrique (MDB)
Florianópolis (SC): Topázio Neto (PSD)
Macapá (AM): Dr. Furlan (MDB)
Maceió (AL): João Henrique Caldas (PL)
Recife (PE): João Campos (PSB)
Rio Branco (AC): Tião Bocalom (PL)
Rio de Janeiro (RJ): Eduardo Paes (PSD)
Salvador (BA): Bruno Reis (União Brasil)
São Luís (MA): Eduardo Braide (PSD)
Vitória (ES): Lorenzo Pazolini (Republicanos)
Segundo turno em capitais:
Aracaju (SE): Emília Corrêa (PL) e Luiz Roberto (PDT)
Belo Horizonte (MG): Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD)
Belém (PA): Igor Normando (MDB) e Delegado Éder Mauro (PL)
Campo Grande (MS): Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil)
Cuiabá (MT): Abilio Brunini (PL) e Lúdio (PT)
Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB)
Fortaleza (CE): André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT)
Goiânia (GO): Fred Rodrigues (PL) e Mabel (União Brasil)
João Pessoa (PB): Cícero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL)
Manaus (AM): David Almeida (Avante) e Capitão Alberto Neto (PL)
Natal (RN): Paulinho Freire (União Brasil) e Natália Bonavides (PT)
Palmas (TO): Janad Valcari (PL) e Eduardo Siqueira Campos (Podemos)
Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT)
Porto Velho (RO): Mariana Carvalho (União) e Léo Moraes (Podemos)
São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL)
Brasil tem mais de 100 eleitores presos e 14 candidatos por crimes eleitorais.
As eleições 2024 estão movimentando o País, e os eleitores estão ansiosos para saber quem serão os novos representantes nas prefeituras e câmaras municipais. O momento de apuração dos votos é sempre momento de grande expectativa.
Segundo turno ocorre nas cidades com mais de 200 mil eleitores em que nenhum dos candidatos a prefeito tenha obtido mais de 50% dos votos válidos.
Nas cidades com mais de 200 mil eleitores registrados, se nenhum dos candidatos a prefeito obtiver mais de 50% dos votos válidos, um segundo turno está previsto entre os dois candidatos mais bem votados. Nestes casos, a etapa derradeira da eleição está marcada para 27 de outubro, último domingo do mês.
Na reta final da disputa pela Prefeitura de Goiânia, os principais candidatos intensificam suas estratégias para conquistar os votos dos indecisos e combater a crescente apatia eleitoral. Com a possibilidade de um segundo turno, os quatro candidatos com maiores chances, segundo pesquisas de intenções de voto — Sandro Mabel (União Brasil), Adriana Accorsi (PT), Vanderlan Cardoso (PSD) e Fred Rodrigues (PL) — intensificam suas campanhas com promessas mais detalhadas e forte presença tanto nas redes sociais quanto nas ruas.
Mabel, Adriana, Vanderlan e Fred (Fotos: reprodução)
O foco principal é atrair a atenção dos eleitores que ainda não definiram seus votos, além de motivar os apáticos a comparecer às urnas. Especialistas avaliam o impacto dessas estratégias e os desafios enfrentados pelos candidatos nesse cenário de incerteza, destacando o papel decisivo das redes sociais e a busca por uma conexão mais direta com o eleitor.
A importância de conquistar o voto indeciso
Com quatro dos oito candidatos na disputa tendo reais chances de chegar ao segundo turno, o foco em conquistar o voto indeciso é crucial. O cenário é de uma eleição fragmentada, e esse grupo pode ser decisivo para determinar quais dois candidatos avançarão para a segunda fase.
A professora de Ciências Políticas, Mariana Gomes, ressalta que o perfil dos indecisos em Goiânia é diverso. “Há eleitores que ainda estão avaliando as propostas e há aqueles que se sentem desiludidos com a política, mas que podem ser convencidos a votar caso vejam algo que dialogue diretamente com suas necessidades diárias”, destaca.
Diversos eleitores ainda estão indecisos e aguardam o último momento para definir o voto, com a intensificação de debates, entrevistas dos candidatos e finalização dos programas eleitorais no rádio e na TV. Rodrigo Almeida, professor de Direito Eleitoral, destaca que o voto indeciso pode ser determinante para o futuro político da cidade. “O eleitor indeciso é muitas vezes aquele que busca um posicionamento mais firme ou espera propostas mais detalhadas. É um eleitor exigente, mas que precisa de estímulos para não cair no voto nulo ou na abstenção”, explica.
Por que eleitores ainda não decidiram seu voto?
Carla Oliveira, 34 anos, professora que mora no Setor Bueno, explica que ainda não decidiu em quem votar por falta de tempo para acompanhar as campanhas com profundidade. Entre as demandas do trabalho e da casa, ela admite que só consegue se inteirar superficialmente das propostas apresentadas pelos candidatos. “Eu sempre deixo para a última semana, quando consigo focar mais nas propostas. Antes disso, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo”, comenta. Ela destaca que questões relacionadas à educação serão determinantes para sua escolha final.
Já João Pereira, 56 anos, comerciante do Centro, afirma que nenhum candidato conseguiu convencê-lo plenamente até agora. Embora acompanhe as campanhas, ele sente que falta clareza sobre como os políticos irão enfrentar a crise econômica que afeta o comércio local. “Todo mundo promete, mas preciso ver quem realmente tem condições de entregar resultados. Vou decidir na última semana, quando as propostas ficam mais detalhadas e objetivas”, revela.
Marta Silva, 28 anos, moradora do Jardim Curitiba e funcionária de uma empresa de telemarketing, ressalta que a desconfiança em relação às promessas dos candidatos é o que a faz adiar a decisão. “Escuto muitas promessas que parecem repetidas de eleições anteriores. Quero ver quem vai falar algo diferente e realista nos últimos debates”, afirma. Para Marta, o transporte público será um dos pontos centrais em sua decisão.
Roberto Nunes, 45 anos, técnico em eletrônica e residente no Setor Campinas, conta que a indecisão vem do receio de que os candidatos não cumpram o que estão prometendo. “Já vi muita promessa que não saiu do papel. Vou esperar até o fim para ver quem parece mais confiável, principalmente em relação às propostas para segurança pública, que é o que mais me preocupa”, destaca Roberto, que também está atento às entrevistas finais e ao comportamento dos candidatos.
Luciana Costa, 39 anos, que trabalha como vendedora em um shopping na Região Sul e mora no Setor Garavelo, relata que as redes sociais desempenham um papel importante em sua escolha. Ela ainda está observando como os candidatos se comportam online e espera até a última semana para ver como irão se posicionar sobre questões sociais, como a saúde pública. “Eu sigo os perfis dos candidatos, mas também vejo o que falam deles nos grupos de WhatsApp. Quero saber quem realmente tem propostas sólidas, mas prefiro decidir na reta final, quando eles estão mais pressionados e revelam mais detalhes”, explica.
Por fim, Daniel Alves, 24 anos, estudante de Direito e morador do Setor Universitário, diz que ainda não decidiu o voto por conta da quantidade de informações contraditórias que circulam, tanto nas campanhas quanto nas redes sociais. “É muita fake news, muita polarização. Prefiro esperar para ver quem vai sustentar um discurso mais coerente até o final. Só assim poderei tomar uma decisão mais consciente”, argumenta. Para ele, debates e entrevistas nas últimas semanas são essenciais para definir o voto.
Histórico de abstenção preocupa campanhas
Em 21 de setembro, o jornal A Redação, destacou que a apatia e a abstenção nas últimas eleições em Goiânia são preocupações recorrentes nas campanhas. De acordo com levantamento da reportagem, com base nos dados da Justiça Eleitoral, o índice de abstenção tem crescido de forma significativa ao longo dos anos:
Para Almeida, esse aumento é um reflexo da desilusão com a política e o sistema eleitoral, algo que preocupa os candidatos, principalmente em um cenário em que a disputa tende a ser decidida por uma pequena margem de votos.
Rodrigo Almeida explica que a abstenção e o voto nulo ou branco têm crescido, em parte, devido à desconfiança generalizada nas instituições políticas. “Há uma clara desilusão com a política. Muitos eleitores, especialmente os indecisos, correm o risco de migrar para o voto em branco, nulo ou até mesmo optar pela abstenção. Isso é particularmente preocupante, pois pode deslegitimar ainda mais o processo eleitoral e afastar uma parcela significativa da população das decisões políticas”, pontua Almeida.
Os esforços para engajar eleitores nas ruas e nas redes
Os coordenadores das campanhas têm intensificado os trabalhos nas ruas e nas redes sociais para garantir a participação dos indecisos. Sandro Mabel (União Brasil), por exemplo, tem apostado em visitas presenciais em bairros estratégicos, reforçando suas propostas sobre urbanização e revitalização econômica. Ele também aposta em cortes de vídeos dessas visitas, além de entrevistas, que são distribuídos em redes sociais e grupos de WhatsApp, buscando engajar o eleitor que ainda não definiu seu voto.
Da mesma forma, Fred Rodrigues (PL) utiliza as redes sociais de forma intensiva, fazendo cortes de momentos-chave de sua campanha, como a recente visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na última semana, e divulgando esses conteúdos em plataformas como Instagram, Facebook, e, principalmente, grupos de WhatsApp. “Estamos com uma campanha muito ativa nas redes, com vídeos diários respondendo às perguntas dos eleitores. Nosso objetivo é reduzir a distância entre o candidato e o eleitor, especialmente com os indecisos”, revela um dos coordenadores.
As candidaturas têm aproveitado esses canais para comunicar diretamente com o público, cortando vídeos curtos e diretos sobre temas de interesse popular, como segurança pública e transporte. Essa estratégia visa alcançar especialmente os jovens e os eleitores mais conectados digitalmente, onde o índice de indecisão tende a ser maior.
O impacto das pesquisas e a definição do voto útil
As últimas pesquisas eleitorais indicam que o voto dos indecisos pode ser decisivo para definir os rumos da disputa em Goiânia, já que muitos eleitores ainda não definiram seu candidato a poucos dias do pleito. De acordo com levantamentos recentes, o percentual de indecisos varia entre 15% e 20%, dependendo da metodologia aplicada, o que pode definir não só quem irá para o segundo turno, mas também o voto útil entre os principais candidatos.
Rodrigo Almeida explica que, em eleições acirradas como a de Goiânia, o voto útil costuma ser direcionado ao candidato com maiores chances de vencer o pleito. “O indeciso muitas vezes opta por um candidato que considera com mais chances de avançar ou de derrotar seu principal opositor. Isso cria um movimento de definição nas últimas horas da campanha, especialmente nas regiões onde o eleitorado é mais crítico”, avalia Almeida.