Categoria: Saúde

  • Saúde de Goiânia prepara novo aplicativo para atender a população

    Saúde de Goiânia prepara novo aplicativo para atender a população

    A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS-GO) prepara um novo aplicativo para atendimento da população goianense com lançamento previsto para os próximos 60 dias. A informação foi confirmada pelo Jornal Opção, contudo, a ferramenta ainda não tem nome e data de lançamento definidos.

    O novo aplicativo deve substituir a ferramenta Saúde Fácil Goiânia, lançado em dezembro de 2019 pelo então prefeito Iris Rezende (MDB) e descontinuado pela nova gestão do Paço. A ferramenta proporcionava que moradores da Capital agendassem consultas médicas ambulatoriais nas unidades de saúde do município, como nas Unidades Básica da Saúde (UBS).

    Seguindo a estimativa oferecida em nota, a nova ferramenta deve ser lançada em dezembro de 2025, com o anúncio do aplicativo em um período anterior.

    Jornal Opção

  • Ministro da Saúde detalha aumento das despesas e pede mais recursos para a pasta

    Ministro da Saúde detalha aumento das despesas e pede mais recursos para a pasta

    O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manifestou aos parlamentares da Comissão Mista de Orçamento a sua preocupação com algumas despesas que cresceram e que não estão no Orçamento deste ano. Ele foi à comissão para atender uma regra que estabelece prestação de contas quadrimestral ao colegiado (Lei Complementar 141/12).

    O ministro citou o custo do programa Farmácia Popular, que passou de R$ 2,2 bilhões em 2022 para R$ 6 bilhões neste ano. Ele explicou que houve um aumento da lista de medicamentos gratuitos e a distribuição de fraldas geriátricas. Segundo Padilha, são 60 milhões de fraldas por mês.

    Também o programa Agora Tem Especialistas, criado recentemente, não tem todos os recursos necessários. O ministro pediu a colaboração dos parlamentares com o remanejamento de emendas orçamentárias de bancadas estaduais e de comissão para ações como a contratação de carretas e de mutirões de procedimentos especializados; além da aquisição de veículos de transporte, como ambulâncias.

    “Às vezes, um recurso de emenda de comissão já está na ata para colocar R$ 1 milhão na cidade. Em vez de botar R$ 1 milhão no fundo municipal, no fundo estadual, você transformar isso numa carreta que fique lá um mês, dá até um protagonismo maior para o parlamentar, para a ação da comissão”, disse.

    Renato Araújo/Câmara dos Deputados
    Audiência Pública - Apresentação do Relatório de Execução Orçamentária. Dep. Mauro Benevides Filho (PDT-CE)
    Mauro Benevides Filho sugeriu aumento das emendas obrigatórias para saúde, de 50% para 65%

    Decisões judiciais
    A terceira fonte de pressão de gastos, segundo Alexandre Padilha, é o cumprimento de decisões judiciais para a compra de medicamentos e realização de procedimentos de média e alta complexidade. O total passou de R$ 1,5 bilhão em 2022 para R$ 2,5 bilhões neste ano.

    Apesar do aumento das demandas, o ministro disse que houve um crescimento de 75% na aplicação mínima em saúde entre 2022 e 2025. Para 2026, são R$ 245,5 bilhões. Ainda assim, Padilha afirmou que o país aplica 4,5% do PIB em saúde enquanto países desenvolvidos da OCDE aplicam 7,4%.

    Emendas obrigatórias
    O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) disse que vai propor que a destinação obrigatória das emendas orçamentárias parlamentares para a saúde passe de 50% para 65%. “Apesar da crítica que isso é muito centralizado e a emenda tenta dar essa descentralização, mas eu acho que o parlamentar ainda consegue visualizar melhor esses lugares onde ainda falta uma intervenção mais precisa”, afirmou. 

    Fonte: Agência Câmara de Notícias

  • Complexo Oncológico (Cora) já tem data para ser inaugurado

    Complexo Oncológico (Cora) já tem data para ser inaugurado

    Na segunda-feira (8/9), o governador Ronaldo Caiado vistoriou obras em Goiânia, entre elas o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), que será oficialmente inaugurado em 25 de setembro. Para o chefe do Executivo estadual, a unidade representa um marco para a saúde pública brasileira.

    “Hoje faz três meses que autorizamos a entrada de crianças para serem tratadas no Cora. É inédito o que fizemos em Goiás, superando todas as dificuldades e todos aqueles que tentaram impedir a construção desse hospital”, afirmou Caiado, ao destacar a rapidez da obra, concluída em apenas 25 meses.

    O Cora iniciou as atividades em 9 de junho, em fase de pré-operação. É o primeiro hospital estadual 100% custeado pelo SUS, com atendimento inicial em oncologia voltado a crianças e adolescentes. A administração é feita pela Fundação Pio XII, responsável também pelo Hospital de Amor de Barretos (SP), que serviu de modelo para o projeto.

    Durante a visita, o secretário de Estado da Saúde, Rasível Reis, destacou a parceria com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), responsável pelas obras, já com 97% concluídas.

    “Se não fosse pelo trabalho e controle da Goinfra, não estaríamos entregando esse hospital em tão pouco tempo. Já estamos com todos os preparativos para a inauguração”, afirmou.

    Segundo o secretário, 25 crianças já recebem tratamento contra leucemia no hospital, evitando a necessidade de deslocamento para outros estados. O diretor técnico da unidade, Mário de Paula, reforçou que o Cora já opera em ritmo acelerado.

    “Tivemos uma grande surpresa com o número de pacientes. Em menos de três meses, já estamos com mais de 100 atendimentos, vários diagnósticos e 60 em tratamento”, relatou.

    Ele acrescentou que o número de cirurgias também cresce rapidamente. “Estamos realizando duas neurocirurgias por semana. É um volume expressivo para uma instituição que está em fase inicial de adaptação em Goiás.”

    O Cora está na primeira de três etapas previstas e terá capacidade para atender cerca de 300 casos de câncer por ano. Apenas em julho, foram realizadas aproximadamente 450 consultas, 46 internações e 350 quimioterapias.

    Para a inauguração desta fase, o Governo de Goiás investiu mais de R$ 255 milhões na construção e em equipamentos de alta tecnologia. Quando estiver em pleno funcionamento, o hospital contará com 148 leitos e será uma das maiores estruturas oncológicas do país.

    Outras vistorias

    Na sequência, Caiado também vistoriou as obras do Autódromo Internacional Ayrton Senna, que sediará o MotoGP 2026. A entrega está prevista para o final de dezembro.

    “Estamos com duas equipes trabalhando em frentes distintas: uma na pista e outra na infraestrutura, que foi 100% demolida e está sendo totalmente reconstruída”, disse o governador, destacando o ritmo acelerado da obra.

    O presidente da Goinfra, Pedro Sales, informou que as vistorias serão mensais até o fim do ano, quando a MotorSport Mundial certificará que o autódromo está apto a receber a competição. O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, também acompanhou a visita.

    Por fim, Caiado esteve no canteiro de obras da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França, que ganhará uma nova estrutura com mais de 200 espaços para práticas artísticas. A expansão multiplicará por cinco a área construída atual, com previsão de entrega para o primeiro semestre de 2026.

    “Essa é a mais famosa escola de arte e dança do mundo hoje, porque estamos superando todas as outras. O Basileu compete mundialmente. Estamos criando uma estrutura à altura, que dê espaço para jovens e crianças desenvolverem seus talentos e potencialidades em cada área artística”, afirmou Caiado.

    O secretário de Estado da Infraestrutura, Adib Elias, destacou o rápido avanço da obra. “Em apenas 20 dias, já temos esse andamento. A expectativa é que até março estejamos com 80% concluídos”, finalizou.

    Foto: Wesley Costa e Rômulo Carvalho
  • Banco de Sangue do Hugol necessita de doações urgentes de todos os tipos sanguíneos

    Banco de Sangue do Hugol necessita de doações urgentes de todos os tipos sanguíneos

    O Banco de Sangue do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) alerta para a situação crítica no estoque da unidade. Atualmente, há um déficit de 200 bolsas em relação ao volume considerado seguro do ponto de vista assistencial. A situação preocupa, especialmente diante do crescimento significativo de atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito, com destaque para os casos envolvendo motociclistas.

    Segundo o supervisor do Banco de Sangue, Wilson Moreira, o aumento na demanda transfusional pressiona os estoques e pode comprometer a agilidade no atendimento de casos graves.

    “Nos últimos dias, observamos um crescimento expressivo nos acidentes de trânsito, principalmente com motos. São pacientes que, em muitos casos, exigem grande volume de sangue para estabilização, o que torna ainda mais urgente a necessidade de doações”, explica.

    O Banco de Sangue do Hugol recebe doações de segunda a sexta-feira, das 7 às 18h30, e aos sábados, das 7 às 12 horas. Todos os tipos sanguíneos são necessários e bem-vindos.

    Doar sangue é um ato seguro e de solidariedade. A triagem clínica é rigorosa, garantindo que apenas pessoas em boas condições de saúde possam doar. Todo o material utilizado é descartável, sem risco de contaminação para o doador.

     Critérios para doação de sangue

    Qualquer pessoa pode doar sangue, desde que sejam respeitados os critérios para proteção tanto do doador quanto do receptor. São eles:

    • estar saudável;
    • não estar gripado, resfriado ou febril;
    • ter acima de 50 quilos;
    • ter entre 18 e 69 anos;
    • estar descansado e alimentado. Evitar alimentação gordurosa nas 3 horas que antecedem a doação;
    • não ter feito tatuagem, piercing ou maquiagem definitiva a menos de 1 ano;
    • não ter realizado procedimentos endoscópicos nos últimos 6 meses;
    • não estar em uso de antibióticos e antifúngicos. Caso tenha feito uso, aguardar 14 dias após o término para realizar a doação;
    • não ter evidência clínica ou laboratorial de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como: Sífilis, Hepatite B ou C, Hepatite A (após os 11 anos), HIV, HTLV, Doença de Chagas;
    • não ter comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis;
    • não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.

    A unidade funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 18h30, e aos sábados, das 7 às 12 horas. Para mais informações ou dúvidas, entre em contato com a Unidade de Coleta e Transfusão do Hugol, pelo número: (62) 3270-6662 ou pelo WhatsApp: (62) 3270-6661.

    Hugol

    Inaugurado em 2015, o Hugol tornou-se referência no atendimento de urgência e emergência em Goiás e no Brasil. A unidade estadual atende pacientes de média e alta complexidade, com foco em traumatologia, queimaduras, cardiologia, neurologia e medicina intensiva. Possui 512 leitos, sendo 66 UTIs adulto e 30 UTIs pediátricas. Desde sua inauguração, já realizou mais de 22 milhões de procedimentos, dentre urgência e emergência, internações, ambulatório e equipe multidisciplinar, procedimentos cirúrgicos, exames, transfusões e coletas de sangue.

    Hoje, além de ser referência em diversas áreas da saúde e no atendimento humanizado ao paciente, o Hugol é ainda um hospital de assistência, ensino, pesquisa e extensão universitária, com banco de sangue próprio. E o cuidado vai além do atendimento médico, a unidade promove ações junto à sociedade, com projetos como Hugol na Comunidade e Hugol nas Escolas.

    Em 2022, o Hugol foi reconhecido nacionalmente pela qualidade e segurança oferecida aos pacientes. A unidade foi reconhecida pela Organização Nacional de Acreditação – ONA, com o Selo de Acreditado com Excelência – ONA 3, a mais alta certificação de qualidade hospitalar atribuída pela ONA. Já em 2023, a unidade recebeu o Prêmio CriAção SUS pela implementação de checagem beira-leito eletrônica como ferramenta de segurança na prática transfusional.

     

    Secretaria de Estado da Saúde (SES) – Governo de Goiás

  • Órgão Especial suspende lei estadual que prorroga prazo para fechamento de lixões em Goiás

    Órgão Especial suspende lei estadual que prorroga prazo para fechamento de lixões em Goiás

    Acolhendo pedido feito em ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), o Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJGO) deferiu medida cautelar e suspendeu eficácia da Lei Estadual nº 23.407/2025. A lei havia prorrogado por 360 dias o prazo para encerramento dos lixões em Goiás.

    Conforme apontado pelo MPGO na ADI, proposta pelo procurador-geral de Justiça Cyro Terra Peres, o processo legislativo que resultou na aprovação da lei apresentou vício formal, considerando que o veto do governador foi derrubado pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) por meio de votação secreta. O MP alega que o procedimento afronta o artigo 66, parágrafo 4º, da Constituição Federal, que, após a Emenda Constitucional nº 76/2013, exige votação aberta.

    A decisão do Órgão Especial seguiu o voto do relator, desembargador Jeová Sardinha de Moraes. O magistrado afirmou que “a adoção do escrutínio secreto viola o princípio republicano, da publicidade e da transparência, imprescindíveis no processo legislativo”, conforme pleiteado pelo MP.

    Além disso, o desembargador apontou indícios da existência de inconstitucionalidade, já que a lei estadual extrapolou a competência ao fixar um novo prazo uniforme para o fechamento dos lixões, em desconformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010, alterada pela Lei nº 14.026/2020), que estabeleceu prazos escalonados até agosto de 2024. O relator ressaltou que “o Estado de Goiás, ao estabelecer um prazo próprio de 360 dias, cria regulamentação diversa da norma geral federal, extrapolando os limites da competência legislativa concorrente”.

    Em seu voto, o desembargador ponderou que a proteção do meio ambiente constitui valor jurídico de dimensão fundamental e citou a doutrina de Paulo Affonso Leme Machado: “O princípio da prevenção ambiental impõe a adoção de medidas protetivas antes da ocorrência de dano, mesmo que este seja apenas potencial”.

    Na avaliação do relator, estavam presentes os requisitos da tutela de urgência (medida cautelar). Ele alertou ainda para “a iminência de grave lesão à segurança jurídica, uma vez que a norma impugnada já se encontra em vigor, produzindo efeitos imediatos, e criando obrigação normativa em potencial conflito com a política nacional de resíduos sólidos”.

    Com a decisão, a eficácia da Lei Estadual nº 23.407/2025 fica suspensa até o julgamento definitivo da ação. O relator também determinou a citação da Alego, na pessoa do presidente, deputado Bruno Peixoto, para prestar informações em 30 dias. O MPGO tem 15 dias para se manifestar.

    A medida mantém em vigor o prazo definido pela legislação federal para a erradicação dos lixões, que se encerrou em agosto de 2024. Fonte: MPGO

  • Lítio perdido: um micronutriente ausente pode ajudar a prevenir a doença de Alzheimer?

    Lítio perdido: um micronutriente ausente pode ajudar a prevenir a doença de Alzheimer?

    Antes que a memória se desvaneça na doença de Alzheimer, outra coisa desaparece silenciosamente: o lítio.

    Um grande estudo, com duração de décadas, mostra que o lítio, obtido naturalmente através da alimentação, pode ser essencial para a saúde do cérebro — com sua deficiência potencialmente preparando o terreno para a neurodegeneração.

    O lítio é frequentemente associado a baterias recarregáveis, mas há muito tempo é usado em estabilizadores de humor e ocorre naturalmente em alimentos.

    “Este é o primeiro estudo a analisar a deficiência de lítio e a mostrar que existe lítio natural no cérebro e que ele tem um papel protetor”, disse o pesquisador sênior Dr. Bruce Yankner, professor de genética e neurologia da Harvard Medical School, ao Epoch Times.

    “Ficamos surpresos com a importância do lítio — ele afetou muitos aspectos da doença de Alzheimer”.

    Em um estudo recente publicado na revista Nature, a equipe de Yankner descobriu que as concentrações de lítio no córtex pré-frontal do cérebro — essencial para a memória e a tomada de decisões — caem mais da metade em pessoas com doença de Alzheimer. Esse declínio começa anos antes, durante o comprometimento cognitivo leve, que muitas vezes sinaliza o início da demência.

    Com base em quase 400 amostras de cérebros humanos e modelos animais, os pesquisadores sugerem que o lítio pode agir como um micronutriente alimentar — semelhante ao zinco ou ao ferro — ajudando o cérebro a resistir ao envelhecimento e às doenças. Sua perda parece coincidir com, e possivelmente impulsionar, muitas das primeiras alterações observadas na doença de Alzheimer.

    Restaurar o lítio a níveis saudáveis, disse Yankner, pode se tornar uma forma de prevenir a doença antes que os sintomas se instalem.

    De quanto lítio estamos falando?

    A doença de Alzheimer, que afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, é definida pelo acúmulo de placas amilóides e emaranhados de tau — proteínas anormais que interrompem a comunicação entre as células cerebrais. No entanto, essas alterações por si só nem sempre levam à perda de memória. Algumas pessoas com lesões amilóides e tau nunca desenvolvem sintomas, enquanto outras apresentam um declínio rápido.

    Para descobrir as alterações químicas que poderiam ajudar a explicar essa diferença, a equipe de Yankner mediu 27 elementos em amostras de cérebro e sangue de idosos — alguns cognitivamente saudáveis, outros com comprometimento cognitivo leve e outros diagnosticados com doença de Alzheimer.

    O lítio se destacou como o único elemento que apresentou um declínio acentuado e precoce em mulheres e homens com comprometimento cognitivo.

    Em adultos saudáveis, os níveis de lítio no córtex pré-frontal estavam geralmente entre 0,5 e 10 nanogramas por grama de tecido — apenas um bilionésimo de grama. Esse intervalo indica níveis normais.

    Em pessoas com comprometimento cognitivo leve, os níveis eram cerca de um terço mais baixos do que em pessoas saudáveis. Aqueles com Alzheimer apresentaram uma queda mais acentuada — quase 60% menor do que em pessoas que não tinham problemas de memória.

    Notavelmente, os níveis de lítio no sangue permaneceram estáveis em todos os grupos, indicando que a deficiência afeta especificamente o cérebro.

    “Essas descobertas foram tão impressionantes que não acreditamos nelas a princípio”, disse Yankner. “Validamos o resultado em vários bancos de cérebros antes de ficarmos convencidos”.

    Outros metais-traço apresentaram alterações inconsistentes ou apareceram apenas em casos mais avançados da doença de Alzheimer.

    A pesquisa revelou por que os níveis de lítio caem: as placas amilóides — os aglomerados de proteínas pegajosas centrais na doença de Alzheimer — se ligam diretamente ao lítio e o prendem. Como o lítio carrega uma carga positiva, ele adere às placas carregadas negativamente como um ímã, afastando-o dos neurônios e outras células cerebrais que dependem dele.

    À medida que o amilóide se acumula, mais lítio fica preso nas placas, criando um ciclo vicioso: quanto mais placas, menos lítio fica disponível para proteger as células cerebrais. Isso cria o que Yanker chamou de “estado de privação de lítio”, privando os neurônios de um recurso essencial para a resiliência e a reparação.

    O que acontece quando o lítio fica baixo

    Em camundongos, a redução dos níveis de lítio no cérebro também resultou em sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer.

    Em camundongos saudáveis e idosos, a equipe reduziu o lítio no cérebro em 50% por meio de uma dieta deficiente em lítio — com as mesmas calorias e nutrientes da alimentação normal, mas com os níveis de lítio reduzidos em 92%. Isso causou perda significativa de memória, aumento da inflamação cerebral e quebra das conexões sinápticas — os centros de comunicação entre os neurônios.

    Em camundongos criados para serem propensos ao Alzheimer, os resultados foram ainda mais dramáticos: a deficiência de lítio acelerou o acúmulo de placas amilóides e emaranhados de tau, as duas características que definem a doença de Alzheimer.

    O perfil genético mostrou ainda que as alterações desencadeadas pela perda de lítio refletiam de perto as alterações observadas no cérebro de pessoas que morreram com Alzheimer.

    O mecanismo se concentra em uma enzima chamada glicogênio sintase quinase 3 beta (GSK3beta), que é controlada pelo lítio. A GSK3beta impulsiona a patologia tau e a neuroinflamação.

    “Quando os níveis de lítio caem, a GSK3beta é ativada, e isso é uma má notícia para as células cerebrais”, disse Yankner. “Isso leva a mais emaranhados, mais placas e mais degeneração”.

    No entanto, essa perda de lítio pode ser revertida — e, com ela, os sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer.

    Quando os pesquisadores trataram camundongos idosos e propensos à doença de Alzheimer com doses baixas de orotato de lítio — uma forma de suplemento que não fica presa nas placas como o lítio prescrito —, eles observaram resultados promissores:

    • — Ao longo de um ano, os ratos apresentaram menos placas amilóides e emaranhados de tau no cérebro
    • — Memória e aprendizagem restauradas
    • — Inflamação cerebral reduzida
    • — Nenhum sinal de danos renais ou tireoidianos — preocupações comuns com tratamentos com altas doses de lítio

    Essas melhorias parecem decorrer da capacidade do lítio de suprimir a enzima GSK3beta hiperativa, melhorar a função da microglia — as células de limpeza do cérebro — e normalizar a atividade genética envolvida na aprendizagem e na memória.

    Melhorias em modelos animais nem sempre se traduzem em humanos. Muitos medicamentos para Alzheimer mostraram-se promissores em estudos pré-clínicos, mas não conseguem reproduzir os resultados em pessoas.

    Um paradigma “inexplorado”

    As descobertas estão alinhadas com estudos populacionais anteriores. Um estudo dinamarquês de 2017 com mais de 800.000 pessoas descobriu taxas mais baixas de demência em regiões com níveis naturalmente mais altos de lítio na água potável. O trabalho de Yankner pode explicar o motivo.

    Essas descobertas “representam uma nova direção para explorar as causas subjacentes da doença de Alzheimer e apontam para um paradigma terapêutico inexplorado”, observou a Dra. Ashley Bush, neurologista da Universidade de Melbourne, em um comentário que acompanha o estudo.

    O laboratório de Yankner agora está explorando se imagens cerebrais ou exames de sangue poderiam detectar a perda precoce de lítio, possibilitando cuidados preventivos muito antes do aparecimento dos sintomas.

    “Assim como seu médico verifica o colesterol LDL [lipoproteína de baixa densidade] para avaliar o risco de doenças cardíacas ou a hemoglobina A1c para diabetes, um dia poderemos verificar os níveis de lítio — ou um marcador relacionado — para prever o risco de Alzheimer”, disse Yankner.

    Bush observou que, embora as descobertas sugiram que o lítio pode ter muitas funções potenciais nos níveis naturalmente baixos do cérebro, seu uso para prevenir a doença de Alzheimer ainda não foi totalmente testado em humanos.

    O orotato de lítio é vendido sem receita como suplemento em alguns países, incluindo os Estados Unidos; no entanto, os autores do estudo alertam contra a automedicação com qualquer composto de lítio. São necessários ensaios clínicos para testar a segurança e a eficácia em humanos para a prevenção e o tratamento da doença de Alzheimer.

    Fontes naturais de lítio

    Embora o lítio não tenha sido oficialmente reconhecido como um micronutriente, ele tinha a reputação de ser uma cura para tudo muito antes de ser estudado por seus efeitos na saúde do cérebro.

    No final do século XIX e início do século XX, ele era promovido para tudo, desde o equilíbrio do humor até o metabolismo. Os sais de lítio eram comuns em águas minerais “curativas”, e o 7-Up original até continha citrato de lítio — até que a Food and Drug Administration (equivalente a Anvisa do Brasil) o proibiu em 1948.

    Hoje, a maioria das pessoas obtém pequenas quantidades de lítio de fontes naturais — provavelmente o suficiente para apoiar a saúde cerebral em condições normais.

    O teor de lítio varia de acordo com a região, dependendo da geologia local e da composição do solo, o que afeta a quantidade que acaba nos alimentos e na água potável. Áreas com terreno vulcânico ou rico em minerais — como partes da Islândia, oeste do Texas e oeste da Austrália — tendem a ter níveis naturalmente mais altos, embora as concentrações variem amplamente.

    Embora as quantidades sejam mínimas — medidas em microgramas ou miligramas por dia —, elas podem ser suficientes para apoiar o envelhecimento saudável do cérebro. As fontes naturais incluem:

    • — Água potável, especialmente de águas subterrâneas ou nascentes ricas em minerais
    • — Vegetais como batatas, tomates e verduras folhosas
    • — Grãos integrais e legumes, incluindo feijões e lentilhas
    • — Chá e certas águas minerais

    Por exemplo, algumas marcas de água engarrafada da Alemanha e da Itália têm traços de lítio, em torno de 0,1 a 0,2 miligramas por litro — o que poderia aumentar a ingestão diária em níveis de microdose.

    Yankner está “cautelosamente otimista” de que, com mais pesquisas, o lítio em doses baixas poderia não apenas retardar, mas potencialmente reverter o declínio cognitivo precoce.

    “Não estamos fazendo conversas sobre um medicamento”, acrescentou. “Estamos falando de uma substância natural”.

  • O que está prejudicando seu sistema imunológico e como consertar isso?

    O que está prejudicando seu sistema imunológico e como consertar isso?

    Grande parte da sua saúde depende da força do seu sistema imunológico: uma sofisticada força de defesa interna que pode protegê-lo de doenças e curar lesões. No entanto, algumas pessoas têm defesas mais fortes do que outras.

    Todos sucumbem à doença ocasionalmente, mas alguns raramente ficam resfriados, enquanto outros parecem pegar todos os patógenos que aparecem em seu caminho.

    O que contribui para uma boa imunidade? Além do sono, da nutrição e da saúde intestinal, vários tipos de células imunológicas especializadas desempenham um papel importante.

    O médico de medicina funcional Dr. Mitch Ghen compara essas células imunológicas a ramos militares que trabalham em conjunto para travar batalhas microscópicas em prol da sua saúde.

    “O sistema imunológico é como as suas forças armadas, como a marinha, as forças especiais e a força aérea. Todos esses diferentes ramos protegem você de invasores estrangeiros”, disse Ghen ao Epoch Times.

    Os médicos geralmente identificam os primeiros sinais de possíveis problemas na sua função imunológica solicitando o exame diagnóstico mais comum disponível: um hemograma completo, ou CBC. Esse exame examina a concentração de glóbulos vermelhos e plaquetas, mas é a contagem de glóbulos brancos do CBC que é o principal marcador da força imunológica.

    A concentração normal de glóbulos brancos é geralmente entre 4.500 e 11.000 por microlitro de sangue.

    Se esse número for maior, pode indicar que seu corpo está lutando contra uma infecção e reunindo forças em resposta à ameaça. Se a concentração de glóbulos brancos for menor, isso pode significar que sua função imunológica está comprometida e carece dos soldados necessários para prevenir infecções.

    No entanto, Ghen diz que a contagem de glóbulos brancos por si só não revela muitos detalhes.

    “A contagem de glóbulos brancos é como dizer: ‘Aqui está todo o seu exército, toda a sua força aérea, todas as suas operações secretas e toda a sua marinha, tudo em um único número’”, disse Ghen. “Mas somos muito complexos, e o sistema imunológico é um conglomerado de vários componentes”.

    Nutrientes e função imunológica

    Um exame de contagem de glóbulos brancos pode oferecer uma análise detalhada desses vários ramos militares, incluindo neutrófilos, que protegem você contra ameaças agudas, como lesões repentinas e infecções, e linfócitos, que protegem contra ameaças crônicas, como câncer e vírus que permanecem no corpo.

    Outros exames podem ser necessários para analisar outras forças de combate, como imunoglobulinas ou anticorpos, que são proteínas que seu corpo produz para combater vírus e bactérias específicos.

    Detalhes como esses podem identificar quais características da sua imunidade são adequadas ou deficientes, mas não explicam o motivo. Ghen diz que uma causa subjacente pode ser a nutrição.

    Adam El-Hosseiny, diretor de operações da Access Medical Laboratories na Flórida, disse que médicos holísticos como Ghen, que desejam entender melhor a causa da função imunológica de um paciente, costumam solicitar um painel de nutrientes. Esses exames medem os níveis de nutrientes essenciais, muitos dos quais são vitais para a saúde imunológica.

    Por exemplo, se um paciente apresentar baixos níveis de vitamina D, isso pode explicar por que ele adoece com tanta facilidade. Evidências mostram que a vitamina D desempenha um papel significativo na redução do risco de desenvolver certas infecções. Baixos níveis de vitamina D têm sido associados a um maior risco de hepatite, gripe, COVID-19 e AIDS.

    Outros nutrientes relacionados à saúde imunológica incluem zinco, ferro, magnésio, folato e vitamina C. Esses nutrientes fornecem os recursos cruciais necessários para o desenvolvimento e o funcionamento das células imunológicas. Quando eles estão baixos, o sistema imunológico pode ser prejudicado.

    Um exemplo é o magnésio, que desempenha um papel fundamental em vários aspectos da imunidade. O magnésio promove os glóbulos brancos, como as células T auxiliares e as células B, bem como as respostas dos macrófagos. Níveis suficientes de magnésio também contribuem para a síntese de imunoglobulina. A deficiência crônica de magnésio, por sua vez, pode levar à inflamação crônica — um indício de que o sistema imunológico está em perigo.

    Inflamação

    A imunidade está intimamente ligada à inflamação, uma condição na qual os tecidos ficam vermelhos, quentes e inchados. A inflamação é uma estratégia confiável para combater infecções, mas em excesso pode causar danos ao corpo.

    Outro exame que um médico pode solicitar para avaliar a função imunológica de um paciente mede a proteína C reativa, ou PCR. Esse exame é usado para avaliar os níveis de inflamação no corpo. Assim como as imunoglobulinas, a PCR é uma proteína que o corpo usa para combater infecções, mas sua presença também indica o grau de inflamação que o paciente está apresentando. Os níveis de PCR aumentam rapidamente quando o sistema imunológico é atingido por uma lesão ou infecção e diminuem quando esses problemas começam a ser resolvidos.

    Idealmente, a inflamação diminui quando as ameaças à saúde passam. No entanto, de acordo com a Dra. Lela Iduna, médica funcional, quando a inflamação é crônica, isso indica um sistema imunológico em sofrimento.

    “A inflamação é a raiz de todos os problemas que você conhece, desde um resfriado comum até o câncer”, disse Iduna ao Epoch Times. “Alzheimer, demência, autismo, doenças cardíacas, hipertensão, diabetes — tudo isso é inflamação e, portanto, um problema do sistema imunológico”.

    A resposta inflamatória é uma das principais formas como o sistema imunológico enfrenta coisas como lesões e doenças. Um sistema imunológico saudável e que funciona bem mantém o equilíbrio certo.

    “Um pouco de fogo é bom”, disse Iduna. “Mas precisamos ter algum controle. Quando a inflamação fica descontrolada, é aí que os sintomas começam a aparecer”.

    Para obter mais detalhes sobre o equilíbrio inflamatório de um paciente, Iduna disse que pode solicitar um exame para medir a ferritina, uma proteína que armazena ferro nas células do corpo.

    “Se o nível de ferritina estiver alto, isso me indica que há alguma inflamação acontecendo em segundo plano. Não é apenas que seu ferro está alto, mas há algo fisiologicamente errado que está fazendo seu corpo armazená-lo”, disse Iduna.

    Esses problemas podem incluir inflamação, estresse, danos aos tecidos ou outras condições.

    Como o estresse afeta a imunidade

    Várias coisas podem fazer com que a inflamação fique fora de controle. Um fator comum é o estresse. Um grande conjunto de evidências científicas revela que o estresse crônico pode enfraquecer a imunidade e prejudicar a capacidade do corpo de combater infecções. O estresse crônico tem sido associado não apenas à inflamação de baixo grau, mas também ao atraso na cicatrização de feridas e ao aumento da suscetibilidade a infecções.

    É por isso que Ghen também pode solicitar exames que medem os hormônios do estresse como parte de sua avaliação da função imunológica do paciente. As informações não apenas orientam sua estratégia de tratamento, mas também ajudam os pacientes a entender o que está acontecendo dentro de seus corpos, para que possam corrigir o curso, disse ele.

    “Posso medir seu cortisol, seu [dehidroepiandrosterona] DHEA ou sua melatonina, o hormônio do sono, que também é facilmente afetado pelo estresse. E posso dizer ao paciente: ‘Veja, aqui estão os problemas, aqui é onde há estresse demais. Veja como o estresse está prejudicando o corpo agora’”, disse Ghen.

    No entanto, uma vida sem estresse não é a chave para uma imunidade forte, disse ele. Assim como a inflamação, o estresse também tem elementos bons e ruins. Nosso corpo funciona melhor quando consegue se manter em equilíbrio.

    “Sem estresse, você não acordaria de manhã e iria trabalhar. Sem estresse, seu corpo não produziria as substâncias certas para se curar ou para ajudá-lo a combater outros invasores diferentes que chegam”.

  • EUA revogam visto de brasileiros que participaram da criação do programa Mais Médicos

    EUA revogam visto de brasileiros que participaram da criação do programa Mais Médicos

    Em mais uma retaliação a autoridades brasileiras, o governo de Donald Trump (EUA) anunciou nesta quarta-feira (13/08) a revogação de vistos de dois brasileiros que participaram dos primórdios do Programa Mais Médicos.

    O programa, criado em 2013, teve profissionais cubanos atuando desde seu início até o final de 2018, quando o então presidente eleito Jair Bolsonaro (hoje no PL) disse que não aceitaria mais os termos do acordo negociado com o governo de Cuba durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

    Segundo comunicado do Departamento de Estado americano desta quarta, a retaliação a Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman é “uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos promovem a responsabilização daqueles que permitem o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.

    Mozart Sales é atualmente secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde; já Alberto Kleiman é coordenador-Geral para a COP 30, cúpula do clima que ocorrerá em Belém do Pará em novembro.

    A BBC News Brasil procurou o ministério e a assessoria de imprensa da COP 30 buscando posicionamentos de Sales e Kleiman e atualizará a reportagem em caso de resposta.

    Na rede social X, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que Sales e Kleiman foram “duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos” durante seu ministério ainda no governo Dilma.

    “O Mais Médicos, assim como o PIX, sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja. O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira”, escreveu Padilha, referindo-se a acusações recentes do governo americano contra o serviço de pagamento instantâneo Pix.

    O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou nesta quarta que seu país está retomando sua “política de restrição de vistos relacionada a Cuba”.

    Foram anunciadas também retaliações a autoridades cubanas, de países africanos e de Granada, no Caribe, por serem supostamente “cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”, nas palavras de Rubio.

    No X, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu à postagem de Rubio elogiando-a: “Obrigado, Secretário. O mundo livre apoia e sabe do seu trabalho.”

    Em sua própria conta, Eduardo Bolsonaro postou: “EUA anunciam mais restrições e perda de vistos para autoridades brasileiras! Obrigado Presidente Trump e secretário Rubio.”

    O parlamentar, filho de Jair Bolsonaro, está morando nos EUA, onde tem pressionado o governo Trump por sanções contra autoridades brasileiras, de forma a impulsionar a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília e a retaliar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo Alexandre de Moraes.

    Segundo nota do Departamento de Estado americano, a atuação dos brasileiros envolvidos com o Mais Médicos teria ajudado a enriquecer o “corrupto regime cubano” e privado “o povo cubano de cuidados médicos essenciais”.

    O governo americano acusou ainda a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) de atuar como “intermediária da ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba”.

    Pessoa com jaleco do Mais Médicos segura a mão de outra pessoa
    KARINA ZAMBRANA/ASCOM MS- No terceiro mandato de Lula, o Mais Médicos passou a priorizar profissionais brasileiros

    A BBC News Brasil também aguarda posicionamento da OPAS, que é vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

    O médico Mozart Sales foi secretário de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde de fevereiro de 2012 a abril de 2014, período durante o qual o Mais Médicos foi implementado.

    Segundo um texto de apresentação de Sales no site da Hemobrás — órgão do governo no qual ele foi diretor de março de 2015 a agosto de 2016 —, o médico “criou e coordenou a implantação do programa Mais Médicos em todo o território nacional”.

    Já Alberto Kleiman, formado em Direito, fez parte da Assessoria Internacional do Ministério da Saúde entre 2012 e 2015. Depois, foi diretor de Relações Internacionais da OPAS — segundo seu perfil na rede profissional LinkedIn, ele ocupou este cargo de janeiro de 2015 a fevereiro de 2022.

    No terceiro e atual mandato de Lula, o Mais Médicos foi retomado, em 2023. No novo formato, passou a priorizar profissionais brasileiros — segundo dados divulgados na segunda-feira (11/08), 92,25% dos 24.894 médicos ativos no programa são brasileiros.

    Estrangeiros podem participar sob alguns requisitos, como ter conhecimento de português e possuir habilitação, em situação regular, para o exercício da medicina no país de formação.

    Em julho, o governo Trump impôs tarifas de 50% sobre alguns produtos brasileiros e anunciou uma retaliação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sancionado sob a Lei Magnitsky.

    O presidente americano tem acusado o Brasil de passar por uma escalada autoritária e de conduzir uma “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro na Justiça.

    O ex-presidente é réu em uma ação penal, da qual Moraes é relator, sobre suposta tentativa de golpe após a derrota de Bolsonaro para Lula nas eleições de 2022.

    BBC

  • A falta de vitamina B12 pode causar estes 6 sintomas

    A falta de vitamina B12 pode causar estes 6 sintomas

    A vitamina B12 é essencial para o funcionamento adequado do organismo, desempenhando um papel crucial na formação dos glóbulos vermelhos e na manutenção da saúde do sistema nervoso. Por isso, a deficiência dessa vitamina pode levar a diversos sintomas que afetam a qualidade de vida.

    A deficiência dessa vitamina pode ser causada por diversos fatores, sendo que a alimentação inadequada é uma das principais razões, especialmente para aqueles que seguem dietas estritamente vegetarianas ou veganas sem suplementação adequada, já que a vitamina B12 é encontrada principalmente em alimentos de origem animal. Outras causas comuns incluem problemas de absorção da vitamina devido a condições preexistentes ou ao uso de certos medicamentos.

    Quais são os sintomas da deficiência de vitamina B12?

    1. Fadiga e fraqueza: a falta de vitamina B12 pode causar cansaço extremo e sensação de fraqueza, mesmo após atividades leves.

    2. Formigamento e dormência: danos aos nervos periféricos devido à deficiência de B12 podem provocar sensações de formigamento nas mãos, pernas ou pés.

    3. Problemas de memória e confusão mental: a insuficiência de B12 pode afetar as funções cognitivas, levando a dificuldades de memória e confusão.

    4. Palidez e icterícia: a anemia decorrente da deficiência de B12 pode deixar a pele pálida. Em alguns casos, ocorre icterícia, caracterizada pelo amarelamento da pele e dos olhos.

    5. Falta de ar e tonturas: devido à redução dos glóbulos vermelhos, pode haver dificuldade respiratória e episódios de tontura, especialmente durante atividades físicas.

    6. Alterações na língua e na boca: lesões na boca, sensação de queimação na língua ou mudanças na cor e textura podem indicar deficiência de B12.

    Esses sintomas podem variar entre as pessoas e nem sempre aparecem de maneira isolada. Além disso, em casos graves e prolongados, a deficiência pode levar a danos neurológicos irreversíveis.

    Diagnóstico e tratamento

    O diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue que medem os níveis de vitamina B12. É importante consultar um profissional de saúde ao apresentar sintomas sugestivos, especialmente se houver fatores de risco associados.

    Já o tratamento depende da causa e da gravidade da deficiência:

    • Suplementação oral: para casos leves ou devido à dieta inadequada, suplementos orais de vitamina B12 podem ser eficazes.
    • Injeções intramusculares: em situações de má absorção ou deficiência grave, podem ser necessárias injeções regulares de vitamina B12.

    Como prevenir a deficiência de vitamina B12?

    Para prevenir a deficiência, é recomendável:

    • Alimentação balanceada: incluir fontes de vitamina B12 na dieta, como carnes, peixes, laticínios e ovos.
    • Suplementação: indivíduos com dietas restritivas ou condições que afetam a absorção devem considerar suplementos de B12, conforme orientação médica.
    • Exames regulares: pessoas com fatores de risco para a deficiência devem realizar exames periódicos para monitorar os níveis de B12.

    Reconhecer os sintomas da deficiência de vitamina B12 e buscar orientação médica é fundamental para manter a saúde e o bem-estar geral.

    Catraca Livre

  • Cinco pacientes apresentam denúncia ao Cremego por falhas médicas de neurocirurgião

    Cinco pacientes apresentam denúncia ao Cremego por falhas médicas de neurocirurgião

    Cinco pacientes compareceram, nesta quarta-feira, 6, ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), em Goiânia, para denunciar supostas falhas médicas cometidas pelo neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes. Acompanhados pelo advogado, os denunciantes relataram procedimentos mal conduzidos, falta de acompanhamento pós-operatório e sequelas graves. Procurado pelo Jornal Opção, o Cremego aponta que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos, recebidas pelo Conselho ou das quais toma conhecimento, são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

    Ao Jornal Opção, o empresário Márcio Lima, que já tinha relatado o caso em uma reportagem veiculada no dia 24 de junho deste ano, afirma que, nesta quarta-feira, 6, ele e mais quatro pacientes foram ao Cremego com o objetivo de buscar justiça. “Hoje mais quatro pacientes protocolaram junto ao Cremego uma ação de investigação administrativa. A partir daí, na sexta-feira (8), vai ser feita uma denúncia na Polícia Civil para abrir investigação e automaticamente reportar isso ao Ministério Público, porque nós estamos suspeitando que há muito mais casos envolvendo esse médico”, relata.

    Lima ainda afirmou que a partir da denúncia dele outras oito pessoas apareceram alegando que também passaram por procedimentos com o neurocirurgião. “Uma dessas pessoas vão mover um processo a parte o restante será uma ação coletiva. Outro paciente, o Fabrício, disse que não tem condições psicológicas para continuar e futuramente vai cuidar dos processos e a gente entende isso porque as sequelas também afetaram muito o nosso psicológico”, afirmou o empresário.

    Ele ainda conta o caso do paciente Márcio Geraldo, que foi operado no Hospital São Silvestre e que hoje tem muita dificuldade de se locomover. “Nós fizemos a denúncia, entramos na justiça e vamos à delegacia registrar o boletim de ocorrência. O que aconteceu com a gente, o que nos uniu, foi o sofrimento. Mas o que vai nos manter nessa união agora é a justiça. E nós não vamos parar”, afirma Márcio Lima.

    O empresário também alega que o advogado do médico está fazendo pressão, dizendo que ele é um consagrado. “Eu tenho várias histórias de médicos que têm um perfil de ‘médico-monstro’: de dia é médico, à noite é um monstro. E ele não foge à regra. Ele deixou pessoas mutiladas, deixou pessoas com sequelas. O que a gente quer agora é que realmente a coisa ande no Cremego, que é obrigação deles. Mesmo sabendo que existe corporativismo, a gente não tem problema nenhum com a classe médica. Só queremos que aqueles que erraram sejam responsabilizados”, finaliza.

    Em nota, a assessoria do neurocirurgião Tiago Vinícius Silva Fernandes afirmou que até o momento ele não foi notificado oficialmente sobre qualquer denúncia e também não foram informados quais pacientes teriam formalizado queixa junto ao Cremego. A nova ainda informa que o médico considerou positivo o caso ser levado até o Cremego, que é o órgão competente para avaliar a responsabilidade das condutas médicas. (Leia a nota na íntegra no final da matéria)

    Não se conheciam

    O advogado Leonardo Felipe, que representa os pacientes, declara que formalizou as denúncias sobre as falhas médicas envolvendo o médico. Segundo ele, os relatos incluem erros cirúrgicos, diagnósticos equivocados e abandono de pacientes. O objetivo, diz o advogado, é garantir que essas situações sejam investigadas e que os direitos dos pacientes sejam respeitados. “Queremos justiça, mas também prevenir que outros passem pelo mesmo sofrimento”, completa.

    Entre os cinco denunciantes está o motorista Edson Nunes, de 45 anos. Ele afirma ter sofrido lesões permanentes após uma cirurgia na coluna realizada em 21 de setembro de 2023. O procedimento, que deveria durar até duas horas, se estendeu por sete. Logo após a operação, Edson desenvolveu paralisia no pé (conhecida como “pé caído”) e uma fístula liquórica (vazamento de líquido da medula) que, segundo ele, não foi comunicada à família.

    Apesar do quadro grave de Edson, recebeu alta em apenas dois dias. Exames posteriores confirmaram lesão neurológica e formação de tecido cicatricial comprimindo a raiz nervosa. Hoje, vive com dores crônicas, atrofia muscular e depende de muletas. “Entrei no hospital andando e saí sem conseguir mexer o pé. Só quero justiça”, desabafa.

    Outro caso grave é o da lojista Janaína Nunes. Em maio de 2023, após apresentar sintomas neurológicos, ela foi submetida a uma cirurgia de urgência indicada por Tiago Fernandes para retirada de um suposto tumor cerebral. No entanto, a biópsia realizada três dias após a operação revelou que se tratava, na verdade, de uma Malformação Arteriovenosa (MAV). A paciente ainda enfrentou uma infecção grave na ferida operatória, foi diagnosticada com osteomielite e afirma ter sido abandonada pelo médico, como consta no prontuário de abril de 2024.

    Atualmente, Janaína convive com epilepsia, hemiplegia e está impossibilitada de trabalhar. “Saí da cirurgia sem conseguir mexer metade do corpo e tive alta no mesmo dia. Minha vida foi destruída por um erro”, lamenta. As denúncias ganharam repercussão após o empresário Márcio Lima relatar nas redes sociais que também sofreu sequelas permanentes após cirurgia na coluna realizada pelo mesmo neurocirurgião. Ele agora depende de muletas para se locomover.

    Outro paciente, Márcio Geraldo, também esteve no Cremego para registrar denúncia semelhante. Completando o grupo de cinco vítimas, há ainda um quinto paciente que também formalizou sua denúncia contra o neurocirurgião. O que chama atenção nos casos é que os cinco pacientes não possuíam qualquer relação entre si antes das cirurgias. Eram pessoas comuns que se encontram unidas apenas pela tragédia de terem confiado no mesmo profissional.

    A única ligação entre eles foi de terem escolhido, ou sido encaminhados, para o mesmo neurocirurgião. Os casos já foram oficialmente protocolados no Cremego. As denúncias devem ser apuradas pela Polícia Civil, e o Ministério Público acompanhará as investigações.

    Em nota oficial

    A assessoria jurídica do médico neurocirurgião informa que, até o momento, não foi notificada oficialmente sobre qualquer denúncia, tampouco lhe foram informados quais pacientes teriam formalizado queixa junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), o que torna impossível comentar especificamente os casos mencionados.

    O médico considera positivo que o assunto tenha sido levado ao Cremego, órgão competente e imparcial para avaliar com responsabilidade as condutas médicas. Importante destacar que para comprovar a existência de negligência, imprudência ou imperícia, é preciso demonstrar a existência de nexo de causalidade entre o ato do médico e o dano suportado pelo paciente, ou seja, que o ato causou eventual dano. Isso só pode ser feito com produção de provas fundamentadas cientificamente, com a atuação de um perito judicial ou no âmbito do Conselho Regional de Medicina, pelos próprios pares do médico.

    Outro aspecto fundamental é que a relação médico-paciente, a obrigação do profissional da medicina é uma obrigação de meio, ou seja, ele não se compromete com o resultado, mas com o uso dos melhores protocolos operacionais existentes na literatura médica para aquele caso concreto. Nem todo efeito adverso caracteriza, necessariamente, erro médico.

    Finalmente, o médico que é alvo dessa campanha difamatória sempre pautou sua conduta pelos melhores protocolos operacionais relacionados à literatura médica. É um neurocirurgião consagrado, respeitado internacionalmente, e utilizará todos os espaços devidos — judiciais e administrativos — dentro do direito da ampla defesa e do contraditório, para refutar todas essas acusações. Ele tem plena confiança de que, caso haja apuração, será constatada a inexistência de qualquer falha, porque não houve qualquer conduta nesse sentido.

    Jornal Opção