Categoria: Saúde

  • Namíbia sacrificará mais de 700 animais selvagens para alimentar sua população

    Namíbia sacrificará mais de 700 animais selvagens para alimentar sua população

    O governo da Namíbia anunciou na segunda-feira (26) o plano de abate de 723 animais selvagens. A medida visa alimentar a população em meio à seca severa que atinge o país.

    Caçadores profissionais e empresas foram contratados pelo governo para caçar os animais. Eles já mataram 157 bichos, que renderam mais de 50 mil quilos de carne. Entre os animais que devem ser abatidos estão:

    • 83 elefantes
    • 30 hipopótamos
    • 100 elandes
    • 300 zebras

    A Namíbia fica no sul do continente africano, região que enfrenta sua pior seca em décadas. O país já esgotou 84% de suas reservas de alimentos, segundo as Nações Unidas. O agravamento do quadro pode fazer com que metade da população enfrente altos níveis de insegurança alimentar, como explicou o site G1.

    O abate dos animais selvagens foi a solução encontrada pelo Ministério do Meio Ambiente, Silvicultura e Turismo do país para combater a fome. A pasta defende que os abates podem até impedir conflitos que possam eclodir a partir da seca severa, conforme registrou o jornal indiano Times of India.

    O abate dos animais, segundo Romeo Muyunda, porta-voz do ministério, disse ao canal americano CNBC, também ajuda a gerenciar a pressão atual de pastagem e a disponibilidade de água, pois reduz os números de vida selvagem em alguns parques “onde sentimos que esses números excedem o pasto e a água disponíveis, ao mesmo tempo em que fornece alimentos muito necessários para comunidades vulneráveis”.

    Fonte Nexo

  • Harvard aponta para causa até então desconhecida da coceira

    Harvard aponta para causa até então desconhecida da coceira

    Um estudo realizado por cientistas da Harvard Medical School demonstrou pela primeira vez que uma bactéria comum da pele – Staphylococcus aureus – pode despertar a coceira na pele ao agir diretamente nas células nervosas.

    As descobertas foram feita a partir de experimentos em em ratos e em células humanas e foram publicadas na revista científica Cell.

    A pesquisa ajuda a explicar por que doenças comuns da pele, como eczema e dermatite atópica, são frequentemente acompanhadas de coceira persistente.

    Créditos: Thai Liang Lim/istock

    A coceira surge de um subconjunto de neurônios, e a coceira aguda pode ser uma resposta protetora para nos ajudar a remover algo que está irritando a pele.

    Contudo, a coceira crônica não é protetora e pode ser patológica. O mecanismo subjacente que ativa os neurônios e causa coceira crônica não é bem compreendido e novos tratamentos são necessários.

    Reação molecular

    Até então, acreditava-se que a coceira que ocorre no eczema e na dermatite atópica surgia da inflamação da pele. Mas as novas descobertas mostram que o S. aureus, por si só, causa coceira ao instigar uma reação molecular em cadeia que culmina na vontade de coçar.

    Em outras palavras, o nervo que detecta a coceira detectou a bactéria mesmo que não houvesse resposta imunológica.

    De acordo com os pesquisadores, uma vez que o S. aureus invade a pele de um camundongo, ele libera uma enzima chamada V8. Isso, por sua vez, ativa uma proteína chamada PAR1, que está localizada nas células nervosas da pele. A proteína ativada envia um sinal ao cérebro que causa coceira no rato e o faz começar a se coçar.

    Experimentos de laboratório envolvendo células nervosas humanas mostraram que o mesmo mecanismo pode ocorrer em pessoas, mas os pesquisadores dizem ser necessários mais estudos.

    Ainda assim, a pesquisa pode oferecer aos cientistas uma nova direção  no desenvolvimento de tratamentos. Os cientistas acreditam que bloquear o caminho da reação em cadeia dos neurônios da pele bloquearia a coceira.

    Essa descoberta poderá ajudar no desenvolvimento de pílulas e cremes para a pele que tenham como alvo as bactérias, ou seus receptores nas células nervosas, para interromper o ciclo de coceira, que ocorre com várias condições, como dermatite atópica, prurigo nodular e psoríase

    Catraca Livre.

  • Aterro de Aparecida é primeiro em Goiás a garantir tratamento adequado do chorume

    Aterro de Aparecida é primeiro em Goiás a garantir tratamento adequado do chorume

    O aterro sanitário de Aparecida de Goiânia, operacionalizado pela Quebec Ambiental, é o primeiro em Goiás a fazer o tratamento adequado do chorume gerado pelos resíduos sólidos urbanos. O método foi instalado há mais de dois meses após um processo licitatório para adequação das normas ambientais e ajustes ao Marco Regulatório do Saneamento Básico no Brasil, que estabelece metas e obrigações para os Estados e Municípios quanto ao manejo dos resíduos gerados pelos moradores.

    Tratamento do chorume inicia já nas lagoas com a decomposição a partir de microorganismos | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

    Danilo Cunha é gestor ambiental e sócio diretor da Resistrat Ambiental, responsável por desenvolver o projeto de tratamento do chorume. Ele explica que o resíduo é um líquido altamente poluente, resultado da decomposição de rejeitos sólidos em aterros sanitários. “Sem um tratamento adequado, ele pode contaminar o solo, lençóis freáticos e cursos d’água, representando um grave risco ambiental e de saúde pública. Quando os rejeitos orgânicos, como restos de alimentos e plantas, entram em decomposição, eles liberam água e outros compostos. Esse líquido percola (ou seja, infiltra-se), dissolvendo materiais orgânicos e inorgânicos ao longo do caminho, resultando na formação do chorume”, conta.

    O risco desse material está em sua composição, especialmente, na quantidade de substâncias tóxicas como metais pesados, compostos orgânicos voláteis, ácidos orgânicos, além de microrganismos patogênicos. Em resposta a essa preocupação ambiental, uma das tecnologias emergentes que tem ganhado destaque é o tratamento de chorume por eletrooxidação, um processo inovador que promete maior eficiência na descontaminação do resíduo.

    Caminho até a limpeza

    Marney Samuel Araújo conta que o processo de tratamento do chorume inicia-se em uma das três lagoas banhadas com microrganismos e bactérias que vão quebrar parte desse material. “Por último, o líquido é transferido para um reservatório que inicia a eletrooxidação. O processo separa os materiais sólidos da água, que então passa por outra etapa de filtragem e sai como água de reuso”, explica Marney Araújo.

    Estação de tratamento do chorume produzido no aterro | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

    A água de reuso, ou água reciclada, não pode ser utilizada para os chamados usos nobres — como beber ou cozinhar. Mas é extremamente útil para a agricultura na irrigação, na indústria, construção civil ou reuso urbano não potável. “Essa água cristalina e sem odor é resultado de um processo responsável de adequação ambiental e preocupação com o conjunto de padrões e boas práticas sustentáveis”, comenta Marney Araújo.

    Atualmente, devido ao volume de produção, que gira em torno de 4 a 5 mil m³ por mês, a destinação da água de reuso do aterro sanitário de Aparecida de Goiânia fica toda no próprio local. Ela é utilizada para regar a grama do local e conter a poeira durante os períodos de seca.

    Eletrooxidação

    A eletrooxidação é um processo eletroquímico que utiliza uma corrente elétrica para promover a oxidação de substâncias poluentes presentes no chorume. Ao aplicar uma corrente elétrica controlada em uma solução, íons de metais nobres, como o titânio, atuam como catalisadores, facilitando a decomposição de compostos orgânicos complexos e tóxicos em substâncias mais simples e menos prejudiciais ao meio ambiente. Além disso, o processo pode gerar radicais livres, altamente reativos, que contribuem para a degradação de contaminantes recalcitrantes, como corantes, pesticidas e fármacos.

    Processo de eletrooxidação para transformar o chorume em água de reuso | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

    A importância do tratamento de chorume vai além da simples eliminação de um resíduo líquido. Além disso, o chorume é rico em compostos tóxicos e patogênicos, que podem provocar sérios danos à fauna e flora, além de representar riscos à saúde pública. Portanto, a adoção de tecnologias como a eletrooxidação não apenas minimiza esses riscos, mas também contribui para a preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente de maneira geral.

    O tratamento e a destinação correta dos resíduos sólidos também desempenham um papel crucial na sustentabilidade urbana. A implementação de sistemas de tratamento de chorume avançados, como a eletrooxidação, é um passo importante para garantir que os resíduos sejam processados de forma ambientalmente responsável, minimizando os impactos negativos e promovendo uma economia circular.

    Jornal Opção

  • Menino de 10 anos morre com suspeita de meningite em Catalão

    Menino de 10 anos morre com suspeita de meningite em Catalão

    A Secretaria Municipal de Saúde de Catalão informou que um menino de 10 anos morreu na madrugada da última quarta-feira (28/08), no Pronto Atendimento Infantil da cidade, com suspeita de meningite.

    Conforme a SMS de Catalão, os irmãos da vítima, de 8 e 12 anos, também foram internados com suspeita da doença após um deles apresentar febre e dor no corpo. Ainda segundo a Secretaria, a família e os colegas de escola das crianças foram medicados contra a doença.

    A verdadeira causa da morte da criança de 10 anos ainda será confirmada pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Catalão, mas a principal suspeita é de meningite.

    Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Goiás registrou 115 casos confirmados da doença em 2024, com 22 mortes. Ainda segundo o órgão, a morte da criança em Catalão é acompanhada e o caso está sendo investigado.

    Nota SES-GO

    A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informa que o último boletim registrou em 2024, até o momento, um total de 115 casos confirmados de meningite, de diferentes etiologias, com 22 óbitos no estado neste ano. Em 2023, foram confirmados 214 casos de meningite, de diferentes etiologias, com 43 óbitos registrados. A secretaria informa ainda que acompanha o óbito em Catalão, que segue em investigação.

    A SES ressalta que monitora a ocorrência dos casos dos diversos tipos de meningite, seja por vírus ou bactéria, que tendem a aumentar neste período do ano em função da forma de transmissão. A secretaria recomenda que a população observe os cuidados com a etiqueta respiratória, evite locais com aglomeração de pessoas e mantenha o cartão de vacinação atualizado.

  • Caiado assina contrato para Albert Einstein gerir Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo)

    Caiado assina contrato para Albert Einstein gerir Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo)

    O governador Ronaldo Caiado (UB) assinou, na tarde desta quarta-feira, 28, o contrato com o Hospital Albert Einstein que assume a administração do Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo). Durante a solenidade, Caiado também anunciou um investimento de R$ 100 milhões para obras na unidade e também para aquisição de materiais hospitalares e aplicação em tecnologia.

    Caiado sinalizou que o centro cirúrgico será remodelado e passará a contar com uma ressonância magnética presenteada pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. “Toda a estrutura será remodelada e reconstruída para que a gente possa ter ali um hospital de referência na área de urgência médica com o padrão de excelência do Albert Einstein”, completou.

    Governador anunciou investimento em obras, equipamentos e tecnologia para o Hugo | Foto: Raphael Bezerra/Jornal Opção

    O governador citou “longo embate” para modificar a forma de contratação de entidades para gerir unidades hospitalares goianas. Ele se refere a abertura para que Organizações da Sociedade Civil (OSCs) pudessem participar da concorrência pública dos processos seletivos para gestão de hospitais estaduais. “Quando você tem apenas um OS disputando, você restringe a oferta e fica restrito a um mercado de apenas algumas organizações. Já a OSC, você tem um outro tipo de estrutura própria que podem mostrar que estão não somente para gerir, mas que conhecem toda a realidade, sabem tocar, têm uma experiência de vida e não só na teoria”, comentou.

    Investimento

    Entre os investimentos está a previsão de contratação de um Plano Diretor de Infraestrutura que prevê, numa próxima etapa, serviço de ressonância magnética e implantação de cirurgia robótica. A partir do Plano Diretor, o Governo de Goiás aportará novos investimentos necessários para a modernização da unidade.

    A previsão é que sejam entregues em etapas um novo Centro Cirúrgico, UTIs monitorizadas, ampliação do Pronto Socorro e do Ambulatório, novo espaço para o laboratório, setor de Hemodinâmica inédito na unidade, reforma dos banheiros, reforma da Central de Material Esterilizado, substituição das macas, reforma do piso, adequação do heliporto e aquisição de equipamentos como raio-x, microscópios cirúrgicos, arcos e focos cirúrgicos e etc.

    Diretor presidente do Albert Einstein, Sidney Klajner, citou que a entidade gere 31 unidades no setor público, incluindo o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap). “Isso sem falar nos projetos de apoio e desenvolvimento do SUS e frentes como a de pesquisa, capacitação profissional e implementação de tecnologias como inteligência artificial e big data”.

    Inaugurado em 1991, o Hugo é o segundo maior hospital de urgência e emergência de Goiás. Além de assistência gratuita à população, presta serviços como unidade de ensino, pesquisa e extensão universitária. Com a reforma, os centros cirúrgicos serão modernizados e as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) terão monitoramento ampliado, além de uma nova ala, a UTI 5.

    O governador assinou um termo de colaboração para a gestão do Hugo, em acordo celebrado entre o Governo de Goiás e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. A entidade, que assumiu a gestão do hospital por meio de contrato emergencial em junho deste ano, agora mantém regime regular com o Estado. O valor mensal do custeio será superior a R$ 21,3 milhões e a validade do acordo é de até 12 anos.

    Jornal Opção

  • Saúde de Goiânia reforça importância da vacinação contra HPV

    Saúde de Goiânia reforça importância da vacinação contra HPV

    A Prefeitura da capital reforça a importância de se vacinar contra o Papilomavírus Humano (HPV). A imunização é fundamental para a prevenção de diversas doenças graves associadas ao vírus, incluindo o câncer cervical, anal e orofaríngeo. A vacina é uma ferramenta importante na prevenção de vários tipos de câncer que têm uma alta taxa de incidência.

    A vacina contra o HPV é parte de um processo global de imunização presente em mais de 50 países. No Brasil, a oferta inicial era para meninas de 11 a 13 anos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o imunizante está disponível para meninos e meninas de 9 a 14 anos e 11 meses e 29 dias.

    Além desse grupo etário, a vacina também é oferecida a pessoas imunossuprimidas (como portadores de HIV/AIDS, pacientes oncológicos, transplantados e indivíduos com Papilomatose e Respiratória Recorrente. Também é recomendada para pessoas que utilizam Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), na faixa etária de 15 a 45 anos, e para vítimas de abuso sexual, com idades entre 9 e 45 anos.

    Na capital, a vacina contra o HPV está disponível em todas as salas de vacinação. Anteriormente, o sistema de saúde oferecia até três doses. No entanto, em abril deste ano, foi alterado para uma única dose para todos os públicos. Essa mudança segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

    Cobertura vacinal
    Em Goiânia, a cobertura vacinal contra o HPV está em 69,2% para meninas e 53,1% para meninos, no período de 2014 até julho de 2024. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS) é alcançar 90% de cobertura para crianças e adolescentes, que são o principal grupo-alvo da vacinação.

    Embora esses números representam um progresso significativo, a vacinação em massa é essencial para criar uma imunidade de grupo que proteja a população de forma mais ampla e efetiva.

    Doença e histórico da vacinação
    O HPV é um grupo de mais de 200 vírus que afetam a pele e as mucosas. Considerado uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), ele é transmitido principalmente por contato sexual, embora alguns tipos também possam ser transmitidos por contato direto com a pele.

    Os tipos de HPV são classificados em dois grupos principais: baixo risco e alto risco. Os tipos de baixo risco, como HPV 6 e 11, podem causar verrugas genitais. Por outro lado, os tipos de alto risco, como 16 e 18, estão associados a um aumento do risco de desenvolver câncer, incluindo câncer cervical, anal, orofaríngeo e peniano. Estima-se que o HPV seja responsável por cerca de 70% dos casos de câncer cervical, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

    No Brasil, a vacinação contra o HPV foi iniciada em 2014 com por meio do PNI, oferecendo a vacina gratuitamente para meninas de 11 a 13 anos em um esquema de três doses. Em 2017, a vacinação foi expandida para incluir meninos de 11 a 14 anos. Em 2022, a faixa etária foi ampliada para abranger meninos e meninas de 9 a 14 anos e 11 meses e 29 dias. Neste ano, a vacinação foi reduzida para uma única dose, visando facilitar a adesão e aumentar a proteção.

  • Entidades e empresas alertam para versões falsificadas de Ozempic e Mounjaro

    Entidades e empresas alertam para versões falsificadas de Ozempic e Mounjaro

    A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) divulgou na última semana um comunicado em que alerta para o crescente número de falsificações do Ozempic, medicamento utilizado no tratamento de diabetes tipo 2 e, de forma off label, no controle da obesidade. Nesta terça-feira (27/8), foi a vez da Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, emitir uma carta sobre o problema. O remédio para obesidade não está sendo comercializado no Brasil e ainda não há previsão para a chegada do produto ao mercado nacional, mas há versões falsas sendo anunciadas em sites e mídias sociais.

    “Por ser um medicamento administrado por via subcutânea, a esterilidade se torna uma preocupação de segurança ainda mais crítica. Alguns dos produtos analisados continham bactérias, altos níveis de impurezas, cores diferentes (rosa, em vez de incolor) ou uma estrutura química completamente diferente do medicamento da Lilly. Em pelo menos um caso, o produto nada mais era do que álcool”, alertou a fabricante.

    Falsificações do Ozempic
    O aviso da SBD foi motivado por denúncias recebidas pela própria entidade e por médicos associados sobre a venda de produtos falsos pela internet e de versões manipuladas da semaglutida, princípio ativo do Ozempic. Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta sobre a venda de versões falsificadas do medicamento. Na época, a entidade afirmou ter apreendido lotes falsos do produto no Brasil em outubro de 2023.

    Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão que recebe esse tipo de denúncia no País, as últimas ações de fiscalização relacionadas à falsificação do Ozempic ocorreram em janeiro deste ano. Os lotes identificados como falsos foram: 1 – Lote MP5A064, com prazo de validade 10/2025 e embalagem secundária que indica concentração de 1,34 mg/mL, em idioma espanhol; 2 – Lote LP6F832, com data de validade 11/2025; 3 – Lote MP5C960, que apresenta em sua embalagem secundária a concentração de 1 mg, em idioma espanhol.

    Formatos e riscos
    Diante das denúncias, tanto a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, quanto a Eli Lilly ressaltaram que não fornecem semaglutida e tirzepatida (princípio ativo do Mounjaro) para farmácias de manipulação ou quaisquer outras empresas. “Também é importante reforçar que não há qualquer outra versão de tirzepatida além da subcutânea. Já foram vistos anúncios de pílulas, comprimidos, chip, spray nasal e outras versões orais de “tirzepatida”. Nenhum órgão regulador avaliou a segurança ou eficácia de qualquer administração oral ou nasal da molécula”, alertou a Eli Lilly.

    O mesmo vale para o Ozempic. Segundo a Novo Nordisk, a semaglutida não foi desenvolvida, em nenhum lugar do mundo, para uso em formato injetável em frascos, cápsulas orais, pellets absorvíveis, fitas ou chip. As duas empresas também destacaram os riscos de produtos falsos. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA, equivalente à Anvisa nos EUA) já recebeu relatos de efeitos adversos após o uso de “versões manipuladas” do Ozempic. Segundo o órgão, esses produtos podem ser formulações de sais, como semaglutida sódica e acetato de semaglutida, ativos que não demonstraram ser seguros e eficazes.

    Além disso, falsificações de Ozempic podem tornar ineficaz o tratamento de um paciente com diabetes devido à dosagem incorreta, causando o descontrole do nível de glicose no sangue. Os remédios falsos também podem conter ingredientes desconhecidos e substâncias nocivas à saúde, com risco de provocar até mesmo a morte.

    Cuidados para evitar falsificações – Use o medicamento apenas sob prescrição médica; – Compre em estabelecimentos regulamentados; – Não compre em sites desconhecidos ou mídias sociais, apenas nos portais das próprias farmácias; – Inspecione a embalagem em busca de sinais de manipulação, como lacres violados, erros de ortografia e rótulos mal impressos; Desconfie de preços muito abaixo dos aprovados pelo governo (o valor do Ozempic segue a tabela da CMED, órgão federal que regulamenta o preço dos medicamentos no país). Ao ver ofertas de medicamentos com indícios de fraude, denuncie pelo canal de Notificações em vigilância sanitária da Anvisa(Agência Estado)

  • Rara mutação genética faz pessoas dormirem pouco e se sentirem bem

    Rara mutação genética faz pessoas dormirem pouco e se sentirem bem

    Na coluna  Decodificando o DNA, Mayana Zatz comenta um estudo bem interessante liderado por pesquisadores da Universidade da Califórnia. Eles descobriram que pessoas que dormem menos e se sentem bem possuem uma mutação em um gene chamado ADRB1. Para chegar a essa conclusão, os cientistas estudaram uma família onde vários membros relatam que só dormem seis horas e se sentem bem.

    Os estudiosos quiseram, então, saber como esse gene funciona e se a necessidade de pouco sono poderia ser atribuído a ele. Eles descobriram que o ADRB1 mutado teria, sim, uma função cerebral. Depois, vários experimentos foram feitos em camundongos e os resultados trouxeram mais informações sobre o que a professora chamou de “gene do pouco sono”. O trabalho foi publicado na revista Neuron.

    Clique no áudio acima para ouvir a geneticista do Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP.

    Decodificando o DNA
    A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

    Fonte: Jornal da USP

  • Cientistas descobrem como transformar células de gordura branca para queimar calorias

    Cientistas descobrem como transformar células de gordura branca para queimar calorias

    Lutando para perder peso ou manter um peso corporal saudável? Cientistas encontraram uma maneira de usar suas células de gordura para queimar as calorias. Pesquisadores da ‘UC San Francisco’ investigaram a proteína KLF15 e seu papel na regulação das células de gordura. Eles descobriram como desativar essa proteína nas células adiposas brancas, que armazenam calorias. Quando a KLF15 é desligada, essas células se transformam em células adiposas bege, que queimam calorias. Utilizando modelos de camundongos, onde a proteína KLF15 podia ser seletivamente excluída das células adiposas brancas, os pesquisadores observaram as reações das células. As descobertas mostraram que, sem a KLF15, as células adiposas brancas se comportam como células adiposas marrons, exibindo maior queima de gordura e produção de calor. As células transformadas também apresentaram taxas metabólicas mais altas, indicando uma queima de energia mais ativa.

  • Mpox pode causar pandemia? Veja o que dizem especialistas

    Mpox pode causar pandemia? Veja o que dizem especialistas

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quarta-feira (14) o atual surto de mpox na África como uma emergência de saúde pública global. O anúncio foi feito em reunião com o comitê de emergência em meio a preocupações de uma cepa mais mortal do vírus, chamada clado 1B, se espalhar para outras regiões do mundo.

    Em julho, a OMS havia incluído o vírus da mpox na lista atualizada de micro-organismos com potencial de causar novas pandemias. O documento foi emitido na Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, que aconteceu naquele mês no Rio de Janeiro.

    O relatório tem como objetivo criar conhecimento, ferramentas e contramedidas amplamente aplicáveis que possam ser adaptadas de forma rápida às ameaças emergentes de pandemias. Além disso, a estratégia também visa acelerar a vigilância e a pesquisa para entender como os patógenos transmitem doenças e infectam humanos e como o sistema imunológico responde a eles.

    Apesar disso, a declaração do mpox como emergência de saúde pública global não significa que o surto está virando uma pandemia. Porém, o alerta serve para enfatizar o alto risco de uma doença se disseminar para outros países através da propagação internacional, além de alertar para a necessidade de uma resposta internacional coordenada para a contenção dessa doença.

    “O grande temor da OMS é que esse clado 1 saia da República Democrática do Congo e se espalhe no mundo todo, que foi o que aconteceu com o clado 2 em 2022”, explica o médico infectologista Álvaro Costa, que tem a Mpox como tema central de pesquisa de doutorado, em matéria publicada anteriormente na CNN.

    “Naquela época, todos os casos de mpox eram concentrados na África, e os casos em outras regiões eram importados de pessoas que viajavam para lá e, de repente, tivemos um surto. A tensão agora é para prevenir um surto global com essa outra variante”, acrescenta o especialista.

    Clado 1 e clado 2 são diferentes grupos de vírus que, apesar de terem semelhanças genéticas, não são idênticos. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o clado 1 leva a uma doença mais grave e é mais letal em comparação ao clado 2.

    O clado 1 é endêmico na República Democrática do Congo e é responsável pelo surto atual. Em setembro de 2023, também foram registrados casos relacionados à subvariante 1B no país e em regiões adjacentes. Já o clado 2 foi responsável pelo surto global que começou em 2022, de acordo com o CDC. No Brasil, os casos atuais estão relacionados à circulação do clado 2.

    Mpox pode virar pandemia? O que os especialistas acham

    O clado 1B, além de ser mais letal, parece possuir maior transmissibilidade, de acordo com a infectologista Raquel Stucchi, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Justamente por essa característica, a especialista acredita que é possível que a mpox cause uma nova pandemia.

    “Nós sabemos que, hoje em dia, não tem mais nenhuma doença infecciosa que se concentre em um único local com toda a movimentação das pessoas [de um país para o outro]”, explica a infectologista à CNN. “Então, é possível sim que ela atinja outros países de vários continentes, ainda mais sendo mais transmissível”, afirma.

    Para Giliane Trindade, professora de microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também há chances de a nova variante se espalhar para outras regiões do mundo além da África.

    “Nós vivemos em um mundo globalizado, e o que estamos vendo na República Democrática do Congo é que é uma variante bem transmissível. Existe a transmissão comunitária e não está controlada. Isso é sempre um risco quando associado com o fator da globalização”, afirma a professora, em matéria publicada anteriormente na CNN.

    Segundo Hélio Bacha, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, pela variante 1B do vírus mpox ter maior transmissibilidade, a preocupação da OMS em declarar a emergência de saúde pública global é pertinente e real. “A importância de se ter essa declaração é que nós temos contra essa doença medicamentos efetivos e vacinas, mas não em uma quantidade suficiente para fazer frente a uma condição pandêmica”, afirma à CNN.

    O que deve ser feito para conter uma nova pandemia

    Stucchi afirma que, entre as principais medidas para conter surtos e uma nova pandemia causada por mpox, está a vacinação da população, com maior igualdade no acesso ao imunizante. “Infelizmente, parece que não aprendemos — enquanto sociedade, gestores públicos e população — com a pandemia de Covid-19 sobre equidade. Nós já deveríamos ter vacinado a população da África, porque sempre foi uma população mais acometida pela doença [mpox] e é onde há maior mortalidade”, afirma a especialista.

    Também é preciso disponibilizar o tratamento adequado e iniciá-lo precocemente nos pacientes com maior risco de desenvolver quadros graves da infecção por mpox, segundo a infectologista.

    “Nós temos que ter uma política de responsabilidade multilateral, de vários países, para o enfrentamento dessa doença. A possibilidade de se enfrentar individualmente essa doença sem o apoio e o aporte financeiro de uma política global representa um risco muito grande de termos um gravíssimo problema de saúde pública”, acrescenta Bacha.

    Após declarar mpox uma emergência de saúde pública global, a OMS assinou o processo de Lista de Uso de Emergência para ambas as vacinas mpox e desenvolveu um plano de resposta regional que requer 15 milhões de dólares, com 1,45 milhões de dólares já liberados do Fundo de Contingência para Emergências da OMS.

    No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou que, a partir desta quinta-feira (15), irá instalar um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à mpox.

    “Desde a ESPII anterior para Mpox, declarada pela OMS em julho de 2022 e encerrada em maio de 2023, a vigilância para a doença se manteve como prioridade no Ministério da Saúde, que vinha monitorando atentamente a situação mundial e as informações compartilhadas pela OMS e outras instituições. A pasta já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil”, afirma a pasta em nota à imprensa.

    Casos de mpox no mundo

    De acordo com o CDC, o surto atual de mpox na República Democrática do Congo está mais disseminado do que qualquer outro surto anterior na região e a letalidade é maior. Só neste ano, a República Democrática do Congo registrou 15,6 mil casos de mpox e 537 mortos. O número já é maior do que o surto de 2022, provocado pelo clado 2: apesar de os 85 mil casos registrados, houve apenas 120 mortes. No mundo, a OMS já registrou 99.176 casos confirmados de mpox em 116 países de janeiro de 2022 a junho de 2024.

    No Brasil, até agora, foram registrados 709 casos de mpox. Na quarta-feira (14), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que não há motivos para “alarme”, mas sim para “alerta” em relação ao vírus mpox.

    “No momento, não há registro de uma grande preocupação, mas várias medidas podem ser tomadas, como alerta para viajantes e uma série de ações que devem ser feitas em situações como esta”, afirmou a ministra.

    CNN