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Com alta do IOF, arrecadação federal bate recorde histórico em junho e soma R$ 234,5 bi

A arrecadação de impostos e contribuições do governo federal alcançou R$ 234,5 bilhões em junho de 2025, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pela Receita Federal, com alta do IOF. O montante representa um crescimento real de 6,6% em relação a junho de 2024, quando, já corrigida a inflação, a arrecadação foi de R$ 220 bilhões.

Trata-se do maior valor já registrado para o mês de junho desde o início da série histórica da Receita, em 1995. O principal responsável pelo resultado foi o aumento temporário do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que voltou a vigorar em julho por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) após ser derrubado pelo Congresso no fim de junho.

“O IOF apresentou uma arrecadação de R$ 8,02 bilhões, representando crescimento real de 38,83%. Esse desempenho pode ser justificado pelas operações relativas à saída de moeda estrangeira e pelas operações de crédito destinadas a pessoas jurídicas, especialmente em decorrência de alterações na legislação do tributo”, informou o órgão.

Primeiro semestre também registra recorde

No acumulado de janeiro a junho, a arrecadação federal somou R$ 1,42 trilhão em valores nominais. Corrigido pela inflação, o valor alcança R$ 1,44 trilhão — um crescimento real de 4,4% em relação ao primeiro semestre de 2024 (R$ 1,38 trilhão). O desempenho também é o melhor da série histórica para o período.

Além do IOF, o avanço na arrecadação tem sido impulsionado por uma série de medidas implementadas pelo governo ao longo do último ano, voltadas à ampliação da base tributária e ao fechamento de brechas no sistema.

Entre as principais medidas destacadas pela Receita estão:

  • Tributação de fundos exclusivos e aplicações no exterior (offshores);
  • Mudanças nas regras sobre incentivos fiscais estaduais (subvenções);
  • Retomada da tributação de combustíveis;
  • Tributação sobre apostas esportivas online (bets);
  • Criação do imposto sobre compras internacionais de baixo valor (a chamada “taxa das blusinhas”);
  • Reoneração gradual da folha de pagamentos;
  • Extinção dos incentivos fiscais para o setor de eventos (Perse).

Meta fiscal pressiona ampliação de receitas

A intensificação da arrecadação ocorre no contexto da meta fiscal estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que prevê déficit primário zero nas contas públicas em 2025. A regra autoriza uma margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a cerca de R$ 31 bilhões. Também é permitida a exclusão de R$ 44,1 bilhões referentes ao pagamento de precatórios no cálculo da meta.

Para 2026, a LDO projeta um superávit primário de 0,25% do PIB, mantendo as mesmas margens e exclusões.

Com o objetivo de cumprir essas metas, o governo tem anunciado novas propostas para elevar a arrecadação, entre as quais:

  • Aumento da alíquota da contribuição sobre a receita líquida de apostas online (GGR), de 12% para 18%;
  • Elevação da tributação sobre juros sobre capital próprio (JCP), de 15% para 20%;
  • Cobrança de 5% sobre os rendimentos de títulos incentivados como LCI e LCA;
  • Atualização das regras de tributação de criptoativos;
  • Aumento da CSLL para fintechs, que passam a ser tratadas como instituições financeiras (alíquotas de 15% ou 20%, ante os 9% anteriores).

Com esses ajustes, o governo busca ampliar a base tributária de forma progressiva, num esforço para equilibrar as contas públicas sem recorrer a cortes expressivos em investimentos e políticas sociais.

Fonte: Diário do Poder

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