Dois altos generais chineses foram expulsos do governante Partido Comunista Chinês (PCCh) e das Forças Armadas. O anúncio foi feito por Pequim nesta quinta-feira (17).
He Weidong, o segundo general mais importante da China, e Miao Hua, principal oficial político do Exército, foram afastados por “graves violações de disciplina e da lei”.
A destituição de He é a primeira de um general em exercício na Comissão Militar Central desde a Revolução Cultural, entre 1966 e 1976.
He, Miao e outros sete altos oficiais militares mencionados no comunicado “violaram gravemente a disciplina do Partido e são suspeitos de crimes graves relacionados às suas funções, envolvendo quantias extremamente elevadas de dinheiro”, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa da China em nota oficial.
As infrações foram “de natureza grave, com consequências extremamente prejudiciais”, acrescentou o comunicado.
Segundo o ministério, Miao foi abruptamente suspenso do cargo e colocado sob investigação por “graves violações de disciplina” em novembro de 2024.
Os dois generais são os oficiais militares mais graduados a serem afastados como parte de uma campanha anticorrupção que mira a liderança do Exército Popular de Libertação desde 2023.
Analistas afirmaram no ano passado que a purga em andamento indicava a intensificação das disputas de poder nos escalões superiores do Partido e das Forças Armadas.
Desde que chegou ao poder em 2012, o líder chinês Xi Jinping iniciou uma repressão à corrupção voltada a afastar oficiais do PCCh e generais militares considerados corruptos ou desleais. A medida resultou na queda de diversos oficiais militares de alta patente ligados a facções rivais, fortalecendo o controle de Xi sobre as Forças Armadas.
A mais recente purga no Exército atingiu alguns antigos aliados de Xi. Tanto He quanto Miao são aliados do líder chinês.
A suspensão de He deixa a Comissão Militar Central com apenas quatro membros, incluindo seu presidente, Xi Jinping.
