O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta segunda-feira (23/9) com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para debater o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, e a nova lei antidesmatamento europeia que pode trazer prejuízo às exportações brasileiras.
O encontro está marcado para as 16h (horário de Brasília) na Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York. O petista está na cidade para participar da 79ª Sessão da Assembleia-Geral da ONU, que ocorre amanhã (24), além de uma série de eventos paralelos e encontros bilaterais.
O Brasil tenta destravar o acordo comercial, mas esbarra em exigências ambientais duras, de cunho protecionista, por parte especialmente da França. Os agricultores franceses temem a concorrência com o agro brasileiro caso haja livre comércio com o Mercosul.
No início de setembro, negociadores dos blocos se reuniram em Brasília para uma nova rodada. Embora diplomatas brasileiros avaliem que houve avanços, ainda não há um horizonte à vista para a conclusão do acordo.
Além disso, o governo brasileiro também expressou preocupação com a nova lei ambiental europeia. Com ela, países da UE ficarão proibidos de importar produtos que tenham origem em terras desmatadas, mesmo se o desmatamento for legal.
Os ministérios da Agricultura e Pecuária e das Relações Exteriores chegaram a enviar uma carta ao bloco pedindo o adiamento da lei, que entra em vigor em dezembro. O impacto estimado para as exportações brasileiras é de US$ 15 bilhões. Porém, a UE reiterou o prazo para vigência da lei após o pedido.
Agendas bilaterais
Sem eventos oficiais das Nações Unidas hoje, Lula tem agenda cheia, principalmente de encontros bilaterais. Estão marcadas reuniões com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e com o primeiro-ministro da República do Haiti, Garry Conille, além de uma premiação organizada pela Fundação Bill e Melinda Gates.
Com o chanceler alemão, o chefe do Executivo brasileiro também deve tratar do acordo Mercosul-UE. O país já expressou apoio à iniciativa, e também atua para que um consenso seja atingido ainda neste ano.
Correio Braziliense