Em um recanto remoto da selva boliviana, há uma emissora de rádio cujos ouvintes são principalmente agricultores de coca, planta frequentemente usada para fabricar cocaína, mas também como estimulante leve e remédio para o mal de altitude. Ali, vive também um ex-presidente que foge da lei, refugiado em um bunker e protegido por milhares de seguidores armados com paus, prontos para repelir qualquer tentativa de prendê-lo por acusações de tráfico de pessoas e estupro. Trata-se de Evo Morales.
Ficaram no passado os dias em que Evo Morales viajava pelo mundo como um astro da esquerda, aclamado por liderar a recuperação econômica de um dos países mais pobres da América Latina. Agora, passa seus dias confinado em um vilarejo isolado, de onde planeja seu retorno à política para disputar a Presidência em agosto. No entanto, os tribunais bloquearam sua candidatura, e Morales corre o risco de ser preso caso deixe o local.
O GLOBO