A carne brasileira não virou exceção às tarifas (tarifaço) e passará a pagar alíquota de 50% para entrar nos Estados Unidos.
O aumento do imposto acontece em meio a um momento dramático para a pecuária norte-americana: o rebanho nas fazendas dos EUA é o menor desde o início da série histórica, há meio século.
Dados do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) mostram que a indústria do gado norte-americana vive o pior momento da sua história. Há, atualmente, 94,2 milhões de cabeças de gado pastando nas fazendas de lá.
O rebanho atual é o menor da série iniciada em 1973 pelo NASS (Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas). O auge pecuário nos EUA foi dois anos após o início da série, em 1975, quando foram registradas 140 milhões de cabeças de gado no país.
A queda do rebanho americano é resultado de um fenômeno de longo prazo.
Os pastos têm sofrido com as mudanças climáticas, especialmente as secas. Esse clima tem piorado as condições das fazendas e reduzido a oferta de alimento para os animais. E, por isso, produtores precisam complementar a alimentação e, para isso, precisam gastar mais.
Essa despesa maior tem levado alguns produtores a vender parte do rebanho que deveria ser retido para reprodução. Com essa decisão, diminuiu a capacidade de ampliação de muitos pecuaristas – o que acaba potencializando o momento ruim para o setor.
Essa queda do rebanho nos EUA já aparece nos supermercados. O preço da carne subiu expressivamente nos últimos meses e o consumidor já paga 9% mais que no fim do ano passado.
Alguns analistas dizem, inclusive, que o momento da pecuária nos EUA pode tornar a carne “o novo ovo” – item que sofreu com a disparada dos preços recentemente.
É nesse cenário que os EUA se preparam para o início das novas tarifas aplicadas a todo o planeta, inclusive o Brasil.
Atualmente, a carne brasileira é importante para a indústria de alimentos processados nos EUA, já que cortes brasileiros têm sido usados maciçamente para a fabricação de itens como hamburgueres congelados.
CNN