O Departamento de Justiça dos Estados Unidos deve divulgar os arquivos de investigação sobre o caso Jeffrey Epstein nesta sexta-feira (18). O bilionário, que tinha proximidade com políticos e famosos, foi condenado por abusar de menores e operar uma rede de exploração sexual.
Em novembro, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que determina que o governo libere as informações sobre a investigação. O texto foi sancionado pelo presidente Donald Trump.
O Departamento de Justiça informou que não irá divulgar todos os arquivos na íntegra, já que parte do material pode ter investigações ordenadas por Trump sobre figuras democratas associadas a Epstein.
A identidade de todas as vítimas de tráfico sexual cujos nomes constem nos documentos também será protegida.
A lei permite que o Departamento de Justiça oculte informações pessoais das vítimas ou dados de investigações ainda em curso. Por outro lado, proíbe censuras com base em “constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política”.
Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade. O caso voltou a ganhar destaque neste ano com o vai e vem do presidente Donald Trump sobre a liberação dos arquivos.
Ainda em novembro, o Congresso dos EUA publicou mensagens que sugerem que Trump tinha conhecimento da conduta de Epstein.
Em um e-mail de 2018, o bilionário escreveu que o atual presidente “passou horas” em sua casa com uma das vítimas.
Epstein e Trump foram amigos entre a década de 1990 e o início dos anos 2000.
O bilionário foi preso em julho de 2019 e, segundo as autoridades, tirou a própria vida um mês depois, dentro da cela.
Durante a campanha de 2024, Trump prometeu várias vezes que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos arquivos secretos sobre o caso. Em uma entrevista, ele chegou a dizer ser “muito estranho” que a lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada.
Em fevereiro deste ano, o governo liberou uma série de arquivos sobre o caso. A procuradora-geral de Trump, Pam Bondi, chegou a afirmar que uma lista de clientes estava “em sua mesa para ser revisada”.
Depois, no entanto, o Departamento de Justiça disse não ter encontrado provas da existência dessa relação.
A declaração frustrou apoiadores de Trump, muitos dos quais espalham teorias da conspiração sobre o caso — algumas impulsionadas pelo próprio presidente.
Desde então, ele passou a minimizar o tema e chegou a chamar de “idiota” quem ainda se importava com o assunto.
A postura de Trump aumentou a pressão política da oposição e até de membros do próprio partido do presidente para que todos os documentos fossem divulgados.
Nos últimos meses, Trump passou a chamar o movimento de “farsa” criada pela oposição para desviar a atenção de temas como o orçamento federal.
A Casa Branca e lideranças republicanas tentaram evitar que o projeto atingisse o número mínimo de assinaturas necessário para ser pautado na Câmara, mas não conseguiram.
O texto alcançou o mínimo exigido em 12 de novembro, com apoio inclusive de deputados republicanos.
Três dias depois, Trump mudou de posição e passou a defender a aprovação da proposta, dizendo que os republicanos “não tinham nada a esconder”.
No dia 12 de novembro, o Congresso dos EUA divulgou mais de 20 mil páginas de arquivos sobre a investigação de Jeffrey Epstein. Boa parte dos documentos contém e-mails que o bilionário trocou com parentes e amigos.
Em uma das mensagens, de janeiro de 2019, Epstein escreveu que Trump “sabia sobre as garotas”. No mesmo texto, aparecem o nome de uma vítima — que foi censurado — e uma menção a Mar-a-Lago, o resort do presidente na Flórida.
*Fonte: Portal G1
