O Irã e o Paquistão pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, em uma declaração conjunta emitida nesta quarta-feira, que tome medidas contra Israel, dizendo que o país atacou “ilegalmente” países vizinhos e instalações diplomáticas estrangeiras.
A declaração conjunta, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, seguiu-se a uma visita de três dias do presidente iraniano Ebrahim Raisi ao país, em um momento de tensões crescentes no Oriente Médio.
Explosões foram ouvidas na última sexta-feira sobre a cidade iraniana de Isfahan, no que fontes disseram ser um ataque israelense. No entanto, Teerã minimizou o incidente e disse que não tinha planos de retaliação.
“Reconhecendo que o ato irresponsável das forças do regime israelense foi uma grande escalada em uma região já volátil, ambos os lados pediram ao Conselho de Segurança da ONU que impeça o regime israelense de seu aventureirismo na região e de seus atos ilegais atacando vizinhos…”, disseram o Irã e o Paquistão em sua declaração conjunta.
Vizinhos muçulmanos, o Irã e o Paquistão estão tentando consertar os laços depois de ataques militares sem precedentes neste ano.
Raisi, que encerrou sua visita e voou para o Sri Lanka nesta quarta-feira, prometeu aumentar o comércio entre o Irã e o Paquistão para 10 bilhões de dólares por ano.
Durante sua visita ao Paquistão, Raisi disse, segundo a agência de notícias oficial iraniana IRNA, que qualquer novo ataque israelense ao território iraniano poderia mudar radicalmente a dinâmica e fazer com que não restasse nada do “regime sionista”.
Em 13 de abril, Teerã lançou mísseis e drones contra Israel, no que disse ser uma retaliação ao suposto ataque de Israel ao complexo da embaixada iraniana em Damasco em 1º de abril, mas quase todos foram abatidos.
O Paquistão já havia solicitado a redução da escalada por “todas as partes”.
Durante a visita de Raisi, o Irã e o Paquistão prometeram impulsionar a cooperação comercial e energética, inclusive em um grande acordo de gasoduto que sofreu atrasos devido a questões geopolíticas e sanções internacionais.
(Reportagem de Charlotte Greenfield)
Reuters