O líder norte-coreano, Kim Jong-un, disse que seu país “apoiará totalmente” o Exército da Rússia como um “dever fraterno”, e o presidente russo Vladimir Putin chamou os laços dos dois países de “especiais”, informou a mídia estatal KCNA nesta quinta-feira (4).
Kim e Putin tiveram uma reunião na quarta-feira (3) à margem das comemorações da China para marcar a rendição formal do Japão na Segunda Guerra Mundial em Pequim.
A dupla acompanhou o presidente chinês, Xi Jinping, em um grande desfile militar no primeiro encontro entre os líderes dos três países desde o início da Guerra Fria.
A viagem de Kim a Pequim ofereceu a ele a primeira chance de se encontrar com Putin e Xi juntos, além de se misturar com mais de duas dezenas de outros líderes nacionais que participaram dos eventos.
Analistas consideram o encontro sem precedentes com Xi e Putin como uma grande vitória de propaganda para o líder do Estado recluso.
As fotos da mídia estatal mostraram Kim de pé ou caminhando com Putin e Xi lado a lado com um sorriso, e a edição de quinta-feira do jornal estatal Rodong Sinmun destacou predominantemente a visita de Kim.
“Kim Jong Un e o presidente Putin trocaram opiniões sinceras sobre importantes questões internacionais e regionais”, informou a KCNA.
Putin “elogiou muito” os soldados norte-coreanos que lutam contra a Ucrânia e disse que as relações entre os dois países são “especiais de confiança, amizade e aliança”, acrescentou a estatal.
Apoio norte-coreano à Rússia na guerra
A Coreia do Norte enviou soldados, munição de artilharia e mísseis para a Rússia para apoiar Moscou na guerra contra a Ucrânia.
A agência de inteligência da Coreia do Sul estimou esta semana que cerca de 2 mil soldados norte-coreanos enviados para lutar pela Rússia foram mortos.
Kim e Putin discutiram em detalhes os planos de longo prazo para a parceria e reafirmaram a “firme vontade” de elevar as relações bilaterais a um alto nível, conforme a KCNA.
Depois que os dois conversaram e saíram da sala, um funcionário de Kim foi visto limpando uma cadeira e uma mesa lateral tocada pelo líder, o que, segundo analistas, faz parte de um conjunto de medidas de segurança para impedir que outros países, mesmo os amigos, tentem obter informações sobre sua saúde.
No ano passado, os dois líderes assinaram um tratado de defesa mútua, que prevê que cada um dos lados ajude o outro em caso de ataque armado.
CNN