InícioDestaqueLula diz que Kassab foi 'injusto' com Haddad e que riu de...

Lula diz que Kassab foi ‘injusto’ com Haddad e que riu de previsão sobre derrota se eleição fosse hoje

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, foi injusto ao chamar o ministro Fernando Haddad (Fazenda) de “fraco”. O chefe do Executivo também ironizou a previsão de Kassab dizendo que Lula seria derrotado se a eleição presidencial fosse hoje. Apesar de defender o auxiliar das críticas, o petista disse que, se depender dele, não haverá nova medida fiscal neste ano, como chegou a anunciar a equipe econômica do governo.

O PSD ocupa três ministérios no governo e negocia aumento de espaço na reforma ministerial que vai acontecer em breve.

— Quando eu vi a história do companheiro Kassab, eu comecei a rir. Eu olhei no calendário e vi que a eleição vai ser só daqui a dois anos eu fiquei muito despreocupado, porque hoje não tem eleição. Eu acho que ele foi injusto com o companheiro Haddad. Eu posso não gostar de uma pessoa e ter crítica pessoal a uma pessoa, mas não reconhecer que ele começou nosso governo coordenando a PEC da Transição Porque nós não tínhamos dinheiro para governar em 2023. A gente conseguiu aprovar a PEC da Transição.

Lula também respondeu o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que em entrevista ao GLOBO disse que o governo está sem “rumo”

— Se o Republicanos vai me apoiar ou não em 2026, deixa chegar em 2026. Não vamos tentar antecipar dois anos. O meu problema agora é fazer com que 2025 seja o ano da melhor colheita política desse país para o meu governo — afirmou Lula.

Críticas de Kassab e Marcos Pereira

Lula foi alvo de críticas recentes dos presidentes do PSD, Gilberto Kassab, e do Republicanos, Marcos Pereira — os dois partidos compõem a base do governo.

Presidente do PSD e secretário de governo e Relações Institucionais, no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, Gilberto Kassab disse nesta quarta-feira que uma reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não seria fácil. Para ele, se a eleição fosse hoje, o PT não estaria na condição de favorito, mas de derrotado

— Hoje (a reeleição) não é fácil. Em quase 23 anos, desde que Lula se elegeu, o PT nunca teve uma queda (de popularidade) no Nordeste. Se fosse hoje, ele estaria na campanha, mas não na posição de favorito, mas sim de derrotado. Mas Lula sempre é um candidato forte — disse Kassab em painel da Latin America Investment Conference, evento realizado pelo UBS e UBS/BB nesta quarta-feira, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo.

— Primeiro, eu acredito no sucesso da economia quando você tem ministros de economia fortes. Fernando Henrique era um ministro forte e, em seu governo, dava toda a autonomia a Pedro Malan. Antonio Palocci comandava no governo Lula e Henrique Meirelles no governo de Michel Temer. Se não fosse o Paulo Guedes, Bolsonaro não teria tido êxito em algumas áreas — disse Kassab, que completou em seguida:

— Hoje a gente vê dificuldade do ministro (Fernando) Haddad de comandar. Ele externaliza convicções e projetos, que acabam não se tornando realidade porque ele não consegue se impor no governo. Um ministro da economia fraco não é um bom indicativo — afirmou.

Já Marcos Pereira disse em entrevista ao GLOBO que a tendência do partido é apoiar um nome de centro-direita à Presidência em 2026, mesmo com um assento na Esplanada dos Ministérios.

Pereira faz ainda uma análise sobre o momento da gestão de Luiz Inácio Lula Silva, com a queda de popularidade: “O governo está um pouco sem rumo, sem direção”. A sigla abriga Hugo Motta (Republicanos), o favorito na disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL). Segundo o presidente da sigla, a troca de comando deve tornar a relação entre os Poderes mais “harmoniosa”.

Queda de popularidade

Pesquisa da Quest/Genial, divulgada na última segunda-feira, mostra aumento da desaprovação ao governo de Lula puxada pelo Nordeste e pelo Sul. De acordo com o levantamento, a queda na aprovação foi de 8 pontos no Nordeste e 7 pontos no Sul. Com isso, a aprovação do governo chegou a 59% no Nordeste e a 39% no Sul. No país, a desaprovação do governo Lula chegou a 49%, ante os 47% da pesquisa anterior.

O PSD tem três ministérios no governo Lula, (Minas e Energia, Agricultura e Pesca), mas o partido convive com insatisfações internas de políticos que não conseguem emplacar seus apadrinhados em cargos da máquina federal e, na outra ponta, de uma ala que resiste a aderir à gestão petista, segundo reportagem do GLOBO.

Kassab também afirmou que Tarcísio de Freitas é um candidato forte, mas sua preferência seria se reeleger para o governo de São Paulo. O presidente do PSD citou ainda os nomes do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), para a eleição de 2026.

— Outro candidato é o Tarcísio, lógico. Mas ele não será candidato. Está muito decidido. Ele tem dito publicamente que tem de continuar como governador. Se o Tarcísio não for candidato, cada partido vai lançar o seu. Todos eles vão ter 15%, 16% (de votos) e um deles vai para o segundo turno — disse Kassab.

Entrevista no Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto nesta quarta-feira. Na fala inicial, ele falou que está “100% recuperado” após a queda sofrida no ano passado e a cirurgia para conter um hematoma no cérebro.

— Em setembro eu bati a cabeça e em dezembro eu tive que fazer um procedimento e hoje eu estou aqui 100% recuperado e preparado para todas as dúvidas.

Na segunda, a pesquisa Genial/Quaest mostrou que o índice de aprovação ao governo Lula recuou cinco pontos, de 52% para 47%, e ficou pela primeira vez atrás do percentual dos que reprovam a atual gestão. Segundo o levantamento, 49% agora dizem desaprovar o presidente, dois pontos a mais do que o índice dos que aprovam.

Os segmentos que puxaram a piora foram aqueles que costumam despontar — e ainda despontam — como base de sustentação de Lula. Eleitores de baixa renda e moradores do Nordeste registraram quedas de sete e oito pontos na aprovação, respectivamente. Para o instituto, o cenário resulta da mistura entre frustração com promessas não cumpridas.

Já o governo vê o aumento do preço dos alimentos e a crise envolvendo o Pix como os principais responsáveis pelo tombo na aprovação da gestão. O Planalto aposta na mudança da comunicação, com a substituição do petista Paulo Pimenta pelo publicitário Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom), para reverter o quadro.

Sidônio assumiu um dia antes de o governo decidir recuar na portaria do Pix, em 14 de janeiro, com o compromisso de intensificar a atuação do governo nas redes sociais, de olho no enfrentamento ao bolsonarismo e à disseminação de fake news. Ele defende que mentiras e desinformações têm criado uma “cortina de fumaça” que impede que as ações da gestão cheguem à população brasileira, e que a gestão precisa saber se antecipar a isso.

O GLOBO

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments